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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“Uma Aldeia Francesa” - Temporada 1 - Episódio 6

Série Europeia na RTP2 

village elenco in. pariscine.com

 

Un Village Français 

“Coup de Froid – 11 de Novembre 1940”

 

Intitularam este episódio de “Coup de Froid”. Que significa? Rajada de frio? Hipotermia? Gripe? ‘Gripalhada’?

 

Eu designá-lo-ia antes como “Coup de Foudre – Paixão Súbita”. Que a paixão anda no ar. Apesar de ser Novembro, tempo propício às frialdades e ‘gripalhadas’, mas o Amor circula assolapado, apesar da ocupação alemã. Que o Amor não conhece diferenças de classe, nem posicionamentos estratégicos, nem linhas de demarcação ou de fronteiras e nacionalidades.

“O nosso Gillou” / Raymond Schwartz, patrão da serração, com a sua Marie Germain, empregada na fábrica; a “nossa Joséphine” / Hortense Larcher, mulher do presidente da Câmara, Daniel Larcher, mas cujos olhares trocados com Jean Marchetti, não enganam ninguém, sendo ele o policial do governo colaboracionista e fascista do Marechal Pétain.

E como “Joséphine” consegue ser sedutora, com aquele olhar de soslaio, na cara sardenta de mulher miúda. (E, já se sabe que, por Joséphine, até Napoleão se perdeu!)

E até Lucienne Borderie, a jovem professora e igualmente sedutora, já se perde de amores por um soldado alemão e ele por ela.

 

Lucienne In. commeaucinema.com

 

Decorre a ocupação alemã de França.

Comemora-se o “Dia 11 de Novembro”, feriado nacional em França, “Dia do Armistício” de 1918, que pôs fim às hostilidades na frente ocidental da I Grande Guerra.

 

Em 1940, sob ocupação alemã, apesar das evocações realizadas, as forças ocupantes pretendiam que fosse o menos entusiasticamente comemorado.

Nessa precaução, os representantes do Governo de Vichy, foram muito mais zelosos que os próprios alemães.

Aliás, neste episódio, (e desculpem-me os erros de perceção, que anteriormente só vi o 1º episódio) a presença opressiva nota-se mais nos policiais representantes do governo francês, fascista e colaboracionista, que propriamente nos ocupantes.

Que, paradoxalmente, até falam francês! (?!) (Só faltará o piano...)

Jean Marchetti, em “coup de foudre”, vulgo, “paixão assolapada” com Hortense, ainda que não assumida por nenhum deles; agente da Polícia Política, é o mais acirrado nas buscas de eventuais detratores da segurança do Estado.

 

E outro subtítulo para o episódio, poderia ser: “Boches, au-dehors de France!” – “Boches fora de França!”, que eram as palavras de ordem de panfletos postos a circular em Villeneuve, através da distribuição do correio, metidos dentro dos jornais, atados com fio barbante, da fábrica de Raymond Schwartz.

 

E a descoberta da autoria destes panfletos foi a base da investigação realizada por Marchetti.

 

E com pesquisas aqui e acolá, prisão e interrogatórios de diferentes e hipotéticos envolvidos, concluíram que o autor fora Marcel Larcher, empregado na serração, irmão do presidente da câmara, Daniel, e pai de Gustave, a criança que se perdera logo no 1º episódio, na sequência do pique-nique, em que o grupo de alunos e professores foram alvejados por um caça alemão. Que, pelos vistos, terá encontrado o caminho de casa, não sei eu como, que nunca mais vi nenhum episódio.

Marcel, consciente que iria ser descoberto, resolveu fugir. Foi à Escola, irrompeu pela sala de aula, levou o filho, apesar dos protestos da Professora Lucienne. Explicou muito bem ao menino o que pretendia, que a criança até já está bastante consciente das realidades, veja-se a respetiva redação dirigida ao Marechal Pétain. E levou-o para casa do irmão Daniel, presidente da câmara e médico.

E preparou-se para fugir, voltando à sua casa, a recolher os pertences e o resto dos panfletos. Vendo sinais de polícia no lado principal da frontaria, encaminhou-se para as traseiras, onde, ao abrir a porta, já tinha uma arma apontada por outro policial.

Não teve outro remédio senão aceitar a sua prisão. O que ocorreria após interrogatórios, na presença da empregada dos Correios, Suzanne Richard, assumindo ele a total responsabilidade e ilibando-a a ela, frisando que os respetivos encontros mútuos, eram também encontros de Amor. Até no cemitério!

E assim termina e terminamos também nós, que no “Campo Santo” todos terminamos.

Mas, por enquanto, Marcel Larcher foi apenas para a prisão.

 

Mas, ainda me cumpre fazer um comentário final, reforçando o facto de poder estar sendo muito incorreto, por ter visto poucos episódios, mas acho que esta “ocupação”, estes “interrogatórios” em contexto de guerra, aparentam ser muito “suaves”.

E, não posso esquecer, que os ocupantes falam francês!

Mas, sempre que puder, vou continuar a visualizar a Série!

E, claro, reportar as minhas notas transversais...

Au revoir!

 

E, já depois das despedidas, ainda me lembrei de um pormenor, que não é de somenos importância. É até muito relevante no contexto da época.

Repararam qual é o principal e único prato, comido com toda a cerimónia e desvelo, mesmo na casa do Senhor Presidente da Câmara?!

Pois: sopa.

Em tempo de guerra, e nos anos quarenta, e nos trinta, e vinte, e cinquenta, muita fome se passava por essa Europa.

Estupidez humana que encaminha os recursos para guerras destrutivas de bens e recursos, serviços e vidas, ficando toda a gente a passar fome, a troco de e para Nada.

 

 

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