Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Agora, que o Verão se aproxima a passos largos, se é que não chegou já, com o calor que está, os campos já amarelos, os fenos colhidos e a secar… vou, finalmente, relatar a passeata que fizemos ainda em Maio, a doze, precisamente há um mês.
O designado percurso do “Salão Frio” tem um dos seus inícios no final da Avenida frente à Rádio Portalegre.
Segue em ziguezague pela encosta a norte do Colégio e do Convento de Santo António, antigo Hospital Mental, sempre com vistas para a Cidade. Por caminho vicinal, de BTTs e de “cabras”, com altos e baixos, vai quase até à Fonte dos Amores.
Quando encontra a Estrada da Serra, inflete para o lado esquerdo, direção Norte, prosseguindo pela estrutura que costumo designar por “Passadiço”, até ao Miradouro. Daí, continua sempre subindo, pouco acentuadamente, até Centro Vicentino da Serra e prossegue.
Nas caminhadas que fazemos nem sempre “respeitamos” as sendas definidas, guiamo-nos pelo nosso sentido de orientação. Aliás, nestes territórios só se perde quem quer.
A Cidade é sempre uma bússola e o Sol um relógio e GPS!
Neste percurso e na data referida, o nosso objetivo era mesmo chegarmos ao Salão Frio, peculiar e serrana povoação aonde fomos, retornando em seguida. (Há um café restaurante e esplanada, com um nome sugestivo.)
Muito movimento de trânsito, carros sempre em alta velocidade, nas curvas até parece que se dirigem a nós.
A partir do Miradouro, deixa de haver o “Passadiço”: caminhar mais dificultado.
Nalgumas habitações há cães, que defendem os territórios. Nunca mordem, como dizem os donos!
Foi junto a uma dessas habitações que fiz uma pergunta, cuja resposta me lembrou célebre Poema de António Machado!
A seguir a essas habitações rústicas, entronca o prosseguimento do caminho, no lado direito, continuando a subir na direção Leste.
Avistam-se, no lado direito de quem sobe, habitações imponentes na paisagem, uma moderníssima e outra tradicional.
Prossegue-se nessa estrada, mais estreita que a designada “da Serra”, sempre para Leste.
(Parando e olhando para donde viemos e alargando o nosso olhar, avistamos, a NW, a imponência das montanhas Beirãs e também Marvão, alcandorado na sua escarpa serrana.)
Chegamos a nova bifurcação, junto a um portão em ferro, antigo e artístico, que seria entrada de quinta, talvez senhorial, embora não se veja qualquer brasão, todavia de gente de posses. Vê-se que está abandonada há anos. De quem seria ou quem terá mandado construir tão robusto e aperfeiçoado muro que a delimita?!
Quando escrevi o postal “Sabe que Planta é esta (VII)?”, estive para documentá-lo com a foto que apresento neste. Mas como me tivesse parecido que a planta tinha no centro da inflorescência em umbela, uma espécie de inseto, resolvi publicar a que consta no respetivo postal.
Nesse mesmo postal acrescentei outra planta. As dúvidas que tinha estão explícitas e implícitas no escasso texto.
Entretanto foram surgindo comentários. Com eles esclarecimentos sobre dúvidas, troca de opiniões e enriquecimento pessoal, pois houve aprendizagens adquiridas. Os meus agradecimentos.
Aprendi que, afinal, Cicuta e Embude são espécies diferentes, do mesmo ramo geral das Umbelíferas. (Durante muitos anos não sabia sequer que Embude e Cicuta estavam relacionadas. Outros tantos ou mais, julguei que fossem uma e mesma planta com nomes diversos. No postal referido, através das pesquisas sugeridas, soube que são diferentes, embora eu não as consiga distinguir muito bem.)
Por sugestão de MJP, entre outros sites, que constam nos comentários, acedi a “Arca de Darwin”, um verdadeira Enciclopédia Naturalista.
E aí soube que a planta da 1ª foto e que também abre este postal é Cenoura Brava.
Nesse postal de “Arca de Darwin”, explica a estratégia destas plantas para atraírem os insetos. Soberbo! Extraordinário!
É essa estratégia que explica a cor escura no centro, que eu julgava mesmo ser uma espécie de inseto, que tinha captado na foto e que até tivera cuidado para ele não ter voado!!!!!!!!!
Ora, Caro/a Leitor/a, se a planta me enganou a mim, que sou um Ser Humano, mais facilmente enganará os insetos, não acha?!
E voltamos às questões iniciais, reformulando as perguntas.
Serão os Outros Seres Vivos, que não apenas os Humanos, também capazes de ações "Inteligentes"?
Fica a questão para quem tiver a amabilidade de responder.
Obrigado pela sua atenção.
Anexo mais umas fotos de plantas familiares entre si! Mas cujo nome não sei exatamente.
(Nota Final: A campinaalentejana que, ainda há dias, estava verdejante, com estes poucos dias de calor, já deu de si e o verde transmuta-se nos vários tons de amarelo: claro, escuro, creme, amarelo torrado, eu sei lá de tonalidades amareladas… de sol. E castanhos.)
Da Serra, encosta a norte da Cidade, até ao Hospital, pela Avenida Pio XII.
O que acha desta imagem?
Uma vista da Cidade, a partir de encosta da Serra. O núcleo antigo, pontilhado pela Sé e pelo Castelo. Ao fundo, a campina alentejana. No enquadramento da foto, os sobreiros, árvores autóctones e os pinheirais, há séculos adaptados às nossas geografias. O céu pontilhado de nuvens. Na encosta descendente para a urbe, a vegetação herbácea, típica das nossas paisagens alentejanas. Em primeiríssimo plano, as boninas / “boninhas”, vulgo malmequeres, amarelos e brancos, a flor azul do soajo, falsas aveias e milhentas ervas que compõem os prados nesta época primaveril, inícios de Maio, à data da foto.
Um festival de cor, aguardando inspirado pintor!
E, por pintura, aprecie a foto seguinte.
Ainda as célebres boninas amarelas, compondo uma verdadeira tela impressionista. Na mesma vertente da Serra, mas no lado noroeste. Uma explosão dourada, descendo na direção do Boi D’Água.
Este é um dos aspetos que apreciamos na Cidade e que é um privilégio, que nem todas as localidades possuem. Percorrer a Serra, enquanto é Primavera, que vindo o Verão, o calor não convida tanto a passeios.
Enquanto é tempo, relaxa-se, faz-se exercício, observam-se paisagens lindas, a Natureza e a Cidade irmanadas. Manda-se o confinamento “às malvas”. (Que também se observam estas plantas, frise-se!)
Realizado o passeio pela Serra, descendo à Cidade, pela Avenida Pio XII, depara-se-nos o seguinte. Contraste com as anteriores imagens!
Tanto lixo!
Justificável?!
De modo algum!
E se lhe disser que, no espaço para além do gradeamento, se situa o Hospital?!
Ainda mais chocado/a ficará, certamente.
E, se frisar que, nessa Avenida, nesse mesmo lado do passeio, existem dois conjuntos de contentores para lixos recicláveis e para lixo comum?!
Parece impossível, não acha?!
E quem serão os/as autores/as?! Talvez “artistas”, julgando-se supostamente produtores de alguma obra de “trash art”! Digo eu, sei lá!
Serão certamente transeuntes que por ali passam, provavelmente muitos dirigindo-se ou vindo dos serviços hospitalares, que por aí se acede ou provem das urgências. Pessoal indo ou vindo do centro comercial. Outros que me escapam, certamente.
Mas que não é bem feito, não é.
Mas esta situação é específica da Cidade?
De modo algum! É, infelizmente, por demais recorrente por este nosso País e pelo Mundo afora.
Ora bem! Estamos no bom caminho. Sinal de que caminhos percorridos milhares de vezes, em Outrora, estão a ser assinalados como Percursos para Passeios Pedestres.
Parabéns a quem tomou esta iniciativa, a quem a executou. Desconheço a respetiva autoria. De louvar!
Agora há que completar os projetos de percursos pela Aldeia. E pô-los em execução. E essa atitude compete-nos a nós. Começar a percorrê-los. Adiante!
Algo que temos vindo a defender há alguns anos, conforme postais sugeridos no final.
Se percorrer este trajeto, não se esqueça de visitar a “Oliveira Milenar”.
E apreciar o trabalho engenhoso do Amigo J. Serra, colega de Escola Primária e Admissão.
Na Agricultura pode haver grandes Artistas, pelo empenho com que se dedicam ao respetivo trabalho.
Nem mais nem menos, foi sensivelmente esta a resposta que me foi dada ontem, na Serra, em mais um dos habituais passeios campestres, perante a minha pergunta sobre onde se dirigia o caminho assinalado no percurso.
A “Filosofia Alentejana” plasmada numa simples frase. Peculiar, proverbial: um aforismo!
Perguntei mais por perguntar, pelo gosto que tenho de interpelar as pessoas que vou encontrando nas caminhadas, poucas, frise-se.
(A “viagem” de ontem irei escrever sobre ela, que houve diversos percalços, apesar de praticamente toda realizada em trilhos assinalados. Também tenho que transpor as fotos para computador.)
Lírio roxo, num canteiro de muro, em vivenda frente ao Centro Vicentino da Serra, antes da inflexão para o Cabeço de Mouro.
A 1ª foto é de uma giesta florida, em toda sua explosão de amarelo.
São arbustos autóctones, que proliferam naturalmente por estes campos. Face ao contexto ambiental têm a particularidade de serem apreciadíssimas pelo gado: lanígero - ovelhas, e caprino - cabras.
Mesmo no final do Verão, as sementes são um maná para este gado. Havendo estes animais nos terrenos, desbastam-nas e assim controlam a respetiva propagação. Lembre-se do terreno que mostrei no anterior postal. Aqui não há sinais de gado e é pena! Como se observa também na imagem seguinte.
As antenas, rodeadas do pinheiral, que abunda excessivamente em toda a encosta.
Foto do matagal, um sobreiro e vislumbrando ao fundo, novamente a Cidade!
Sobreiro descortiçado em 2018.
Já agora... Sabe quando será novamente descortiçado?
Uma exótica, à beira do caminho! Não são muitas nestas encostas, apesar de tudo. São mais os pinheiros.
A Natureza sempre a renovar-se: um pequeno carvalho negral, novíssimo.
O pinheiral excessivo. A pedir um desbaste radical.
E terminamos, já no vale do Boi D’Água, com a imagem de um fetal.
Também autóctones, estes fetos. Neste vale, corre um ribeiro atrevido, perto há uma cascatinha que o ajuda no caudal sempre murmuroso, entoam sinfonias os rouxinóis, coadjuvados por melros, outras passaradas que desconheço nomes... e insetos.
Ontem, ficámos a meio do passeio para o Cabeço do Mouro – “Cabeço das Antenas” e descida para o Boi d’Água! Na bela “Cidade de Régio”. Onde temos a possibilidade de, mal saímos da parte urbana, termos excelentes oportunidades de caminharmos pelos campos e por demais nas serras, que esta região é um Alentejo muito especial.
Prosseguimos nesse trajeto, agora na Estrada da Serra, na direção do Centro Vicentino, frente à Quinta da Saúde.
Antes de aí chegarmos, em toda essa zona há belíssimas quintas e a imagem seguinte é particularmente documental: Quinta do Belo Horizonte! Nem mais, nem por menos.
(Aqui, a propósito de “Belo Horizonte”, aproveitamos para nos dirigirmos aos nossos Leitores/as Brasileiros/as, que nos vão seguindo também. Também haverá por aí Poetas e Poetisas?! Também sócios da APP?!
E também a todos que nos seguem, também no Estrangeiro! E em Portugal!)
Na bifurcação da estrada, no Centro Vicentino da Serra, deixamos novamente o caminho assinalado, haveremos de o seguir um dia, e cortamos à esquerda na direção do Cabeço do Mouro.
Uma imagem de um lilás, quase rosa, florido!
Campos, já no Cabeço, que é uma região planáltica. Uma vinha antiga, algumas árvores frutíferas, cedros e, em baixo, a uma cota inferior de altitude, vislumbra-se a Cidade.
Uma imagem de uma construção antiga. A parede formada por pedras soltas, parecem-me de xisto, empilhadas quase sem argamassa. Técnicas centenárias!
Foto da entrada de uma quinta rústica. Repare no enlevo de plantas ladeando o caminho: alecrins, lilases, roseiras, lírios roxos… ao fundo, o arvoredo de fruto.
Finalmente o “Cabeço das Antenas” e o caminho de terra batida, saibro, de "cabras" e de BTTs, que iremos descer.
E não continuamos a caminhada?!
Não, hoje já não continuamos. Já temos muitas fotos no postal, é quase um album. Estamos cansados e é melhor fazermos o percurso por etapas. A seguir é só a descer e não podemos ganhar muita velocidade ou ainda tropeçamos.
Caro/a Leitor/a, nos aguarde até amanhã, se faz favor!
Obrigado por nos acompanhar neste percurso pedestre.
No postal “Crónica Pós – Pascal: Passeio Cabeço das Antenas”, de 12 de Abril, referente a um passeio pedestre, realizado na 2ª Feira de Páscoa, dia cinco, na Cidade de Régio, comprometera-me a divulgar as fotos que tirara, à data.
Ontem, com a ajuda preciosíssima da minha impecável “Ajudante e Mentora”, transpus as fotos para computador, organizei as referentes ao passeio, selecionei algumas mais significativas e, hoje, vou publicar algumas, de modo a dar uma ideia da boniteza da passeata.
O Alentejo é sempre bonito! Todos ou quase diremos o mesmo no referente aos nossos territórios ou àqueles de que gostamos. Digo eu, sei lá!
Mas nestes meses de Primavera é especialmente apelativa a paisagem alentejana.
Vamos ao percurso?!
Ainda na Cidade, a 1ª imagem reporta-se às olaias floridas.
A 2ª foto é de estevinhas brancas, singelas, mas apelativas. Tendo ao lado um “malmequer”. Já na beira da estrada alcatroada, antes de infletir para a Serra, perto dos “depósitos de água”(?).
A 3ª foto é de rebentos de carvalho negral, já na encosta da Serra, mas ainda antes do Miradouro. Prestes a começar a subida íngreme para o mesmo, através de “caminho de cabras”. Já fora do roteiro assinalado para percurso.
A 4ª foto é marcante. No mesmo local da foto anterior, reporta-se a uma tapada, murada e aramada. A vegetação dominante são os sobreiros, árvores autóctones. Se reparar com atenção, pode verificar que não aparece mato nos espaços entre as plantas arbóreas. Se conseguir visualizar ainda com mais atenção, observará mais ao fundo uma cabra amamentando um/a chibinho/a. Pois… nesse terreno pasta habitualmente um rebanho de cabras, que desbastam o mato. São as célebres “cabras sapadoras”! Um dos melhores métodos de prevenção de incêndios.
Continuando e agora praticamente no Miradouro, contemplamos a Cidade.
Intrigantes os fios?! De algum teleférico?! Até seria interessante! Tivesse a Cidade dinheiro para tal, meios para executar tal obra e ela se justificasse com retorno financeiro, até seria uma ideia original…
A 6ª foto é de um sobreiro limpo, junto ao miradouro, de que vemos um excerto.
A 7ª é de um sobreiro cortado. Acho peculiar a marca identitária do cortador!
Já após o Miradouro, observamos restos de troncos de mimosas. Neste ano e finais do ano passado, têm limpado muitas encostas serranas destas infestantes. Cortaram milhares, que queimaram. Elas já estão de novo a rebentar por todo o lado. Fizeram bem em cortar, mas são uma praga… Já escrevi sobre o assunto.
A 9ª foto, já a caminho do Centro Vicentino.
Vista da Serra da Penha e do vale que a separa da restante Serra. Uns “restos” de Cidade! A vegetação autóctone: carvalhais, sobreirais... desbastados das mimosas.
Imagem de uma glicínia florida, debruada dos muros de uma das muitas e belas quintas da região.
E a 11ª foto indica-nos que estamos novamente no percurso assinalado para passeio pedestre e que vamos no caminho certo. Mas, hoje, não vamos prosseguir.
Ainda se lembra?! Tanta ocorrência nestes oito dias, que nem damos pelo tempo a passar.
E o que aconteceu de especial nesse dia 5 de Abril?
Pois, entre outros factos, iniciou-se a 2ª fase deste desconfinamento. Já nem damos por isso…
Mas acontecendo várias aberturas ao confinamento, a que estávamos sujeitos, uma que parece ser do agrado de muito boa e santa gente: A reabertura das esplanadas! E foi, e é, vê-las. Quem pode e gosta, não perde nem tempo nem espaço. O pessoal andava ansioso por se amesendar. Sequioso de umas cervejolas, sedento de saborear um cafezinho, uma bica ou um cimbalino, que é tudo o mesmo, dependendo do lugar. Desejoso de umas conversas com amigalhaços, de trocar dedos de prosa com conhecidos e familiares, afastados há tempos. Bem, elas aí estão. Abertas! Mas, acautelemo-nos, que o Corona anda por aí.
Nesse dia, melhor, no início da tarde, resolvemos fazer um passeio, uma caminhada que tinha de ser feita antes do Verão. (Explicarei porquê.) E, neste início de Primavera, o tempo estava mesmo bom!
Seguindo na direção do Boi D’Água, percorrendo parte do trilho pedestre da “Fonte dos Amores” e do “Salão Frio”, subimos diretos ao Miradouro, por um “caminho de cabras”, usado também pelo pessoal dos BTT, que poderão, eventualmente, ser um perigo nestas situações.
Atingido facilmente o Miradouro, aonde pontificavam vários "mirantes", serão assim nomeados os sujeitos que, nos miradouros, miram a paisagem?! Os sobreiros estavam limpos, alguns cortados, não sei sob que critério…
Seguimos pela Estrada da Serra, diretos à Quinta da Saúde, ao Centro Vicentino da Serra. Aí chegados, cortámos na direção do Cabeço do Mouro, deixando, mais uma vez, o trilho pedestre assinalado.
Pois… tem toda a razão, Caro/a Leitor/a, ainda não disse em que localidade se processou esta caminhada.
Sim… é na Cidade de Régio, como facilmente pensou. Em Portalegre, Cidade…
O Cabeço do Mouro é uma pequena povoação, bem localizada na Serra, com vista privilegiada para a Cidade, para Marvão, para São Mamede, num espaço territorial planáltico, de boas terras e suponho de melhores águas.
Daí, chegámos ao “Cabeço das antenas”, que dominam todo o espaço territorial, vários quilómetros em redor. O nosso objetivo. E o consequente: descer essa encosta da Serra, relativamente íngreme, mais uma vez por caminhos de cabras e de BTTs, e chegar ao Boi D’Água, de onde havíamos iniciado. Fizemos não uma tapada, como diria meu saudoso Pai, mas um tapadão!
O caminho serpenteia em esses, pela encosta. Os terrenos, uns matagais. Árvores autóctones: sobreiros, azinheiras; arbustos com porte arbóreo, caso dos medronheiros; imensas giestas amarelas, floridíssimas, de cheiro acre característico; estevinhas brancas, estevas ou xaras; eu sei lá de vegetação herbácea, que a maioria não sei nome. Imensos, até por demais, pinheiros: bravos e mansos. A precisarem de um desbaste, corte radical, que, tantos milhares como são e no local onde estão, se tornam num perigo para todas as localidades, povoados e habitações próximas.
E esta é a principal razão, porque não queria efetuar esse passeio no Verão! Porque é um perigo!
A quem de direito: Urge mandá-los cortar, desbastar! Tanto pinheiral… O respetivo corte não renderá uma boa pipa de massa para os donos?!
E para quando criar, por esse País afora, centrais de produção de energia ou outras unidades industriais, que utilizem toda a biomassa obtida com a limpeza de terrenos, matas e matagais?!
(Será conveniente re-industrializar o País, respeitando o Ambiente. Difícil?!)
Adiante…
Quis escrever sobre um passeio pedestre, acessível a muito boa e santa gente, como alternativa ao amesendar nas esplanadas. Sem ofensa ou algo contra. Mas temos paisagens tão bonitas em redor das nossa Localidades, pelo País fora.
Aventure-se! Atreva-se!
(As fotos, originais, são de alguns dos locais referidos, mas não do dia a que me refiro. Quando puder, elaborarei postal com fotos específicas.
Se as utilizar, noutro contexto, faça favor de citar a origem!)
Cidade de Régio: Estrada da Serra – Encosta Norte do Colégio
Um passeio, caminhando “Passadiço” acima, é sempre algo relaxante, por demais, quando em confinamento.
Em Janeiro, realizámos uma dessas caminhadas pelo “Passadiço”.
E pudemos constatar algo de muito positivo. Terrenos marginando a Estrada da Serra, limpos de matos, como forma de prevenção dos fogos. Foi tema que já abordáramos algumas vezes no blogue, em relatos de anteriores passeatas.
Pois, agora podemos constatar que houve limpezas em vários dos locais em que eram necessárias. Por ex., na Fonte dos Amores as encostas a montante, lado Leste, foram desbastadas das matas. Também os sobreirais a jusante, lado Oeste da estrada, se encontram limpos.
Parabéns às entidades competentes que providenciaram essas limpezas, aos trabalhadores que as executaram. As fotos documentam esses factos.
E aproveitamos também para divulgar alguns excertos dos espaços que nos interpelam a atenção.
Deixamos à sua consideração apreciar as vistas e, quem sabe, realizar também alguma vez esse passeio - caminhada. Não se arrependerá.
E por falar em limpezas, de matos.
Constatamos igualmente, agora, em Fevereiro, que um território que vinha pedindo limpeza há anos se encontra em processo de desmatação. Refiro-me à encosta da Serra, a norte do Hospital e do Colégio, que vê modificada a sua fisionomia, e bem, para melhor. Andam cortando e queimando os matos.
Difícil, difícil é erradicar as célebres acácias mimosas, agora floridas de amarelo, mas que sendo exóticas e infestantes, enxameiam os terrenos e são um obstáculo a uma limpeza eficaz.
No respeitante a estas árvores, o ideal é nunca plantá-las, mas uma vez efetuada essa plantação é uma trabalheira para nos vermos livres delas. Nem sei se conseguimos. É observar os terrenos a montante do Colégio, novamente cheios de ainda mais mimosas!
Sugestões:
Cortá-las verdes, é certo que passados meses estão em processo de rebentação. Queimá-las, ainda pior.
Experimentem, descascar-lhes o tronco, cerca de um metro a partir da base e deixar que elas se sequem, o que em princípio acontecerá. Depois de secas, então podem cortá-las. Não sei se será sempre eficaz. Todavia nalguns locais procedem desse modo.
E relembro as matas a Noroeste do Boi D’Água: pinheirais e matagais a pedirem limpezas.