Alentejo é Tempo é Espaço
Sentimento Alentejano
Alentejo é tempo é espaço
É nó apertado, é laço
Do qual nunca me desfaço.
É geografia, é história
É presente e passado em memória
É futuro, é luz de vitória.
É matemática, é natureza
É um ideal de beleza
De tão simples singeleza.
Guardado no pensamento
É sensação, é sentimento
É perceção em movimento.
É cheiro, sabor e perfume
É sol quente, que nem lume
É visão inebriante
No horizonte distante.
É luz do sol e calor
Em paisagem multicor
Consoante a estação.
Mas sempre no coração!
Grilos pintam a noite de sinais
Relas, ralos, briga de pardais
O cantar mavioso do rouxinol
À tarde, no final, ao pôr-do-sol.
Almejo sinfonia dos beirais
E outras sonoridades que tais
O murmúrio ondulante dos trigais
E outras lembranças iguais.
Perto ou longe, pouco importa
Que está sempre aberta a porta
Que ao âmago nos transporta
Ao profundo Ser, à calma
Da Alentejana Alma!
Nota:
Uma versão desta poesia foi publicada na V Antologia Poética de "Mensageiro da Poesia", 2006
Boletim Cultural de "Mensageiro de Poesia" nº 126 - Jan. / Fev. 2015..