Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
E a Covid?! A pandemia lavra por aí.Agora, arredada dos focos mediáticos.
Mas o bicho continua a fazer das suas, minando a saúde. Dos portugueses, dos outros povos.
Só os chineses ou porque realmente o bicho os incomoda especialmente ou ainda e principalmente, porque outros “bichos” os incomodam ainda muito mais, periodicamente “fecham” cidades que são autênticos países. Mas isso, se calhar, são chinesices!
Em Portugal, a pandemia deixou de estar sob os holofotes dos media.
Nestes meados e finais de Julho acaloradíssimos, são os fogos.
São vistos quase como uma fatalidade. Um destino! Uma inevitabilidade. Não! Já não sei! Do que constato é que a Prevenção será a melhor arma para os combater. Que nunca se pode baixar a guarda, durante todo o ano. Que deverá envolver muitos meios diversos, em diferenciados níveis, envolvendo muitas entidades. E, sim! Os Particulares. Que se esquecem muito das respetivas responsabilidades. Falha muito a Prevenção. É um facto! Não é executada. E as Entidades Públicas também falham nos diversos níveis de ação. A ação deve processar-se desde logo nas bases.
As Juntas de Freguesias, as Câmaras, os corpos de intervenção das Autoridades, a GNR, por ex., agir perante os particulares que não providenciam as limpezas. A Proteção Civil.
Um trabalho de coordenação conjunta dos vários agentes no terreno, os Bombeiros incluídos na prevenção. E, porque não e também o Exército?!
Não é depois do mal feito que anda tudo a correr e não se chega a lado nenhum. É todos os anos a mesma coisa!
Investe-se, mas não na Prevenção. E a Prevenção é Trabalho, Trabalho, Trabalho…
Antes dos fogos, houve aquele “fogo-fátuo” do SNS. Ou "fogo de Santelmo"! Que continua. Não sei! A modos que chegaram à conclusão que é primordialmente uma questão de Gestão. De Autonomia de gestão! Será?! Autonomia em que aspetos?! Autonomia financeira? Mas os recursos financeiros são ilimitados?
Falam sempre em milhões. Milhões para aqui, milhões para ali.
E os Recursos Humanos?
Urgências! Já terá estado em contexto de urgências, certamente. Sabe que, nesse contexto, os profissionais trabalham habitualmente doze horas? E há profissionais que trabalham vinte e quatro horas?!
É uma desumanidade! Tanto para os profissionais como para eventuais doentes. E, agora, nalguns hospitais, querem oferecer aos profissionais, x em dinheiro, para não terem férias em Agosto...!
Mas terão ideia do estado de exaustão em que fica quem trabalha 12 horas? E 24 horas?!
Antes e simultaneamente com estes acordes mediáticos – comunicacionais, houve e há a guerra da Ucrânia. Nunca houve uma cobertura mediática tão acentuada nem tão acutilante duma guerra, como esta. Um horror! Podemos, através das reportagens efetuadas, observar a inutilidade das guerras, desta muito em particular. Apesar de outras que também vêm destruindo o Médio Oriente há dezenas de anos. A África. Guerras sem qualquer sentido!
Esta muito especificamente, despoletada por um indivíduo paranoide e seus sequazes. Esperemos que alguém, a bem ou a mal, lhe(s) consiga pôr alguma racionalidade.
Saudar o acordo sobre os cereais, sob a égide da ONU. Poderá ser um princípio para outros futuros acordos… Quem sabe?!
Com todos estes desvios do foco central de combate à Covid, ela alastra por aí, sem ninguém fazer caso dela. “Atacando”, inclusive Profissionais de Saúde!
Estas ondas de calor deixam-nos transtornados. Prostrados! Incapazes de fazer alguma coisa de jeito.
E os fogos! Uma desgraça todos os anos. Depois da tragédia que foi 2017!... O que me leva a inferir que não se aprendeu nada, mesmo nada, com essas ocorrências trágicas. Nem com Pedrogão, nem com o Pinhal de Leiria, e todos os incêndios calamitosos que aconteceram e voltaram a acontecer nos anos subsequentes.
Agora a desculpa é a falta de cadastro dos terrenos. Não se sabe de quem são os terrenos. Sobre esse aspeto, saber ou não a quem pertencem… leia “Limpeza dos quintais…” SFF!. Deduza o procedimento realizado.
Que a floresta deixou de dar rendimento. É verdade! As limpezas ficam caras. E não há um retorno qualquer imediato. É verdade!
Valorizem os inertes resultantes das podas, desbastes, limpezas... Criem um sistema de recolha desses resíduos para produção de energia, de adubagem...
Também já escrevi tanta coisa sobre isso. Gastei o meu latim e a minha paciência.
Que venham temperaturas mais frescas!
Se as Entidades competentes têm responsabilidades?! Desde os topos das hierarquias, das nossas governanças até aos níveis primeiros, de base, dos Órgãos Autárquicos?! Os níveis de base que até estão no terreno?! Claro que têm!
E os Cidadãos não têm responsabilidades?!Claro que têm! Os donos dos terrenos, dos quintais, dos grandes e pequenos espaços florestais devem agir preventivamente.
Basta percorrermos o País, todo o País, com olhos de ver e observamos o desleixo completo.
Até nas autoestradas! É só observar as florestas de um lado e de outro!
Tem de haver muita ação da parte de todos. Todos temos de nos empenhar. As governanças, sim, desde os topos das hierarquias até aos níveis mais básicos. Os trabalhadores no terreno, sim!
E os Cidadãos, sim! Custe ou não, a muito boa e santa gente, admitir isso.
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E os criminosos que provocam os fogos de propósito?!...
Um trabalho, numa agradável manhã de nevoeiro: Aldeia da Mata.
Calor! Calor! Isto está um inferno, aqui por este Norte Alentejano. Por todo o Portugal. Só de manhã está algum fresquinho que permite executar alguns trabalhos no campo. Regas, principalmente. Quem tem hortas, hortejos, quintais, quintarolas, jardins e outros espaços que tais, é de manhã ou ao final da tarde, bem final, que realiza essas regas.
Mas não é destes meus trabalhos diários, que atualmente realizo, sobre que vos venho falar.
Alguns dos últimos postais, que publiquei em semanas anteriores, de Junho e de Julho, abordaram o Descortiçamento realizado a 15 de Junho no Ervedal. Aproveitei para observar, fotografar, registar em vídeo essa atividade. Que divulguei. Como forma de dar a conhecer e documentar.
O/A Caro/a Leitor/a sabe certamente, já terá observado, quando viaja por este Alentejo profundo(!)… (Acho este termo um tratado! Profundo mesmo!)… Digo, quando se desloca por estas Terras Aquém do Tejo e passa junto a sobreirais, verifica que cada árvore tem registado, pintado, um dos dez algarismos. Saberá também, certamente, que esse dígito se reporta ao algarismo das unidades, do ano em que foi descortiçado. Como a cortiça é retirada de nove em nove anos e os algarismos são dez, nunca há razão para haver engano face ao último ano em que se descortiçou e o ano em que será descortiçado a seguir.
Face a este facto normativo, os sobreiros descortiçados no Ervedal também tinham de ser marcados com o algarismo 2, dígito das unidades deste Ano de Cristo: 2022. (Inferindo-se que o próximo descortiçamento será lá para 2031!)
Foi esse trabalho que realizei na passada semana, a seis de Julho, 4ª feira. Fui de boleia com o Sr. José António, bem pela manhã e pouco depois das seis já lá estava. Estava um tempo como há muito, muito tempo, não vivenciava! Maresia, nevoeiro baixo, neblina, encobrindo a paisagem. Corri toda a propriedade, de sul a norte, e vice-versa, de leste a oeste, de poente a nascente, por todo o espaço onde os sobreiros se espalham naquele meio planalto, de colinas suaves, de cerca de onze hectares. Sempre aquela frescura abençoada, envolvendo plantas e animais numa neblina refrescante, permitindo realizar a tarefa com imensa agradabilidade. Nalguns pontos, debaixo de algumas árvores, pingavam gotas de água. Parecia chover! Mas não. O vapor de água que forma o nevoeiro, em contacto com o tronco, ramos e folhas da árvore, condensa-se, passa ao estado líquido e, pingando, dava a sugestão de chuva. Abençoada manhã! Bendita tarefa que realizei com imenso gosto, cerca de três horas. Pouco depois das nove já estava despachado.
Fresco, fresco. Nada deste calor infernal em que estamos, em que tudo se torna penoso de realizar. E, além do mais, estes fogos, um inferno de verdade. (Tomara cá o Inverno, para refrescar!)
Estando o Sr. José António ainda demorado no respetivo trabalho, na Taipa, vim a pé até à Aldeia. São cerca de dois quilómetros e meio, meia légua. E o sol só apareceria para lá da neblina, depois das dez horas!
Bendita e refrescante manhã. Abençoado trabalho que adorei realizar!
A foto documenta Sobreiros, dos que meu Pai semeou, pintalgados com o 2.
(Este encontro das 2 quadras com os 2 tercetos deu-se ontem, 3 de Julho. As quadras já vinham de 17 de Maio, publicadas a 12 de Junho! Quando se encontrarão, quadras e tercetos, com a tão almejadaPAZ?!)
Voa de um lado para o outro… Não conhece a rota de navegação… Não sabe em que aeroporto aterrar…Ele é o aeroporto X… depois é o Y… Afinal fica no mesmo sítio! Num assunto desta envergadura, uma argolada deste tamanho... nem dá para perceber!
Tinha um bom paraquedas, já se vê!
Eu nem sei o que isto parece. Estamos na primária?! (… Não dá mesmo para interiorizar, percecionar este assunto! Ficamos simplesmente abismados!)
Andam em andas e bolandas com esta estória do aeroporto de Lisboa e não mais se resolvem! Que me lembre, neste meio século em que falam e tornam a falar nesta coisa do aeroporto, já abordaram, não necessariamente por esta ordem: Ota, Monte Real, Rio Frio, Montijo, Alcochete, eu sei lá mais o quê!
E nunca mais se resolvem.
Eu, cá por mim, dito mesmo assim, ia de bandas para Beja! Falo mesmo a sério. Que isto das proximidades ou distâncias são cada vez mais relativas. E encurtam-se distâncias com todas as tecnologias sempre em aceleração. O que, hoje, parece distante, amanhã é mesmo aqui ao pé.Porque se andará, há meio século, a querer mudar um aeroporto, mas situá-lo sempre no espaço urbano da Grande Lisboa? Pensem em futuro! Equacionem outras “centralidades”. Beja, não tarda muito, fica mesmo aqui ao pé!
Porque se haverá de “pensar/equacionar” Lisboa só e apenas no respetivo espaço concelhio?!
Porque é que muitos serviços, que atraem cidadãos de todo o país, não hão de ser instalados fora da cidade propriamente dita?
Falo,por ex., e nomeadamente, dos “Grandes Hospitais”, por ex. o que irá substituir o de “São José”.
E outros casos.
Beja, daqui a nada, fica mais perto do que chegar ou partir para Sintra, para a Margem Sul…, em horas de ponta.
É necessário criar outras centralidades, fora da “Grande Lisboa". E isso é promover a descentralização.
Eu ando nestas ladainhas já alguns anos. Escrevendo sobre estes temas em vários postais. Deixando comentários noutros blogues.
Mas ando mesmo a “pregar no deserto”. Ninguém liga ao que eu digo. (?!?!)
Estes pessoais dos governos são quase todos das Lisboas. Nados e criados.
Veem, observam, analisam o país, exclusivamente a partir desse umbigo que é a capital!