Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Acho um exagero a utilização de cartazes em papel ou plástico e espalhá-los pelos mais diversos locais do País. Nos outdoors / “fora de portas”, nas paredes, nos placards, nas estruturas energéticas ou outras, ou em qualquer lado. É um desperdício!Por demais em campanhas eleitorais, em que deverá haver exemplo de civismo. E ainda mais numas eleições presidenciais.
Para além do gasto desnecessário em papéis, tintas, eu sei lá que mais, em plásticos… é depois o resultado que as fotos documentam.
Julgo que nenhum dos candidatos gostará de ver este esboroar contínuo da respetiva imagem, mas é no que isso resulta.
Mas então… Porque, após os atos eleitorais, não promovem a remoção dos respetivos cartazes e os deixam ir morrendo aos poucos e oferecendo uma imagem pouco digna para si mesmos e para os partidos que representam?!
Deixo este refletir à consideração, de quem de direito.
A última foto reporta-se não às eleições presidenciais deste ano, 2021, mas às penúltimas, as de 2016! O cartaz está no fim. O placard lá continua...
Um candidato peculiar de um partido ainda mais singular, o MRPP. Ainda se conseguem ver algumas letras “*eopoldo…”. Lembro-me perfeitamente do cartaz, afixado no respetivo placard, há mais de cinco anos! Do personagem político também, figura icónica do partido referido, nos idos de 75/77, no ISE – Instituto Superior de Economia – Lisboa!
Para futuros/as candidatos/as ou partidos:
Futuramente, deixem-se destes tipos de publicidade de campanha.
Agora e ainda… Removam toda a papelada, cartazes, placards, tarjetas, nos mais diversos locais, por esse País. Como forma pedagógica e elucidativa.
As imagens são destes candidatos, mas haverá de outros por aí. Estas recolhi-as numa simples volta de “passeio higiénico”. Numa Freguesia… Por aqui!
Que tem a letra a ver com a careta, além da letra inicial – V?!
Ainda se ouvem os ecos da vacina da gripe, já aí vem a vacina da Covid. Faz falta, sim!
Discutem-se os possíveis critérios de vacinação, as prioridades, quais os grupos que deverão ser vacinados primeiro: se os velhos, se os novos, se certos grupos profissionais, se utentes de instituições, se trabalhadores desta ou daquela atividade…
(Ao mesmo tempo, já os detentores de opinião formada sobre tudo e sobre nada, opinam, peroram, procuram influenciar, manipulam, formulam juízos de valor sobre critérios supostos, em estudo, ou já saídos nos media.)
Também vou na onda!
Antes de tudo mais, o que acho importante é que as vacinas sejam realmente eficazes. Que correspondam, em termos de efeitos, ao que delas se espera. Isto é, que permitam neutralizar o vírus, erradicar ou combater a Covid, a curto, a médio, a longo prazo.
Que não tenham efeitos colaterais. Que tenham sido devidamente testadas, dando garantias da sua eficácia, da sua fiabilidade. Que nas testagens efetuadas não tenham sido detetados danos residuais sobre os pacientes. Projetar efeitos a longo prazo, realizar previsões a esse plano temporal, não será fácil, mas é conveniente que, ao ser aplicado um plano de vacinação, nós possamos ter confiança no que tomamos, a que nos sujeitamos.
(Esclareço: Não faço parte de movimentos anti vacinas. Não, de modo algum!)
E os visons?!
Esses, a modos que vão ter uma vacinação radical! (Perdoe-se-me a ironia, pois que considero o assunto sério.)
No Reino da Dinamarca… um daqueles países do Norte da Europa, que habitualmente ficam bem na fotografia, no respeitante a índices de desenvolvimento, já começaram a matar milhões de visons.
Foi detetada uma variante do corona nestes animais, alguns humanos foram contaminados e antes que essa nova estirpe do vírus alastre e coarte a eficácia da vacina que irá ser utilizada nos humanos, o governo dinamarquês decidiu mandar abater todos os visons. O que já começou a ser feito, não sei se concluído. É tanto o drama, que a Senhora Primeira Ministra, do dito Reino, até chorou em público, sobre o assunto.
Mas atentemos bem na questão.
Esses bichos fofinhos são criados em quintas, certamente com todas as comodidades e confortos. E para quê?!
Para serem mortos e esfolados e as apreciadas peles serem convertidas em abafos de humanos. Para estes se pavonearem, satisfazerem a sua vaidade, enfeitados com as ditas, de não sei quantos animais assassinados, para seu bel prazer.
E questiono-me… O que é feito, nessa situação, às carcaças desses animais esfolados? São reutilizadas como subprodutos? São incineradas? Enterradas, como parecem ter sido as carcaças desses infelizes bichitos afetados ou em vias de infeção corona viral?
Reflitamos. Este abate em massa dos animais é de facto constrangedor.
Mas o que não o é menos, pelo contrário, é o que está na sua base.
Isto é, a criação de animais, a uma escala de milhões para serem abatidos para satisfação só e apenas da Vaidade Humana, para Ganância de alguns, pela febre do Lucro de uns quantos.
(Não venha a Senhora Primeira Ministra chorar lágrimas de crocodilo, porque o que está errado e é chocante, é este modelo de produção!)
Esclarecimento a Crónica “Falta de Serviços Essenciais…”
e
Crónica de Descontentamento (s) VII… E desabafos...
Na crónica que escrevi, em 09/03/19, referi alguns disfuncionamentos referentes aos CTT.
Agora, devo constatar que o postal enviado a 07/03 chegou ao seu destino a 11/03, demorando quatro dias. Situação regular, que corresponde a dois dias úteis, que de permeio houve fim de semana.
Também constatei, no dia 12/03, que a cabine telefónica, nos CTT da Capital de Distrito, já funciona. Segundo me foi informado, há cerca de um mês.
Ótimo. Parabéns e que assim continuem. A funcionar como deve ser!
O postal ilustrativo deste post é a digitalização de um dos que a “APBP – Artistas Pintores com a Boca e o Pé” habitualmente edita e que, há vários anos, vimos adquirindo.
É também uma forma de ajudarmos estes Artistas, divulgando a sua Arte!
E aproveito para enviar mais uma “carta” com os meus descontentamentos…
No referente a chuva, ela continua sem aparecer… Vislumbrou-se no início do mês, mas rapidamente se eclipsou.
Em contrapartida, começaram os Incêndios.
Isto dito assim, tão a seco, até parece que são uma fatalidade natural, já esperada…! Que não são! Por mais que nos queiram impingir mediaticamente essa anomalia.
Falta muito, sempre muito trabalho de prevenção. Por mais que se faça, dificilmente estará completo a tempo e horas.
Basta olharmos a beira das estradas, as próprias autoestradas, dentro dos próprios limites destas… e dentro das próprias cidades.
Em Almada, friso, está um designado “Koi Park”, frente ao Fórum, rente à A2, na saída da “Ponte 25 Abril”, que é um matagal há anos, sem limpeza. É imperioso e urgente que seja feita, ademais numa zona com tanto tráfego e congestionada nos acessos.
E porque é que os meios de comunicação dão tanta cobertura mediática aos fogos?! Tanto espetáculo desnecessário. Porque não são objetivos, concisos, informativos e formativos?!
E para quando a implantação de unidades de transformação dos milhares de toneladas de inertes produzidos com as limpezas, em vez de as termos que queimar?!
E ainda esta situação do tempo meteorológico…
Em Portugal, estamos em seca severa… Em Moçambique, vemos toda aquela desgraça… E, mais uma vez, a exploração da miséria alheia, do sofrimento atroz, trazido à ribalta comunicacional. Uma certa contensão, precisava-se!
Estas ocorrências regulares pelo mundo fora, quando acontecidas em países pobres, subdesenvolvidos, têm repercussões muito mais catastróficas.
E tanto investimento feito em guerras totalmente absurdas e desnecessárias! Que os "Donos do Mundo” fomentam pela ganância. Tanto que podiam fazer pelo Bem da Humanidade, dotando os países pobres das infraestruturas basilares. E esta responsabilidade é prioritária dos respetivos dirigentes desses países! Realce-se!
Mais uma Reflexão sobre a Prevenção dos Fogos Florestais!!!
Estamos quase no final de Janeiro, deste ano de 2018, que ainda mal se iniciou.
Como tem acontecido nestes últimos três anos, pouco tem chovido. Os ribeiros nem sequer correm. E faz imensa falta chover!
Todos sabemos o ano trágico que foi o de 2017, a partir do grande incêndio de Pedrogão, a 17 de Junho, ainda não se tinha iniciado o Verão e todos os que se seguiram, nos meses subsequentes, culminando no fatídico 15 de Outubro!!!
Ninguém deseja que se repita tal tragédia neste 2018.
Para isso é preciso que esteja já em ação, todo o trabalho de PREVENÇÃO.
Tanto pela Entidades Públicas, como pelas Privadas.
Sem demora!
Têm surgido notícias sobre as ações a desenvolver ou já desenvolvidas, umas que nos deixam esperançados de que se age ou irá agir. Outras nem por isso.
Sem qualquer pretensiosismo, gostaria de reportar para o que escrevi, e publiquei e que enviei para Entidades Competentes - Governativas, no âmbito da designada:
“Alteração ao Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios”.
Este texto além de o ter publicado no blogue em 16 de Janeiro de 2017,
enviei-o, via mail, também para
Excelentíssimos Senhores Ministros de:
- Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural,
- Administração Interna,
- Ambiente.
Recebi respostas de:
- Secretário de Estado da Administração Interna, datado de 23/01/17, titulado “Prevenção contra incêndios florestais”, em que refere: “… informar que o contributo será considerado no âmbito da discussão pública da Reforma da Floresta.”
- Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, igualmente titulada “Prevenção contra incêndios florestais”; Resposta – SEOTCN – ofº nº 110 – Data: 23/01/17 – 30/04/17 – “…foi tomada a devida nota sobre as sugestões enviadas.”
(… … …)
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Agora, Caro/a Leitor/a,
Se tiver a amabilidade de ler o Texto enviado e as respetivas Sugestões nele registadas…
E se a nossa Governação Central e Local tivesse dado execução, pelo menos às medidas principais e, primordialmente, as respeitantes à PREVENÇÃO, nomeadamente a de curto prazo e que tem que ser feita anualmente.
(…)
Depois de tudo o que veio a acontecer!....
Não comento mais nada!
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Atualmente, preveem-se executar medidas de prevenção diversas.
E é importante e imperioso, e URGENTE, que elas sejam executadas, tanto pelas Entidades PÚBLICAS, como pelas PRIVADAS!
É deveras lamentável que neste País, no nosso País, só depois das desgraças acontecerem é que se providenciem ações concretas.
Que o que explicitei no texto, em muitos aspetos, foram sugestões que até já vêm vigorando há anos, só que os Poderes Instituídos e os Particulares, não lhes têm dado execução.
E não terão sido as únicas sugestões recebidas.
E, repito, a Legislação já consigna medidas de prevenção há muitos anos e em muitos diplomas legais.
Só que, neste nosso querido Portugal, “só depois dos trovões…”
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Muito é preciso fazer! Executar! Agir!
Muito se constata ainda que não está a ser feito e já há Autarquias a queixarem-se que não conseguem fazer os trabalhos necessários até Maio…
Não se esqueçam que os PARTICULARES também têm que fazer o que lhes compete e que da parte das Entidades Públicas será, muitas vezes, incentivá-los, obrigá-los, a essa execução.
O que é preciso é NÃO CRUZAR os BRAÇOS!
Porque se os Particulares fizerem o que é do seu Dever, ficam os Poderes Públicos com meios para executarem o que lhes respeita: caminhos públicos e vicinais, terrenos baldios ou de propriedade das freguesias, espaços confinantes com edifícios públicos, etc. e etc. …
Que trabalho para fazer é o que não falta!!!
E há por aí tanta gente que se queixa que não tem trabalho!!!
Por isso, “Mãos à Obra”!
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Não posso deixar de comentar uma notícia que surgiu sobre o ‘batismo’ de umas cabras que se prevê sejam usadas para prevenção primária.
Não discuto o nome, não sei se é um batismo feliz ou não, que nem sequer sou padrinho.
Mas que é importante que existam é!
Além de executarem uma atividade de prevenção primária, ainda serão uma fonte de riqueza e trabalho para as populações locais.
Eu até sugeri, primordialmente, ovelhas, para os caminhos vicinais, ribeiras, etc., porque são menos saltadoras.
Quanto ao nome das cabras se o acharem desadequado ou infeliz, chamem-lhes a elas, cabras, outros nomes:
“Cabras Montesas”, “Cabras Serranas”, Cabras Sarranas”, como se dizia na minha Aldeia, “Cabras Saltadoras”, que é o que as cabras mais gostam de fazer… Há tantos nomes que não ferirão suscetibilidades.
Mas que é importante estas existirem, e exercerem a função prevista, lá isso é!
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E, também a propósito deste assunto, algo que também sugeri:
Implementação de unidades de transformação dos subprodutos das limpezas, dos matos. Situadas no Interior. E atenção sempre à poluição!
E globalmente relacionado com tudo isto, é imprescindível repovoar o Interior.
E uma das formas será a Descentralização de Serviços, Atividades, Unidades de Produção, também para localidades do Interior!
E tenho dito e terminado.
E, como eu gostaria que o conteúdo deste meu post fosse lido e refletido, pelas Entidades Competentes!
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E, já agora, é fundamental referir que a foto é um original de D.A.P.L. – Dez. 2017, minha colaboradora desde a primeira hora!
O que seria dos meus posts sem a sua imprescindível colaboração?!
Reporta-se a um terreno em socalcos, recentemente limpo, na Serra de Portalegre.
Que bem que precisa de ser limpa, nomeadamente e a começar, nos terrenos que estão a norte do Hospital Distrital e do Antigo Colégio, matos e acácias mimosas, a eito!
Umas vezes melhor, outras pior, já contam 553 posts publicados sobre as mais variadas temáticas.
“Aquém – Tejo” sempre presente. Aquilo que mais nos “toca”, que nos está mais “perto”, geográfica e afetivamente, diga-se!
Sem ignorarmos o que se passa no Mundo, à nossa volta.
Não me vou alongar em considerações evocativas. Vou comemorar a efeméride com a colocação de um texto e algumas imagens sobre um dos temas que mais nos “dizem”, que mais nos “tocam”:
- As questões ligadas ao Ambiente e, neste tema tão vasto, tão variegado, as Árvores e a sua importância para a Humanidade.
- E num enquadramento tão relevante, mas tão descurado, o “Mundo Vegetal”, as Árvores, lembrar e documentar sobre uma Árvore muito específica, que tem tido aqui, no blogue, direito a “desfilar”, na sua beleza primaveral, que tem sido aqui, no blogue, referida pela sua História.
Para além das imagens primaveris, é altura de mostrá-la na sua grandeza matriarcal, frutificada, carregada de frutos.
Este ano foi muito abençoada. Em termos estatísticos e, para que conste, frise-se, deu, ofertou-nos, quase mil amêndoas doces. Casca rija, difíceis de partir as amêndoas, é certo, mas não foi avara na sua dádiva.
Na colaboração, sempre constante, neste veículo comunicacional, sempre, repito, desde o início, o trabalho impagável de D.A.P.L.
Mais uma vez, as fotografias são de sua autoria.
E retornando à Amendoeira…
Após esta abundante frutificação e talvez dado este tempo que nos assola, (continuam temperaturas desmesuradamente altíssimas para esta época do ano, bem acima dos trinta graus, somos ainda assolados pelos fogos, ainda!), talvez efeitos de toda esta conjugação de fatores adversos, a Árvore parece que secou.
Parece! Vou deixar chegar nova Primavera. E que chova entretanto. Que chova! Que chova!
(E há, por aí, alguns dirigentes (ir)responsáveis que cismam em ignorar os problemas ambientais, o aquecimento global, os efeitos poluentes de fontes de energia fósseis, o perigo do nuclear, das bombas, das armas, das guerras atrozes, eu sei lá!)
Voltando à Amendoeira…
Todavia e apesar de todas as adversidades, tem uns rebentos, já crescidos e nascidos a uns metros do tronco principal.
A preocupação com a continuidade na utilização das Centrais Nucleares, para mais obsoletas, como a de Almaraz, supostamente seria um tema que deveria “inundar” as redes sociais.
Mas não. Nem parece ser um tema preocupante.
Mas é.
Daqui, modestamente, se apela às Entidades Governativas em Espanha que providenciem no sentido da desativação, com os necessários requisitos de segurança, da referida Central Nuclear.
É imperioso e urgente que o façam!
Será que um País com tantas horas de Sol não deverá, cada vez mais, promover a utilização dessa fonte energética inesgotável que é o Sol?!
E muitas outras Energias Alternativas podem ser utilizadas.
Não é a primeira vez que aqui, no blogue, me debruço sobre esta questão da substituição das energias poluentes por fontes de energia mais limpas.
É uma questão política, essencialmente. Só que é determinada por questões económicas e financeiras que lhe estão subjacentes e que a condicionam.
Quisessem os vários poderes instituídos e seria possível substituir cada vez mais as fontes energéticas poluentes e/ou perigosas, carvão, petróleo, nuclear, por outras mais limpas.
O SOL nasce todos os dias e fornece energia inesgotável, que não é aproveitada e que sendo, poderia facilmente prescindir-se da maioria das fontes energéticas poluentes e perigosas.
Alterar-se-ia muito a geoestratégia política e económica.
Uma estratégia financeira menos assente na obtenção do lucro fácil!
São possíveis outras fontes de energia, alternativas às fósseis, nomeadamente a solar, a eólica, a hídrica, a da biomassa, …
Já abordei este tema, em “Gás de Xisto”, a 08/05/15.
Também se apela ao Governo Português que não desista de pressionar os Governantes Espanhóis para que estes se comprometam na desativação da referida central.
É sua Obrigação Moral. Portugal não usa a energia nuclear. Uma razão acrescida para não estar sujeito às consequências nefastas das centrais nucleares espanholas.
Como vê, bem perto de Portugal e à beira do “nosso” Tejo. Qualquer contaminação, o Rio seria, desde logo, afetado. Que a poluição não conhece limites geográficos nem fronteiras.
... e ataque de um cão a uma Pessoa num Parque Público em Almada.
Volto à escrita no blogue e sobre um assunto do quotidiano que já há algum tempo tenho pensado em expor, agora reforçado por uma ocorrência que observei muito recentemente.
Genericamente o tema reporta-se com a falta de civismo dos portugueses, diga-se de alguns portugueses, face ao lixo. Constata-se nas ruas, nas bermas das estradas, nos caminhos… A acumulação de papéis, de sacos e garrafas de plástico, de maços de tabaco, que são atirados para o lado, como se não houvesse contentores de lixo indiferenciado, nem contentores específicos para reciclagem. Até para as roupas e sapatos já existem contentores espalhados pelas mais diversas regiões do País. Contudo o lixo continua a ser atirado de qualquer maneira, para qualquer lado, deixado em qualquer lugar, sem o mínimo cuidado… Nem falo dos cigarros mal apagados que são atirados pelas janelas dos carros, em pleno Verão…
Especificamente, enquadrado neste tema genérico da falta de cuidado relativamente aos lixos, quero referir a acumulação de dejetos de cão, por tudo quanto é rua, passeios e até jardins das cidades que conheço.
É um incómodo permanente caminhar por qualquer passeio público das Cidades que mais frequento: Almada e Lisboa e sermos confrontados sistematicamente com dejetos de cães, que os donos não recolhem, como é sua obrigação. Que a Câmara, pelo menos a de Almada, providencia sacos e sistema de recolha. Mas, e mais uma vez, essa é uma falta de civismo dos donos dos animais. De alguns donos, frise-se! Mas que são os suficientes para que os passeios exibam o mostruário “artístico” que patenteiam.
Infelizmente essa é também uma situação comum a diversas cidades portuguesas que mais esporadicamente tenho visitado.
Mas não haverá ninguém com competência para fiscalizar e atuar sobre estes assuntos?!
Que o primeiro e último fiscal, deveria ser a consciência das pessoas! Que, sem essa auto consciência de auto responsabilização, não haverá sistema de recolha de lixos que funcione!
Especificamente dentro deste âmbito dafalta de cuidado de alguns donos de canídeos, com os respetivos animais, quero apresentar uma ocorrência observada num espaço público dependente da Câmara Municipal de Almada. Concretamente, o Jardim Público, anexo ao Pavilhão Gimnodesportivo do Feijó.
Nos últimos anos, este espaço tem sido cada vez mais utilizado pelos donos de cães. Ação para a qual não foi prevista a sua utilização nem adequação funcional e espacial, de que surgem situações perigosas, até ao momento nenhumas graves, que eu saiba, mas que qualquer dia ocorrem…
Na passada 3ª feira, 27 de Outubro, ao atravessar o jardim, num repente, apercebo-me de um cão a atacar uma pessoa que descuidadamente passava na parte sul da alameda das tílias, a seguir ao edifício das piscinas, cão que saíra precisamente do espaço do Jardim que confina com as referidas piscinas.
A pessoa que acompanhava o cão, supostamente a dona, uma rapariga jovem, não o trazia nem com coleira, nem açaimado, nem conseguia ter mão no cão, por mais que a pessoa atacada lhe pedisse. O animal só não mordeu a pessoa, porque ela tinha um guarda-chuva, com que evitou que ele a atacasse, mas sem nunca ter tocado no animal, que constantemente se eriçava para ela e a rodeava por todos os lados. Esteve nesta situação vários minutos.
Valeu a intervenção de outra senhora, julgo que também proprietária do animal, que inicialmente também não manifestava ter autoridade no mesmo, mas que se lembrou de pedir o guarda-chuva, à pessoa atacada, com o qual conseguiu impor a sua autoridade de dona, evidentemente também sem tocar no animal.
Não é a primeira vez que observo situações em que cães mal treinados pelos donos têm comportamentos semelhantes e que estes têm dificuldade em controlar.
O espaço é muito frequentado por crianças e pessoas de todas as condições, dada a sua localização e funcionalidades adjacentes. E essas foram as funções para as quais foi concebido, planeado e estruturado.
Algum dia acontece desgraça! E depois será o habitual “Ai Jesus!”.
Será melhor prevenir. E não adianta colocar placas e avisos…, que já lá estiveram.
De qualquer modo, as leis já existem e são para serem cumpridas. E as pessoas conhecem-nas.
Esse aspeto foi referido às senhoras proprietárias, que foram sempre educadas e só diziam “Tem razão! Tem razão!”. Mas de que vale às vítimas terem ou não razão se os/as donos/as não trazem os animais devidamente atrelados, se não os conseguem controlar e os transeuntes incautos podem ser atacados e mordidos?!
Para se atravessar um Jardim público, que é um elo de passagem entre vários bairros, para além de acesso às múltiplas e variadas atividades do Pavilhão Gimnodesportivo, as pessoas vão ter que ir prevenidas para eventuais ataques?!
Dir-me-ão… mas tem alguma sugestão sobre o assunto?
Formularia algumas sugestões.
1º - Já que aquele espaço público está a ser exaustivamente utilizado para passear e recrear canídeos, então que sejam exigidas aos respetivos donos as devidas obrigações, nomeadamente trazerem os animais com trela e açaimados. Dir-se-á que a maioria dos animais são mansos e estão educados, o que é verdade, mas todos os anos têm acontecido casos de agressões por cães, algumas bem graves, precisamente às pessoas que lhes estão mais próximas, familiares e vizinhos. Que os julgariam certamente de mansos e educados!
Essa fiscalização que é uma OBRIGAÇÃO das Entidades Públicas, deverá ser feita de uma forma pedagógica e didática, inicialmente, para depois atuar e autuar os prevaricadores. Que é também uma forma de educar e ensinar as pessoas.
Porque as Leis já existem, toda a Pessoa tem obrigação de conhecer a Lei, nem pode invocar em sua defesa o respetivo desconhecimento.
E é um Dever e Obrigação dos Poderes instituídos providenciarem na respetiva aplicação.
Não sei, se neste caso específico, essa é uma competência da Câmara Municipal de Almada, julgo que será, pois que a manutenção do espaço é permanentemente assegurada por funcionários camarários.
Esta ação de fiscalização e atuação é imperiosa e urgente. É fundamental pô-la em prática pelas entidades competentes. Competências que julgo também pertencerem à Polícia de Segurança Pública.
2º - A segunda sugestão penso que é mais exclusiva da Câmara Municipal e consiste na criação de espaços específicos para os cães e respetivos utilizadores, semelhantes ao que existe no topo norte do Parque da Paz, junto à Cova da Piedade. Espaços devidamente vedados, e com dimensão adequada, para os animais poderem estar mais à vontade. E com alguns equipamentos próprios.
Sim, porque não sou contra os animais. Condeno é a atitude e comportamento de alguns donos!
Relativamente a espaços, junto a esse Jardim e Pavilhão existem alguns, que não sei se serão privados se públicos, mas que julgo reunirem condições, à priori, para essa finalidade, após as devidas e necessárias adaptações funcionais, também para o bem estar dos animais e utentes.
A Oeste do Jardim e das Piscinas e a norte das traseiras da Igreja do Feijó e do Centro de Dia, existe uma colina, até parcialmente arborizada pela Câmara, que devidamente vedada, permitiria um espaço ótimo até em termos de dimensão, para essa finalidade.
Já fora da zona do Jardim, na direção norte, quem desce na direção da Cova da Piedade, nomeadamente em frente da Escola Secundária António Gedeão, também existem campos suficientes onde poderiam ser adaptados espaços para canídeos.
Bem sei que aquele Jardim é muito centralizado. Mas como está a ser usado, precisa de reestruturação e de outras medidas, sob pena de algum dia acontecer desgraça!
(foto extraída da net. in: oestegoiano.com.br.)
Que as animais, neste caso os cães, não têm culpa nenhuma. Porque os animais, são apenas isso e somente, animais.
Que os seres humanos também o são, mas têm obrigação de, enquanto Pessoas, serem um pouco mais!
Notas Finais: As duas fotos iniciais do referido Parque/Jardim Público são originais de F.M.C.L., de 2014, no Outono.
Ocorreu ontem a visualização do 12º episódio da série britânica, “Fortitude”. Décimo segundo e último.
Que dizer?
Não foi uma série de que gostasse especialmente. Mas vi quase todos os doze episódios, exceto quando tive um problema técnico com a TV.
Mas então o que me prendia à série?
Ocorria em contextos pouco habituais, com cenários, julgo que realistas, impressionantes; com um elenco internacional de atores e atrizes excecionais; abordando temáticas ambientais, eu veria uma metáfora para os cuidados a ter com regiões terrestres isoladas (?) ainda relativa e aparentemente preservadas, como é o Ártico, mas que está sujeito a grandes pressões internacionais e irracionais para uma abertura à exploração, nomeadamente mineira intensiva e especificamente petrolífera!
Com um enredo iniciado precisamente com essa problemática dos efeitos da poluição, mesmo em ambientes supostamente imaculados e livres desse flagelo.
Mais propriamente com uma morte muito mal explicada, logo no início, apanágio dos seriados; a que se foram seguindo outras, provocadas por causas ainda mais ocultas e desconhecidas.
Teias romanescas de amores mais ou menos conseguidos, melhor ou pior traídos! Amor, ódio, sentimentos diversos mais ou menos exacerbados, expressos ao longo da trama.
E doses de ação, perigo, mistério, pancada quanto baste, à moda de um Oeste de Klondike! A que não faltavam mineiros exaltados, um hotel e bar, geridos por uma fogosa espanhola, que deixava a cabeça à roda, mesmo do mais gélido e atrapalhado xerife.
A que não faltavam também tiros, pistolas e rifles e até ursos tresloucados pelo mercúrio e a que o xerife sacrificara um bandido sem escrúpulos, minerador, à procura de tesouros, a que chamei, erradamente, geólogo!
E a vinda de um detetive do Reino de Sua Majestade, precisamente para investigar essa morte estranha, e de que a sua insistência em descobrir a verdade, também lhe provocaria a sua própria morte!
A estrutura narrativa das próprias séries, que são sempre organizadas de modo a prenderem-nos à narração, ao que virá a seguir no próximo capítulo, apesar de hoje termos a net, de que me socorri, para além do recurso das imagens. “Que uma imagem vale por mil palavras!”
E, só isso?! …? …!
Também diria que não apenas e tão somente isso!
Na série anterior “Hospital Real” verificou-se uma grande adesão ao que escrevia o que eu constatava nas visualizações dos posts. Mérito da série em si, que deve ter tido grande audiência televisiva na RTP2, o que se projetava nas visitas no blogue.
O que também se verificara em séries anteriores, nomeadamente “Crime e Castigo” e “Borgen”.
Essa situação entusiasmou-me na escrita.
E incentivou-me a continuar a escrever sobre a série, mesmo se e apesar de não ter tido, nem de longe nem de perto, a adesão que tivera com “Hospital Real”!
E estes serão, assim em modo rápido de síntese alguns aspetos que me cativaram no seriado.
Conto e reconto, tristemente real e anual, sobre um reino que abandonou os seus campos à incúria e insensatez humanas.
Lado a lado, nas bermas das estradas, a erva nascera e medrara na ridente Primavera, florira e, no Verão, secara como mandam os preceitos da natureza. Mas crescera tanto à beira das estradas, nas valetas e lombas mal amanhadas, que tirava até a visibilidade aos condutores. E era um rastilho de pólvora, em pleno Agosto escaldante, de sol abrasador, esturricando giestas e rosmaninhos, agora ressequidos face à inclemência do astro rei.
Nas colinas e montes circundantes, nas ravinas xistosas ou graníticas das ribeiras, os pinheiros bravos multiplicaram-se sem qualquer desbaste ou controle, uns aceiros mal amanhados, alcatifado o chão de caruma e agulhas secas, tisnadas pela solina inclemente que estonteava campos e corações. Pelas fráguas arriba, as estevas e os medronhais, as urzes e as aroeiras, os silvados e tojeiras, que em Abril e Maio entoaram epopeias de cores e aromas resinosos e doces, são em Agosto abrasador, temperaturas infernais, humidade quase nula, num ar seco e abafadiço, são, em Agosto, um convite à desgraça dos campos, desérticos de gente e de cuidados de limpeza de matas e florestas, carentes de aceiros e consideração pessoal dos donos que mal os conhecem nem amam ou estimam.
E a desgraça chega! Chega de muitas maneiras e feitios, que o enredo da maldade ou da insensatez humanas tem muitas lábias e formas.
Um cigarro não apagado, lançado negligentemente pela janela dum automóvel, saltita na estrada à velocidade do carro e aloja-se no seio do pasto ressequido...
O sol inclemente e abrasador que incide num monte de lixo que mãos desumanas lançaram no meio da floresta: papéis e plásticos, garrafas de vidro que refractam a luz do sol que incide prismática num ponto, incandescendo folhas e papeladas, ateando ervas e carquejas...
Uma mão criminosa ou descuidada, um coração cheio de ódio e malvadez ou uma mente insana que risca um fósforo ou lança um petardo...
Ou alguém que por cupidez e ganância, por despeito ou inveja, seja por quaisquer outros sentimentos mais baixos, de vil desumanidade, dá uma ordem, paga ou incentiva à acção de outrem, para agir, destruindo pelo fogo, propriedade alheia, mas de todos, que o fogo quando ateado não conhece donos nem criados...
Seja qual for a razão, a causa ou o motivo, o destino é sempre o mesmo!
Eis que as chamas, tímidas de início, mas logo, logo, labaredas enormes, consomem ares e hectares de vida, anos e anos de trabalho, milhares e milhas de árvores, plantas, arbustos e animais, seres, teres e haveres, árvores centenárias, habitats preservados...
Em breves instantes, os campos são campos de Marte e de morte, uma bomba de napalm varreu serras e serranias, ravinas e desfiladeiros, colinas e cabeços, plainos e planuras.
E ficam esculturas negras de carvão e cinza erguidas para o céu, acusadoras da incúria, da maldade, do desleixo, do desrespeito do homem pela Natureza, que impotente não resiste ao fogo aniquilador.
Mas, e quando chegar o Outono e vierem as primeiras chuvas?...
E chega o Outono e com ele as primeiras chuvas outonais.
Há muito desejada, a água, inicialmente, chegou tímida e foi recebida como uma benção de Deus para os campos sequiosos, as barragens vazias, as nascentes gotejantes. Mais foi caindo mais e cada vez com maior frequência, bátegas e trombas de água, trovoadas, vendavais e ventanias.
Nos campos desprovidos da protecção das copas das árvores, do arvoredo miúdo e da vegetação rasteira, a água rija, tocada a vento, caiu directamente no solo, arrastando terra e lodo, restos de ramos e arbustos, lixos e toda a porcaria que os homens deixam nas margens dos cursos de água. Tudo se arrasta encosta abaixo, ao contrário do fogo que sobe encosta acima, em direcção ao leito de cheia de ribeiros e ribeiras que ganham caudais de rios impetuosos. Leitos de cheia onde os homens modernos e actuais, previdentes, perspicazes e sabedores, construíram as suas habitações, subitamente invadidas por lamas, pedras e águas tormentosas arrastadas de montante, abaixo pelas encostas, desprovidas do coberto vegetal que os fogos dos verões consumiram...
E é este o conto e reconto tristemente real, ciclicamente repetido, num acumular de erros e tropelias dum estranho país realmente plantado à beira mar!
Este texto foi escrito há algum tempo, hei-de pesquisar quando, e ainda não fora publicado noutros enquadramentos. Era, portanto, inédito.
A "imagem" que, ao escrever, tinha presente sobre fogos, situava-se nuns campos a norte de Pavia, nas ravinas da Ribeira de Tera, em que houve um fogo há relativamente poucos anos. Lembro-me de ver as fráguas das duas margens da Ribeira, a montante da ponte, tisnadas pelos efeitos do fogo recente...
Tenho hesitado na divulgação deste texto. Poético?! Não sei, embora tenha essa pretensão.
“Inspirado” na leitura de Alberto Caeiro e na minha própria experiência pessoal, parafraseando precisamente o “Guardador de Rebanhos”. Simples pretensão!
Escrito nos finais da década de setenta, inédito, atrevo-me a divulgá-lo, cumprindo um dos propósitos por que abri este blog. Dar a conhecer textos por mim escritos, originais, na sua maior parte já publicados noutros contextos e agora também alguns que ainda não o foram, até ao momento, em suportes de papel.
Este texto, em versos sem rima e de métrica não estruturada, é a primeira versão deste tema.
Já na década de oitenta escrevi uma versão rimada, dada a conhecer no blog em 03/12/2014.