Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Boletim Informativo e Cultural Nº 82 da Associação Portuguesa de Poetas
Neste Post nº 619, apresento as respostas à ENTREVISTA realizada por Presidente da Associação Portuguesa de Poetas, Carlos Cardos Luís, publicada no Boletim Informativo e Cultural Nº 82.
1-O que é que o motivou e levou a gostar de Poesia?
Verdadeiramente não sei! O dom de poetar, julgo que é algo que nasce connosco. Depois são as aprendizagens que vamos fazendo ao longo da Vida, nos mais diversos contextos e ambientes, que realizamos de modo consciente ou mesmo sem nos apercebermos e tomarmos consciência desse facto. Constantemente, a Inspiração vai comandando o nosso estro. E o Trabalho, que sem ele nada feito!
2-Com que idade começou a escrever poesia?
Consciente do facto e do ato, julgo que já na casa dos vinte. O primeiro poema que publiquei foi em 1984, na Revista “A Família Cristã”, já quase na casa dos trinta!
3-Tem alguma obra publicada?
Muitos textos em verso e prosa, em suporte de papel, dispersos em diversos enquadramentos. Participações em diversificadas Antologias de Poesia.
Desde Outubro de 2014, o blogue: aquém-tejo.blogs.sapo.pt.
4-Na sua opinião qual é a importância que os meios de comunicação social dão ao mundo literário, inclusive à Poesia. O que falta para uma maior divulgação da Poesia?
Se compararmos com a relevância que dão a outros assuntos que, na sua maioria, não têm qualquer valor positivo ou de cidadania construtiva, a importância que atribuem à Poesia é nula!
O que falta é apenas Vontade Política! Deveria ser um Dever de Cidadania que pelo menos os “Media” Públicos divulgassem, diariamente, Poesia!
5-Que pensa da APP?
A Associação Portuguesa de Poetas, tal como outras Instituições Amadoras que se dedicam à divulgação da Poesia, são um Oásis no meio do deserto e ignorância poéticas dos “mass – media” portugueses!
No caso vertente, a APP, os seus Associados, a sua Direção, estão de parabéns pelo excelente e meritório trabalho que vêm desenvolvendo. Bem hajam e Obrigado!
6-Que projectos tem para o futuro?
De curto prazo, replicar a atual exposição de “Poesia Visual”, que tenho na Sede da APP, no âmbito do CNAP, no Centro de Dia de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, ainda este ano. No próximo ano, apresenta-la na SCALA - Almada, de modo mais alargado.
Ainda de preferência este ano, dar à estampa um livro dedicada à minha Mãe, a todas as Mães, à minha Aldeia…
Também gostaria de publicar, a curto prazo, um livro com algumas das minhas produções poéticas.
A médio prazo, um livro de prosas…
Continuar a “Dizer Poesia”, como tenho feito muito especialmente este ano, que é a concretização de um “Sonho” de um projeto que esteve planando anos…
Aliás, todas estas realizações são ou serão a concretização de sonhos “adormecidos”…
7-Muitas perguntas ficaram por colocar. Foi para nós um enorme prazer fazer esta entrevista. Agradecemos o facto de se ter disponibilizado para participar nesta entrevista para o nosso Boletim, contudo agradecemos deixe uma mensagem para os leitores.
Obrigado, digo eu! E a mensagem:
- Que nunca deixem de Sonhar! “O Sonho comanda a Vida…” E que lutem por concretizar os Sonhos!
8-Sabemos que tem muita coisa escrita pelo que lhe pedimos para nos deixar um poema de sua autoria. Obrigado.
Este post bem que poderia abordar o Benfica e o evento de ontem, em Amsterdão. Mas não!
Debruça-se sobre outros acontecimentos.
Divulga a Tertúlia que irá ocorrer, em Benfica, sim; em espaço aonde também já foi a sede do Benfica, sim; aonde ainda ocorrem atividades do Benfica, sim (!), do Sport Lisboa e Benfica!
No Auditório Carlos Paredes.
Também já aí disse Poesia!
E, neste “Encontro Poético”, de poesia, também canções, “entreténs”, (…), também irão marcar presença, Amigos, que também já figuram com trabalhos seus no blogue. E outros, que em devida altura também poderão figurar.
(Ah! A Fotografia... Já sabemos, original DAPL. Laranja e Limão, que até rima com Amsterdão! Laranja, laranja! Mecânica?! Quem ficou com a laranja?! A quem calhou o limão?! Bem azedo, por sinal, ademais, e por demais, já no final!)
Tertúlia da SCALA – “Poesia à Solta” - 29/09/18 – Sábado
Exposição de Pintura – João Pedro
Pensava que eu me esquecia da Sessão de Poesia na SCALA?! Nem mais nem por menos! Foi uma sessão de arrasar!
Além do mais e por demais, porque nesse mesmo dia foi inaugurada uma Exposição de um jovem Pintor, João Pedro, que é de fascinar. Pinturas constituindo todo um conjunto harmonioso, enquadradas esteticamente num estilo muito pessoal. É identitária a mostra, dado que nos direciona para uma mesma origem autoral. Mal se entra na sala, sempre muito bem organizada estruturalmente, percecionamos desde logo e à primeira vista, o fascínio e a qualidade do que nos é mostrado. E reconhecemos uma marca original, a mesma impressão digital! Enquadraria a temática numa estética abstrata. (Estarei correto?)
(Mas, simultaneamente, perceciono, percebo, um lado muito orgânico nos traços picturais. De algum modo, imagino estruturas microscópicas de seres vivos, plantas principalmente, ampliadas e pintadas. Imaginação minha! Que o pintor me disse não ser esse o modelo.)
Estão de parabéns o Autor e a SCALA. Esta Exposição não desmerece de figurar, futuramente, em qualquer Galeria de Arte, Museu, ou Sala a esse fim destinada. Só na Cidade de Almada há vários espaços onde este conjunto de Obras, estilisticamente personalizadas, devem ter honras de aparecer! Sala Pablo Neruda, Oficina de Cultura, Galeria, Casa da Cerca, eu sei lá!
Siga em frente, João!
(São da Exposição, as duas fotos de pinturas apresentadas no post: In. Facebook da SCALA, amabilidade de DAPL, que mas recolheu! Obrigado a todos.)
Houve algum tempo para quem quisesse visualizar e apreciar os quadros expostos, dialogar, enquanto Gabriel, o Sanches, nos envolvia com a musicalidade do seu órgão. Esteve razoável público, pena não terem ficado todos para a Tertúlia. Ficaram ainda bastantes pessoas, maioritariamente familiares e amigos do pintor. (Éramos vinte, na totalidade, número que parece ser agora o habitual nas tertúlias!) E abrangendo várias gerações, pessoas bastante mais novas que as que normalmente habitam as várias tertúlias que frequento, em que somos jovens, é certo, mas de espírito. Que de idade, já estamos mais para lá do que para cá. Nesta Tertúlia tivemos o grato prazer de termos a assistir jovens, jovens mesmo, de idade!
Penso que não desmerecemos no trabalho que lhes apresentámos, porque todos, mas todos sem exceção, revelámos o nosso melhor!
Será fundamental que futuramente estes intercâmbios artísticos se entrecruzem. Nas várias atividades, proporcionar uma simultaneidade de eventos: Poesia e Arte de Mãos dadas! Será uma forma de estruturar públicos diversos e revelar a cada um desses públicos diferenciados que as várias Artes não são paralelas, mas convergem todas para um mesmo fim: revelar o que de melhor a Humanidade tem!
E frisar o que escrevo sempre: Pena que a comunicação social não valorize a Poesia! Só perdem!
E sobre a Tertúlia?!
Começo por referir quem disse: Presente! Clara Mestre, Maria Gertrudes Novais, Amélia Cortes, Palmira Clara, Gabriel Sanches, Arminda Vieira, além deste cronista.
João Pedro também se aventurou a ler um poema: “… vidas construídas…”. Continue, que estamos sempre a aprender.
A dizermos Poesia, continuadamente, fomos sete. Os Sete Magníficos! (Pretensiosismo meu?!) Poucos a dizer, quer dizer, que mais dissemos! (Houve cinco voltas de carrocel poético, para quem quis.)
Clara Mestre, disse, cantou, poesia sua e de outros autores: “Tudo pára, para ouvirmos só poesia…” “Amor combate”, de J. Pessoa; “Cinema”, de sua autoria; “A vida deve sorrir”, de Gertrudes Novais; “Silêncio e tanta gente”, de Mª Guinot.
Maria Gertrudes Novais disse, de sua autoria: “Amarras”, “Entre o céu e a natureza”, “Gritos de alma”; “Planície”, “Utopia” e finalizou com um poema sobre o teatro.
Amélia Cortes, também de sua autoria: “Maria dos ventos”, “A cabana no penhasco”, “Terra”, “Praga”, “Vento sueste”.
Palmira Clara: “Cigarro”, de Gabriel Sanches; “Melodia”, de Gertrudes Novais; “Cântico Negro” de José Régio; “… em cada um de nós há um segredo…”, de Gertrudes Novais; “Por caminhos de Santiago”, de sua autoria.
Arminda Vieira disse, de Gertrudes Novais: “Novo amanhecer” e “Vento agreste”.
Gabriel Sanches também disse e também cantou poesia de sua autoria: “Nós poetas somos loucos…”, “Aos amigos quero oferecer”, “Se…outro planeta houvesse…”, “A minha vida de cão…”, e “Canção da promoção…”, com a música de J. Afonso de “eles comem tudo…” em que finalizou que um dos tais, que por aí andam a comer tudo, foi para o Céu pagar a dívida ao Espírito Santo!
Nem mais, nem por menos! Que esta crónica ultrapassou o limite de uma Página A4 e estará enviesada, como de costume. Mas, para a corrigir, conto com a sua colaboração, Caro/a Leitor/a.
Por vezes, apetece-me dar a volta ao texto, mas tento ser o mais objetivo, com o devido respeito que todos os intervenientes me merecem.
E Obrigado pela Vossa atenção e pelas Vossas prestações Artísticas! Que nos enriquecem!
Nesta Tertúlia, habitual no final de cada mês, na Sede da Associação, aos Olivais, em Lisboa, constava da “ementa poética”, a apresentação de livro “Um Braçado de Estrofes”, edição Modocromia, 2018, de Maria Lascasas, pseudónimo de Maria Beatriz Ferreira e a inauguração da minha primeira e individual “Exposição de Poesia Visual”.
Nela marcaram também presença: Carlos Cardoso Luís, Maria da Graça Melo, Rogélio Mena Gomes, Mabel Cavalcanti, Beatriz Fernanda, Camila Soares, Helena Guedes, Joaquim Horta Correia, Mário Bragança, Luiza Gregório Bragança, Júlia Pereira, Alcina Magro, Aires Plácido, Santos Zoio, Adelaide Zoio, Joaquim Sustelo, Bento Durão, Márcia Rocha e Lília Rocha.
Um minuto de silêncio, uma singela, mas bonita homenagem a São Reis, recentemente falecida.
Apresentação da Autora do livro “Um Braçado de Estrofes” e o melhor preito à Poesia: Dos presentes, todos os que quiseram, leram um poema. Previamente fora distribuído pelas cadeiras da sala, um, policopiado, assinado pela Autora e uma breve bibliografia. Ideia interessante! O que me calhou em “sorteio”, “A poesia é força”, divulgo-o neste post.
Parabéns à sua Autora! E continuação de boas e frutíferas colheitas de “Braçadas de Estrofes”. De Versos! E de Poemas!
Calhou-me a mim, em seguida, colher a atenção dos presentes, explicando, o melhor que pude e sei, sobre a Exposição. Li o poema “Ícaro”. Entreguei um exemplar do texto que divulguei no post anterior. Convidei os presentes a deixarem uma mensagem nos autógrafos, acrescentando às que já aí figuravam. Obrigado!
E navegámos para a Tertúlia propriamente dita. Aconteceu Poesia! Muita, bonita e marcante Poesia. Houve Fado, Canção e até um dueto quase improvável, mas extraordinariamente sentido! E um Poema dedicado a Mãe, presente pela primeira vez na Tertúlia: Dona Lília Rocha!
Foi uma tarde em que, mais uma vez, a Associação Portuguesa de Poetas dignificou e engrandeceu a Poesia! Parabéns e Bem - Haja a todos os Participantes!
(Ah! E houve também um agradável beberete!)
“A poesia é força”
Se a poesia é vida
e o poeta um ser humanizado
a lágrima que brotar será a dor
que se junta à flor
à floresta queimada
ao escurecer de rochas
que mesmo duras e altivas
perderam o chão.
Se enfrentas, poeta, a realidade
e deténs teu olhar sobre a humanidade
escutarás o rumor do desespero
que chora no clarão da noite
junto dos enfraquecidos
dando-lhes o grito necessário.
Com mudas estrofes
indicas o melhor caminho
e seguras a mão molhada
dos que perderam tudo
e já não têm nada.
A chama queima-te os olhos
perante alguns, resta a indiferença
Porém, a tua raiva pura, indignada
é como força
que ateará novos sonhos
com a canção imaginada
no desenho de cada palavra nua.
Terás sempre outros, que não saberão
quão forte é em ti
a força da razão quando ela é tua.
Maria Lascasas; in. “Um Braçado de Estrofes”
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Foto original DAPL - 2015: "Há sempre uma Flor - Poesia, um Verso, uma Estrofe que irão brotar no cinzento e indiferença dos dias!"