Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“A Agência Clandestina” - T2 - Ep. 5

Série Francesa

RTP2

 

“Le Bureau des Légendes

Episódio 15

(4ª feira – 09/11/2016)

 

A estruturação narrativa segue os eixos fundamentais.

 

A tentativa de coaptar, para o lado francês, “Le Chevalier”, envolvendo a respetiva irmã, Sabrina, “Madre Teresa” e o agente Raymond Sisteron, como Drº Coujard, em viagem na Anatólia, a caminho da Síria.

 

O papel de Marina Loiseau, enquanto agente “Fenómeno”, oficialmente em férias em Paris, tendo vindo ao “funeral da avó”, mas também tentando captar Shapur Zamani.

Sobre esta tentativa de “apanhar” este jovem iraniano, várias ordens lhe têm sido dadas, por diferentes superiores, que só um “fenómeno” consegue cirandar e aceitar tantas contradições.

 

Para esse facto tem contribuído a ação e o papel de Guillaume Debailly, a sua duplicidade, a sua condição de toupeira e o facto de agir segundo uma agenda pessoal, sobrepondo-se às ordens do superior hierárquico, Duflot, valendo-se, de certo modo, de alguma fraqueza deste.

Sentindo-se, e sendo, factualmente mais perspicaz e finório que qualquer um dos outros, acaba por agir com um certo sentido de impunidade, que, mais tarde ou mais cedo, o levará à perdição.

 

Duflot vs. Debailly In. teleram.fr..jpg

 

Aliás, Henri Duflot não só anda com a “pulga na orelha”, como não deixa de testá-lo.

A oferta de um caderno de apontamentos Moleskine é mais uma dessas provas, para o apanhar na rede.

 

Haverá também nessa oposição algo de pessoal, como lhe disse o Diretor dos diretores: Marc Lauré, “MAG”, rosto de bexigas ou “cara de cortiça”.

Aceite-se ou não, Guillaume, apesar de ser “o melhor”, tem a sua agenda pessoal e é o “toupeira”.

 

Resultado da sobreposição do seu interesse pessoal ao institucional esteve, desde o início da série, o seu relacionamento com Nadia El Mansour, que tem sido outro dos fios condutores da narrativa.

Que, honra lhe seja prestada, Guillaume nunca desistiu dela, consciente que foi através dele, que a senhora acabou por passar por inúmeras dificuldades. Foi também para a libertar que ele se envolveria com os americanos, traindo e traindo-se, enquanto homem, profissional, cidadão.

 

Céline In. wikipedia saison 2.jpg

 

Outro dos fios da narrativa centra-se no funcionamento da Agência e dos diversos agentes e a interação entre eles.

Nesta, nesta segunda temporada, surge uma nova agente: Céline Delorme, que ciranda ainda um pouco ofuscada pelo brilho das estrelas que na Agência cintilam.

Guillaume fascina-a pela sua maestria, Raymond toca-lhe no fundo e preocupa-o a sua ausência, sentindo que ele foi parar “à boca do lobo”.

 

E vamos contar por aí.

Raymond e Sabrina seguiram para a Turquia, escalaram em Antáquia, donde partiram em carro alugado na direção da Síria. (Antáquia, afinal, é a celebérrima e antiga cidade de Antioquia! Adiante.)

Peripécias várias ocorreram nessa viagem. Como referi anteriormente, Sabrina é muito mais sabedora do que aparenta, ela também é simpatizante jhiadista, a conversa de gatos e gatas era com outro jhiadista que os recebeu no terreno, mais propriamente um casarão antigo abandonado. Ela é a sua “katniss”.

Raymond, tudo indica, foi levado ao engano.

Na Agência, os agentes e chefes de serviço e os diretores da Direção Geral acompanham toda a ação, à distância, através das redes eletrónicas, mediante os telemóveis dos agentes em missão.

Preocupados face ao desfecho da operação, vale-lhes a intervenção de Guillaume que, mesmo despedido, (já iremos a este “pormenor”), não desiste de poder intervir, como só ele sabe e a sua perspicácia ajuda, valendo-se dos seus conhecimentos, para se fazer sentir imprescindível.

Ajuda teve também da nova agente com quem houvera dialogado, atenuado angústias, feito esclarecimentos e incentivado à pesquisa.

E foi a partir dessa pesquisa, do nome jhiadista de “Le Chevalier”: “Azraq Dakin”, “Deep Bleu”, em inglês, nome do computador que venceu Kasparov, que pesquisando nas mensagens do telemóvel de Sabrina, vieram a saber que ela fora comunicando com o irmão, sem o conhecimento da Agência, isto é, tinha também uma agenda própria.

(Admirado fiquei eu quando, observando o seu comportamento, Raymond nunca desconfiou de nada. Mas isso faz parte do enredo.)

Perante esta descoberta, instalou-se ainda maior apreensão na Agência.

E não é para menos.

No final do episódio, privilégio de espetadores, veremos Raymond, de joelhos, rosto tapado, e uns soldados apontando-lhe armas.

Irão disparar?

 

E porque é que Guillaume foi despedido da Instituição onde trabalhava há catorze anos e a quem se entregara de “alma e de coração”, em missões em que abandonara tudo e todos, nomeadamente a Família?

 

Porque ele se usou, mais uma vez, das suas prerrogativas de diretor-adjunto, do seu saber e importância relativa, do seu ascendente sobre os outros e ignorou ordens superiores, formulando e contrariando ordens do Diretor, relativamente às funções de Marina, face ao trabalho de captação e contacto com Shapur. Inclusive, mentindo!

Sabendo-o, o Diretor, Henri Duflot, despediu-o.

Mas não acredito que seja por muito tempo, que ele não se desligou, não pode nem consegue, nem se desvinculou e, convenhamos, a sua reinserção afirma-se necessária, dados os seus conhecimentos. E o seu papel na narrativa é imprescindível! Mesmo como toupeira. (E aqui lembramos que Duflot lhe ofereceu, antecipadamente como prenda de anos, um caderno moleskine, frisando que significa pele de toupeira, o que eu não sabia. Estamos sempre a aprender, que já confirmei. Adelante!)

 

Marina, já vimos, que anda cá e lá. De Paris para Teerão, desta Cidade para a Cidade Luz e provavelmente irá novamente para o Irão, que Daria já foi, obrigada e ameaçada, certamente Shapur irá atrás dela e, seguindo-o a ele, irá Marina. Isto, deduzo eu!

Na Agência, inicialmente supervisionada por Marie-Jeanne, Guillaume retirou-lhe essa supervisão, porque lhe interessava, na sua qualidade de “toupeira”, e, agora, Duflot devolveu-a novamente a Marie.

Em termos de funções, inicialmente deveria acompanhar Shapur, depois o Diretor desvinculou-a, Guillaume atribuiu-lhe, falsamente, esse papel, para ela ter conhecimento que fora usada por ele, julgando que seria mais um teste. Sabemos, pelo que vimos, que essa função ser-lhe-á novamente atribuída, pois que assim determina o Diretor dos diretores: “MAG”!

E daí a suposição de novo envio para Teerão. Qual bola de ping-pong!

 

E termino, narrando sobre a historiadora, Nadia El  Mansour.

Já sabemos que foi libertada e conhecemos as condições que os serviços secretos sírios lhe impuseram para tal libertação.

 

Guillaume dirigiu-se a uma conferência de imprensa onde ela era apresentada, através de um membro do Governo Francês, que frisou ser a sua libertação um resultado da ação do respetivo governo e dos que lutam pelos Direitos Humanos e que, em nome da França, lhe estendia os braços.

 

Bom, convenhamos!

Nós, espetadores que acompanhámos o processo e Guillaume, que despoletou tudo e sabe da poda muito mais que nós, o que poderemos pensar?

 

Para cúmulo, a Senhora El-Mansour, através de intermediário, pediu para que o Senhor Lefebvre saísse da sala.

(A esta cena assistiu a nova agente, Céline Delorme, que com aquele ar de sonsa, anda a apanhar as pontas todas da narrativa.)

 

E ele saiu.

Mas como se terá sentido?!

Despedido, mandado ausentar-se pela mulher pela qual a sua vida mudara cento e oitenta graus, ele que tudo engendrara pela sua libertação, é caso para se ficar completamente destroçado, sentindo-se inútil.

Acha?!

Vimos que não, que apesar de despedido e de todas as contrariedades, ele mostrou o seu serviço, disponibilidade e eficácia, face à situação de “Le Chevalier”, não desistindo, nem se dando por vencido.

Aguardemos, que ainda há mais cinco episódios e a sua descoberta enquanto toupeira deve dar brado!

 

“A Agência Clandestina” - T2 - Ep. 4

Série Francesa

RTP2

 

“Le Bureau des Légendes

Episódio 14

(3ª feira – 08/11/2016)

 

(Nota inicial:

Este texto foi escrito, ontem dia 9/11/16, ainda antes da visualização do episódio 15.

Mas não houve tempo de o publicar. Segue hoje. Tentarei ainda escrever sobre o 15º episódio.)

 

Atores principais In. saison 2.jpg

 

Como já esclareci, a série já está na 2ª temporada, sendo que cada uma das temporadas tem dez episódios.

Este 14º episódio global corresponde ao 4º, da 2ª temporada.

 

Nele, mais alguns aspetos do enredo se foram desenrolando.

Gosto de ver esta série, é interessante, mas não me tem motivado excecionalmente para a escrita. Todavia, vou escrevendo sobre a narrativa.

 

O Diretor da CIA em Paris, Peter Cassidy e o representante sírio, Hachem Al-Khatib, reuniram-se num cemitério de Paris, junto à campa de uma artista célebre, definiram o que pretendia cada uma das partes, e após alguns contratempos, chegariam posteriormente a acordo sobre a libertação de Nadia El  Mansour.

Preços elevados, que inocentes terão pago.

 

Marina Loiseau in. saison 2 wikipedia.jpg

 

Marina que fora presa em Teerão, haveria de ser libertada, não estando muito tempo prisioneira, valeu-lhe a sua condição de cidadã francesa, e o receio de incidente diplomático com a França. Saiu do Irão ainda a tempo de ir ao "funeral da avó".

Os seus acompanhantes iranianos tiveram menos sorte e a rapariga amiga de Shapur, Daria, levou trinta chicotadas.

Marina ficou de férias desportivas na Cidade Luz, aonde também acabariam por ir os amigos iranianos.

Shapur Zamani tem uma agenda carregada, contactos importantes e num desses encontros gastronómicos, com um outro jovem também relevante, seria espionado por Guillaume. Este soube quem era esse personagem, pelos vistos marcante o suficiente, para ele fornecer esse nome e respetivas atividades, a Doutora Balmes, que disso deu conhecimento aos americanos. Assim desempenhavam as inerentes funções de toupeiras.

 

Guillaume continua a exercer essas tarefas, apesar de continuar a questionar-se e interrogar-se sobre as suas atitudes.

 

Duflot vai investigando sobre os possíveis traidores na Agência, dispondo agora de um mapa de Paris, onde permanentemente piscam os lugares onde os seus agentes deambulam pela cidade, através da localização dos respetivos telemóveis.

Foi assim que interpelou Guillaume de onde este estava.

“Pulga na orelha?!”

 

Continua o processo de recrutamento de Sabrina, “Madre Teresa”, para contactar o irmão “Le Chevalier”. Conseguida a sua anuência para a irmã se deslocar à Siria, trataram de organizar a respetiva ida, juntamente com Raymond, como se fosse advogado para defender o rapaz, ao trazê-lo para França.

Intrigante foi a conversa, via suporte eletrónico, havida entre Sabrina e outro personagem, que deduzo ser o próprio irmão, em código, sobre cãezinhos, com as respetivas imagens, em que, no final, falam em fazer como os chineses sobre um cãozinho, chamado Drº Coujard, que é o apelido suposto de Raymond, enquanto suposto advogado.

A rapariga sabe muitíssimo mais do que aparenta. Aliás, toda a metodologia, devidamente organizada e sofisticada, que ela usa para falar com o irmão, mostra que ela não é uma amadora no assunto.

Nem sei como Raymond não desconfiou de nada.

De qualquer modo ele aceitou desempenhar essa “missão”, apesar de todos os perigos a que pode estar sujeito.

Para isso foi alertado por Duflot, o diretor da Agência.

Veremos o que lhe sucede.

 

Sobre Nadia.

Foi libertada, após lhe terem organizado uma execução sumária, com todos os efes e erres, ao ponto de ela própria crer que fora executada, ao ouvir o tiro que lhe dispararam junto à cabeça, mas na direção de uma parede.

Não teve outro recurso que não ser desmaiar.

Ao acordar, teria Nadim, dos serviços secretos, junto dela a dar-lhe ordens, face à sua libertação.

Ida para Paris, para apoiar a oposição. Caso não faça um bom trabalho será eliminada.

Aguardemos, que também não percebo nada destas negociações.

 

Mas, apesar de não “apanhar” todos os esquemas do enredo e da narrativa, gosto de visualizar o seriado.

“A Agência Clandestina” - Temporada 2 - Episódio 3

Série Francesa

RTP2 

“Le Bureau des Légendes"

(2ª feira – 07/11/2016)

 

Neste 13º episódio houve alguns esclarecimentos sobre aspetos que me haviam escapado. (Não vi todos os episódios.)

 

A Doutora Balmes já não trabalha na Agência. Nem precisa, que pode operar à distância, através da segunda toupeira. Demitiu-se na sequência do “caso Cyclone”. Voltou à clinica privada, onde recebe os seus pacientes.

 

Guillaume, supostamente, é um dos seus “doentes”, mas a última consulta foi um pretexto para lhe serem transmitidas ordens dos americanos, através da psiquiatra.

Ele funciona como elo de ligação indireto entre as duas Agências: “Le Bureau des Légendes” e a CIA, com passagem pelo consultório. Esquema engenhoso.

Continua a debater-se interiormente com grandes dúvidas existenciais e éticas. Mas segue dirigindo os seus serviços de agente, supostamente o melhor de todos, mas vai deixando pequenas, pequeníssimas, entreabertas, ele próprio cada vez mais desconfiado de si e dos outros que o rodeiam. Com medo, medo de se descair, de deixar algo destapado. Mas vai também sempre ajudando e dando conselhos aos agentes mais novos.

“As emoções são o nosso pior inimigo. Esconde-as. Enterra-as. São elas que te irão trair. Nunca demonstres que tens medo.” Vai-se “confessando ao Diário”!

 

Também sempre preocupado com Nadia, sobre que não pode, ou não deve, investigar diretamente. Mas pede ajuda a uma colega mais nova, cujo nome não sei, para fazer essa pesquisa.

E o que sabe deixa-o ainda mais apreensivo.

“O Juiz, que lhe foi destinado, é terrível. O caso vai terminar mal. Condenação quase certa.”

Isso, já nós, telespetadores, havíamos inferido, pela forma, pelo modo, pelo conteúdo, da respetiva intervenção, quando ele foi falar com a prisioneira. À partida, ela fora já considerada culpada.

E as instruções que deu ao “carcereiro” de Nadia, na última visita que lhe fez, ainda irão agravar mais a situação.

Tudo indica que, através da tortura psicológica a que vai ser submetida, ele pretende que ela se confesse culpada, em próximo interrogatório.

 

Marina no Irão in. youtube.com

 

A agente Marina Loiseau, sobre quem Guillaume se atribuiu a respetiva supervisão, terminou o episódio em apuros.

Como lhe fora vaticinado, a excessiva exposição mediática nas redes sociais, ao lado do jovem rico e importante, focalizou sobre si mesma, atenções desnecessárias.

Acabou presa pelos guardas revolucionários, juntamente com esse jovem, quando se dirigiam para o interior do País, para fazerem um estudo, a pedido do Instituto de Investigação Sismológica, onde ela trabalha.

O que lhe acontecerá?

Que papel irá ter a família do jovem face ao ocorrido?

E o que irá diligenciar o seu patrão, Reza?

E como irá proceder a DGSE e a ADL – Agence des Légendes?

 

Sobre esta última Entidade, sabemos que, através de Clement, o “namorado” de Marie Jeanne, o Diretor da Agência, Henri Duflot, tomou conhecimento que haveria um possível ataque, ou ação contra o jovem iraniano, acompanhante de Marina.

Duflot consultou os códigos das mensagens secretas e providenciou telefonema para o emprego da jovem agente, avisando-a que lhe “falecera a avó”.

Mas, ironia do Destino, ou destino do enredo, Marina já não estava no escritório, acabara de terminar os arrumos no transporte, para seguirem para o trabalho de pesquisa, algures no interior do Irão, tendo acabado de partir.

Bem gritou a colega, sobre a morte da avó de Marina, chamando-a, que esta já a não ouviu.

Tivesse ouvido e não seria apanhada, alguns quilómetros adiante.

Nem o enredo prosseguiria na senda que nos revelarão em próximo episódio, logo à noite, no décimo quarto.

 

E será que Clement sentiu “a pulga na orelha” como lhe recomendou Marie Jeanne?!

 

O trabalho de “Cyclone” está a dar frutos e Raymond prepara-se para recrutar Sabrina, a irmã de “Chevalier”. Observemos, que também tem sido um processo engenhosamente manipulado por todos os intervenientes.

 

Ah! Convém ainda referir que Duflot, de, entre os possíveis toupeiras, que à partida, eram muitos, quase todos, o Diretor já fez uma primeira triagem. Nessa nova lista, mais restrita, figura a Doutora Balmes, em primeiro lugar. Excelente faro, constate-se.

Com o fito de a sondar, dirigiu-se ao seu consultório. Visita não muito conclusiva, por enquanto.

Aguardemos futuros desenlaces na narrativa.

Que, mais tarde ou mais cedo, conforme o(s) guionista(s) pretenda(m), eles ir-se-ão descaindo, pouco a pouco.

 

(P. S. - Anexo links sobre cada uma das temporadas. Pois que, hoje, já após a publicação deste post, constatei que o 13º episódio global já corresponde ao 3º da 2ª temporada.  O meu pedido de desculpas pelo engano.

Saison_1

Saison_2)

“A Agência Clandestina” - Temporada 2 - Episódio 2

Série Francesa

RTP2

 

“Le Bureau des Légendes”

 

(6ª feira – 04/11/2016)

 

 

Guillaume Debailly, mais transfigurado, visual diferente, aparentando cansaço, presta-se ao trabalho de duplo, situação aliás que ele parece ter assumido como postura de personalidade, desde que veio de Damasco.

O seu diário é o seu confessor e o seu analista. Que a Drª Balmes, que já sabemos ser também agente dupla, recebe-o no seu consultório, aparentemente para consulta, mas de facto para lhe dar instruções sobre um agente da DGSE, que a CIA quer também ao seu serviço.

Esta duplicidade de comportamento, de atitudes, leva-o a questionar-se, que não está isento de ética, a procurar justificativos para as suas ações, contando-as ao diário. ´”Diário”, lhe chamo eu, àquele registo que ele faz, que não sei se, na sua perspetiva pessoal, o será. Veremos. Que parece ser para memória futura.

E como classificar a sua atitude de retirar da alçada da “vigilante” Marie Jeanne, a supervisão da agente Marina Loiseau, a operar no Irão?!

Será que também a quer recrutar como agente dupla?!

Aguardaremos.

 

Marie Jeanne obedeceu, supostamente estará mais “emocionável”, sob o ponto de vista de Guillaume, por se ter envolvido com outro agente, Clément, mas ela não ficou satisfeita, e alertou o namorado para estar com “ a pulga na orelha”.

 

Marina Loiseau opera no Irão, procura adaptar-se a essa nova cultura, com as peculiaridades que caraterizam os países do Oriente Médio.

Envolve-se, indiretamente, numa situação típica dos comportamentos da juventude árabe e muçulmana, das classes dominantes, sai-se airosamente, e deixa abertas portas de ações futuras, a que perigos insuspeitos não serão alheios.

A sua foto nas redes sociais, com o herdeiro de um império económico ligado ao nuclear, estimula muitos e variados apetites.

Que se cuide!

 

Nadia El Mansour está em prisão, num domicílio, algures em Damasco.

Procura contacto com o exterior, especialmente com a família. Tenta consegui-lo, de uma forma engenhosa, através de um “carcereiro”, que, condoído, tenta estabelecer o contacto, não o conseguindo, porque os respetivos familiares também foram presos. Desse facto exato, não dá conhecimento à historiadora, por comiseração.

Guillaume não desistiu da respetiva libertação e a sua trânsfuga para o lado dos americanos tem a ver com esse objetivo. Que estes consigam a hipotética e almejada liberdade.

 

Rachid Benarfa, o tão falado “Cyclone”, agora liberto, voltou ao trabalho, mas em Paris.

Foi-lhe atribuída uma “missão” de contacto melindroso com um jovem distribuidor de pizas, cujo irmão estará na Síria, no “Estado Islâmico”.

Saiu-se muito bem.

(Interessante que, com as novas tecnologias, como tudo é observado à distância!)

 

Toupeiras in. madmoizelle.com

 

Na “Agência”, a hipótese, quase certeza, da existência de uma “toupeira” não passa despercebida ao Diretor e ao Coronel, que, em conversa a dois, comentam essa grande probabilidade, face a alguns factos, em que aparenta ter havido fuga de informação.

Face à pergunta que formulara na anterior narrativa, é caso para dizermos que já “farejaram” o perigo.

Perante o pedido do Diretor, Henri, de que o Coronel lhe facultasse a lista de pessoas conhecedoras de duas ações importantes, recentemente realizadas, este forneceu-lhe documentação sob a forma de nomes e fotos, em que figura todo o pessoal que trabalha na Agência e praticamente da Direção Geral.

Tarefa quase ciclópica que cabe a Duflot: achar o delator.

Aguardemos o desenrolar da ação, que este será um novo tópico que irá estruturando o enredo.

 

Nós, telespectadores, nestes casos, somos sempre privilegiados. Que sabemos não haver apenas uma, mas duas toupeiras. E o mais que surgirá. Que a seguir esse trajeto, ficará o campo todo minado!

 

Sobre a Doutora Balmes, que sabemos ser assumidamente dupla, desde o início da respetiva contratação, também a acho diferente, em termos de imagem representativa. Parece-me mais sisuda e apreensiva.

Impressão minha?!

 

Observemos novos episódios, que não sei se ainda estão na 1ª temporada!

(P. S. - Virei a constatar no dia 8, que já ocorre a 2ª temporada.Emendei no título.

Anexo links para resumos de cada uma das temporadas:

Saison_1

Saison_2)

“A Agência Clandestina” - Temporada 1 - Personagens e alguns Tópicos do Enredo

Série Francesa

RTP2

 

Le Bureau de Légendes

Episódio 10

(4ª feira – 02/11/2016)

 

 

E volto à abordagem da série. Que já chegou ao episódio 10.

 

Quanto ao título, de modo que fosse um pouco mais consentâneo com o tipo de Agência, talvez “Agência Secreta”. Não sei se seria original ou não.

Quanto ao significado de “Légendes”, no contexto da série, reporta-se a palavra precisamente para o sentido literal: “legendas”. Uma ideia um pouco diferente da que eu supusera, reportando-me aos agentes como “lendários”, no sentido do seu desempenho e atuação.

Procurando traduzir o que referem na sinopse: os agentes « …trabalham na sombra, “sob legenda”, isto é, sob uma identidade fabricada em todos os aspetos…»

 

le bureau des legendes in. alliancefrancaise.org.s

 

A Agência, “Bureau des Légendes” é um Departamento que funciona no âmbito da DGSE – Direção Geral da Segurança Exterior. Nela, são formados e dirigidos “à distância”, os agentes “clandestinos” mais importantes dos serviços secretos franceses, de informação externa.

Devidamente preparados, como podemos observar face à personagem “Marina Loiseau”, são colocados num país estrangeiro, em “Missão” de observação de possíveis pessoas suscetíveis de serem recrutadas como informantes.

Aí vivem longos anos, “imersos” nesse país, sob essa identidade fabricada, falsa, mas totalmente interiorizada como verdadeira, em permanente dissimulação.

 

Guillaume Debailly é o principal agente do Departamento e personagem principal no enredo e narrativa da série.

Viveu seis anos em Damasco, sob o nome e a identidade de Paul Lefebvre, professor de Francês.

Inicia-se a história com o seu regresso a Paris. Daí decorrerá a sua suposta integração na Agência e assunção da vida “normal”, sob a identidade verdadeira de “Guillaume, em que se incluirá o restabelecimento dos laços familiares com a filha e a ex-mulher.

Esse restabelecimento, esse “despir” de uma personalidade forjada, mas vivenciada durante largos anos e o interiorizar da verdadeira, não se revela nada fácil.

Mais difícil se vai tornando, quando, paralelamente ao seu regresso, também decorre a vinda, para a capital de França, da sua amante em Damasco: Nadia El Mansour.

Impossível se torna resistir ao apelo do Amor e Guillaume reassume a sua identidade de Lefebvre. E para amar, que o Amor não olha a meios nem fins, faz um jogo duplo e perigoso, colocando-se em risco pessoal, da sua própria família, no caso da filha, que expõe a perigos insuspeitos e da própria Nadia. Sobre esta, no nono episódio, recebeu uma chamada, de Nadim El Bachir, anunciando-lhe que acabara de lhe declarar sentença de morte. Porque, aparentemente não cedera à chantagem que aquele lhe impusera.

Muitas ocorrências aconteceram nestes últimos episódios.

 

A todos os agentes é atribuído um “pseudónimo”, melhor, “anexim”. O de Guillaume é “Malotru”.

Todos estes “anexins” são expressões favoritas, retiradas do vocabulário do capitão Haddock, personagem da banda desenhada de “As Aventuras de Tintin”.

 

haddock-600x434 in. topito.jpg

 

Continuando…

 

Nadia El Mansour, professora universitária, especialista em História e Geografia e muito especificamente do seu país natal, Síria, está muito para além do que Guillaume supunha.

Está em Paris, integrada num grupo de altos dignitários sírios, ligados ao chefe de estado do país, em negociações secretas com a oposição, tendo como intermediário um russo, em nome do respetivo país. É parte integrante dessas negociações, na sua qualidade de conhecedora da realidade cultural síria, altamente complexa e diversificada no plano da sua História e Geografia, suscetível de multivariados conflitos de índoles diversas.

O seu relacionamento com Lefebvre é motivo de preocupação e visto com muita apreensão pelos restantes membros da equipa das negociações, dado desconhecerem e temerem as atividades de Lefebvre, que desconfiavam ser jornalista ou espião, tipo de personagens que querem afastados, pois quebrariam o sigilo das negociações.

Avisada, intimidada, pelos vistos, ela não cedeu, julgo ter sido recrutada pela “Agência” e agora está ameaçada de morte. Pois que o seu amante não se vergou à chantagem, não fornecendo a informação pretendida, uma lista dos contactos que ele conseguira em Damasco, enquanto aí operava clandestinamente, como agente.

No episódio dez, soubemos que estará presa no Irão, numa prisão síria. Esta informação foi fornecida a Guillaume, por um agente da CIA, a quem ele fora oferecer os serviços de mediação com os sírios, em troca de a Agência americana tentar a libertação de Nadia.

O que se revela difícil, dada a complexidade das relações entre estes países e os americanos.

 

E estes são tópicos fundamentais da narrativa: as negociações secretas dos agentes sírios e o envolvimento de Nadia com Lefebvre, e as implicações e complicações daí decorrentes, para todos os envolvidos.

No fundo, resultantes de o agente não se ter conseguido libertar do seu passado em Damasco, mantendo e agindo conforme essa mesma identidade.

E nessa tentativa de remediação dos erros cometidos Guillaume vai-se “enterrando” cada vez mais. A ponto de trair: a sua Agência, o seu País, a sua Família, a sua Amada.

Um “renegado francês”, como o apelidou o representante da CIA em Paris, Peter Cassidy.

 

Outro dos tópicos centra-se no recrutamento, na preparação e no envio de um novo agente para o exterior. Neste caso, uma mulher, Marina Loiseau, que veio sendo preparada, testada na sua capacidade de resistência, para ser enviada para o Irão.

Submetida a treino intensivo no plano físico e psicológico, inclusive, torturada, revela-se suficientemente apta para o desempenho que lhe está destinado.

É apelidada de “Fenómeno”.

Neste 10º episódio soubemos que chegou, finalmente, a Teerão, depois de ter estado presa em Tiblissi, à ordem dos iranianos, mas pela ação dos georgianos. Mais um teste de resistência a que foi submetida e que conseguiu superar.

Mandou uma mensagem à “prima”, Marie Jeanne, a dar conhecimento da sua chegada. Depois da inquietação a que todos estiveram submetidos, foi com satisfação e alívio que receberam a notícia.

 

Marie Jeanne faz parte da equipa dos vigilantes da Agência. É com ela que os agentes secretos contactam, quando estão em missão. É a sua referência e elo de ligação com a estrutura mãe. Foi o referencial de Guillaume, enquanto em missão na Síria e, em França, promotora da sua integração na normalidade das suas referências, sem o conseguir, como temos visto.

É também ela quem tem preparado, na Agência, a nova “clandestina”, Marina, que neste décimo episódio lhe deu conhecimento que chegara ao seu destino, para o qual ela a preparara.

 

Outro dos tópicos fundamentais do enredo incide no desaparecimento de um agente especializado, operando na Argélia, Rachid Benarfa, apelidado de “Cyclone”, logo no primeiro episódio.

Este tem sido um tema que tem perpassado por toda a narrativa, especulando inicialmente sobre o que lhe teria acontecido, sobre a sua natureza enquanto espião, se fiel, se duplo, onde estaria, o que lhe teria acontecido, se raptado, se torturado, se teria delatado, quem o teria raptado ou coaptado… Verificada a sua integridade, tratou-se de encontrar formas e meios de o reaver. Engendraram um plano, concebido por Guillaume, de forma a obter a sua libertação. O que foi conseguido neste 10º episódio, no meio do deserto do Saara, algures no Mali.

Muitas peripécias e percalços ocorreram, envolvendo pessoas, instituições e recursos, que eu estou a saltar nesta minha narração.

Veremos se ele vai regressar à Agência.

 

Outros personagens relevantes que atuam na Agência ou na Direção Geral:

- Henri Duflot, o diretor. Funciona com um “pai espiritual” de todos os funcionários, por quem se interessa como tal. No seu estilo relativamente “apagado”, consegue agir e intervir de forma pertinente, mesmo em situações em que fora mandado colocar no seu “lugar”, que é essencialmente técnico, face a negociações, por vezes, fundamentalmente políticas.

- Marc Lauré, designado “MAG”, (Moule à Gaufres), “rosto picado das bexigas”. (Na minha Aldeia talvez se dissesse “cara de cortiça”.)

Coronel, é o diretor do Serviço de Informações e superior de Duflot. Age e funciona num enquadramento predominantemente de estratégia política.

- Raymond Sisteron, que faz parte da equipa de “vigilantes” da Agência. É a “referência” e suporte de “Cyclone”. Sofreu um bocado, que é como quem diz, bastante, com o respetivo desparecimento. Emocionou-se e rejubilou como ninguém com a respetiva localização e salvamento, para a qual teve um papel relevante, à distância de satélite, com as informações peculiares que forneceu sobre o seu agente e que foram cruciais para a identificação pelo médico, vindo de “Felis”.

- Funcionam dois agentes como siameses, sempre em dueto, Pépé e Mémé, o “Avô e a Avó”. São um sustentáculo operacional de todos os agentes em França. Tratam de logística, apoio, escolta, intimidação, defesa dos homens e mulheres a seu cargo.

- Outra agente “a Mula” exerce as mesmas funções.

- Ainda, integrados na Agência, funcionam:

- “Gherbi”, um dos recrutados por “Cyclone” em Argel, que, face ao respetivo desaparecimento, foi obrigado a ir para Paris, onde foi sujeito a tortura para testar a sua lealdade, o que o fez detestar o funcionamento da Agência e afirmar não querer mais trabalhar para eles.

- “Rim”, secretária de Duflot.

- Simon, torcionário, que torturou Marina, como forma e meio de a preparar para eventuais situações futuras e testar a sua capacidade de resistência. Tornaram-se “amigos coloridos”.

Veremos se cortaram completamente essa amizade, se ela resiste ao tempo e à separação e ausência comunicacional.

Há ainda mais alguns personagens secundários na Agência, mas de que ainda não me apercebi muito bem da função.

 

No plano familiar, assinala-se Prune Debailly, filha de Guillaume e Émilie Duflot, a mulher de Henri.

 

O enredo estrutura-se quase exclusivamente no âmbito profissional dos personagens, que a vida familiar destes agentes está relegadíssima para um plano muito secundário. Vivem muito na Agência ou na sua “missão", caso em que abandonam totalmente a sua vida anterior.

 

Do grupo de sírios, em negociações secretas, de que Nadia fazia parte, assinalam-se Nadim, dos serviços secretos sírios e Hachem Al-Khatib, homem de negócios e primo do presidente.

 

Guardo, propositadamente, para o final, a personagem da Doutora Balmes.

Médica psiquiatra, especializada em teoria comportamental, foi recrutada para ajudar os agentes em várias estratégias psicológicas de defesa psíquica e de manipulação dos seus verdadeiros objetivos. Está em permanente observação dos profissionais, nos diversos contextos em que eles agem e interagem, interpelando-os, interrogando-os, fazendo-os refletir, pensar sobre eles mesmos e os outros, sobre os seus comportamentos e atitudes, num modo analítico e introspetivo, a fim de se conscientizarem.

 

Surpreendentemente, no último episódio transmitido, décimo, ficámos a saber que ela é agente duplo, trabalhando para os americanos, CIA, desde o início em que foi contratada pela Agência francesa.

 

E é vê-la, no final do episódio, quando todos festejam na Agência a libertação de “Cyclone”, bebendo champagne, ela inclusive, e ovacionam Guillaume Debailly. Posicionada estrategicamente no fundo da sala, em lugar de não destaque, em permanente observação, ainda que também participante no evento comemorativo, mas numa certa distância empática.

E os olhares que se cruzam, o dela e o do agente glorificado.

 

Conhecendo, conhecendo-se e sabendo da ambígua e dupla situação de ambos, como será o respetivo desempenho futuro?!

 

Irão continuar a exercer as respetivas funções como se nada tivesse acontecido?

Manterão o statu quo, pelo menos nas aparências?

 

Irá Guillaume obedecer às ordens dos americanos?

Continuará a agir como se tivesse uma agenda profissional própria? Irá aguentar? Até quando sustentará essa pressão?

 

Na Agência farejarão alguma coisa? Deixará algum rasto mal apagado?

 

Tantas perguntas e questões que ocorrerão.

 

Só há um meio de encontrar respostas.

Visualizando a série.

 

Até breve!

(P. S. - Constatarei no dia 8, que o décimo episódio foi o final da 1ª Temporada.)

Pág. 2/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D