Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
O Verão está quase, quase a chegar. Mas, aqui, pelo Norte Alentejano, parece um dia de Inverno. Uma chuvinha, tudo nublado, fresco. Gosto destes dias assim. Já me basta quando vier o calor a sério. Que venha tarde.
Volto a um postal sobre a Natureza. Com fotos de Maio. Que saudades já da Primavera!
Não me apetece falar da atualidade, mas não tardará pela demora. Euro: 2020 ou 2021?! As politiquices, sem nexo. As futebolices… O Corona que nos atropela… que se lixe o atropelo da Alemanha…tantos atropelos…
Apresento um conjunto de plantas, na época da floração, que assim é Maio, pelos campos Alentejanos. De algumas sei o nome, de outras não.
Na foto anterior, para além das "boninhas" amarelas e brancas, pontificam umas plantas de flores rosadas, que desconheço. Fotos tiradas no "Percurso do Salão Frio", ainda praticamente na Cidade. Nas encostas sobranceiras ao antigo Colégio, ao Convento de Santo António.
Gladíolos Italícus.
Uma "boninha" espreitando e outras plantas.
Esta planta desconheço. No caminho do "Boi 'Água".
Na foto anterior, a planta que desconheço é a da flor lilás. Parece uma trepadeira, que se enrosca nas outras plantas. Também no mesmo caminho do "Boi D'Água". Rodeando essa planta desconhecida, as "boninhas" e as impetuosas acácias mimosas, que tendo sido todas cortadas neste último Outono e Inverno, estão a rebentar por toda a encosta. Como é seu apanágio!
Hipericão, que mal se distingue na profusão dos amarelos de Maio primaveril!
Bole Bole!
Também na mesma zona, com vistas para a Cidade, quase junto ao Miradouro.
Dedaleira.
(Planta muito venenosa. É ela que dá o famoso "Chá de Abeloiras"!)
E, por hoje, termino, com uma imagem da estrutura destes terrenos em que assenta toda esta riqueza vegetal destas encostas da Serra.
Lembra-me algumas pinturas e colagens de alguns pintores cubistas.
Fica muito por contar. Para outros postais. Que as caminhadas fornecem excelente informação documental.
Certamente não saberá o nome da planta e eu também não sabia. Agora, já sei!
Designa-se por Espora – Brava, com o inerente nome latino: (Linaria Triornithophora).
Como soube?
Vamos por partes.
Volto ainda ao célebre “Percurso” supracitado. Realizado a 12 de Maio. (Ao tempo que isso já vai. Parece que não tem outro assunto, dir-me-á.)
Nessa caminhada, realizada ao final da tarde, no trajeto, já após termos deixado o pequeno povoado designado “Salão Frio” e termos desviado para o entroncamento, que sobe na direção Leste, após as imponentes habitações que se destacam na paisagem, uma moderníssima e outra tradicional, deparou-se-me no lado direito do caminho, um conjunto destas plantas, que me intrigaram. E que desconhecia.
Na altura pensei que fossem resquícios de algum hortejo, que por ali tivesse havido e tivessem ficado “esquecidas” pelos donos. (Pensei, na minha ignorância.)
Todavia, não resisti a fotografá-las, pese embora as fotos não tivessem ficado por aí além…
(Para ser mais preciso na localização, o local fica em frente de um bosque cerrado de pinheiros, situado no lado esquerdo do caminho, sensivelmente a Norte / Nordeste. Antes do célebre desvio, que mais adiante corta no lado direito, para a Quinta D’Matinhos e Atalaião, no sentido Norte - Sul. Antes do portão antigo e da calçada, que a foto documenta.)
Ah! Como soube o nome… Não foi na internet.
Já este mês, a meados, catorze, passei pelo Posto de Turismo da Câmara Municipal de Portalegre, a pedir uns folhetos sobre percursos pedestres, pois lembrava-me de ter lido um sobre o “Salão Frio”.
Em boa hora o fiz. Aí deparo com uma foto desta planta, de pormenor e muito melhor que a minha. Aí vêm os nomes de batismo da “plantinha”, em português vulgar e latim clássico, como é norma científica. E que é um “endemismo ibérico”! (Isto é, que existe apenas nesta Península.)
Pois, veja, Caro/a Leitor/a, o que eu julgava ser algum resto de coleção, de alguma horta ou quintarola que por ali tivesse havido, afinal, é um exemplar raro de uma planta, ser vivo, que é exclusivo da nossa Ibéria.
As “Caminhadas” também servem para aprendermos. “Aprender até morrer”!
Na consulta do folheto também pude observar que o percurso é bem mais vasto. Que ainda nos falta percorrer território em circuito, antes de infletirmos para o Atalaião, a lugares designados “Três Lagares / Charais”.
E que a Quinta abandonada, com o portão marcante, de ferro e o muro a todo o comprimento, a Oeste da calçada, se poderá designar do “Paraíso”?! Fica a questão…
Os folhetos, bastante elucidativos sobre vários e diversificados aspetos, apresentam as siglas das Entidades promotoras.
Em primeiro lugar: CIMAA – Comunidade Intermunicipal Alto Alentejo.
A quem aproveito para frisar aquela questão dos “cães à solta”, um perigo para qualquer passeante.
E, já agora, para periodicamente promoverem passeios organizados. (Não sei se os fazem, ou se os suspenderam devido à Covid. De qualquer modo, obrigado pelos folhetos, que são bastante informativos e interessantes.)
Quando escrevi o postal “Sabe que Planta é esta (VII)?”, estive para documentá-lo com a foto que apresento neste. Mas como me tivesse parecido que a planta tinha no centro da inflorescência em umbela, uma espécie de inseto, resolvi publicar a que consta no respetivo postal.
Nesse mesmo postal acrescentei outra planta. As dúvidas que tinha estão explícitas e implícitas no escasso texto.
Entretanto foram surgindo comentários. Com eles esclarecimentos sobre dúvidas, troca de opiniões e enriquecimento pessoal, pois houve aprendizagens adquiridas. Os meus agradecimentos.
Aprendi que, afinal, Cicuta e Embude são espécies diferentes, do mesmo ramo geral das Umbelíferas. (Durante muitos anos não sabia sequer que Embude e Cicuta estavam relacionadas. Outros tantos ou mais, julguei que fossem uma e mesma planta com nomes diversos. No postal referido, através das pesquisas sugeridas, soube que são diferentes, embora eu não as consiga distinguir muito bem.)
Por sugestão de MJP, entre outros sites, que constam nos comentários, acedi a “Arca de Darwin”, um verdadeira Enciclopédia Naturalista.
E aí soube que a planta da 1ª foto e que também abre este postal é Cenoura Brava.
Nesse postal de “Arca de Darwin”, explica a estratégia destas plantas para atraírem os insetos. Soberbo! Extraordinário!
É essa estratégia que explica a cor escura no centro, que eu julgava mesmo ser uma espécie de inseto, que tinha captado na foto e que até tivera cuidado para ele não ter voado!!!!!!!!!
Ora, Caro/a Leitor/a, se a planta me enganou a mim, que sou um Ser Humano, mais facilmente enganará os insetos, não acha?!
E voltamos às questões iniciais, reformulando as perguntas.
Serão os Outros Seres Vivos, que não apenas os Humanos, também capazes de ações "Inteligentes"?
Fica a questão para quem tiver a amabilidade de responder.
Obrigado pela sua atenção.
Anexo mais umas fotos de plantas familiares entre si! Mas cujo nome não sei exatamente.
(Nota Final: A campinaalentejana que, ainda há dias, estava verdejante, com estes poucos dias de calor, já deu de si e o verde transmuta-se nos vários tons de amarelo: claro, escuro, creme, amarelo torrado, eu sei lá de tonalidades amareladas… de sol. E castanhos.)
Não tenho a certeza que estas plantas sejam irmãs, mas serão talvez primas. Ou talvez não. As fotos foram tiradas no mesmo dia, na Serra, na mesma zona.
Sabe como se designa a planta a que pertencem estas flores?!
Esta 2ª hipótese será a forma mais correta de estruturar a questão, não acha?!
Mas como iniciei esta rubrica do blogue com este título, em princípio, irei continuar com ele.
Também é uma planta cujo nome realmente não conheço. Mas até poderia saber, consultando in loco. No local de onde a trouxe.
Tenho a mania, há anos, de trazer plantas, em sementes, em bacelos, de vários locais de Portugal, daqueles que visito com mais frequência. De países estrangeiros, nunca trouxe.
Não podemos dizer que seja um comportamento propriamente de louvar. Todavia, já fiz mais do que faço. As plantas que vieram de mais longe foram de Trás-os-Montes! Uma amoreira de Barca d’Alva, em 79, trazida por mim, em bacelo. E um marmeleiro da Régua, trazido também em bacelo, para aí em 84 ou 85, por um colega dessa região.
Algum dia contarei estórias das minhas árvores. De algumas já contei.
Mas voltemos à da foto anterior. Veio, julgo que em sementes, do Jardim Botânico de Lisboa. E está no quintal alentejano, que é um verdadeiro jardim. Atualmente, Abril, está florida.
Não se tem desenvolvido muito bem, porque tem outra planta diferente que a tapa do sol e havia um jasmineiro, que esse então era um verdadeiro guarda-sol.
Este ano podei o jasmineiro, precisamente para ver se se desenvolve melhor esta planta e uma roseira vermelha que tenho perto. A ver vamos…
Caro/a Leitor/a, sabe o nome da planta?!
*******
E a propósito do nome de plantas, a que questionei no postal anterior, (V), parece já ter identificação.
Esta, dita de Verão, causa-me sempre confusão. De repente, mal damos por isso, já é meio-dia.
Para quando, as entidades competentes, as governanças que nos dirigem, as nacionais ou as internacionais, se decidem por definir um modelo de hora que fique estabelecido, sem precisar de se mudar semestralmente?!
Vejam qual o melhor modelo, são “cabecinhas pensadoras” e decidam-se!
As fotos?!
Continuam da glicínia, fotografada em Óbidos, em Abril de 2019.
E porquê?!
Uma curiosidade. Li numa revista de jardinagem, que as glicínias crescem no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. (Estes deslocam-se da direita para a esquerda.)
Nas fotos da glicínia apresentada verifica-se que a planta se “movimenta” da esquerda para a direita. A base de nascimento está no quintal da casa, que fica à esquerda e o respetivo crescimento processa-se para a direita.
Interessante, não acha?!
Quanto ao “movimento” das plantas, este é um facto. Chamam-se tropismos. São direcionados pela luz, fototropismos; pela água, hidrotropismos... Correspondem ao crescimento da planta, que, na verdade, é um movimento.
E, através, das sementes, também se deslocam, enviando os filhos e filhas, para bem longe. E, para isso, pedem ajuda a outros seres: aves, insetos, mamíferos e outras entidades: o vento, a chuva… Eu sei lá! As plantas são seres também dotados de inteligência! Também comunicam e se ajudam entre si e com outros seres vivos.
Admirado/a?!
Há imensa literatura científica sobre o assunto. Filmografia, reportagens sobre o tema.
A Vida na Terra é extraordinariamente fascinante e o Ser Humano não é o único ser inteligente à face do Universo.
Bem bastas vezes tem dado provas precisamente do contrário.
E onde a conversa já vai… a partir da mudança da hora.
Vou mudar de registo.
E desejar continuação de excelente “Domingo de Ramos”, com muita Saúde.
Continuo com esta temática. Neste caso, sendo uma planta, tem a categoria de Árvore.
(Um dos nomes comuns tem referências bíblicas – Novo Testamento. O nome científico não conheço, nem desta nem de nenhuma outra, nem dos animais ou outros seres. Não sei Latim.)
É muito fácil identificá-la. É muito frequente em parques, jardins, quintais, ruas, ruelas, avenidas, alamedas, praças, pracetas e pracinhas, das nossas cidades, vilas e aldeias.
Começaram agora a floração, embora esta fase de desenvolvimento das plantas varie ligeiramente, consoante a respetiva localização geográfica.
As plantas verdes, rodeando a estrutura central são fáceis de decifrar.
Hoje, "Dia da Vida Selvagem". E aproxima-se a Primavera. Já brota por todo o lado. A foto seguinte homenageia a PrimaVera!
Tenho vários postais em mente e iniciados: Sobre "Adiafa de Poesia", de que falei. Sobre "Laranja Mecânica e A. Burgess". Outros mais... Mas falta-me tempo... Vida(s)!
Muitas vezes havia passado na Rua Almada Negreiros, no Feijó.
Entre dois prédios, de um conjunto habitacional de uma conhecida construtora do concelho de Almada, num espaço vago, terreno saibroso e pobre, alguém construiu um bonito jardim, bem delineado, harmónico, simples mas sugestivo, contrastando pela positiva com o espaço em que se enquadra, preenchendo um vazio, uma ausência tão caraterística nestas zonas suburbanas em que a megalomania construtiva das últimas décadas foi subitamente interrompida pela “Crise”, deixando múltiplos espaços projetados, mas não concluídos ou nem sequer iniciados.
Quando por ali passava, quase sempre me quedava admirando a obra executada, e me inquiria sobre quem seria o artista daquela peça de artesanato campestre no meio da “selva urbana”! Refletindo, agora, de algum modo lembrava-me a Rua onde nasci na minha Aldeia no tempo em que era criança e as vizinhas tinham às portas uns vasos de flores, quando não um alegrete, onde pontificavam roseiras, malmequeres, begónias, malvas sardinhas, craveiros…
Mas nunca aconteceu ver alguém que me pudesse esclarecer sobre o autor da peça artística ali exposta à contemplação dos passantes.
Tive essa grata oportunidade no passado domingo, quase sol-posto, lusco-fusco, como é o entardecer e anoitecer repentinos em meados de Novembro.
Ao passar a alguma distância apercebi-me que havia uma pessoa debruçada sobre o terreno, num enquadramento típico de quem estava a mondar as ervas daninhas.
Dirigi-me ao local, constatei ser uma senhora, a quem cumprimentei e com quem tive o prazer de ter uns nacos de prosa sobre o Jardim.
Além das plantas já mencionadas tem ainda uns pés de alecrim, que pegam por estaca, como referiu, e eu bem sei; umas flores semelhantes às “alegrias da casa” e que me autorizou a tirar alguns pés, quando forem maiores, sem estragar; um pé de boldo, planta terapêutica e muito boa para chás, que também me prometeu dar um pedaço; umas flores amarelas a que chamam malmequeres, mas que não são e de que tenho também muitos exemplares no quintal, mas de que também não sei o nome; duas macieiras, uma bananeira, gladíolos, jarros, goivos, boas noites e mais “flores” e outras plantas que não sei identificar…
Elogiei o jardim, que inclusive, segundo lhe contou um filho, “está no facebook”. Também ali esteve um senhor da Câmara, que ficou encantado e a quem pediu um fontanário, que daria muito jeito, mas que não pode ser, pois o terreno é particular…
Levando eu umas landes, o fruto do sobreiro, para semear no Vale, logo lhe propus semear ali uns exemplares. Não se fazem árvores grandes?! Sim, farão se nascerem e se as deixarem crescer, mas levam ainda trinta anos, tempo em que, se Deus quiser, já cá não estaremos. E muito provavelmente este espaço, que é particular, será urbanizado entretanto, mas que demore ainda muito tempo para que o jardim se conserve e nós não vejamos a sua destruição… E lá foram semeadas as landes.
Foi uma conversa muito construtiva sobre as plantas, que a senhora também consulta e estuda sobre as mesmas, falámos também sobre as suas origens, os desaires e vicissitudes da vida, as dificuldades, as mudanças abruptas, mas também os recomeços sempre com novas forças e esperanças, sem se deixar abater pelas contrariedades do destino.
Finalmente e após tantas vezes por ali ter passado, soube de quem era a autoria da Obra de Arte: Dona Vanda - um exemplo, um modelo a seguir, simultaneamente arquiteta paisagista e jardineira do lugar.
Se nas nossas Cidades todos tivéssemos a iniciativa de embelezar os tantos espaços desaproveitados que por aí abundam e com tanto vagar desleixado que por aí anda à solta, como as nossas ruas, aldeias, vilas e cidades ficariam bem mais bonitas e agradáveis. Porque esta função não pode ser apenas das autarquias. Que no caso de Almada, até é uma câmara muito preocupada com estas questões! Mas o papel de cada um também é imprescindível!
Obrigado, Dona Vanda, por construir um Jardim tão bonito para deleite e usufruto de vizinhos e passeantes!