Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Hoje, dia 21 de Março, comemora-se, entre outras efemérides, o “Dia Mundial da Poesia”!
Várias organizações lembram, neste dia, muito especialmente a Poesia.
O Círculo Nacional D’Arte e Poesia – CNAP – já festejou, ontem, a Poesia, como habitualmente, no Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira. Compareceram António Silva, Carlos Pinto Ribeiro, Carlos Santos Silva, Elsa de Noronha, Francisco Carita Mata, José Branquinho, Maria Fernanda de Carvalho, Maria Olívia Diniz Sampaio, Rolando Amado, Teresa Filipe.
Disseram Poesia de sua autoria ou de outros Poetas e Poetisas. Cantaram também. Quem tem esse dote e competência. Cada um, ao seu jeito e modo, homenageou a Poesia e engrandeceu, antecipadamente, esse Dia. Escutaram, com estima e veneração, a dita pelos outros.
Também outras Entidades lembram festivamente esse Dia.
A APP – Associação Portuguesa de Poetas, celebra a Poesia, seguindo um programa deveras original, conforme cartaz que se segue.
José Branquinho promove a sua habitual Tertúlia na sala VIP, do Estádio José Alvalade, a partir das quinze horas. Celebrando a Poesia, o Canto e o seu ideal sportinguista, todavia aberto a todas as “confissões” clubísticas.
Sobre “Momentos de Poesia” e as suas comemorações já aqui abordámos vários posts no blogue.
Este mês de Março, no blogue, tem sido especialmente dedicado à Poesia, ao Canto... E ao Cante!
Neste Dia também especial, porque dezanove de Março, divulgamos este evento a realizar no próximo sábado. Uma viagem ao Alentejo mais profundo, ao âmago do ser e sentir alentejano, pelo menos de uma parcela significativa da Alma Alentejana, muito rica e multifacetada, frise-se.
E, nem de propósito, “Momentos de Poesia”, evento já com foros de Cidadania, da responsabilidade de Drª Deolinda Milhano, subordina-se no próximo Dia 21 de Março, a uma visita guiada e poética sobre as “Portas da Cidade”.
Sendo Portalegre um burgo de raiz medieval, ainda mantém parte da sua estrutura muralhada e algumas das portas que lhe davam acesso, estruturadas sob a forma de arcos de volta inteira, com maiores ou menores alterações epocais.
E tentando responder à questão formulada inicialmente, para se aperceber melhor dessa possibilidade, nada como palmilhar as ruas do povoado.
Mas eu atrevia-me a sugerir, algo mais inusual… Um passeio, a pé, subindo pela “Estrada da Serra”, até ao miradouro. (Estrutura, a que me atrevi de batizar de “Passadiço”.) Pouco a pouco, contemplando a urbe, o seu enquadramento paisagístico, o seu casco construtivo, não tenho dúvidas que se perceciona uma visão muito mais poetizada da sua mole urbana, num soberbo cenário, englobando serra e campina alentejana…Perdendo-se nas lonjuras, quase se confundindo céu e terra. E sempre a perspetiva e recorte da Cidade e de alguns dos seus monumentos mais icónicos.
Mas ainda retornando à Poesia. É sintomático que, na Cidade, logo duas Escolas tenham escolhido como patronos, dois Poetas: Cristóvão Falcão e José Régio. É indubitavelmente uma prova da estima da Cidade pelos seus Poetas, não querendo esta afirmação dizer que eles são, em contexto natural, devidamente apreciados e lembrados pela sua Poesia. Que não são!
E na Cidade há grupos de resistentes que não esquecem a Poesia. Há “Momentos de Poesia”, evento pioneiro, a que já tive o grato prazer de assistir a algumas tertúlias, com enorme satisfação e constatado o trabalho altamente meritório que tem sido desenvolvido.
E existe e desenvolve também atividade poética um outro grupo designado “Amigos da Poesia”!
Haverá assim tantas Cidades no País, na dimensão e com as características de Portalegre, em que a Poesia seja celebrada regularmente em eventos poéticos?!
Não sei, não!
Ah! E voltando ao périplo pelas “Portas da Cidade”, lembrar que irão ser calcorreadas as vetustas ruas, iniciando-se a ronda pela Porta da Devesa, Portas do Crato, ainda existentes; pelas de Elvas e Évora, de que só já resta a memória. Pela de Alegrete, terminando na Porta do Postigo, atualmente desestruturada do seu local primitivo e encastrada na antiga muralha, alguns metros mais a sul.
Irei voltar a “Momentos de Poesia”, após a concretização do evento!
E, nem a propósito: porque não institucionalizar “Portalegre como Cidade de Poesia”?! (Fica a sugestão.) E ainda e já agora… calcorreando a Cidade.
Metem dó, tantos prédios, pelo casco antigo, ameaçando ruína. (Algo tristemente comum a muitas aldeias, vilas e cidades deste nosso Portugal!)
Paralelamente construiu-se, na Rua 1º de Maio, um “business center”, só o nome (!), entaipando-nos da Cidade, a vista espantosa da Serra da Penha; e a partir do IP2, a visão das muralhas. (E tão perto, quase se esboroando, o prédio da antiga loja do Srº Hermínio, prestes a implodir!)
E!... Que tanques, aqueles da Corredoura?! Saudosa, a lembrança do antigo lago e do cisne!
E, para quando replantar de árvores autóctones, carvalhais, aquele espaço?! E umas manchas de amendoeiras, como embelezariam aquelas encostas desprovidas de coberto arbóreo!
(Nota final: As fotos são originais DAPL - 2015 e 2017.)
No seu constante persistir em "Dar Voz aos Poetas", "Momentos de Poesia" estrutura-se numa relevante iniciativa, no próximo "Dia da Poesia" - 21 de Março.
Uma viagem pelas Portas da Cidade de Portalegre, irmanando História e Poesia! Feliz e interessante ideia, formulando votos de ótima concretização.
Que esteja uma tarde bonita e cheia de sol, não como a de hoje, fustigada pelo vento e pela chuva. Bem sei que esta faz imensa falta!