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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

10ª Mostra de Cinema Brasileiro - Fórum Romeu Correia - Almada

"GETÚLIO"

 

20140510getulio-filme-com-charuto-1024x678.jpg

 

Como já referi em, Almada, cidade de cultura e arte

Iniciou-se, anteontem, dia 22 de Julho 4ª feira, a 10ª Mostra de Cinema Brasileiro, no Auditório Fernando Lopes-Graça, no Fórum Romeu Correia, Almada.

Comemorando cem anos do cinema desse País.

Ainda bem que a série em transmissão na RTP2 não faz parte dos meus gostos, pois deste modo posso seguir esta Mostra, sem remorso de estar a perder alguma série que me interesse.

 

Na inauguração, foi projetado o filme: “Getúlio”, de 2014, do realizador João Jardim. Estrelando no protagonista, o astro das novelas brasileiras, Tony Ramos, desempenhando o papel do Presidente da República Brasileira, Getúlio Vargas. Praticamente como única personagem feminina, a artista Drica Moraes, no papel da filha do presidente, Alzira Vargas, e seu braço direito na presidência. Não resisto a referir que esta artista, não sendo habitualmente protagonista, é uma das minhas preferidas desde os tempos de Márcia, na novela “Chocolate com Pimenta”.

Vários outros artistas, nossos conhecidos das novelas, participam no elenco. E não se consegue deixar de, ao vê-los transfigurados, tentarmo-nos lembrar de onde, quando e de que novela… Também dois portugueses, Fernando Luís e José Raposo, pois o filme resulta duma co-produção.

 

A ação decorre num curto período de tempo, concretamente no mês de Agosto de 1954, desde o atentado ao jornalista da oposição, Carlos Lacerda, a cinco, em que morreu o seu guarda-costas, o major de Aeronáutica, Rubens Vaz; até ao suicídio de Getúlio, em vinte e quatro desse mês, quase há sessenta e um anos.

O espaço em que decorre a ação é a cidade do Rio de Janeiro, a capital brasileira na época. Brasília só seria inaugurada em 1960, por Kubitschek. E, a quase totalidade do enredo, desenrola-se no Palácio do Catete, sede da presidência.

 

Na sequência do atentado e num contexto político, em que o passado ditatorial do Presidente e dos métodos por ele usados são considerados charneira do seu modus operandi epocal, 1954, é este acusado como mandante do crime.

Lembramos que Getúlio Vargas exerceu a Presidência, de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954.

Fui ver o filme não conhecendo praticamente nada da vida do protagonista, nem isso é necessário para a compreensão do mesmo, mas depois consultei e fica-se a perceber melhor o enquadramento.

Para quem quiser conhecer a trajetória de Getúlio, consultar:

Getúlio Vargas

Deixo link, também sobre o filme propriamente dito.

Getulio filme

 Relativamente ao filme…

Na sequência do atentado, um cerco se vai apertando à volta do Presidente que, diretamente não teve nada a ver com o assunto nem tinha consciência do mesmo, como ele referiu ignorava “estar sentado num poço de lama”. Mas, para todos os efeitos, a ordem para matar partiu de elementos da sua guarda pessoal de há dezenas de anos, sediados no próprio Palácio da Presidência.

Os apelos, os protestos, a pressão para que renunciasse ao cargo eram cada vez mais fortes e abrangendo setores sempre mais diversificados. A oposição parlamentar, os meios de comunicação: a imprensa e a rádio. A opinião pública, as classes detentoras do poder, as forças militares.

A Força Aérea Brasileira esteve desde o início no processo de investigação ao atentado e morte de um dos seus majores e os mandantes e autores foram sendo identificados e investigações foram realizadas no próprio Palácio.

O Presidente não estava diretamente implicado, mas era sobre ele que recaía o ónus do crime. E era sobre ele que incidia a pressão para renunciar, até entre elementos e chefias no próprio Governo.

 

E perante essas pressões externas ao indivíduo, presidente, homem, ser humano, Getúlio e a sua própria consciência, numa roda-viva alucinatória… as imagens dos candelabros do teto rodopiando são uma metáfora do que se passaria na sua cabeça… vai este delineando, tomando uma decisão, que, de algum modo, também dá a conhecer aos que o rodeiam.

Porque, renunciar não estava absolutamente nada nos seus planos.

O medo, o horror de ser preso e vilipendiado, conforme era atormentado nos seus pesadelos…

 

E, assim foi construindo a sua decisão sobre que deixou carta manuscrita:

“Deixo à sanha de meus inimigos, o legado da minha morte. (…)

Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor…”

E na carta dactilografada: “Saio da vida para entrar na história.”

 

Decisão que executará na manhã do dia 24 de Agosto de 1954, tendo o seu suicídio um grande impacto em todo o Brasil, nomeadamente entre as classes mais pobres e trabalhadoras. Era considerado o “pai dos pobres”, embora os seus detratores também lhe chamassem o “pai dos ricos”…

 

Getulio_Vargas_(1930) in wikipedia.jpg

 

E, no final, no filme são apresentadas imagens reais da época em que o “povão” vai passando aos ombros o féretro até ao avião…

Em que, posteriormente, seria levado para a sua terra natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, onde seria sepultado.

 

E, estes são alguns comentários breves que posso tecer sobre este filme também com algum carácter documental.

 

No final da sessão foram os espetadores surpreendidos com uma agradável surpresa!

No hall do Fórum Romeu Correia dispunham de um simples mas refinado beberete, com algumas iguarias doces e salgadas, de que se serviram os presentes.

Gostaria de saber a respetiva origem, mas foi algo que ainda não consegui esclarecer.

 

 

trabalhar cansa.cinefilos.jornalismojunior.com.br.

Ontem voltei ao cinema.

Passou o filme “Trabalhar Cansa”, de Juliana Rojas e Marco Dutra. Sem estrelas conhecidas no elenco.

Os temas versam a atualidade: a vida de um casal quase nos quarenta, cuja mulher lança um negócio, mercearia de bairro, ramo que, em Portugal, com tantas grandes e médias superfícies, dificilmente daria… O marido, recentemente desempregado, numa procura desalentada de emprego, entre os gurus das novas modernidades e marketings enganosos…

Mas, estranhamente, perpassava em toda a narrativa algo de misterioso, de inexplicável, talvez fantasmagórico, que se situava no local das vendas, na mercearia…

E eu que não aprecio o género…

Mas sentia-se a presença de algo indefinível, real ou irreal, a que o ladrar sistemático de um cão, à noite, quando fechavam a loja, apelava… E para o que os acontecimentos no edifício iam encaminhando o enredo.

E, o que seria?!

Bem, peço desculpa, mas só vendo mesmo o filme. Que a crónica já vai longa…

 

 

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