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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Está a chover em Norte Alentejano.

Finalmente, voltou a Chuva!

A partir das catorze - quinze horas, anunciava-se a chuva, muito leve, levezinha, enquanto percorria o circuito de manutenção, mais o “Gil”. No regresso, já se sentia o agradável frescor da água no rosto, o refrescante friozinho do contacto com a tão desejada, ansiosamente esperada, chuvinha.

Há semanas, meses, que não chovia. O Outono foi de águas, há meio século represadas, o Inverno nem vê-la ou mal aparecida. A Primavera, neste mês de Abril, era Verão de Junho e Julho. Calor, seca, já incêndios, não prometia nada de bom.

Hoje, ela apareceu, pouca, pouquíssima, para o que é necessária. Será que vai continuar?!

A ver vamos!

De qualquer modo, merece um postal.

Abençoada chuva. Bendita água refrescante de campos e de espíritos!

 

Sabe que Planta é esta (XVII)?!

Planta XVII Foto Original. 2022.03.28.jpg

Não é uma “partida” do Primeiro de Abril!

Não sei mesmo que planta é esta. Nem esta pergunta tem a ver com o dia um de Abril! Não sei mesmo. Desconheço. Alguém me saberá dizer o nome deste arbusto? O nome vulgar, que é o que identifico melhor, se tiver nome comum. E o científico, em latim, mas que tenho mais dificuldade em conhecer.

Prolifera no “Caminho da Fonte das Pulhas e do Porcozunho”, que no sentido Leste – Oeste, se inicia na “Azinhaga do Poço dos Cães”. Propaga-se com imensa facilidade, através do raizame, uma espécie de rizoma, que vai avançando pelo caminho, aparentemente no sentido referido. Junto ao portal do “Vale do Meio”, lado sul do caminho, uma colónia que vai crescendo, inclusive nas vetustas paredes e pelo balsedo. Alguns exemplares esparsos, no lado oposto, junto e nas próprias paredes velhas do “Chão da Atafona”. Mais a Oeste, nas bermas do dito caminho / azinhaga centenária, uma verdadeira colónia destas plantas, não sei se autóctones, se invasoras. Ultrapassam o espaço da ETAR, a modos que querendo alcançar a Fonte das Pulhas, a Horta do Porcozunho. Digo eu!...

Já galgaram as paredes e já começaram a colonizar parte do Vale de Baixo, o respetivo lado Sul, frente ao canal de saída de emergência da ETAR.

Pois!... Nos últimos dias de Março, lancei-me no corte e desbaste de todos os ramos iniciando floração, como o da foto documental. Todos os do caminho, bem como os do Vale. A propagação através das sementes será ainda a forma mais eficaz de ela se espalhar. Deste modo, cortando os ramos espigados, iniciando a floração, supostamente impedirei uma maior disseminação da planta invasora. Penso eu…!

Tenho plena consciência que será remar contra a maré. Que a planta continuará a propagar-se sempre mais.

A Autarquia limpará as bermas do caminho, como habitualmente faz todos os anos. Só que essa tarefa será executada mais tarde, lá para Maio, quando o arbusto já terá sementes e assim a sementeira será ainda maior. O trabalho está feito. Veremos se haverá resultados. O ramo documental, após a respetiva foto, também foi cortado. A ver vamos!

Saúde e Paz!

(P.S. – Coloquei foto, mas entretanto diminui várias de postais anteriores. Obrigado, SAPO!)

2 Quadras sobre o Tempo!

Um Poema a concluir quando houver tempo!

E Inspiração!

Aldeia. foto original. 2019.04.16.jpg

A chuva voltou, hoje, novamente

Neste Março quase primaveril.

Há quem dig' até qu' enfim, finalmente

Após Março, certo virá Abril!  

 

Em Abril se diz que águas por mil

Nunca falha o rifão, nunca mente

Também qu' a perdiz está no covil

Do campo me lembrei eu, de repente!

 

Sabe que Planta é esta (VI)?

Sabe como se designa a planta a que pertencem estas flores?!

Flor quintal. Planta VI. Foto Original. 2020. 04. jpg

Esta 2ª hipótese será a forma mais correta de estruturar a questão, não acha?!

Mas como iniciei esta rubrica do blogue com este título, em princípio, irei continuar com ele.

Também é uma planta cujo nome realmente não conheço. Mas até poderia saber, consultando in loco. No local de onde a trouxe.

 

Tenho a mania, há anos, de trazer plantas, em sementes, em bacelos, de vários locais de Portugal, daqueles que visito com mais frequência. De países estrangeiros, nunca trouxe.

Não podemos dizer que seja um comportamento propriamente de louvar. Todavia, já fiz mais do que faço. As plantas que vieram de mais longe foram de Trás-os-Montes! Uma amoreira de Barca d’Alva, em 79, trazida por mim, em bacelo. E um marmeleiro da Régua, trazido também em bacelo, para aí em 84 ou 85, por um colega dessa região.

Algum dia contarei estórias das minhas árvores. De algumas já contei.

Mas voltemos à da foto anterior. Veio, julgo que em sementes, do Jardim Botânico de Lisboa. E está no quintal alentejano, que é um verdadeiro jardim. Atualmente, Abril, está florida.

Não se tem desenvolvido muito bem, porque tem outra planta diferente que a tapa do sol e havia um jasmineiro, que esse então era um verdadeiro guarda-sol.

Este ano podei o jasmineiro, precisamente para ver se se desenvolve melhor esta planta e uma roseira vermelha que tenho perto. A ver vamos…

Caro/a Leitor/a, sabe o nome da planta?!

*******

E a propósito do nome de plantas, a que questionei no postal anterior, (V), parece já ter identificação.

Questionei vários especialistas do assunto nos blogues e o blogue https://limbosverdes.pt/ deu-me uma pista de que seria da família de Chaenorhinum.

(Este blogue apresenta um trabalho excelente neste domínio das plantas.)

Pesquisei na net e através das fotos parece, na verdade, ser dessa família.

Agora o que eu gostaria mesmo de saber é se tem um nome vulgar, que correntemente lhe seja atribuído.

Interessante que, na net, consideram-na da mesma família dos designados “Coelhos / Bocas de Lobo”!

Coelhinhos e planta que não conheço. Foto original. 04.19.jpeg

E não é que no Castelo de Sesimbra onde as fotografei em 2019, no meio das rochas de um resto de muralha, as duas plantas estavam perto uma da outra?!

Interessante, não acha?!

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Já não maço mais com estas minhas “plantações”.

Por hoje…

Obrigado pela sua atenção.

Votos de muita Saúde e Primavera florida!

(P. S. - O que já sabe. Fotos originais, nem boas nem más. Se as utilizar, por bem, cite a origem. SFF!

A mesma regra se aplica aos textos. Muito Obrigado!)

 

Em Abril… Águas de Bacalhau!

Aí está Abril… em todo o seu peculiar esplendor!

Foto Original. Primavera é esperança 2014. jpg

O mês de Abril proporciona alguns ditos proverbiais, no respeitante ao tempo meteorológico, que este ano se têm materializado.

Em Abril… águas mil! Gravanadas de Abril… Ou “Granizadas de Abril”?!

 

De facto, estes dias de Abril têm sido característicos nesses aspetos.

Hoje, tem estado a chuviscar. Saí de guarda-chuva.

Ontem, esteve mais ou menos. Mas ao entardecer dizia que choveria, quando fui ao supermercado.

No domingo, dia onze, esteve um dia maravilhoso de sol e temperatura amena. Um sol agradabilíssimo, calor, até! Deu para um passeio rápido até ao Boi D’Água. E fizemos uma viagem ótima.

Já, no sábado, dia dez, houve verdadeiras tempestades, chuvas torrenciais, granizadas, imensa destruição, por esses campos e caminhos.

 

Na sexta-feira, dia nove, também aconteceu enorme tempestade. Do tempo meteorológico não me lembro, terá variado conforme os locais, certamente… Mas a nível da “Res Publica”, uma verdadeira saraivada, granizada, trovoada política!

 

Na quinta-feira, dia oito, chuva a potes, trovões, relâmpagos.

Já no dia um, primeiro de Abril, falo mesmo a sério, apanhei uma valente “cacada de água”, enquanto fui aos espargos. Cheguei a casa todo repassado.

Nos outros dias não me lembro muito bem, mas têm sido muito variados.

Certo, certo, é que a Primavera dá uns dias de Verão, outros de Inverno, tal como afirmam os ditados.

Na sexta, dia nove?! Bem! É mesmo: Em Abril… águas de bacalhau! Ou então: “A montanha…” Cala-te, boca. Isto sem qualquer ofensa.

Tanto trabalho dos profissionais envolvidos, tantos anos, meses, dias, horas de pesquisa, de leitura, de análise, reflexão, tantos crimes que constavam na acusação, tantos arguidos!

Dos 189 crimes que constavam na acusação vão 17 a julgamento! Dos 28 arguidos, irão 5!

Tudo isto, e somente, como resultado da fase de instrução do celebérrimo megaprocesso designado por “Operação Marquês”.

Não percebo nada dos mecanismos legais inerentes a estas “coisas públicas”.

Como qualquer cidadão, fico unicamente surpreendido. Ou talvez não! Infelizmente já estamos tristemente habituados que estes mega processos, envolvendo gente poderosa, deem “em águas de bacalhau”…

O que sucedeu a tanta página sobre o assunto para dar este resultado?! Mais de seis mil páginas! Não ponho em causa o trabalho de quem esteve envolvido, como é evidente, ademais nada percebo… Mas que “fico com a pulga atrás da orelha”, fico.

 

Quanto ao dito cujo, sujeito principal deste megaprocesso, nunca beneficiou das minhas simpatias, friso!

*******

(Fotos dos postais são maioritariamente originais. 

Se utilizar as fotos, por bem, noutro contexto, cite a origem, SFF!)

 

25 de Abril de 2016 - 25 de Abril de 1974

Dia Vinte e Cinco de Abril!

 

Rosas Foto original DAPL 2015.jpg

 

Sendo, hoje, “Dia Vinte e Cinco de Abril”, não posso deixar de criar um Post comemorativo.

Não vou escrever muito texto, contrariamente ao que me é habitual.

Tomo a Liberdade de Vos remeter para o que escrevi há um ano atrás: “...Um Dia valendo mil!

E, antes de mais, reportar-me para o óbvio. Não ilustro o texto com o “tradicional cravo de Abril”. Opto por um ramo de rosas.

Rosas que agora despontam, anunciando a epopeia de Maio, em que os roseirais atingem todo o seu esplendor. E que seria de Abril se não houvera Maio?!

Falando de Abril, não posso deixar de lembrar Poesia.

E, para finalizar, gostaria de remeter também para o Discurso de Sua Excelência o Senhor Presidente da República, no edifício simbolicamente portador da mensagem de Democracia: a Assembleia da República.

Relembrando a necessidade, a imperiosidade, de estabelecer o Diálogo, os Consensos entre os Partidos. Princípios já aqui várias vezes defendidos em posts, nomeadamente quando abordo sobre séries, que sendo, embora e em princípio, de ficção, espelham por demais as realidades que vivemos.

 

E, VIVA o 25 de ABRIL!

 

“Un Village Français” - Temporada 3 - Ep. 6 – “La Java Bleue”

Uma Aldeia Francesa

Temporada 3

 

Episódio 6 – “La Java Bleue” – 25 de Outubro de 1941

(Episódio 18 – 21 de Abril de 2016)

 

Excerto do texto que escrevi no post anterior sobre este episódio específico:

 

“A rede da Resistência, encabeçada pelo Partido Comunista, continua os preparativos para um atentado contra um oficial alemão, planeando assassinar o comandante, quando ele visitar R. Schwartz.

Daniel tem conhecimento disso e tenta dissuadir o irmão, Marcel, de participar nessa ação.

Kurt é enviado para a frente russa, que estava no auge do ataque nazi, porque o seu relacionamento com Lucienne foi denunciado por uma carta anónima.

Hortense abandonou Daniel e vive no hotel.

O corpo de Caberni, que foi assassinado por Raymond Schwartz, é encontrado.”

 

*******

Na quinta-feira, dia vinte e um, tive oportunidade de ver um episódio completo.

É uma série que merece ser vista com atenção. Ao contar sobre ela não sei se conto pelo lado sério, que a temática assim o pede, se cedo à ironia, que também me apetece.

Guerra sem quartel In. www.allocine.fr.jpg

 Interessante este episódio, pois não sabia o significado do título.

Tive oportunidade de saber.

La Java Bleue” é o título de uma canção tradicional francesa, de 1939. Cantada por Madame Morhange, a antiga Diretora da Escola, que fora expulsa por ser judia, certamente no contexto da designada “arianização”.

Encantou na Festa das “Catherinettes”, raparigas de vinte e cinco anos, casadoiras e prontas a arranjar um marido, organizada na Escola Primária de Villeneuve. Com direito a discurso mais ou menos oficial, por Madame Schwartz, apologista dos ideais da “Nova França”, que é como quem diz do governo fascizante do Marechal (Pétain)!

E a canção estaria na moda, pois era recente e toda agente se pôs a dançar. A começar pelo Professor e Diretor da Escola, Jules Bériot, que depressa arranjou par entre as moças casadoiras. E quase todos lhe seguiram o exemplo, inclusive a Professora Lucienne com o seu amado alemão, Kurt, que viera de folga a visitá-la. (Que a guerra propriamente dita, em 1941, andava lá para a Frente Leste, para onde nenhum alemão queria ir.)

Assim também assumia publicamente o seu Amor, contra maus-olhados, olhadelas de soslaio, preconceitos e mexeriquices.

 

Lucienne Kurt In. www.allocine.fr.jpg

 

E muito haveria a contar sobre este episódio e a série.

 

Sobre o seriado, assinalo o título: “Uma Aldeia...

Pelo movimento, pelos recursos de que dispõe, acho que "Villeneuve" é mais uma cidade. Uma cidadezinha de província, é certo, nada que se compare a Paris, mas “Uma Aldeia” designa mal a categoria da povoação.

O meu reparo está feito.

 

Neste episódio assinalo o preâmbulo: os guerrilheiros comunistas a prepararem-se para matarem o comandante alemão, mas, dir-me-ão, isso já foi referido no resumo do episódio, no início do post.

No decurso do episódio assistimos à perseguição movida a Marcel, que, apesar de tudo, conseguiu escapar de ser preso.

 

Destaco também o início do episódio propriamente dito.

Hortense, teve honras, (ou desonras?) de abertura. Esparramada com Heinrich, na cama do hotel, numa cena ousada (?) de sexo. Cada um faz a guerra à sua maneira e Hortense faz guerra de alcova.

 

E, neste enredo, os personagens uns são mais idealistas, uns mais corajosos que outros. Uns mais heróis, outros situacionistas ou mesmo cobardes. Cada um toma as posições que entende e não há ali personagens neutras, pelo menos é o que me parece.

 

Marcel Daniel in.www.allocine.fr.jpg

 

O marido de Hortense, Daniel, Médico e Presidente da Câmara, pela sua profissão, pelo cargo que ocupa, desempenha papel crucial em toda a cidade. Dedica-se totalmente à causa dos seus concidadãos, ao ponto de se ir apresentar no comando do exército alemão, para ficar como refém, em substituição de todos os habitantes da sua cidade, que estão presos nessa situação, ameaçados de fuzilamento, caso o “ladrão da pistola” não se denuncie!

Herói, à moda antiga!

Concomitantemente, com a mulher, Hortense, que anda de alcova para alcova e ainda tem o desplante de voltar a casa, como se tivesse ido às compras, ao outro lado da linha de demarcação, (talvez a Badajoz comprar caramelos!), Daniel, porta-se, deixem-me que vos diga, como “um verdadeiro banana”! (Por enquanto.)

 

E, nesta descrição, lá estou eu a levar a narração por desvios ínvios. Hesitante em contar com a idoneidade que o tema merece, dado o contexto de guerra atroz, que foi a segunda grande guerra; ou se haverei de desenvolver a estória pelo lado mais mordaz, como, por vezes, a "pena" me pede.

 

Mas se sou tentado para uma abordagem mais ligeira é porque a forma como a narrativa se desenrola me pode levar por esse caminho.

Vejamos:

Decorre uma Guerra, com as atrocidades que lhe são inerentes, mas na série tudo ocorre distante. Em França, pelo menos até ao momento, houve apenas uma “ocupação”, uma invasão, aparentemente, ainda pouco destrutiva! Os efeitos devastadores da guerra ainda não se fizeram sentir. Com o avançar da narrativa esses momentos chegarão... Certamente!

 

Também se fala em fuzilamentos, mas foram noutras cidades. Mas essa ameaça também paira sobre cidadãos de Villeneuve!

 

tortura. Mas a forma com ela é apresentada parece que é apanágio apenas de um alemão psicopata; de profissão, polícia da Gestapo; que a executa como parte do “seu trabalho”, ansioso para voltar aos abraços fatais da mulher do “maîre”.

 

Não! A prática da tortura não era apenas uma idiossincrasia de um homem perturbado e viciado no ópio.

A tortura era o modo generalizado de atuação não só da polícia, mas de todo o sistema fascista que governava a França, sob as ordens e com o beneplácito dos ocupantes nazis. Estes, por sua vez, utilizavam-na sistemática e continuamente, sobre todos os que eles consideravam seres inferiores, com destaque especial para judeus, ou oponentes, caso dos comunistas.

Dir-me-ão. Na série e no contexto dos personagens, o indivíduo que personifica a Gestapo, traduz, na sua representação, essa atuação e, desse modo, significando o todo institucional.

Aceito!

Mas é sempre imprescindível lembrar que a tortura é um modo de operar de toda e qualquer ditadura, de qualquer cor! (Recado especial para o nosso “País Irmão”. Grave, muito grave, gravíssimo! Ao nível a que chegou a situação.)

 

E há ainda a tortura psicológica, moral, social, resultante do opróbrio e humilhação de um País ocupado por tropas estrangeiras; de Cidadãos, orgulhosos e briosos da sua identidade de Nação Independente, a rebaixarem-se permanentemente, para poderem coexistir, com alguma Dignidade!

 

Por outro lado, no guião da Série, há uma relevância acentuada para o lado lúdico da vida. Que até a personagem da Madame Schwartz, delatora, colaboracionista, “pétainista”, fascistoide, defensora da ocupação; comentava para o seu correligionário, o subprefeito Sérvier, que os concidadãos se queixavam da ocupação, mas nunca houvera tantas festas como à data. Isto no decurso e a propósito da “Festa das Catherinettes”.

 

Mas, poderá ser dito: E que quer que as pessoas façam perante a incerteza, a angústia e o medo, naquele contexto espacial e temporal; a não ser divertirem-se, provando e usufruindo dos prazeres da vida, que a morte é certa e pode espreitar na esquina; ao alcance de um tiro de um soldado nazi, de um ataque de panzers alemães ou de um caça transviado, a fazer tiro ao alvo a crianças indefesas, numa merenda com os professores?!

 

E, na perspetiva da Série, que poderão os guionistas inventar para cativar audiências num seriado, a não ser apimentar o enredo com cenas de amor mais ou menos romântico ou paixões proibidas e exacerbadas pelo desvario do desejo?!

Que uma série não é um documentário.

Para isso tivemos a “Queda do Reich”!

 

Mas os tempos que correm, aqui e agora, com tantos milhares de refugiados a fugirem de guerras dessas Áfricas e do Médio Oriente, lembram tanto e de maneira tão acutilante, os refugiados da 2ª grande guerra!!!

É por isso digo que o modo de narrar os episódios da guerra me parece muito suave. Diria “soft”! (Não me queria socorrer de uma palavra estrangeira, mas é a que me surge de momento!)

Mas dir-me-ão também. Não esqueça que a Série é de 2009, bem antes da situação que vivemos atualmente.

Mas, poderei contrapor: O conhecimento do que realmente foi a guerra é algo que não pode ser ignorado.

Dir-me-ão: A ação decorre em 1941 e, à época, a realidade do que de facto foi a guerra, com todo o seu cortejo de horrores, só seria conhecida mais tarde.

(...)

Estão desculpados os guionistas pelo lado “ameno” com que tratam o assunto.

 

A força do teclado, (já não se escreve com penas), levou-me por estes caminhos e sobre o episódio apenas relembro que o corpo de Caberni, que não sei quem seja, apareceu à tona de àgua, a jusante do rio que faz demarcação de território ocupado. Precisamente quando Raymond Schwartz, o suposto assassino, não me questionem como ou porquê, regressava das compras no outro lado, com a sua amada Marie!

Ele não fora simplesmente às compras, mas sim buscar uma encomenda para Crémieux, o judeu a quem adquirira a fábrica de betão e que era oposicionista à ocupação e ao regime de Vichy. Integrando-se num outro grupo de opositores, julgo que os “Gaulistas”. A cujo corpo acho que também pertencia o Professor Jules Bériot! (Questões a deslindar em futuros episódios.)

 

E, para isso, iremos continuar a visualizar a série, sempre que pudermos!

 Temporada 1 - Episódio 6

“Uma Aldeia Francesa” – Episódios

Nova Série Europeia na RTP2

Un Village Français

Temporada 3

 

EPISÓDIOS

 

Nesta série, apesar de a considerar muito interessante, não tive oportunidade de visualizar a maioria dos episódios. Por isso, não comecei a escrever sobre ela, pois não tinha uma perceção adequada da mesma, nem sequer dos personagens. Fiz alguma pesquisa para ir percebendo melhor o enredo. Deixo um novo link, informativo das várias temporadas, para quem tiver oportunidade e curiosidade de aprofundar o respetivo conhecimento. No qual me baseei para redigir os excertos subsequentes.

 

No post atual irei deixar a estruturação das primeiras três temporadas e a designação dos vários episódios, traduzindo os títulos, desconhecendo se foi essa a tradução apresentada pela RTP2, nem garantindo que esteja sempre bem feita.

 

Na estruturação da narrativa, para além do jogo de personagens, centrado nos grupos sócio familiares que apresentei, cada temporada refere-se a um determinado tempo da ocupação alemã, a partir da data de chegada dos invasores, em 12 de Junho de 1940.

Cada episódio narra os acontecimentos reportados a um dia específico.

 

Alguns dias, para além do contexto resultante da situação de país invadido e ocupado, são também dias especiais para a França.

É o caso do dia 11 de Novembro, relatado no episódio 6, da 1ª temporada, que visualizei e sobre o qual escrevi.

Não sei se há mais, pois não conheço suficientemente a História de França.

 

Esta série será especialmente significativa para os franceses, principalmente para os mais velhos que terão vivido ou vivenciado aqueles tempos conturbados.

Que as gerações mais novas estarão longe dessas ocorrências, não só pela idade, mas também porque a população e a composição sócio cultural de França alterou-se imenso a partir da década de 60, do século XX, com a imigração maciça de outros povos, de diferentes países: europeus, africanos, do médio oriente...

 

Segue-se então a designação correspondente, de cada episódio das primeiras três temporadas, sendo que decorre atualmente a terceira. Ontem, 20 de Abril, ocorreu o quinto episódio: “A escolha das armas”.

 

1ª Temporada

1940: “Viver é escolher.”

 

Episódio 1 – O Desembarque – 12 de Junho de 1940

Episódio 2 – Caos – 24 de Junho de 1940

Episódio 3 – Atravessar a Linha - 30 de Setembro de 1940

Episódio 4 – Assim na Terra como no Céu – 15 de Outubro de 1940

Episódio 5 - Mercados Negros – 7 de Novembro de 1940

Episódio 6 – Rajada de Frio – 11 de Novembro de 1940.

 Saison 1 d'Un village français.

2ª Temporada

saison 2.jpg

 

1941: “Viver as suas escolhas.”

 

Episódio 1 – A Lotaria – 10 de Janeiro de 1941

Episódio 2 – O Aliciamento – 5 de Fevereiro de 1941

Episódio 3 – Aula Prática – 12 de Fevereiro de 1941

Episódio 4 - O teu Nome assemelha-se um pouco a Judeu – 4 de Março de 1941

Episódio 5 – Perigo de Morte – 10 de Março de 1941.

Episódio 6 – Golpe de Misericórdia – 11 de Março de 1941.

Saison 2 d'Un village français.

 

3ª Temporada

1941: “Viver as suas escolhas.”

 

Saison 3. copyright Charlotte Schousboe jpg

 

Esta 3ª temporada retrata as ocorrências em Villeneuve durante o Outono de 1941.

 

O quotidiano dos habitantes degrada-se.

A ocupação e as consequências da guerra acentuam-se.

Os racionamentos, a penúria e falta de víveres essenciais, o mercado negro, as requisições forçadas, os toques a recolher e o recolher obrigatório, as arianizações, fazem sentir-se pesadamente nas populações.

Sofre-se no corpo, os espíritos exaltam-se, táticas delineam-se... estruturam-se estratégias.

 

Mas cada um vive as suas próprias escolhas, que nem sempre são tão fáceis quanto aparentam. São sempre condicionadas pelas circunstâncias, mesmo para os mais corajosos, como se viu no episódio cinco: “A escolha das armas”.

Há os que colaboram com os alemães, os que celebram o marechal (Pétain), mas também os que radicalizam a luta, arriscando as suas próprias vidas e a de familiares. Os comunistas agem e preparam ações contra os invasores, sendo por isso procurados, perseguidos, presos e torturados.

 

O Amor circula sempre no ar, ou não tivesse esta série também o seu lado romanesco bastante acentuado, para captar igualmente os espetadores. E que é das séries sem relações/ralações amorosas?!

Há quem se ligue de amores, mais ou menos idealistas, mais ou menos sinceros, mesmo com o inimigo.

As ligações entre os diversos personagens intensificam-se, tornam-se mais complexas e intrincadas.

 

 Saison 3 d'Un village français.

 

Episódios

- Le temps des secrets (28 Setembro 1941) / O tempo dos segredos

2 - Notre père (17 Outubro 1941) / O nosso Pai

3 - La planque (19 Outubro 1941) / O esconderijo

4 - Si j'étais libre (20 Outubro 1941) / Se eu fosse livre

 

5 - Le choix des armes (23 Outubro 1941) / A escolha das armas

– Daniel, enquanto presidente da Câmara, procurou saber, com a ajuda providencial de Sarah, a origem da falta de abastecimento de víveres essenciais a Villeneuve... Paralelamente, os laços amorosos de sua mulher, Hortense e da professora, Lucienne, com alemães, são do conhecimento público... Simultaneamente Marcel “invade” o bordel e tira a arma a um oficial alemão...

 

 6 - La java bleue (25  Outubro 1941). / (A Java Azul) (É o nome de uma canção em voga.)

A rede da Resistência, encabeçada pelo Partido Comunista, continua os preparativos para um atentado contra um oficial alemão, planeando assassinar o comandante, quando ele visitar R. Schwartz.

Daniel tem conhecimento disso e tenta dissuadir o irmão, Marcel, de participar nessa ação.

Kurt é enviado para a frente russa, que estava no auge do ataque nazi, porque o seu relacionamento com Lucienne foi denunciado por uma carta anónima.

Hortense abandonou Daniel e vive no hotel.

O corpo de Caberni, que foi assassinado por Raymond Schwartz, é encontrado.

 

 - Une chance sur deux (26 Outubro 1941) / Uma oportunidade para dois / Uma oportunidade em duas?

 

Agora, que Kurt foi enviado para a frente russa, Lucienne está só e grávida. Aceita casar-se com Jules Bériot, colega e diretor da Escola.

O Presidente da Câmara, Daniel Larcher, quer ficar de refém, em vez dos seus munícipes.

Yvon e Marcel encontram-se numa farmácia e atiram sobre dois oficiais alemães, antes de escaparem.

 

 8 - Le choix (27 de Outubro de 1941) / A escolha

 

Um dos oficiais alemães foi morto em Villeneuve, certamente no atentado realizado por Marcel e Yvon.

Se os “terroristas”, era assim que os “Resistentes” eram considerados pelos alemães e governantes de Vichy, não se denunciassem, vinte reféns seriam fuzilados.

O sub-prefeito propõe estabelecer ele mesmo a lista, caso o comandante alemão consinta em diminui-la para dez nomes. (!!!!!)

Crémieux pede novamente a Marie e Raymond para trazerem uma encomenda do outro lado da linha de demarcação.

Jean Marchetti, recentemente promovido, volta a Villeneuve, encarregue de encontrar os autores do atentado.

 

 9 - Quel est votre nom ? (28 Outubro 1941) / Como se chama? / Qual é o nome?

O farmacêutico identifica Yvon como a atirador do atentado.

Marchetti desejaria que ele os levasse a Marcel... Mas o sub-prefeito insiste para que ele seja preso...

Heinrich informa...

Yvon foi preso, mas morre antes de dizer o que quer que fosse, a não ser o seu nome.

Gustave está convencido que o seu pai está na Suíça e decide dirigir-se para lá, para o encontrar. Tira dinheiro ao tio Daniel e apanha o autocarro, acompanhado de Helena, a filha de Crémieux. Cai numa ribeira.

 

 10 - Par amour (29  Outubro 1941) / Por amor.

Heinrich informa Hortense que ele será transferido para a frente russa, a partir do dia seguinte, se não encontrar Marcel.

Gustave apanhou uma pneumonia, na sequência da fuga e descansa na casa do tio Daniel, que cuida dele.

O seu pai, Marcel, prometeu passar para vê-lo e conta isso a Hortense, sua cunhada, que o denuncia a Heinrich, seu amante.

Enquanto Jules Bériot organiza a festa dos seus esponsais com Lucienne, Kurt volta a Villeneuve por escassas horas e considera desertar para se refugiar na Suíça com Lucienne e aí cuidarem do filho de ambos. Mas, após ter revisto Kurt, ela volta para festejar os seus desposórios com Jules Bériot.

Marcel escapa a Heinrich, que prende o seu irmão Daniel, após tê-lo espancado a pontapés, na barriga.

 

 11 - Le traître (31 Outubro 1941) / O Traidor

Hortense lamenta ter denunciado Marcel a Heinrich, ao ver que Daniel foi preso e está ferido. Vai pedir ajuda a Marchetti para o libertar. É torturada pelo seu amante para fazer falar o seu marido a respeito de Marcel.

Raymond oferece uma quinta a Marie e aos filhos, que deixam a casa de De Kervern e Judith.

Sarah é presa e enviada para um campo para judeus, em Pithiviers.

De Kervern aceita a proposta do sobrinho do sub-prefeito: dinheiro em troca do nome do assassino de Caberni.

O Partido Comunista procura o traidor que terá denunciado Yvon.

Heinrich é transferido para Minsk, na frente russa.

 

 12 - Règlements de comptes (1er Novembro  1941) / Liquidação de contas / Ajuste de contas.

O Partido Comunista encarrega Marcel de eliminar Suzanne, que eles pensam ter sido a traidora que denunciou Yvon. Depois mandam-no esconder-se em Paris.

(Que acha?! Irá ele eliminar a sua amada ou recambiam-se os dois para Paris, a ver a Torre Eiffel?!)

Daniel tenta libertar Sarah.

Crémieux pede ajuda a Bériot para imprimir panfletos para a Resistência. Lucienne é contra, porque eles prestaram juramento ao Marechal. (Pétain, já se vê!)

(Seria caso para fazer algumas perguntas à menina, mas ficamos por aqui!)

Raymond considera deixar a mulher para se juntar com Marie.

De Kervern e Judith deixam Villeneuve, dirigindo-se para Paris, a fim de que ela seja operada.

Raymond informa a mulher que a deixa. É ferido com uma bala nas costas, pelo sobrinho do sub-prefeito.

Daniel pede, exige(?) à mulher, Hortense, para abandonar a casa de ambos. Ela faz uma tentativa de suicídio! (Sempre melodramática,  "a nossa Joséphine”, nesta série, Hortense!)

 

Notas Finais:

- Estes textos, que são uma tentativa de tradução dos que pesquisei no link que explicitei, mereceriam muito mais comentários, como habitualmente faço. Mas falta-me tempo, a narração já vai longa e os assuntos são sérios, apesar de ser apenas um seriado.                                                                                               (Veja também, SFF)

- Nem sempre é possível ser isento perante as situações e os personagens.

- Também, sem ver os episódios, por vezes é difícil saber o significado exato das palavras francesas que podem ter cambiantes diferentes consoante o contexto. (Foi o caso do nome do resistente preso, torturado e morto, que só entendi mais tarde, já na 4ª temporada e entretanto emendei.)

- A tradução é a possível. Caso encontre mais algum erro flagrante, informe-me, se faz favor.

- E, Obrigado!

 Temporada 4

 Início Temporada 5

Les Personnages

 

“Uma Aldeia Francesa” – Personagens

Nova Série Europeia na RTP2

 “Un Village Français

Temporada 3

1941

"Vivre ses Choix"

 

Un village français saison 3. In. commeaucinema.com. jpg

 

Estou a redigir este texto sinopse sobre as personagens da série, quando se está iniciando a 3ª temporada. Concretamente na 6ª feira passada, 15 de Abril, ocorreu o 14º episódio global da série, o 2º da Temporada 3.

As duas primeiras temporadas tiveram, cada uma, seis episódios. A 3ª temporada tem 12 episódios. E as duas subsequentes, 4ª e 5ª, também têm, cada uma, 12 episódios.

Hei-de apresentar sinopse.

Tenho visto apenas alguns episódios, esporadicamente e nalguns, apenas excertos. De modo que não conheço muito bem todo o enredo, nem sequer muito bem todos os personagens. Daí ter resolvido pesquisar e organizar um texto sobre as personagens principais, com base no que li e também no que tenho apreendido, a partir dos episódios que tive oportunidade de visualizar.

 

PERSONAGENS

elenco 3 in. npa2009.org.jpg

 

(Algumas que considero principais. E que têm aparecido até ao momento e baseando-me no que eu tenho observado. Ao longo do seriado ainda surgirão outros personagens, que não desenvolvo, deixando aqui o link para o original do texto.)

“Os Larcher”

 

- Daniel Larcher (Robin Renucci): médico e presidente da Câmara de Villeneuve. Marido de Hortense, pai adotivo de Tequiero, a cujo nascimento assistiu. Irmão de Marcel e, portanto, tio de Gustave.

- Hortense Larcher, (Audrey Fleurot, a “nossa célebre Joséphine de “Crime e Castigo”), enfermeira e esposa de Daniel e, correlativamente com os graus de parentesco respeitantes aos familiares do marido. Mulher sedutora, foi amante de Jean Marchetti e será também de Muller. No episódio 13, num célebre jantar, exibe todos os seus dotes de “femme fatale”, sobre o alemão, para ciúmes do marido.

- Sarah Meyer, (Laura Stainkrycer), judia, de origem checoslovaca. Inicialmente fora empregada dos Schwartz, atualmente, nesta 3ª temporada, dos Larcher. Será amante de Daniel Larcher, na 4ª temporada.

- Marcel Larcher, (Fabrizio Rongione), irmão de Daniel, pai de Gustave. É viúvo de Micheline, que morreu na 1ª temporada. É empregado na serração, é ativista contra a ocupação alemã e, já antes da guerra, nos finais da década de trinta, era perseguido pelas suas ideias e atividades políticas. É amante de Suzanne, militante local do Partido Comunista clandestino. (Não cheguei ainda a perceber muito bem se ele é também militante ou apenas ativista, dado ter visto poucos episódios.)

Gustave Larcher, (Maxim Driesen), filho de Marcel e Micheline. E, logicamente, sobrinho de Daniel e Hortense. (Tem um papel interessantíssimo no desenrolar do enredo, pelas particularidades dos seus ascendentes e de como se entrosam as respetivas vivências. E como ele se desenvolve, naquele contexto da ocupação alemã, face aos vários contratempos que vão surgindo. Logo desde o 1º episódio em que ele desaparece, na sequência do bombardeamento do caça alemão ao piquenique das crianças da escola.)

(Neste enquadramento familiar também se inclui Tequiero Larcher, que nasceu no 1º episódio, e cujo nome me suscitou a referência a Marcel Pagnol, aspeto que terei que esclarecer melhor.)

 

“Os Schwartz”

 

Raymond Schwartz, (Thierry Godard, o nosso célebre “Gilou” da série “Um Crime, Um Castigo / “Les Engrenages”). É o patrão da serração. Colabora com os ocupantes alemães de quem é fornecedor. É casado com Jeannine, a verdadeira patroa, cujo pai é o capitalista da firma. É amante de Marie Germain, empregada na fábrica, e agente da rede anti alemã.

Pai de Marceau.

(A sua situação familiar, bem como a sua relação face aos ocupantes, irá mudar ao longo das várias temporadas. Mas aguardemos, que ainda agora começou a terceira.)

Jeannine Schwartz, (Emmanuelle Bach, a jornalista intrépida da série “Les Hommes de L’Ombre”). Esposa de Raymond e mãe de Marceau. Mulher atraiçoada, ama loucamente o marido, de quem tem, fundamentadamente, ciúmes exacerbados.

A sua situação também irá mudar no desenrolar da série.

Marceau Schwartz, (Max Renaudin), filho de Raymond e Jeannine. É amigo de Gustave Larcher, de quem é colega de escola. (Ao longo do seriado, têm oportunidade de apresentar a sua versão pessoal de crianças sobre o mundo dos adultos e a situação da ocupação alemã.)

(Neste campo familiar ainda irão surgir outros personagens.)

Joséphine Schwartz, (Natalie Bienaimé), empregada dos Schwartz, na 3ª e 4ª temporada; esposa de Raymond na 5ª temporada.

 

“Os Germain”

 

Lorrain Germain, (Dan Herzberg), caseiro dos Schwartz, marido de Marie Germain, pai de Raoul e Justin. Morreu na 2ª temporada, morto pela mulher. (Não vi este episódio.)

Marie Germain, (Nade Dieu), mulher de Lorrain e mãe de Raoul e Justin. Faz parte da Resistência Gaullista, juntamente com Albert Crémieux e Jules Bériot. Torna-se chefe dum movimento da Resistência. É amante de Raymond.

Desempenha um papel relevante no seriado não só no contexto político-social, como no campo romanesco.

Neste enquadramento familiar incluem-se os filhos do casal, Raoul e Justin, mas que ainda não me apercebi da sua participação nos episódios.

 

“Os Crémieux”

 

Albert Crémieux, (Laurent Bateau), industrial judeu, que nesta 3ª temporada está em negociações com Raymond Schwartz, para este lhe comprar a sua fábrica de betão, como forma de os alemães não se apropriarem da mesma.

Não tendo este dinheiro, nem sendo o do sogro suficiente para tal fim, Crémieux oferece-lhe emprestado, a juros convidativos e na condição de que ao terminarem as hostilidades e a serem abolidas as leis anti-semitas, metade da firma reverta para os Crémieux.

(Esta situação ocorreu no episódio treze, julgo que o negócio terá sido concretizado, talvez no episódio catorze, o último, que não vi.)

Após a transação, Albert envolve-se na Resistência, juntamente com Marie Germain, Jules Bériot e Vernet.

(Segundo li, será morto na temporada quatro, no decurso de uma ação movida pela polícia de Vichy contra a sua rede.)

Nesta família incluem-se ainda Anna, a esposa de Albert e a filha de ambos, Hélène, e igualmente judias. Terão sido ambas assassinadas em Drancy.

 

“No Comissariado”

 

Henri de Kerven, (Patrick Descamps), companheiro de Judith Morhange. Inicialmente era o Comissário Chefe da Polícia de Villeneuve, mas será substituído por Marchetti. Está envolvido na Resistência, deixa Villeneuve, na temporada quatro e será prefeito de De Gaulle, em 1944, temporada seis. Tem um papel fundamental na guerrilha anti alemã e anti colaboracionista, pela posição e função nefrálgica que ocupa e desempenha na vila.

(Será ferido pelos milicianos e salvo por Daniel com a ajuda de Kurt.)

Jean Marchetti, (Nicolas Gob), agente dos Serviços de Informações Gerais, uma espécie de “Polícia Política”. Esteve encarregue da perseguição aos comunistas, desde a primeira temporada, ainda antes do começo da guerra. Inicialmente comissário de polícia de Villeneuve tornar-se-á chefe. É colaboracionista.

Amante de Hortense Larcher, mais tarde de Rita Witte, uma judia, que ele esconde. Terão um filho: David.

(Como já referi, nesta série, o Amor não conhece barreiras!)

No final da sexta temporada, será preso pela Polícia Francesa e transferido para Dijon, para aí ser julgado.

No Comissariado ainda há mais um agente também pertencente à Resistência, Vernet, que será assassinado pelos milicianos, juntamente com a mulher e os dois filhos.

 

“Na Escola”

 

Lucienne Borderie, (Marie Kremer), jovem professora primária, ingénua e apaixonada, protagonista e despertadora de amores e paixões, desde o primeiro episódio, em que o seu colega, e primeiro flirt, foi abatido pelo caça alemão , durante o piquenique dos alunos.

Ao longo dos poucos episódios que tenho visto, essa faceta amorosa está sempre presente, para além do lado carinhoso e maternal que transparece na sua relação com as crianças.

Violada pelo chefe da Gestapo, Henrich Muller, na sequência da sua luta pela libertação do colega e diretor da Escola, Jules Bériot, que fora preso por esconder uma velha arma de caça, no relógio de sala, existente na Escola.

Jules que tem uma verdadeira idolatria por ela, a ponto de a desposar, apesar de a saber grávida de uma outra sua paixão, Kurt, um soldado alemão, após este ter sido enviado para a frente leste da guerra.

Judith Morhange, (Nathalie Cerda), inicialmente diretora da Escola, perdeu o lugar, por ser judia. Companheira do comissário da Polícia, Henri de Kerven, será enviada para Drancy, mas escapa à deportação, graças à intervenção do sub-prefeito, Servier. Voltará a Villeneuve, morrendo na temporada quatro.

Jules Bériot, (François Loriquet), sucede a Judith na direção da Escola. Apaixonado por Lucienne, com ela casará, na temporada 4.

É franco-maçon, opõe-se ao regime de Vichy, tornando-se responsável pela Resistência em Villeneuve.

 

“Resistentes Comunistas e Gaulistas”

 

Marcel Suzanne In. culturclub.com

 

Destaca-se Suzanne Richard, (Constance Dollé), funcionária dos Correios, protagonista de vários enredos e ações anti alemãs e anti governamentais, enquanto militante na rede clandestina. É amante de Marcel Larcher, como ele próprio declarou, no célebre episódio dos panfletos “Boches, fora!

Deste enquadramento ainda se nomeiam: Edmond, Max, Natacha, Émilie, Madame Berthe, Yvon, Victor, Vincent, Claude, Anselme.

 

Outro contexto de personagens enquadra “Os Habitantes de Villeneuve”, em que se incluem Ezechiel, judeu, Eliane e Inès, secretária de Raymond, na serração.

 

As “Autoridades Francesas”, incluindo Servier, Philippe Chassagne, Morel e Dupas. Todos “pétainistas” e colaboracionistas.

 

“Autoridades Alemãs”

Helmut von Ritter, (Gotz Burger), Kreiskommandant de Villeneuve. Transferido para a frente de Leste, no final da 2ª temporada.

Heinrich Müller, (Richard Sammel), Chefe da Gestapo. Torna-se amante de Hortense no decurso desta 3ª temporada. Tem ainda muita história para contar, para além do que já protagonizou. 

Kollwitz, (Peter Bonke), Kreiskommandant de Villeneuve em substituição de Von Ritter.

Kurt, (Samuel Theis), soldado alemão, amante de Lucienne e pai biológico da sua filha. Será enviado para a frente russa, regressando posteriormente a Villeneuve. Safou-se de morrer na frente Leste...

Há ainda outros intervenientes: Ludwig, Schneider, Krüger.

 

 

As “Milícias Francesas”, um corpo para-militar armado, formadas por fascistas, incluem: André Janvier, Alain Blanchon, Alban, Xavier.

 

E ainda “As Autoridades Americanas”, capitaneadas por Bridgewater, (John-Christian Bateman), a quem Maria pede para se dirigirem para Villeneuve, para afastarem os alemães e impedirem uma repressão, como certamente eles teriam feito ao retirarem, face ao avanço dos Aliados.

Mas isso ocorrerá só lá para a sexta temporada e ainda a série vai na terceira!

 

Vamos acompanhando a Série, à medida que pudermos!

 

Et, au revoir!

Les Personnages

 

“Canção de Coimbra – Muito Mais do que Fado” - Tertúlia Coimbrã de Miratejo

Auditório Fernando Lopes Graça

 

Fórum Romeu Correia – Almada

(9 de Abril 2016 - Sábado)

 

E, porque temos andado a falar de Cultura, não posso deixar de falar de um Acontecimento Cultural ocorrido ontem.

Foi um “Evento Excepcional”, em todos os sentidos. Primeiro, porque não circulam por aí espetáculos de “Fado e Canções Coimbrãs”, todos os dias e, segundo, pelo seu nível de excelência.

 

(E ocorreu este acontecimento num espaço de tempo em que ainda não tínhamos designado, como Senhor Ministro, o Novo da Cultura. Imagine-se se tivéssemos!

Constate-se o óbvio. De que, atualmente, já temos um Outro Senhor Ministro da Cultura.

E é caso para se dizer: E a falta que um Senhor Ministro nos faz!)

 

Mas para o caso vertente, nem fez nem deixou de fazer, nem isso vem ao caso.

 

Coimbra In wikipédia.jpg

 

Segundo o título em epígrafe, ouviram-se, no Auditório Fernando Lopes Graça, “Canções de Coimbra”: Fados, instrumentais, baladas, algumas com caráter de “canções de intervenção”, como de facto o foram, e como tal executadas e escutadas antes de “25 de Abril de 74” e nos anos imediatamente subsequentes.

Um evento memorável, a merecer uma sala completamente cheia, pelo menos eu supusera isso, que até comprei bilhete de véspera. Mas não. Estaria aí a oitenta por cento, digo eu. De qualquer modo, bem composta e com algumas lindas vozes que, ecoariam a meio do espetáculo, ao apelo e pedido dos Cantores intervenientes, por ex. na “Samaritana”.

 

Mas não nos adiantemos.

Já que falámos em Cantores, foram eles: Filipe Lopes, Francisco Naia, Joaquim Monteiro. Que Vozes! Mais ainda na segunda parte, as gargantas aquecidas pela execução anterior, notando-se um crescendo na qualidade performativa.

Acompanhados, também de forma excelente, pelos guitarristas e violistas. Em várias intervenções apenas os instrumentais, que aliás abriram a atuação, com “Verdes Anos”, de Carlos Paredes.

Dos instrumentistas, em guitarra portuguesa, estiveram António Serrano Baptista e Miguel Serrano Baptista e julgo que Álvaro Albino.

Em viola, só me pareceu estar um executante. Não sei se Nuno Correia, se João Costa.

(Desculpem-me se estou a ser pouco preciso.)

Mas, que Executantes!

 

Evocaram através das “Canções ”: Carlos Paredes, Luís Goes, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Alegre; estes fazem parte do “universo dos meus conhecidos”, todavia nem sempre identificando todas as canções e respetivas autorias, exceto as mais óbvias. Ainda de outros Autores mais antigos ecoaram as lembranças de: Augusto Hilário, Edmundo Bettencourt, Artur Paredes, António Portugal e mais, que não consegui registar todos os nomes.

 

(Apesar de, na execução de cada peça, projetarem no écran, as Autorias. E imagens sugestivas da Cidade do Mondego, mais ou menos antigas. Mas não consegui passar todos os registos ao papel, devido à fraca luminosidade.)

 

Também peças recentes!

 

“Verdes Anos”, de Carlos Paredes; “Balada do Tempo Breve”, de Luís Góis; “Fado Sugestão”,  “Falas de Amor”, “Meu Pensamento”, de Francisco Naia; “Estudo em Lá”, “Cantiga Para Quem Sonha”, “Cantiga de Amigo”, “Maio de 78”, “Sede e Morte”, de Carlos Paredes; “Fado dos Beijos”, “Canção Com Lágrimas”, “Balada do Mar”, “Traz Outro Amigo Também”, de Zeca Afonso; “Fado das Andorinhas”, “Quadras da Ilha”, “Rosas Brancas”. (...)

 

Estas foram as Cantigas cantadas, executadas, mais ou menos na sequência temporal do espetáculo, em que intervalavam fados mais tradicionais, baladas coimbrãs, e instrumentais, não necessariamente por esta ordem, mas com uma sequência estruturada, que o espetáculo está muitíssimo bem delineado e organizado. (Observa-se que não é a primeira vez que está a ser apresentado. Está muito bem “oleado”, perdoe-se-me a expressão.)

 

Em todos os domínios houve um nível de excelência. Que, friso, o que venho defendendo, que estes eventos deveriam ser de passagem obrigatória nas “nossas” televisões.

 

(E digo “nossas”, porque, “nós”, os consumidores de eletricidade, pagamos taxa de audiovisual. Para além do que pagamos, de muitas maneiras e feitios, e que reverte para as televisões, mesmo as privadas. Porque, por ex., quem paga a publicidade que nos impingem a toda a hora, seja em suporte papel, em áudio ou visual?!)

 

Ainda houve encores finais, que, estrategicamente, nos brindaram ainda com mais algumas “Cantigas” em coro. A que a assistência, quem sabia e podia, tentava acompanhar.

Na “Samaritana”, fado tradicional conhecidíssimo, foi onde mais se empolgaram as vozes da assistência, como já mencionei.

 

Houve ainda um outro fado tradicional, precisamente designado “Fado Corrido de Coimbra”, de que retiro de memória, sujeita a erro, os seguintes versos:

“...De Coimbra chega mesmo a ter Saudade / quem não conhece a Cidade.”

(O que é completamente Verdade!)

 

E que é quase um “aforismo”, que ainda estamos neste registo, pois qualquer ser sensível e pensante, se emociona com a audição dos belíssimos “Fados de Coimbra”, audíveis no passado sábado, no Fórum Romeu Correia. Mesmo que não conheça a Cidade, ou nela não tenha vivido ou estudado, caso meu. Que apenas conheço a “Cidade Mondeguina”, como visitante, em modo de turismo ou trabalho.

 

Pois, e para terminar, Senhora Leitora e Senhor Leitor, caso tenha oportunidade e conhecimento da ocorrência deste espetáculo, Não Perca!

 

Ficará enriquecido enquanto Ser Humano sensível e inteligente. Para além do respetivo engrandecimento cultural, independentemente de haver ou não Ministro da Cultura!

 

E qual é a Cidade, qual é, que é “Cidade de Arte e Cultura”?!

 

(E, realço, ainda, que os preços são extraordinariamente convidativos.)

E, ainda!

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