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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“Momentos de Poesia”: - «PORTALEGRE» - «RECANTOS»

Portalegre - sentido único. Foto original DAPL 2015 jpg

 

 

«PORTALEGRE»

 

«Portalegre arruína-me a pessoa

de sol, brancura,

candura mesquinha

de tanta ladainha

proibida montanha

que me esgatanha a sede de morrer

porque fazes isto aos poetas cidade branca?

 

Vou ao verso ver a serra

e da Penha vejo-me caído

o sol torrando a face

moreno, caído eu sou

que só sendo ainda me destruo a ver o tempo passar

como os dias são longos

como são terrivelmente longos

na cidade onde nasci

 

Quero sair e volto aqui

queria partir para onde já não sei

tão longe fica o tempo

que sozinho escandalizo a vergonha de ficar

 

Cidade veneno

tão branca e bela

vou ferver num tacho furado

velho como os sofás esburacados

por pontas de cigarro no Alentejano

isto já do tempo moço de minha mãe

que aqui chegou e resignou

instalou, alheou à serenidade mórbida das igrejas

 

É uma cidade branca

um cemitério vivo com riscas amarelas

e nada mais além duma praça vazia

outrora árvores

um úmero estacionamento

o fermento da vida que passa

não jaz ao músculo que alcança

a assim se amansa

a vontade de aqui ficar a ver e ruir

numa noitada de praça vazia

onde as cadeiras sozinhas

esperam a tarde do café de amanhã

 

E cidade veneno da vida que me deste

que sotaque me ensinaste

que mentira eu sozinho

ganhei de mim ao ver o sonâmbulo que nunca fui

mas insonso a cada dia mais só

só insónias

tudo para ter de ser poeta

e ver padecer a cidade

aos dias e noites infinitos

na cidade branca

veneno de vida

onde brando, bebo, choro e vejo passar

o tempo lento de ver passar

o tempo a passar

e nada se passar

a roupa talvez

e de nada serve a vida na cidade branca

que me fez poeta por passar

o resto dos dias a pensar

em como o tempo dever passar.»

 

Pedro Fidalgo

 

In. “Momentos de Poesia Historial (e Poesia e Prosa de 48 Autores)”, 2016.

Autora: Deolinda Milhano, Portalegre.

 

 *******

«RECANTOS»

 

«Portalegre com teus recantos

És a cidade dos meus encantos

Com os teus sete conventos

E as tuas sete portas

Não esquecendo o teu mirante

Onde se deslumbra o viajante.

Nas tuas belas serras

Reina um ar mais puro,

Num canto do Alto Alentejo

És de todos um privilégio

E com a tua beleza encantas

Quem passa e quem aqui vive.

Minha cidade de eleição

Onde nasceram meus filhos

Pois eu sou de lá da raia

Doutra que trago no coração

Mas tu és minha predilecção

A cidade dos belos recantos

Onde já chorei meus prantos.

Por ti fiquei enamorada

Por teus jardins e museus

Não esquecendo as belas fontes

Desde a Fonte do Neptuno

Até à fonte dos Amores

Quando subindo a serra

Se vêem lindas janelas de flores.

Tu, cidade do Alto Alentejo,

Como já Régio cantava

Fazes lembrar as romarias

Desde a feira das cerejas

Até à festa dos Aventais.

Confraternizas com as demais

És linda com as tuas belas

Paisagens, igrejas e monumentos

Não esquecendo o centenário Plátano

Onde me posso sentar

Para aí descansar e recordar

Os meus tempos de estudante

Em que descobri este lindo vale

Entre a Penha e São Mamede.

Não pensando aqui morar

Afinal vim a casar.

Por ti outra não troco

Nem por aquela onde nasci!

És minha cidade de eleição

Pois estás no meu coração

Cidade dos belos Recantos

Onde já chorei meus prantos!...»

 

Maria Mercedes Camoesas Fidalgo

 

 

In. “Portalegre em Momentos de Poesia”, 2011, Edições Colibri.

Coordenação de Deolinda Milhano, Portalegre.

 

A foto é um original de D.A.P.L. – 2015.

 

 

 

 

 

 

Poesia e Fado

XX Antologia de Poesia da APP – Apresentação em Lisboa

"Buba Espinho" no Fórum Romeu Correia - Almada

 

Aparentemente este título poderá parecer uma redundância, dado que estas duas realidades culturais andam de mãos dadas - irmanadas.

Mas a razão por que as explicitei, ligando-as, prende-se com o facto de pretender referir-me a dois eventos realizados ontem, domingo, 27 de Novembro.

 

Na sede da Associação Portuguesa de Poetas - APP, Av. Américo de Jesus Morgado, 16 – A, aos Olivais, Lisboa, realizou-se a apresentação da respetiva XX Antologia de Poesia - 2016. Cinquenta e sete antologiados, com poesias de diferentes matizes e cambiantes e conceitos formais, todos irmanados num mesmo sentir poético.

Um evento muito interessante, estando de parabéns todos os participantes, e com especial realce, os organizadores e coordenadores que desenvolveram o trabalho meritório de estruturar esta vigésima edição das Antologias da Associação e que atualmente dirigem os respetivos destinos.

Nunca é demais realçar o trabalho das pessoas que assumem dirigir as Associações, porque sem elas essas entidades morreriam. Nós, os sócios, somos relevantes, mas como diz o aforismo, “…sem cabeça tudo são pernas…”.

Parabéns pois e obrigado pelo vosso trabalho. As palmas são-vos inteiramente destinadas.

Previamente apresentei o meu pedido de desculpas por ter que me ausentar ainda antes da conclusão do sarau e a razão prendia-se pelo que explico a seguir.

 

Quase simultaneamente, em Almada, no Fórum Romeu Correia – Auditório Fernando Lopes-Graça, ocorreu o espetáculo “A Casa do Fado”, apresentando o jovem talento no fado, o alentejano Buba Espinho.

Um nome a fixar, com um cariz fadista, que toca profundo no sentir da veia artística deste modo de cantar.

Não queria deixar de assistir.

 

(Com algum esforço, foi possível estarmos presentes, no primeiro evento, apenas eu, mas em conjunto, no segundo.)

 

O fadista, agora a iniciar uma promissora carreira a solo, neste campo artístico, já o havia escutado, integrando o Grupo “Os Bubedanas”, de que falei na primeira crónica apresentada no blogue.

Anexo links sobre o seu cantar, integrante de grupos.

Julgo que ainda não tem CD individual.

De realçar, também com imenso mérito, os acompanhantes habituais nestes saraus fadistas no Fórum: André M. Santos, viola de fado e Hugo Edgar, guitarra portuguesa.

 

Solar Zagallos 2015 Foto original DAPL.jpg

 

A ilustrar o post apresento uma foto original de D.A.P.L. de uma hortense rosa, no Solar dos Zagallos, em Almada. Sugestionado a partir da capa da Antologia, da autoria de João Luís, que apresenta precisamente também uma foto de uma hortense, azul.

Assim, mais uma vez, se ligam os dois eventos, um em Lisboa, o outro em Almada, que não fica nada a dever à capital, em termos culturais, conforme tenho demonstrado neste blogue.

 

Na apresentação da Antologia, e enquanto estive presente, foram sendo entregues os livros, a que cada um dos antologiados teve direito e cada poeta ou poetisa foi lendo um poema seu, da Antologia ou não.

Optei por não ler o poema da Antologia, “Ei-los que vão!”, dado ser um pouco extenso e disse “Ser Poeta”, que divulgo agora no blogue. Apresento-o numa versão ligeiramente diferente daquela que li e com que documentei o Livro de Honra, pois, como referi, o poema ainda estava e está “em construção”.

Deixei-o atestando o “Livro de Honra” da Associação, dado que foi a primeira vez que tive a grata oportunidade de visitar a sede.

 

 

Ser Poeta!

 

Ser Poeta

É ter uma porta aberta

Ao Sonho, à Ilusão

É ter uma certeza certa

De viver em condição.

 

Em condição do Destino

De sofrer o desatino

Desta nobre tradição.

 

Ser Poeta

É algo que nos desperta

Nos alumia, nos cerca

De luz e d’escuridão.

 

Jogos de sombras e sons

Vozes que nos povoam

De sentimentos nobres e bons

Que na Alma nos ressoam!

 

Ser Poeta

 

P.S. – Tomarei a liberdade de ir divulgando poesias dos antologiados, preferencialmente de poetas e poetisas que não dei a conhecer no blogue, no contexto da Antologia do CNAP.

Se alguém se opuser é uma questão de me dar conhecimento. Obrigado!

 

"Espetáculo Solidário" - CAEP - Portalegre

 Grupo de Cantares da TÉGUA e Convidados

 

É com grata satisfação que divulgo a realização deste "Espetáculo Solidário", no dia 10 de Dezembro.

CAEP - Centro de Artes e Espetáculos de Portalegre.

 

Cartaz CAEP. Grupo Cantares da Tégua. jpg

 Se quiser fazer o favor de consultar sobre "Cantigas Tradicionais"

Quadras Tradicionais V

Quadras Tradicionais IV

Quadras Tradicionais III

Quadras Tradicionais II

Quadras Tradicionais I

“Momentos de Poesia” – Comemoração do 10º Aniversário

Lançamento de Livro

Momentos de Poesia Historial (e Poesia e Prosa de 48 autores)”.

 
 

Em devido tempo, divulguei no blogue a realização de evento comemorativo do 10º aniversário de “Momentos de Poesia”.

 

Realizou-se esse evento no passado domingo, dia 20 de Novembro, na sugestiva Sala José Régio, no Hotel com idêntico nome, "em Portalegre, Cidade..."

Espaço repleto, como acontecimentos assim merecem, ouviram-se palavras de parabéns e de agradecimento, manifestações de afeto e carinho.

Foi um bonito espetáculo, a que compareceram e onde intervieram pessoas de diferentes gerações.

É muito gratificante e auspicioso, vermos crianças e jovens a dizerem poesia, alguns da sua própria lavra, a executarem passos de dança, integrados num contexto em que a Poesia é o chamariz, mas a que também compareceram a Dança, que já nomeei, também a Música, o Fado e a Canção e, no final, até a Gastronomia. Tudo nobres Artes, sem desprimor umas das outras, que todas se entrelaçam e engrandecem mutuamente!

Não esquecendo o Hino a que instituição que se preze não se pode furtar.

 

A Palavra, nomeadamente a poética, isto é, a Poesia, foi a rainha.

 

Muitos dos presentes disseram, leram, palavras suas ou de outros para si relevantes, exprimiram sentimentos e emoções, trocaram galhardetes, nunca esquecendo o aniversariante, “Momentos de Poesia”, a “alma-mater”, os colaboradores, os participantes...

Sim, porque criar e manter um evento como “Momentos de Poesia”, num contexto em que o apelo à facilidade, à futilidade de ocorrências e acontecimentos, sem qualquer valor, mas que são promovidos a notícia de primeira página; praticamente sem divulgação comunicacional, poucos apoios… digo, conseguir fazê-lo chegar a dez anos, é Obra!

 

As felicitações, justas, foram apanágio dos “momentos” vividos; os “obrigados”, merecidos e os votos de continuação por muitos anos, um almejar de futuro.

 

E, dir-me-ão, que este texto é bastante subjetivo, omite nomes de participantes e intervenientes, não os identifica e relaciona com as respetivas intervenções. E, eu reconheço que tendes razão.

 

(E, como de subjetividade se trata, também realço a importância de rever amigos que já não via há algum tempo!)

 

Por diversas razões, não anotei sujeito e objeto da ação, a maioria das pessoas intervenientes não as identifiquei e registar apenas os nomes e ações dos que já conhecia ou que consegui fixar de memória, seria tremendamente injusto.

Optei por este modo de cronicar, porque não quero deixar de realçar e registar uma ocorrência de valor nesta “Cidade … cercada …”

 

Cercada, a Cidade num sentido lato, não apenas esta especificamente, cercada, friso, pelo muro da indiferença com que na sociedade em que vivemos atualmente se entaipam os Valores que enobrecem o Ser Humano. Se amesquinha o Direito ao exercício da Cidadania!

 

"Momentos de Poesia Historial" Capa livro 2016.jpg

 

E, como de Cidadania se trata, foi o aniversário de “Momentos”, também um momento, melhor, um tempo para o lançamento de um livro: “Momentos de Poesia Historial (e Poesia e Prosa de 48 autores)”.

 

E sobre o livro?!

Talvez noutro dia me debruce sobre ele.

 

De qualquer modo, logo que possa, irei divulgando no blogue algumas das poesias publicadas.

Num dos próximos posts, divulgarei poesias de duas pessoas intervenientes, uma deste livro supracitado, outra do livro “Portalegre em Momentos de Poesia”.

 

 

E termino, reforçando, com duas palavras já realçadas:

Parabéns! Obrigado!

(A todos os intervenientes, nos diversos contextos, espaciais e temporais.)

E formulação de votos de continuação por muitos anos!

“A Agência Clandestina” - T.2 - Ep. 10

Série Francesa

RTP2

 

“Le Bureau des Légendes

 

Episódio 20

(Final da 2ª Temporada)

 

(4ª feira – 16/11/16)

 

Ponto Prévio

 

No penúltimo episódio, apresentei uma foto de Guillaume, ameaçado de sentença mortal por soldados jihadistas. Que repito.

 

Guillaume en prison in. newsnours.com

 

Imagem que prenunciava o final da 2ª temporada da série, mais especificamente o findar do episódio vinte, último dessa segunda temporada, mas prenúncio para uma futura e terceira, que se desenrolará, provavelmente, já em 2017.

 

Cena, essa, ocorrida após Guillaume / Paul Lefebvre ter acionado a bomba direcionada sobre “Deep Bleu”, enquanto jogavam xadrez, logo após a primeira jogada de ambos, em que apenas movimentaram os correspondentes peões, em passes habituais. (Início do “gambito do rei”?)

Estas representações têm que aferir de alguma veracidade, para que a narrativa não saia descontextualizada, e a mim fez-me espécie que, tendo o jihadista ficado esquartejado, pedaços espalhados pelo pátio, Guillaume mal tivesse alguma beliscadura, conforme se viu nessa icónica imagem posterior, da ameaça de morte, por “decapitação” faseada.

Posteriormente, julgo ter entendido que o projétil estaria na caixa do jogo, no tabuleiro do xadrez, direcionado para o oponente.

Coincidências? Acaso percentual: fifty / fifty? Roleta russa? E se a jogada inicial tivesse sido diferente, em função do acaso de brancas ou pretas calharem a um ou a outro? Ou “Deep Bleu” fez batota?!

Houve vários passes que me passaram ao lado…

 

(Há uma estratégia televisiva que “aconselhava” à RTP2:

- Nestas séries apelativas, e com alguma dimensão temporal, deveriam repetir o derradeiro episódio, antes de começarem logo uma nova.

Dir-me-ão que, hoje em dia, só não revê episódios, quem não quer, mas eu não. Por preguiça, por comodismo, porque tenho mais que fazer noutras horas e, para os seriados, é aquela hora e não é outra. Noutras horas ocupo o tempo com outras funções, por ex., escrever, “endesouone”, etc., o trivial do dia-a-dia…)

 

Mas lá vamos aos entretantos, para ver se chego aos finalmentes, deixando-me de preâmbulos, que hoje não estou muito virado para a escrita, talvez porque a série vai ficar suspensa, com tudo em aberto, provavelmente porque preciso de arejar previamente e ganharei mais inspiração. E, por isso mesmo, faço uma pausa. Ponto final.

 

*******

 

De regresso à escrita.

Para acentuar que detesto esta mania dos guionistas, dos realizadores das séries, em deixarem tudo em suspenso sem terem material para dar continuidade ao enredo.

Obrigar-nos a esperar por outra temporada, que será ou não conclusiva!

Detesto. E não tenho paciência para me embrenhar logo, imediatamente, noutra série. Há que fazer uma certa pausa, estabelecer alguma distanciação, quiçá, fazer algum "luto”.

E sobre esta última palavra

 

Guillaume lançou-se nesta missão, como se fora o epílogo da fuga para a frente, em que se processou todo o seu desempenho, desde que retornou de Amã.

Errou, meteu os pés pelas mãos, ao envolver-se sentimentalmente, não despiu o fato e papel de Lefebvre e, posteriormente, foi sempre avançar de cabeça, cada vez enterrando mais o coração.

Deu no que deu, tudo indiciava que morreria igualmente, fez tudo para isso, mas ficamos suspensos até futura temporada.

Duflot foi-o questionando telefonicamente, enquanto ele se encontrava em Racqa no cumprimento da sua missão.

Estranho mundo em que as guerras parecem ser jogos eletrónicos, à distância de um clique, de uma telefonadela celular.

Duflot também nunca achou que ele fosse kamikaze. Nem queria que fosse, dados os seus conhecimentos. E a DGSE, ele próprio, todos estão aptos a perdoar-lhe.

 

O medo da sua morte iminente foi bem sentido na Agência, ele é respeitado e admirado por todos, mesmos os que sabem da sua condição de toupeira.

 

Duflot considera-o uma “lenda”, as suas ações lendárias. Afinal, o título também nos pode reportar para essa leitura.

E voltando à minha dúvida inicial, o título da série, esta também poderia ser reintitulada como “Um Agente Lendário”, porque a narrativa é muito centrada nele, ou pelo menos a minha narração.

Mas seria reducionista esse título, reconheço.

 

Marine no deserto In. tv-programme.com

 

Porque nela, narrativa, perpassam as missões de vários agentes, entre os quais Marine Loiseau, também conhecida por “Fenómeno”.

A sua “libertação”, em troca de um iraniano muito importante para o regime, preso pelos americanos, foi também um tratado. Digna de observação e nota.

Proverbial, o funcionamento daquela cabine telefónica, num posto de gasolina e abastecimento rudimentar, perdidos num deserto de nenhures, mas que lhe permitiu comunicar com a sede da Agência, em Paris, e que os seus supervisores pudessem providenciar a respetiva busca, quando ela já se dispunha a fugir novamente.

(Ganhou o “homenzinho” da bomba, que auferiu pecúlio substancial e permitir-lhe-á continuar o negócio em ambientes mais rendosos. Isto suponho eu, que o guião não diz nada sobre isso.)

Veremos Marine chegar a Paris, para um retiro isolado na Picardia, efusivamente abraçada por Marie-Jeanne, que nela tanto investimento fez.

 

Na Agência decorre um inquérito interno a todos os agentes que coabitaram com Guillaume, sobre esse mesmo relacionamento interpares, a forma como ele se processou, o que pensam do superagente, e, no fundo, para testarem se esse “toupeira” tem ramificações subterrâneas.

A deslealdade, pensou Duflot, é como uma bomba de desfragmentação, tem sempre efeitos colaterais; é como um cancro, pode haver sempre outras metástases.

 

E, na apresentação da ameaça em direto, pudemos observar outros personagens a ver.

Nem a propósito de efeitos colaterais, vimos Nadia, aflita, a chorar, agora noutro retiro, algures em França.

E, Prune, terá visto?!

 

Estou a saltar as várias fases e momentos por que passou o enredo, desde o primordial contacto entre Guillaume / Paul Lefebvre e Fatic, o suicida arrependido; a forma como Paul lidou com ele e, posteriormente, com o jornalista; a ida para o campo de refugiados (?) onde o jihadista marcou encontro, crianças a jogarem à bola, tendas das ações humanitárias; a sua chegada, numa ambulância da Cruz Vermelha (?); a entrevista “afagando o ego” a Toufik, afinal, um francês, criado na Pátria de Rousseau e Voltaire; a tecnologia de ponta que possuem, do melhor do Médio Oriente.

 

Enfim… Lembrar, ainda e também, que Duflot no “interrogatório” que foi fazendo a Guillaume, tentando dissuadi-lo da missão, ordenando que dissesse ao alemão para regressar, ainda o questionou se ele procurava “Redenção”.

 

Mas aqui e agora, quem busca redenção sou eu. Que vou terminar esta minha narração, sempre tão incompleta, enviesada, parcelar e parcial.

Que, reconheço, hoje me está a ser difícil escrever, como fora no início destes meus contares sobre esta série, de que gostei, que apreciei, embora não me tivesse sempre sido apelativo escrever sobre ela.

Agradeço a sua atenção, se conseguiu ler-me até aqui.

Obrigado!

 

(A nova série que irá começar, sobre o “roubo do comboio”, não sei se será o celebérrimo roubo de um comboio inglês, nos anos sessenta, não penso começar a vê-la, hoje, vai depender do que vier a pesquisar.

De qualquer modo, faça o favor de seguir o blogue, que tem muitos outros temas interessantes.)

 

*******

P. S. - Afinal, a série é sobre esse celebérrimo assalto ao comboio correio, Glasgow - Londres, carregado de massa e ocorrido em 1963.

Se quiser saber mais:

 Série RTP2

"Assalto ao trem"!

 

Acabei por ver e achei interessante.

 

 

 

 

 

 

“A Agência Clandestina” - T2 - Ep.9

Série Francesa

RTP2

 

“Le Bureau des Légendes”

Episódio 19

(3ª feira – 15/11/2016)

 

Este episódio dezanove abriu e fechou com o assunto que vem povoando o enredo e é quase obsessão de Guillaume: o “Caderno / Diário”.

E, dentro do caderno e no conteúdo do episódio, as explicações de Guillaume para as suas ações e, elas mesmas, as ações e o seu desempenho, que toda a narrativa gira, direta ou indiretamente, à volta de Debailly, Guillaume, Paul Lefebvre, “Malotru”.

 

Prune, “Ameixa”, a batizei eu, nada de original (!), chega a casa do pai, pelas oito horas da manhã, como ele lhe pedira.

Mas do pai, nem rastos. Após voltear pela casa, repara no célebre caderno diário, pousado na mesinha da sala. (Afinal, deixara rasto.)

Abre-o, todo manuscrito, lê algumas passagens.

“… tive que partir novamente… e abandonar-te, agora, que voltáramos a encontrar-nos…. parto, e não sei quando voltarei… ninguém te dirá de mim…”

Irritada com aquela conversa, que subentendia, frustrada por nova ausência e abandono… Prune arremessou o caderno… que ficou aberto, no chão.

 

Lembrou-se de telefonar à “Mula”, que é para isso que as mulas servem, carregarem com as bagagens, com os pesos, dos outros!

 

Entretanto, o narrador informa-nos que se passaram alguns acontecimentos anteriores que ainda não nos havia contado.

 

E diz-nos que Mari-Jeanne, sempre de pulga na orelha, avistou junto ao elevador, Duflot e Clément, em conciliábulo, que tentou saber junto do diretor do que se tratava, mas este não lhe quis dizer.

Todavia, ela deduzindo sobre que seria o tema da conversa de porta de elevador, referiu que tem uma teoria sobre o assunto, que envolve Guillaume. Duflot retorquiu que também ele, mas que não é o momento para essa abordagem, que ninguém os irá escutar. Falou-lhe numa metáfora de voo, que não entendi, julgo que também ela não percebeu.

Mais tarde, representaria essa mesma alusão ao voo, simulando com o corpo precisamente esse voar. Não sei se a agente entendeu ou não ou se ficou como eu.

Essa simulação de voo, abrindo os braços, como se fossem asas, ocorreu após Henri ter falado com MAG, o Coronel, Diretor dos diretores, o “Bexigoso”, em conversa de gabinete, só os dois. Nesse conciliábulo a dois, Duflot apresentou-lhe a hipótese de a “toupeira” ser Debailly, argumentando com factos.

MAG discordou completamente, contrapôs com outros factos, que poderiam servir de argumentos para indiciar o próprio Henri Duflot. Que Debailly é intocável!

Foi, no retorno dessa conversa mano a mano, quando Henri simulou o voo, para que Marie-Jeanne visse as suas habilidades voadoras, antes de entrar no seu gabinete.

 

Essa entrevista pedida por Duflot a MAG, para expor a sua teoria, que Marie-Jeanne também perfilha, aconteceu após o diretor ter falado com Clément, que elaborou um relatório, a partir das pesquisas que fez sobre o recrutamento pelos americanos do jovem Shapur Zamani.

Nesse recrutamento constata-se que ele se processou em todos os aspetos, como Clément pensava executá-lo: a mesma ideia, o mesmo local, na mesma data, benesses idênticas. Como se os americanos tivessem tido acesso ao relatório de Marine Loiseau!

 

Que sabemos estar presa no Irão. Que lá iremos.

 

Na sede da DGSE ocorreu uma primeira reunião extraordinária entre altos dignitários franceses e americanos sobre o caso de Marine. Reunião cautelosa, como tal não muito conclusiva, de importante apenas a confirmação, pelos americanos, de que a jovem não tem qualquer ligação à CIA.

Mas esta foi apenas um preliminar e, após troca de galhardetes e trunfos de cada parte, pelos vistos os franceses tinham um naipe mais forte, haveria nova reunião, desta vez com a presença do célebre Peter Cassidy, que já conhecemos, e que engendrou todo o plano de recrutamento das “toupeiras”.

Essa reunião já foi mais substantiva. E ocorreu o almejado xeque-mate.

Após jogadas táticas de ataque e defesa, e, neste caso, os americanos tinham muitos telhados de vidro, que não vou esmiuçá-los, foram sendo abordados ao longo dos vários episódios da série, os franceses obtiveram o tão almejado objetivo: saber quem é a toupeira dos americanos na sua “Agência”.

Mas antes convém dizer que essa conclusão fornecida por Cassidy, através de um papel dobrado, em que escreveu pseudónimo e alcunha do toupeira, só se despoletou após os dirigentes gringos terem ido verter águas ao wc, aliviando a pressão da bexiga.

Aí, Cassidy levou puxão de orelhas do seu superior e ficou condicionado à revelação.

E, deste modo, o “Bexigoso”, MAG, teve acesso à informação basilar, em segunda mão, que, primeiro, desdobrou e leu o papel o seu superior.

No papelucho leu:

- Pseudónimo: Paul Lefebvre - Anexim: “Malatru”.

E o Coronel não caiu para o lado?!

Lembremos que, há pouco, ele havia afirmado para Duflot, que Debailly era intocável!

 

E Marine?

Pois, a jovem está presa no Irão e estas reuniões seriam também para, de algum modo, equacionar ajuda americana para a respetiva libertação.

Marine, presa, é interrogada, de todas as maneiras e feitios, não sofre torturas físicas, que é mulher, é estrangeira, tem sempre junto a ela duas mulheres guardiãs, trajadas com rigor muçulmano. Consegue sempre resistir ao torcionário interrogador, com um dossiê completo da rapariga. Terá fraquejado, mas não soçobrando, quando trouxeram à sua presença o jovem Shapur, de quem ela se afirmou sempre amiga, de cara completamente desfeita, pelas torturas a que foi sujeito.

Mesmo perante essa imagem chocante, não vacilou, lembrando-se dos ensinamentos da sua mentora, Marie-Jeanne, sobre alvos e sobre amigos…

Para ele cujo destino será certamente muito mais cruel, apenas disse que iria avisar a Embaixada de França, contactar uma ONG, divulgar nos media.

Ele, arrastado para os calaboiços, vomitou-lhe: “ – Ordinária”! (Esta foi a tradução.)

Não conseguindo dobrá-la, mais tarde, ela a dormitar na mesa, as duas mulheres muçulmanas trouxeram-lhe um documento para ela assinar.

Nele, entre outros dizeres: “Sem direito a julgamento… Cem anos de prisão!”

 

Céline In. dvdclassic.com

 

Na Agência decorre a supervisão, à distância, do que acontece em campo: a ação prevista contra o célebre jihadista francês, conhecido por “Deep Bleu”, a que atribuí o anexim de “Computador”.

Nessa missão, lembrar-nos-emos, estariam diretamente envolvidos um jornalista alemão e um jovem recrutado na Líbia, por um imã.

Céline que dirige oficialmente esta operação, mas que Guillaume superintende, dado o melindre da mesma e os seus conhecimentos, apercebem-se que algo está a correr mal, tanto da parte do jornalista como do potencial suicida.

Quanto ao jornalista, Céline conseguiu resolver, incentivando-o a prosseguir.

No respeitante a Fatic, que agiria como operador de câmara do jornalista, e seria potencialmente o executor e suicida, concluíram que ele não prosseguiria a sua missão.

Contactado o imã recrutador, por Guillaume, concluiu este, que o imã já não agiria a tempo de resolver a situação.

 

(Todo este processo se desenrola à distância, via telemóvel, computador, tvs, internet e o que sei eu…

E tantos comentários que estas guerras, via media, nos poderiam suscitar!

…)  

 

E é nesta ocasião chave que Guillaume toma uma decisão arrojada e perigosa, mas que vem de encontro ao que ele vem desabafando no “Diário”, que certamente Prune / “Ameixa” estará a ler com a “Mula”!

Debailly, “Malotru”, decide deslocar-se ele a Racqa (?) para convencer Fatic a prosseguir.

Irá enquanto Paul Lefebvre!

Mas dessa sua decisão, que concretizará dentro de trinta horas, ninguém pode saber, para além dos que estão na sala presentes, diretamente envolvidos na operação “Deep Bleu”.

 

Antes de partir, em sua casa ainda deixou outras notas no confessionário, para a filha, praticamente o único elo afetivo, que tem com o mundo exterior, para além do trabalho.

 

“… se disserem que me suicidei, é mentira.

Vão apresentar-te carta minha de despedida. É mentira.

Não me vou suicidar! … …)

 

E, realmente, a “Mula” e a “Ameixa” estiveram de redor do “Diário”. A mula aconselhou a ameixa a lê-lo, que o conteúdo é destinado a Prune e não à “Mula”. Se esta o levar a “Ameixa nunca mais o verá.

 

E mais tarde, e já após a conclusiva reunião entre os dirigentes da DGSE e da CIA, sabedor MAG do nome do “toupeira”, dirigiram-se o “Avô” e o “Avó” ao gabinete de Céline, à busca de Guillaume Débailly.

Mas deste, nem novas nem mandadas!

Já ele partira, em “Missão Suicida”! (Quer ele queira quer não, é esta a nomenclatura.)

 

bureau_des_legendes_saison_2  In. DVDFr.jpg

 

Deixou o “Caderno Diário”!

E vimos Duflot a lê-lo também, na casa do super agente, com mais gente:

Prune / “Ameixa”, “Avô e Avó” e “Mula”!

 

“ – O teu Pai, que te ama!”

 

Guillaume en prison in. newsnours.com

  

 Se quiser saber mais e melhor!

 

“A Agência Clandestina” - T2 - Ep.8

Série Francesa

RTP2

 

Marine presa In. television.telerama.fr.jpg

 

“Le Bureau des Légendes”

Episódio 18

(2ª feira – 14/11/2016)

 

Só neste episódio constatei quem era a agente a quem chamavam de “A Mula”.

A senhora faz realmente de moça de fretes, isto é, pau para toda a obra, no que respeita a serviços externos, mais ou menos secundários, mas que são tarefas imprescindíveis para o funcionamento e bem-estar dos agentes principais, mas a que estes não têm tempo para se dedicar. Vai às compras, trata das bagagens, faz de taxista, intermedeia entre o pessoal, eu sei lá, tudo o que é preciso em termos de logística.

Neste episódio até fez de conselheira com a filha de Guillaume, Prune, (Ameixa?!) em crise de namoro, nos seus verdes vinte anos.

Tarefas e funções podendo ser tabeladas de menores, mas indispensáveis ao bom funcionamento do todo.

Pelo que consultei, não parece ter direito a nome próprio de agente. Apenas anexim.

Nessa noite teve direito a jantar com pai e filha.

 

Guillaume continua obcecado em deixar confissões e desabafos “post mortem”.

No “Diário”, comunica com a filha “Ameixa”, lembrando essa última noite que passaram juntos, em que ambos beberam do mesmo álcool do desespero, do desatino, do desalento.

Falou-lhe da sua alcunha e da dos seus colegas.

Não sei o que ele pensa fazer a seguir, mas fico apreensivo, que o guionista sobre as deixas que nos deixa entrever não são para menos. Diz-lhe que ficou comovido, lamentando tudo o que lhe irão contar…

Nessas confissões, constrói a sua própria narrativa, dos seus atos e ações, que o atormentam e conduzirão certamente a destino trágico. Confessa-se, de algum modo, arrepende-se, faz a sua contrição, expia a sua culpa.

 

Também com Nadia procede na sua “confissão”, na sua “contrição”.

Visita-a no esconderijo da DGSE, na Picardia, a saber se estará bem, naquele isolamento, ausente de vida própria, ela lendo as inquietações de Roberto Saviano, pós “Gomorrra”.

Leva-a a passear a Paris, à casa onde habita, não sua, que é da DGSE, mas onde vive segundo a sua própria identidade, que lhe revelou: Guillaume Debailly. Porque gostaria que entre eles houvesse alguma verdade, que se esforçou por lhe conseguir outra vida. Que não voltarão a ver-se e, futuramente, ao pensarem um no outro será doloroso.

 

(Nesta narração não sigo exatamente a sequência narrativa do episódio, mas foi por aqui que o enredo me puxou. Se tivesse escrito ontem ou hoje, pela manhã, certamente teria seguido outro caminho.)

 

A descoberta de que Shapur se tornara agente dos americanos deu brado, fez mossa na Agência, mas rapidamente passaram às averiguações. Atualmente, o trabalho dos agentes principais centra-se mais na descoberta da origem das fugas de informação.

Sem deixarem de preparar o ataque suicida ao jihadista francês, de alcunha “Deep Bleu”, nome que gosto mais de usar, porque mais fácil de escrever e fixar.

 

Marine Loiseau teve direito a cinco dias de férias em Chipre, como forma de ser interrogada por Henri Duflot, sem levantarem suspeitas.

Ficou surpreendidíssima ao saber que Zamani trabalhava para a CIA. Nunca se apercebera de que os americanos o rondassem, nem em Paris, nem em Teerão.

Aliás, esse era, supostamente, o seu papel na capital iraniana: recrutar Shapur Zamani, para trabalhar para a DGSE.

Ação que envolveu tantas peripécias ao longo das duas temporadas e que, ao estar à beira de concretização, saiu gorada por artes do demo, que eles ainda não conseguem, nem se atrevem a explicar ou congeminar.

Tal como Marine, nem Marie-Jeanne se apercebeu desse namoro, nem o próprio “Malotru”. Oficialmente, diga-se, no referente a este último.

 

Então como sucederam as coisas? Como houve casamento sem namoro?!

 

O único que terá presenciado o namoro foi Clément, no Qatar. Mas, à data, já era casamento.

O que não deu nem namoro nem casamento foi a relação dele com Marie-Jeanne!

Mas ela também não pareceu ficar especialmente ralada, que ele também se confessou especialmente sacana com as mulheres! E, para sacanices e imbróglios, já lhe bastam os da Agência.

 

E para deslindar o imbróglio do “toupeira” na Agência que, como sabemos, tanto Duflot como Marie-Jeanne apontam para “Malatru”, definiram outro plano de ataque, centrando-o nos sírios retidos: Nadia e Nadim.

Mas nem Nadia, nem Nadim. Nada! Não conseguiram nada de ambos.

Duflot centrou-se em Nadim, para saber como fora o encontro de Lefebvre com Nadia, se propositado e organizado ou por acaso.

Por um acaso, dos que não acreditamos que nos acontecem na nossa profissão, mas que existem, esclareceu Nadim. Respondeu segundo as instruções que o superagente lhe recomendara.

Também Marie-Jeanne não teve melhor sorte.

Ao visitar Nadia, de surpresa, ainda esteve com rodeios para formular a questão fatal que para aí a direcionara, mas Nadia pô-la à vontade.

“ - Se quiser interrogar-me, seja direta. É mais agradável.”

E a pergunta era sobre se Paul Lefebvre lhe dissera o verdadeiro nome. Não, nunca lhe disse.

O que nós sabemos que nem Nadia nem Nadim falaram verdade. Protegeram-se e protegeram “Malotru”.

E nem Marie nem Henri encontram ponta por onde lhe pegar.

 

Na preparação da próxima missão, o ataque ao “Deep Bleu”, de que Céline é responsável direta, ir-se-ão socorrer de um jornalista alemão, que é tu-cá-tu-lá com o “Computador”, este anexim lhe atribuo eu.

O seu provável “executor” será o jovem suicida já mental, ideológica e religiosamente preparado, na Líbia, agora com reforço de conhecimentos técnicos como operador de câmara. Que será essa a função que irá exercer junto do jornalista alemão.

Provavelmente será na câmara que será acoplada a bomba, mas esse pormenor (?) ainda não nos foi revelado nem ao jovem, ansioso por saber, que é essa a sua especial “vontade”!

(Estou a saltar muitos entretantos, que entrementes se faz tarde. O meu pedido de desculpas.)

 

Volto finalmente ao fulcro da questão narrativa neste episódio dezoito e que é o leitmotiv do subsequente episódio, o de hoje, e que não podemos perder.

 

Shapur Zamani, já sabemos nós e também na Agência, bem como entre os agentes responsáveis, trabalha para os americanos.

Marine foi especialmente recomendada para ter cuidado, para se ir afastando dele, gradualmente, sem dar nas vistas, não pensasse ele ser pelas suas novas atribuições.

Ainda pensaram retirá-la, acho que foi Marie que o sugeriu, mas deixaram-na ficar, apesar dos perigos que pode correr, dado que não consideram Zamani prudente!

(Sem comentários…)

 

E, de facto, o jovem, talvez por essa condição, também pelas suas características pessoais, pelo ambiente em que foi criado, pelo mundo em que vive, revela-se deslumbrado, mais ainda do que já era.

A sua nova situação, para mais no meio em que vive, deveria alertá-lo para não dar nas vistas, para ter uma vida mais recatada. Faz precisamente o contrário.

Os seus novos patrões também não tiveram certamente tempo para o industriar devidamente. Houve muita pressa no casamento, sem um devido preparo no namoro.

“Trabalha” na sala de jogos eletrónicos, onde passa informações a outro agente. Até aí certamente nada de mais.

Pertence, juntamente com o pai, a um grupo restritíssimo de análise das situações referentes ao nuclear do País. (Não perguntem o quê nem como, que não entendi muito bem.)

Mas, imprudência das imprudências, puerilidade abissal, mal sabe informações sigilosas sobre uma instalação nuclear, logo, aproveitando um breve intervalo, as vai transmitir, no wc, via telemóvel, ao seu contacto (“Agnus”?)!

Mal regressou, houve controlo de telemóveis, pois que fora detetada a ocorrência de uma chamada, a partir do edifício onde estavam em reunião.

Estranho agente, ele, que não apaga sequer a chamada que fez, que nem com esse gesto lhe apagaria o rasto. (Bem não faço mais comentários, que o guionista tem que dar um determinado rumo à narrativa.)

 

E, para encurtar, na minha narração, que já se faz tarde, quem acha que vai pagar a fatura, por tabela?!

Pois, como calcula ou já sabe se também seguiu o episódio, a bela, a discreta, a prudente, Marine Loiseau!

 

E, mais uma vez, as ações de “Malatru” vão fazer pagar inocentes.

 

Visualizemos o próximo e penúltimo episódio desta segunda temporada!

“PORTALEGRE – Em MOMENTOS de POESIA” - ANTOLOGIA

Portalegre. Foto original DAPL 2015. jpg

 

 

Introdução

 

Um dos propósitos deste blogue tem sido a divulgação de Poesia.

Enquadrado nesse objetivo, inicialmente, fora pensado para divulgar online, a poesia que tenho escrita e publicada, em diferentes suportes em papel, e, eventualmente, alguma inédita.

Entretanto também divulguei poesia de confrades que participaram na XIII Antologia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia - CNAP.

Igualmente de alguns Mestres, da minha preferência.

Nesse propósito de divulgação de Poesia, nomeadamente de poetas participantes em Antologias, em que eu também tivesse participado, iniciei em 17/07/16, a publicação no blogue, de poesia enquadrada em “Portalegre em Momentos de Poesia”, Antologia de 40 Autores, de 2011, Edições Colibri, coordenação de Deolinda Milhano. Precisamente por “Princesa de Aquém-Tejo”, de autoria da Coordenadora.

Nesse post, o nº 406, prometi continuar essa divulgação. E que iria divulgar de Daniel e de Manuela.

Só hoje é possível, concretizar essa promessa, quase quatro meses depois e já no post nº 459.

É com especial e grata satisfação que o faço e, como se costuma proverbiar: “Mais vale tarde, que nunca”!

Eis então, um poema de cada um dos mencionados antologiados.

 

Corredoura. Foto original DAPL. 2015.jpg

 

Daniel de Jesus

Portalegre

 

“A minha cidade,

Nos braços da serra.

A minha cidade adormecida

Em seus quentes e cansados ramos

Como uma eterna sonhadora.

A minha cidade é, e será sempre,

Criança da vida,

Em passos de enganos

E pés descalços na calçada varrida.

A minha cidade

Cai no sono dos cantares antigos,

Ao serão, na luz dos lares, na voz dos amigos

Que arredam o abandono triste da escuridão.

A minha cidade

Filha do vento, do calor, das gentes.

A minha cidade,

Dor do tempo.

A minha cidade,

Dor da idade.”

 

******* 

Enfeites artísticos. Foto original DAPL. 2015.jpg

 

 

Manuela Cardoso

Avis – Portalegre

 

"AMORES?... ENGANOS?...

Portalegre tu foste

Portalegre tu serás

Ontem, hoje, até morreres

Assim permanecerás

Cidade dos amores

Cidade dos enganos

Pois tu és assim

E serás por muitos anos

Cidade dos amores

Cidade dos enganos…"

 

*******

Antologia Momentos Poesia.jpeg

 

In. “Portalegre em Momentos de Poesia”, 2011, Edições Colibri.

Coordenação de Deolinda Milhano, Portalegre.

As fotos são originais de D.A.P.L. – 2015.

“A Agência Clandestina” - T2 - Ep.7

Série Francesa

RTP2

 

“Le Bureau des Légendes

Episódio 17

(6ª feira – 11/11/2016)

 

Constatámos que, realmente, o encontro havido foi entre Guillaume e Nadia. Promovido e organizado por Céline, de sua iniciativa, sem ter dado conhecimento prévio aos superiores.

Atitude que lhe valeu enorme reprimenda de Debailly, que existem regras a respeitar no funcionamento das ações dos agentes, normas que a todos defendem.

Guillaume sabe muito bem do que fala, tem por demais experiência das consequências desse desrespeito. Não obstante, existe alguma ironia nessa sua advertência, inteiramente ajustada, realce-se. Partindo dele, que tem passado o seu desempenho permanentemente a atropelar as regras estabelecidas e que lhe interiorizaram.

Sistematicamente as vem infringindo, pagando caro e imolando outros inocentes, mas sempre com enorme remorso, que perpassa ao recorrente “Diário”! Confessando-se para a posteridade.

Não sei até onde irá essa culpabilização, esse arrependimento (?), talvez irreversível.

 

Nadia não esteve com meias medidas, tal o seu desespero!

“ – Tu tens que me ajudar. É um dever, não é um favor. Ameaçam-me, estão por todo o lado. O meu coração morreu. Não sabes o que é estar num pátio, à espera de ser executada. Um cano de espingarda na tua nuca. Tira-me disto!”

Ouvir o tiro e consciencializares que fora sobre ti, lembraria eu.

 

Céline haveria de dar conhecimento posterior a MAG, “Diretor dos diretores”. Sublinhou, bem realçado, sobre a importância de Nadia El-Mansour, na política do seu País. Uma voz respeitada, com crescente importância. Da perseguição que lhe é movida por Nadim, da imperiosa e urgente necessidade de a proteger e aos familiares ainda em Damasco.

 

E essa proteção, nomeadamente à própria, foi concretizada. Aguardemos como farão com os familiares.

Quanto a Nadim El-Bachir engendraram um plano maquiavélico para o neutralizar e este deixar de perseguir e atormentar Nadia.

Ideia, só podia ser, de Guillaume Debailly.

“ – Você era ótimo para ter vivido durante a Guerra Fria”, lhe disse MAG.

E sobre este subtema não me vou alongar. Ficamos mesmo numa fria de palavras sobre o assunto, mas foi interessantíssimo.

(Não perca a série!)

 

E Guillaume praticamente dirige a Agência, dado que controla, oficialmente ou por baixo do tapete, todas as missões, que envolvem os diversos agentes.

Passa literalmente a perna a Duflot, coitado (!), que gasta o tempo a vasculhar os computadores e rastrear telefones, mas se lhe turva tudo como em uma nuvem escura, sim, e de poeira do deserto.

E ainda ficará com remorsos, por andar a perseguir personagem tão santinho, tal a tanga que Debailly lhe prega.

Mas lá iremos.

 

Viajamos para Teerão, onde Marina recebe convite de Shapur para o acompanhar ao Qatar, a Doha, ao “1º simpósio sobre o futuro da água”. Realça-lhe as mordomias, para a seduzir.

Ir? Não ir?

A rapariga, apesar de muito jovem é bastante sensata, (Fenómeno!), e não foi.

 

Quem haveria de ir catar minhocas para o Qatar, foi Clément, juntamente com outra agente, a servir de isco ao jovem iraniano.

De nada lhe serviu, e vou adiantar-me na narrativa, porque se o objetivo era captar Shapur Zamani para a rede da DGSE, o alvo foi gorado.

Clément bem “namoriscou” com o rapaz, estou usando a linguagem cifrada que eles utilizam, mas não arranjou casamento. O rapaz afirmou já ser um homem casado.

E o agente francês não percebeu imediatamente o sentido da expressão, porque o moço recusou proposta tão aliciante e tão encomiástica, conforme recomendação de Marina.

Evidentemente ele já se houvera “comprometido com outra noiva”.

Foi preciso consultar o portefólio dos participantes do simpósio, quando viu Shapur a dialogar com outro personagem presente.

Socorrendo-se da jovem assistente, pediu-lhe que enviasse a foto do interlocutor para a Agência, para saber quem era.

Claro, caro/a leitor/a: é da CIA.

Bem, nós, espetadores, dispomos sempre de outros dados e deduzíramos logo que o iraniano já se havia “casado” com noiva bem mais poderosa!

Mas os personagens, não, nem desconfiam das tramas em que se envolvem.

 

Esta notícia, quando chegar a Paris, vai dar brado!

 

Marie Jeanne et Clément in. latentationculturelle.com

 

Que já deu! Que Marie-Jeanne ficou alterada quando soube, primeiro, que Clément soubera do convite a Marina, sua protegida, para ir Qatar e não lhe deu conhecimento. E quando se apercebeu que ele, a demais com assistente, se foi pespegar nas mordomias do Golfo Pérsico, virou possessa.

Valer-lhe-á o ombro amigo e paternal de Henri Duflot, que vendo-a tão desvairada, se ofereceu para a escutar.

Aguardemos. Para cúmulo, quando tomarem conhecimento da recusa do noivo, então será bomba.

Confirmarão as suspeitas, melhor, certezas, de fugas de informação, que ambos possuem.

Provavelmente, deixarão assentar a poeira, acalmar os ânimos e unir-se-ão para encontrar a toupeira.

(No campo, não posso deixar de tergiversar, a melhor hora para apanhar as toupeiras é ao raiar da madrugada, ao nascer do sol, quando elas se movimentam nos túneis em laboração, antes de se aquietarem. Ou ao início do crepúsculo, quando iniciam o seu trabalho)

 

E as “toupeiras” não param.

 

Já sabemos do trabalho que Guillaume tivera na “noite”, episódio, anterior, fornecendo informação sobre o “Caramelo”, Shapur, e que deu frutos, como vimos.

Sem ser oficialmente, controla, melhor, estraga o trabalho de Marina.

 

O seu trabalho oficial tem a ver com a neutralização do Jihadista, “Deep Bleu”, irmão de Sabrina, ex- “Madre Teresa”.

Mas para alcançar o seu objetivo, também se vale da sua condição de “toupeiro”, socorrendo-se da “toupeira”!

 

Ao chegar ao consultório de Doutora Balmes, a primeira tarefa é usar o detetor e concluir da existência do aparelho de escuta, na parte inferior do tampo da mesa.

Constatada a escuta possível, que, pelos vistos, a Doutora não se apercebera, confiara certamente no engodo de Duflot, portanto, verificando que haveria uma enorme probabilidade, quase certeza, de as suas conversas serem ouvidas na Agência, Debailly mudou de tática.

E a sua primeira informação foi escrever num papel o nome de Henri Duflot.

Seguidamente, passou a produzir um discurso oral falacioso, ainda que supostamente verdadeiro, centrando-o na sua pessoa e na família, como se fossem as suas angústias e desabafos para a psicoterapeuta.

As informações importantes foram verbalizadas por escrito, a necessidade de os americanos lhe facultarem um imã, que lhes pudesse “fornecer” um suicida para acabar com o carrasco de Raymond,  “Le Chevalier” / “Deep Bleu” / “Azraq Dakin”.

Entregou uma foto do personagem. Cujo nome não sei se é Hachem Al-Khatib.

 

Oralmente, mencionou que buscava ajuda para o namorado da filha e para enterrar ainda mais o seu ex-superior e atirar-lhe areia para os olhos, falou à psicoterapeuta das suas angústias relativamente ao pai, que ainda não tivera coragem de ir visitar e há um ano que estava em França. Porque o pai, dele não gosta, odeia-o pelo que ele faz, que o considera feio, moral e fisicamente.

Se mente ou fala verdade, não sei, se são apenas fantasias suas, ou aldrabices para enganar Duflot, ou metáforas do que realmente sente sobre si mesmo, ignoro.

Se Henri Duflot vai engolir esses “arrotos” de consciência, má consciência, acentue-se, também desconheço.

Mas terá ficado a sentir-se culpabilizado por andar a espiolhar e desconfiar de tão adorado santinho. Isso certamente.

Veremos no que vai dar tal choraminguice.

Ou se Duflot, aparentemente sempre meio ensonado, não se deixa enganar, que também é raposa velha.

 

Quando à Doutora não perdeu tempo. E foi dar conhecimento das novidades, numa clínica de fisioterapia ou ginásio.

Cassidy achou de pouca monta, tê-lo feito deslocar-se, mas após terem mandado sair a fisioterapeuta, ela mostrou-lhe a foto do aparelho de escuta.

Perante essa desconfiança face à toupeira, resolveu Cassidy libertá-la dessa função no contexto em que a vinha exercendo, fornecendo-lhe um cartão dourado para ela sair do País, sem dar nas vistas.

Veremos para onde a enviarão?!

 

E, para finalizar, sintetizo que Guillaume, com a ajuda oculta dos americanos, conseguiu providenciar um imã, que já tem um suicida preparado.

E, neste toque do enredo, não posso deixar de me lembrar de “El Príncipe”!

 

E, ainda… E, na Agência, quando tudo se souber, rebentará também alguma bomba suicida?!

 

E, deixo-me ficar.

Ainda faltam três episódios para o findar desta segunda temporada.

 

 

“A Agência Clandestina” - T2 - Ep.6

Série Francesa

RTP2

 

“Le Bureau des Légendes”

Episódio 16

(5ª feira – 10/11/2016)

 

Raymond in. m.canalplus.fr.jpg

 

No final do episódio quinze, víramos Raymond sob ameaça de morte.

 

Naquele jogo para captar o jhiadista ele foi o cordeiro sacrificado.

Sabrina sabia muito mais do que aparentava e ele fora levado ao engano.

Valeu-lhe o facto, dessa situação ter sido descoberta a tempo, digamos que pelas apreensões de Céline e perspicácia de Guillaume.

Constatada a manha de Sabrina e as suas verdadeiras intenções, foi ela também ameaçada de morte pelos guardas que supostamente a deveriam proteger, às ordens da DGSE.

Que na DGSE seguia-se todo o enredo da história. (Atualmente, com telemóveis, computadores, satélites e redes sociais e mais que não sei, a guerra está em direto nos respetivos centros de decisão.)

E perante a ameaça a Raymond, transmitida para a DGSE, respondeu esta Instituição igualmente com a imagem de Sabrina com uma pistola apontada à cabeça. Imagem essa, prontamente enviada para o telemóvel do irmão: “Le Chevalier” / “Deep Bleu” / “Azraq Dakin”.

Perante este facto logo ele tratou de negociar a troca.

Mas, cobardemente, já que não o podia executar, num gesto de crueldade vingativa, cortou-lhe o pé!

 

Mais tarde, no hospital, ao visitá-lo, Duflot lhe dirá que se está ali, foi por culpa dele, mas se está vivo, a Guillaume o deve.

(Não vou explicar o porquê desta máxima, apenas acrescentar que também teve a visita de Céline, a cujos sentires e preocupações também se deve estar vivo, situação que ele, aliás, frisou, após ela o ter beijado. Que só perdera o pé, o resto estava tudo operacional!)

 

Guillaume acabou por ser reintegrado, como se previa. Mas não vai trabalhar diretamente com Duflot, que não quer lidar com ele.

Vai ser transferido e encarregam-no de sentenciar o carrasco de Raymond.

Vê-lo-emos, juntamente com Céline, e outros agentes, analisando todas as mensagens entre Sabrina e o irmão, de como eles conversavam em código e o que pretendiam transmitir em linguagem cifrada.

Concluíram de como é sofisticada a respetiva organização, que estão ao mesmo nível e de como não será fácil capturar “Deep Bleu”, exímio jogador de xadrez.

Veremos como se irão desenvencilhar.

 

Apesar da sua integração, Duflot não perde de vista Guillaume. Até se assusta quando Marie-Jeanne também para esse lado direciona as suas suspeitas. Não quer nem ouvir falar nessa possibilidade, será um verdadeiro descalabro na Instituição, uma quebra de confiança, logo da parte de agente tão reputado e com tantos conhecimentos, a todos os níveis. É algo que o atemoriza pensar sequer nessa eventualidade.

Mas não a descarta, de modo algum, é nela que trabalha, ainda que não queira que disso alvitrem o mínimo que seja.

Que, a dar para o torto, será ele próprio a pagar.

E como não é de se deixar abater, apesar da sua bonomia, mais uma vez, se dirige ao consultório de Doutora Balmes, aparentemente para desabafar, se analisar, para falar de si mesmo, como se de uma verdadeira consulta se tratasse, que até lhe pergunta sobre honorários.

Mas, primordialmente, para acoplar um aparelhómetro sob o tampo da mesa.

Veremos no que vai dar.

 

Marina Loiseau sempre se dirigiu para Teerão, como era de prever.

Voltou a entrar no meio em que se movimenta Shapur Zamani, estudou devidamente a situação e o contexto em que ele se move, a sua personalidade, pontos fortes e fracos, aspirações, motivos, desejos e ambições e enviou relatório detalhado para a Agência, equacionando uma estratégia para o captar para a rede da “BDL – Bureau des Légendes”.

Não tardou muito que, uma cópia do mesmo relatório desse entrada no escritório de Cassidy, como sabemos, dirigente da CIA, em Paris.

Por obra e graça do reputado super agente, Guillaume Debailly.

 

Nadia in. canalplus.france.jpg

 

Quem também já está em Paris, (“Paris c’est toujours Paris!”) é Nadia El Mansour.

Participa em conferências para apoiar opositores ao regime sírio, mas por escolha desse mesmo regime, através dos serviços secretos, em que pontifica Nadim, que face à sua recusa em futuras participações, a manda agredir e obriga a participar.

É entrevistada no Ministério do Interior, que pretendem ajudá-la, desconfiando que ela está a ser pressionada e ameaçada, aliás, a cara dela, o semblante, a expressão facial não enganam.

Mas ela afirma-se sempre bem, que está tudo bem, diz não conhecer nenhum dos torcionários que a chantageiam, mas não engana a entrevistadora, que, no rascunho das notas que tomou, escreveu que ela mente.

Céline, por ordem da DGSE, também compareceu e ficou com Nadia, no final.

“- Nós podemos ajudá-la.” “- Ninguém me pode ajudar. Nasci no país errado. Conheci as pessoas erradas.”

Em jeito conclusivo, mas deixando portas abertas, Céline deu-lhe o seu número particular, frisando que, caso precisasse, lhe falasse no seu “vestido preto”.

 

E foi precisamente sobre o vestido preto que comprara e a forma de o ir buscar, que Nadia telefonou para Céline, mais tarde, quando obrigada por Nadim, e após ter sido agredida no hotel, se deslocava de táxi, nas ruas de Paris, para mais uma conferência com a “oposição escolhida a dedo”.

Não sabemos se lá terá chegado ou não.

 

O que sabemos é que Guillaume ainda na Agência, recebeu uma chamada de Céline, que queria falar consigo, não na Agência, mas num outro local, julgo que junto do Palais Royal.

À memória do super agente ocorreram as recomendações cautelares: “Há encontros que devem evitar-se. Convites a ignorar. … São armadilhas.”

Mas ele foi.

E nós vimos que alguém o esperava.

Ter-nos-á parecido Nadia, não Céline. Mas vestida de preto!

 

Dentro de pouco tempo saberemos.

 

 

 

 

 

 

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