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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

O Paciente que mordeu o Dentista…

Alho Porro Foto Original DAPL 2016.jpg

 

Cães que morderam a mão do dono que lhes deu de comer!

Com uns futebóis de entrada.

 

Ainda em tempo de Futebol, de Mundial.

 

Depois da última crónica a este tema dedicada, de forma obtusa é certo, Portugal jogou com Marrocos. E, mais uma vez, valeu à equipa o São Ronaldo! Tivessem os marroquinos um artilheiro assim e nem sei o que seria o resultado!

Amanhã Portugal jogará com o Irão. (Agora aparece escrito Irã, por todo o lado!?!?) Esperemos que Portugal ganhe, que a equipa se estruture e organize melhor como tal e que o santo milagreiro continue em forma. Agora estamos na altura dos Santos Populares, este será mais um a acrescentar.

Agora acrescento eu uma das minhas peculiaridades. Quando tocar o Hino Nacional como Irão reagir Carlos Queirós e a sua equipa de técnicos portugueses?! E perante o Hino do País que orientam?! Curiosidades e trivialidades minhas…

 

Mas o tema do post pretende ser um pouco diverso. É antes uma estória… A do Paciente que mordeu o Dentista! E uma metáfora.

 

O Senhor Fulano de Tal tem um contencioso, de anos, com os dentistas. Tanto que adia, ao máximo, a ida a tais consultórios e assentar-se nas célebres cadeiras e perante tais aparelhagens.

Finalmente em idos de Abril e Maio atreveu-se a frequentar tais ambientes de pesadelo!

Após uma primeira intervenção em que lhe foi extraído um molar no maxilar inferior, lado direito, precedida de idas preparatórias e tomada de calmantes e inibidores do vómito, combinou a desvitalização de um segundo molar na mesma queixada!

No dia aprazado, apresentou-se. Ficou logo apreensivo por o interventor ser uma pessoa diferente da que o atendera nas vezes anteriores. (Necessita de sentir alguma empatia e confiança com o dentista.) Mas não quis dar parte de fraco, nem parecer deseducado. Sujeitou-se ao que viesse…

Iniciada a desvitalização, com os recursos certamente habituais, os vómitos sobrevieram. Não havia como continuar. Decidiu que, preferencialmente, lhe extraíssem o dente. Desvitalização não dava.

E foi-lhe tirado o molar.

 

Mas não sabe o senhor a que propósito, praticamente sem o consultarem, aliás não estaria sequer em condições de tomar uma decisão consciente, tal a toma de sedativos, anestesia e sofrimento de tirar um dente, repito, não sabe o Senhor Fulano de Tal a que propósito, a Dona Dentista e Dona Assistente resolveram extrair-lhe também um do siso, no mesmo maxilar.

Suprema tortura!

A anestesia já não estava a cem por cento, e todas as ações anteriores e um siso é sempre um siso, de modo que esta última intervenção foi, e repito, uma verdadeira tortura, que até esperneou na cadeira. Ficou de rastos.

Andou assim semanas.

 

Não quis deixar em claro a situação e voltou ao consultório para dar conhecimento ao Senhor Doutor Dentista, que o atendera inicialmente e que é o diretor da clínica.

Este ao vê- lo chegar e após os cumprimentos de praxe, questionou-o.

- Então, Senhor Fulano de Tal, vem tratar de outro dente?

Resposta do Senhor Paciente:

- Saiba, Senhor Doutor Dentista, que, face à recente intervenção da sua colega e assistente, a minha reação perante um dentista é simplesmente a de querer morder-lhe a mão!

Resposta não menos lesta do Senhor Doutor Dentista.

- Pois saiba, Senhor Fulano de Tal, que isso agora é moda! Que até os cães mordem a mão do dono que lhes deu de comer. Nem mais! Que também, verdade seja dita, tal dono é mesmo o que merece. Aliás o que mais merece é que o prendam a uma trela e lhe coloquem um açaime. Mas não seria agora, que já é tarde, deveria ter sido há uns bons dez anos atrás.

 

O Senhor Fulano de Tal ficou assim um pouco a olhar para a conversa que não entendeu muito bem.

E o Senhor Doutor Dentista disse que era uma metáfora e que até nem se estava a referir a casos mediáticos recentíssimos, que ignora completamente, mas a um caso acontecido já há alguns meses.

 

Também não sei se o contador da estória está a ser suficientemente explícito, mas também não sei se isso interessa. Se o quisesse ser, sê-lo-ia…

 

E com tudo isto, aguardemos pelo próximo jogo.

E o Srº Paciente mordeu, de facto, a mão do Srº Drº Dentista?!

 

*******

O post é ilustrado com um alho-porro, dado que hoje é dia de São João. E o que me apetece tantas, mas tantas vezes, é dar pelo menos com um alho-porro na cabeça de muito boa gente. Alho-porro, também é metáfora. Porque, na realidade, muito boa gente merece mas é com um cacete, como dizia a minha saudosa Avó Carita!

A fotografia, como quase sempre, é original de DAPL.

Mundial 2018: Trivialidades?

E alguns comentários laterais!

Falta. in. OJogo.pt. jpg

Em tempos de Mundial, posso lá deixar de mandar alguns bitaites sobre o tema?!

 

Não, não me vou debruçar sobre os conteúdos centrais do assunto. Sobre esses temas importantes escrevem e publicam os que sabem mais da poda. Que não é o meu caso. De todo!

 

Acabada a primeira ronda, com muitas surpresas pelo meio, amanhã jogará novamente Portugal. Com Marrocos.

Vamos torcer, para que a equipa se afine melhor e que Ronaldo, o São Ronaldo de Portugal, continue inspirado! Que amanhã até terá, ele e os companheiros, como espetadores, duas figuras importantíssimas. O Senhor Presidente da República Portuguesa e o Senhor Secretário Geral das Nações Unidas. Estes dois amigos, pelo menos. Que não sabemos se não irão ainda outros VIPs. Aguardemos. O Futebol tem assim destas coincidências e exuberâncias!

 

Mas não era por aí que queria direcionar a crónica.

 

Como a imagem (cortesia de in. OJogo.pt) sugere, quero abordar alguns aspetos sobre esse lance e golo polémicos. Não haja dúvida que houve falta claríssima de Diego Costa. Deu uma grandessíssima cotovelada a Pepe. Intencional, como é evidente e de que ele próprio teve consciência, tanto que mal festejou o golo, após ter driblado os dois defesas e o guarda-redes. Só que nem árbitro, nem fiscais, nem vídeo árbitro viram. Ou não quiseram ver! Adiante… São jogos de futebol e há de tudo.

 

Mas o que eu quero frisar são algumas coincidências ou talvez não…

Ambos os jogadores são originalmente brasileiros, naturalizados; Pepe, como português; Diego, como espanhol!

Ambos originários da mesma região do Brasil: o Nordeste. Pepe, de Alagoas e Diego, de Sergipe. Estados brasileiros confinantes, separados e unidos pelo Rio S. Francisco.

Ambos jogaram simultaneamente em Madrid. Pepe, no Real; Diego, no Atlético.

Será que estas coincidências triviais(?) terão determinado aquela cotovelada tão acutilante sobre Pepe? Pepe, aliás, que tem fama e proveito de ser um defensor duro!

O que se passará na cabeça de cada jogador naqueles momentos decisivos?!

 

E sobre esse racionalizar desses momentos chaves, nada como observar Ronaldo, naquele célebre livre que deu o empate e terceiro golo a Portugal!

E queixou-se um jogador espanhol que Ronaldo se atira para o chão, mal lhe tocam. Ignora certamente (!) como os adversários lhe põem o pé à frente, nos momentos de perigo para as respetivas balizas. E, ele, com a frieza, experiência, a prática e genialidade que possui, faz o que sabe melhor. Põe o esférico dentro da baliza oponente.

De forma mágica e surpreendente!

 

O futebol, quando é Futebol, e mesmo outros Desportos, tem esse condão de congregar vontades e limar constrangimentos. De algum modo propicia uma certa acalmia nas tensões internacionais, pelo menos não as sobrevaloriza. Até deveria levar a uma trégua objetiva em todos os conflitos mundiais.

De qualquer modo, outros visitantes ilustres irão também a Moscovo e aproveitarão para se reunirem com o presidente do país anfitrião da prova. Estreitarão laços diplomáticos e acentuarão a tónica dos relacionamentos baseados na cordialidade e não na conflitualidade.

Parecerão menos relevantes as paradas militares e o mostruário armamentista, os desígnios expansionistas e imperialistas.

Pena é que, por vezes, seja sol de pouca dura!

Todavia, noutros horizontes e com outros intervenientes, não menos propensos aos belicismos, também se estruturaram ou forjaram alianças pacíficas. Coincidências?! O efeito apaziguador do Futebol?! (…)

Veremos o que o futuro nos reserva.

Por agora, estamos todos muito direcionados para o Desporto – Rei!

 

“Entre o Céu e a Natureza” – uma “Mensagem de Paz”!

Original DAPL. Gulbenkian. 2017.

 

«Entre o Céu e a Natureza»

 

«As ondas no seu marulhar

Num vai e vem constante,

Num trabalho incessante

Os rochedos vão beijar.

Gaivotas dançam ao largo

E num intenso piar

Esvoaçam querendo abraçar

A natureza, o céu e o mar.

O sol brilha e aquece-nos,

A alma fica mais forte,

Se não perdermos o norte

A caminhada é diferente.

As dunas de branca areia

Escondem mágoas e medos,

Guardam também os segredos

De vidas em desalinho.

Os rochedos cobertos

Por ondas de branca espuma,

O vento também se esfuma

E a paz interior regressa.

A simbiose perfeita

Entre o sol, o céu e o mar,

Fazem-nos também sonhar

Que o paraíso existe.»

 

Foto original DAPL. Costa Caparica.jpg

 

“Entre o Céu e a Natureza”, título e poema de abertura de livro recentemente lançado por Maria Gertrudes Novais, em Almada, na Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia, a dois de Junho, deste ano de dois mil e dezoito. Edição SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, com apoio da respetiva Câmara Municipal. Com prefácio de Eng.º António Matos e capa com reprodução de pintura a óleo, de Maria Manuel Pires.

 

Convite Mimi. 2018. Autoria Organização lançamento livro. JPG

 

Apresentação a que tive o grato prazer de assistir, numa sala muitíssimo bem composta, como se costuma dizer. Perto de uma centena de pessoas. Se tivesse que perspetivar o evento num contexto de Valores, destacaria dois: Amizade e Solidariedade. Valores e Mérito de Gertrudes Novais, Mimi, como gosta que a tratem. E, no decurso das intervenções, por vezes se ouvia uma criança correndo pela sala, chamando “Mimi! Mimi!”.

 

E ainda sobre Solidariedade, no final houve a participação de Francisco Naia, um cantor de quem já falámos aqui neste blogue, a propósito de outras ocorrências em Almada. E lembro-me de ter ouvido do Professor Alexandre Castanheira, num sarau sobre Ary dos Santos, no CIRL – Laranjeiro, em dois mil e quinze, precisamente referir-se a Francisco Naia, como uma pessoa sempre muito solidária.

Não pude assistir, com muita pena minha, mas nesse dia ainda tive que “migrar” para o Alentejo!

 

(Mas com tudo isto estou-me a desviar do móbil da crónica.)

 

Maria Gertrudes Novais, algarvia de nascimento, Aljezur, almadense de coração, residente desde 1973.

Publica desde 1987: “Poemas do Meu Sentir”, seu primeiro livro. Seguiram-se outros, individuais e coletivos e múltiplas, diversas e variadas atividades ligadas à Poesia e Cultura, conforme consta na contracapa do supracitado livro em apresentação.

Na mesa, além da Autora, o Prefaciador, já referido; a Professora Maria Adelaide Silva, que analisou a obra e os Amigos, Poeta e Poetisa: Luís Alves e Clara Mestre.

Todos, a seu modo e ver, falaram sobre a Autora e o seu trabalho desenvolvido, enaltecendo e reconhecendo-lhes o valor merecido. A Pessoa, a Poetisa, a Mulher de Causas! A Poesia, a SCALA, Almada!

 

Mimi, como gosta que a tratem e afinal a apresentação era também uma celebração da Amizade, agradeceu a todos os presentes, a todas as Entidades envolvidas: SCALA, Juntas, Vereadores, Câmara Municipal, Família, Amigos, às várias Pessoas que tornaram possível o evento. À Autora da capa, Maria Manuel Pires, que foi apresentada à assistência, chamando-a à mesa.

E, de pé, que a Poesia diz-se de pé, alguém frisou da assistência, disse: “Ninfa do Tejo”!

 

E este foi o mote estrutural para se abrir um cenário dedicado à Poesia, dita pelos vários Poetas, Poetisas, Dizedores presentes. De, e a partir de “Entre o Céu e a Natureza”!

 

E num entrecruzar de sensibilidades poéticas, ouvimos os Dizedores, Luís Alves e a Esposa; Clara Mestre, a própria Gertrudes e mais duas Senhoras, que também costumam frequentar as sessões de Poesia da SCALA e, que me perdoem, ainda não consegui fixar o nome.

De Utopia a Novo Amanhecer, Grito de Alma, Espelho, O Teu Sorriso, Saber Ouvir, A Cidade, Princesa e ainda homenagens a Fernando Pessoa e Alexandre Castanheira, de quem já aqui falámos também, foi gratificante, como sempre, ouvir, escutar Outros a dizerem Poesia!

Obrigado!

E António Matos finalizou esta parte do evento, iniciando com “Era branca a pomba, …” primeiro verso do Poema que transcrevo e que encerra o livro.

 

 

«Mensagem de Paz»

 

«Era branca a pomba,

Que vinha do espaço,

Voava baixinho

Pousou no terraço.

Fiquei a olhá-la

E então reparei

Que pomba igual

Eu nunca encontrei!

Veio lembrar ao mundo

Que há falta de paz

E que o homem de hoje

Não sabe o que faz.

Parem de matar!

Juntem vossas mãos

E num abraço fraterno

Sintam-se todos irmãos.

Lutem pela paz,

Sejam bem unidos,

Pousem vossas armas

Como bons amigos.

A pomba sorriu,

Seu recado deixou

E batendo as asas

Para o espaço voou.»

 

 

 

 

E “Entre o Céu e a Natureza”, num diálogo de sentimentos nobres e bons, finalizámos com uma “Mensagem de Paz”!

 

E ouvir Francisco Naia, as suas belas músicas e a sua poderosa voz de tenor, ficará para próxima oportunidade…

 

 

*******

 

Notas Finais:

 

E, em paz, também fico eu que, finalmente, consegui ter oportunidade para publicar mais um post. Que isto da Vida, nem sempre é como a gente quer!

Que não é por falta de ideias…

Ainda gostaria de escrever…

Sobre doutorices…

Sobre o Paciente que mordeu o Dentista…

E os cães que morderam a mão do dono!

E sobre as limpezas dos campos…

Sobre o cântico do rouxinol…

Sobre politiquices…

E a essência da natureza deste governo…

 

Eu sei lá! Tanta ideia que vai ficando perdida…

 

(Fotografias originais DAPL.)

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