"Momentos de Poesia": Maio
Com a devida autorização, divulgo a realização do próximo evento de "Momentos de Poesia"!
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Com a devida autorização, divulgo a realização do próximo evento de "Momentos de Poesia"!
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“ … um dia valendo mil.”
O dia 25 de Abril é uma data memorável na História de Portugal! Há outras, obviamente. Não deixaria de lembrar, entre várias, o 5 de outubro de 1910 e o 1º de Dezembro de 1640.
Mas o “Vinte e Cinco de Abril” é a mais recente e aquela em que, provavelmente, ainda a maioria da população portuguesa viveu ou vivenciou.
Nessa data, o que de início foi um “ golpe de estado”, promovido por militares, que sem derramamento de sangue depuseram o governo do “Estado Novo”, rapidamente se transformou numa revolução, pela rápida e espontânea adesão da população à causa defendida pelos militares do M. F. A. – Movimento das Forças Armadas.
Associados a esta data há conceitos fundamentais, que hoje tomamos como dados adquiridos, consignados na Constituição da República Portuguesa, apesar de constantemente ameaçados e muitos terem sido cerceados a pretexto de “crises” e outras idiossincrasias que tais.
A Liberdade, nas suas mais diversas variantes foi uma das grandes conquistas: liberdade de expressão, liberdade de opinião, liberdade de reunião, liberdade de manifestação, liberdade de associação…
Foi abolida a censura e o “exame prévio”. Foi extinta a PIDE/DGS. Foram libertados os presos políticos.
Imagine, quem não viveu essa época, simplesmente uma sociedade em que uma pessoa, no seu dia-a-dia, o mais comum dos mortais, tivesse cuidado, diria até medo, ao emitir uma simples opinião sobre algum assunto que pudesse parecer mais problemático, com receio de que algum pide o pudesse denunciar…
A promoção de uma maior Igualdade entre os cidadãos foi outro dos desideratos de Abril. Sob diversas e variadas formas, foi, de facto, na sequência desta data que em Portugal se promoveu a construção concertada de um modelo de “Estado Social”, já em vigor há décadas noutros países.
Foram conquistadas e implementadas medidas que possibilitaram criar melhores condições de vida aos cidadãos: melhores salários, “semana inglesa”, direito a férias e respetivo subsídio, 13º mês, impostos progressivos, (…)
As designadas “Conquistas de Abril”, assentaram fundamentalmente na proclamada “Política dos 3 Ds”: Democracia, Descolonização, Desenvolvimento.
Não direi que todos estes objetivos foram alcançados de modo idêntico, que não houve custos e percalços no almejar de alguns deles. Que tudo foi executado num “mar de rosas”. Não! Houve “sangue, suor e lágrimas” na prossecução destes desideratos. Mas penso que foram alcançados. E que, hoje, apesar de todos os “senãos” desse processo, temos um País substancialmente melhor relativamente ao passado antes de setenta e quatro!
A expressão da Fraternidade entre os cidadãos foi também apanágio da “Revolução dos Cravos”. A materialização dessa fraternidade ficou bem patente ainda e por ex. na Manifestação do primeiro “1º de Maio, em Liberdade” (1974).
Depois e mais tarde, outros e outros tempos vieram… Outros abris e maios! Quiçá novembro!
A luta pelos Direitos fundamentais de Cidadania foi uma constante de “Abril” de que resultou a respetiva consignação na Constituição da República Portuguesa (1976), dimanada da designada “Assembleia Constituinte”, para cuja formação se realizaram as primeiras eleições livres em Portugal, em 25 de Abril de 1975, um exemplar ato de civismo e democracia a que o Povo Português correspondeu em massa.
Aí foram, entre muitos outros, consignados alguns Direitos considerados basilares. Para além dos Direitos Cívicos e Políticos, inerentes a qualquer Democracia, também: Direito à Educação, Direito à Saúde, Direito à Habitação, Direito à Justiça, Direito ao Trabalho, (…) Essa Constituição foi, à data, uma das mais avançadas no mundo, no plano social.
Na década seguinte e precisamente porque Portugal vivia em Democracia, foi possível ao país candidatar-se e posteriormente entrar na Comunidade Económica Europeia ( 1986). O impacto desta situação viria a possibilitar ao país grandes transformações. Umas de sinal positivo, outras com algum cariz negativo, certamente.
E para finalizar esta sinopse sobre o assunto, de tão vasta e variada documentação em múltiplos e variados suportes informativos e também suscetível de variegadas opiniões, não quero deixar de frisar o seguinte:
- O exercício da CIDADANIA assenta na construção/consignação dos DIREITOS fundamentais dos CIDADÃOS. Mas também e sempre na assunção dos correspondentes DEVERES por esses mesmos CIDADÃOS.
- Direitos e Deveres são as duas faces da mesma realidade: Cidadania.
- O usufruto dos Direitos fundamentais por qualquer Cidadão, pressupõe o respeito e cumprimento dos Deveres que lhe são inerentes e correlacionados. Só na concretização e inter-relação entre estes dois parâmetros se equaciona e resolve o exercício da CIDADANIA.
Consultar: crónica sobre sessão de poesia
Ana-Flor
À memória de Ana Margarida
Em Abril, Primavera florida
Quis o Destino fero e rude
Que a Morte ceifasse a Vida
Em Sorriso e na Juventude.
Num mês tão alegre e festivo
Se foi uma ave, enlaçada
Que mal tão maligno e furtivo
Levou deste mundo em balada.
Soluços nos acordes da Banda
Brotam pingos de chuva no olhar
Nova Estrela no Céu ciranda
Uma Luz luminosa a brilhar.
Amargas são a Tristeza e a Dor
Na Saudade de ti, Ana-Flor.
Escrito em 2005.
Publicado:
Boletim Informativo e Cultural de Associação Portuguesa de Poetas, Nº 27 - III Série, Ano XX – Maio/Junho 2005.
“Mensageiro da Poesia” – Boletim Cultural – Nº 74 – Set./Out. 2005.
Boletim Cultural do Círculo Nacional D’Arte e Poesia – Nº 74 – Ano XVI – Out. 2005.
Séries de Ficção (?)
Ultimamente a RTP 2 tem apostado, e bem, na exibição de séries de ficção (?) europeias. Diria antes que apresenta a realidade, através de filmes.
Já abordei a temática, quando passou “BORGEN”, sobre a qual escrevi um post, 31/01/15, que me foi plagiado, conforme referi.
Esta série está agora a ser repetida, aos domingos, também pelas 22h, conforme tem sido habitual nestas transmissões.
Após “Borgen”, transmitiram a 1ª temporada de “PRÍNCIPE”, série espanhola também excecional, cuja ação decorria em Ceuta. Esperemos que transmitam uma 2ª temporada, pois no enredo ficou tudo em aberto para que isso aconteça.
Seguidamente apresentaram a série francesa “OS INFLUENTES”, também sobre os meandros do poder político em França, ao mais alto nível. Também muito agradável de acompanhar.
Na finalização desta transmissão voltaram a outra série dinamarquesa “A HERANÇA”, precisamente sobre os efeitos de choque da herança de uma artista de grande nomeada, sobre toda a estrutura familiar. Imperdível!
Mas, pelos vistos, a série perdeu-se (?), pois o último episódio transmitido, 2ª feira de Páscoa, dia 6 e Abril, era tudo menos indiciador de finalização, nem sequer de “temporada”. Será que foi interrompida a série assim tão bruscamente?! Questões de programação?! Gostaria de saber.
No dia 7 de Abril, 3ª feira, como hábito pelas 22h, iniciaram a série atualmente em exibição, também francesa, datada de 2005 (?), segundo o genérico.
“Les Engrenages” está intitulada em português “UM CRIME, UM CASTIGO”, parafraseando Dostoiévski, “Crime e Castigo”.
Está focada no Poder Judicial e no seu braço executório e armado, a Polícia. Como pano de fundo, sempre, os Outros Poderes: Político (Executivo) e Económico – Financeiro. E o “bas fond”, os poderes subterrâneos, a economia paralela, a economia aparentemente invisível que domina as nossas sociedades, que movimenta biliões, na droga, na prostituição, na contrafação de alimentos, de medicamentos, na “saúde”, no tráfico de seres humanos, de animais exóticos e de órgãos, no negócio de armas … e de que dela se manifesta pública e principalmente o lado criminal. E que nos choca e atordoa quando desses casos temos conhecimento, através da Comunicação Social ( o Quarto Poder).
A ação decorre na cidade de Paris.
Falar desta série é, infelizmente, falar da realidade. Todos os casos apresentados são chocantes sob todos os pontos de vista. Brutais, mesmo! Há mesmo a intenção de chocar, de chamar a atenção. Cada situação, cada crime é apresentado ao pormenor, propositadamente, como se o espetador estivesse a vivenciar a ação, melhor, a viver a situação, o papel de cada personagem, a experienciar cada momento, cada gesto, tanto no trato físico do ato, como na sua interiorização e vivência mental.
Nas personagens, nos sujeitos em ação, não há, eticamente, uma distinção exata e precisa entre o que é branco ou preto, nem bom ou mau. Há muitas nuances nos comportamentos, nas atitudes, nos valores. Ainda que profissionalmente essa distinção exista, todavia há muitas zonas cinzentas, claras, mas também simultaneamente escuras. Todos são um pouco de tudo. Nem parece haver redenção possível naquelas “almas penadas”. Ou haverá? O desenrolar da série nos dirá!?
Mais acutilante que o enredo da série, só mesmo a realidade.
Infelizmente, todos os dias somos confrontados com situações da vida real tão ou mais fortes e cruéis que as narradas nos vários episódios. Ultimamente, a crueldade, a insensatez, a demência, a ferocidade humanas têm-se manifestado numa escala que teoricamente pareceria dever erradicar-se com a evolução das sociedades, mas que se constatam a regredir e atingir níveis de auto destruição continuados e sistemáticos, para os quais não se vislumbra um final feliz!
Como pode o Ser Humano, supostamente e de facto (?) o ser vivo mais inteligente à face da Terra ter comportamentos tão altamente destrutivos para com o seu semelhante?! Não tenho conhecimento que na Terra haja outro ser vivo que tenha essa capacidade de destruição, à escala em que o Homem o faz, ao seu igual, mas também sobre os outros seres viventes e interdependentes. Haverá?!
Mas onde já vai esta filosofia…
Vejam a série e reflitam sobre a realidade que nos cerca!
“ Aqui no meu colo tão grande e tão pequeno…”
No passado dia 11 de Abril, segundo sábado do mês, como habitualmente, decorreu na Biblioteca Municipal de Portalegre, o evento “Momentos de Poesia”, acontecimento poético, organizado e coordenado por Drª Deolinda Milhano, que mensalmente enobrece a cidade, divulgando a veia poética de artistas de algum modo ligados à Cidade de Régio.
No pretérito sábado, a convidada foi a poetisa Teresa Helena Pascoal, 1939, montijense, mas que viveu parte da infância e a adolescência em Portalegre, onde estudou e conviveu com figuras da cultura citadina, nomeadamente o Poeta de “Toada de Portalegre”.
Na sala “Comendadora Domingas Valente”, a partir das dezasseis horas, estiveram presentes cerca de meia centena de “Amigos da Poesia”, entre os quais vários familiares da Poetisa, pois compareceram filhos e netos que com eles trouxeram a espontânea alegria e irrequietude da infância. Todos tivemos, por mim falo, o grato prazer de assistir e participar, pois quem o quis fazer pôde fazê-lo e deixar o seu testemunho e a sua intervenção no decurso ou no final da sessão, como foi desde logo referido na apresentação pela coordenadora.
Após os agradecimentos que sempre se impõem em todas estas ocasiões e um breve resumo dos eventos já realizados e já foram bastantes, ao longo dos vários anos em que se têm concretizado estes “Momentos de Poesia”, a Drª Deolinda Milhano passou a palavra à homenageada.
Teresa Helena Pascoal fez um breve introito à sua apresentação e questionou a assistência, ou não tivesse também sido Professora, sobre “O que é a Poesia”?
Da assistência, ouviu-se: “A Poesia é música escrita com letras.” E este poderá ter sido o mote para o diálogo que ao longo da sessão, periodicamente se foi desenrolando entre a “mesa” e os assistentes.
Pegando nesta deixa, a Poetisa mencionou como a Poesia pode ser “um estado de alma, … um grito de alegria, … que nasceu com ela, … um ato de amor". Com a Poesia “ ao papel confessava…, se libertava das tristezas…”
Após esta breve introdução, começou a leitura dos seus Poemas, de um conjunto que trouxe selecionado, procurando, por vezes, tecer alguns comentários explicativos dos mesmos. E, parafraseando um verso do seu poema “Despertar”, “… Uma rosa vermelha lentamente se abriu…”.
Foi respondendo a questões formuladas pela coordenadora, que a acompanhava na mesa, tendo também intervindo alguns elementos da assistência. Quando se falou do insigne Poeta e Professor José Régio, com quem conviveu Helena Pascoal, e de quem é admiradora, também alguns assistentes, com conhecimento profundo de causa, manifestaram a sua opinião, enriquecendo-nos sobre o Homem, o Cidadão, o Professor, o Poeta, para nós que apenas o conhecemos através do que lemos, alguma da sua obra em verso e prosa e textos e ensaios sobre o mesmo. Para além de outras fontes, os desenhos e filmes baseados em obras suas, nomeadamente de Manuel de Oliveira, para além da sua faceta de colecionador de obras de arte sacra e popular expostas “… na tal casa tosca e bela…”.
A sua faceta de aluna, excelente, como também foi referido, através do saudável diálogo continuado com a assistência; de jovem, de mulher, de filha e de mãe, de mulher, companheira e amiga, de poetisa, também de avó, de cidadã, todos estes aspetos, em diferentes cambiantes, em registo poético de agradável leitura, perpassam na poesia que nos revelou, sendo que também leu poemas do seu livro “CAMINHADA”, edição de autor, 2014. Como por ela referido na introdução ao mesmo, “Esta coletânea de poemas pretende ser, apenas, uma autobiografia em verso”, a sua vida é portanto aí espelhada poeticamente. O Amor, aos entes queridos, com realce aos já ausentes, o Amor às Terra(s) em que nasceu e viveu, às Pessoas relevantes que a marcaram… Amor que aliás também proporcionou interação com a assistência, a propósito de “cartas de amor”…
A Saudade a Nostalgia… do tempo passado, dos caminhos percorridos, quiçá de outros por percorrer… “… saudade da vida simples do lavrador…”, in “Manhã de Neblina”.
Falou-se também de Manuel Giraldes, “distinto poeta montijense”. Finalizou a leitura com “A minha rosa vermelha: Desci ao jardim do amor / Antro da minha ilusão. (…)”, poema lindíssimo.
Houve um agradecimento final a todos os intervenientes neste gratificante evento, tendo também falado familiares e amigos.
E, como foi apanágio neste encontro em que a interação construtiva entre todos os agentes envolvidos foi uma constante, a sessão de Poesia foi, de facto, encerrada pelo Poeta Miguel Joanes que, de improviso e de forma “repentista”, declamou um poema de agradecimento e de parabéns.
Bem-Haja pois a “Momentos de Poesia”!
(Nota Final - imagem da Biblioteca in: http://www.igogo.pt/)
Almada, Abril e São João
Em Abril, dá vivas à Liberdade
Cidade de Alma e Coração
Em Junho, tradição – modernidade
Almada, de patrono São João.
Ao povo humilde que trabalha
Abril abriu outra condição.
Almada, no S. João da Ramalha
Sendo nova, renova a tradição.
O mar
Trago conchas, búzios ou estrelas
Doce ou bravamente afago o areal
Embalo ou afundo veleiros, barcas belas
Dou pão e vida com sabor a sal.
Escrito em 2006.
Publicado em Boletim Cultural de “Mensageiro da Poesia” – Associação Cultural Poética – Nº 80 - Set. Out./2006.
Foto de D.A.P.L.
A Associação Portuguesa de Poetas festeja hoje o seu 30º Aniversário.
Parabéns.
Parabéns aos Associados.
Parabéns à Direcção.
Parabéns aos Fundadores.
Parabéns à Associação!
Anexo Programa de Eventos para o mês de Abril.
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