Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
E sobre a Educação?! Questionara eu no anterior postal.
Recomeçaram na 3ª feira, dia 14 de Abril, as aulas do Básico e Secundário. Mas à distância. No Superior, nalgumas Escolas, já haviam recomeçado na segunda, dia 13.
Na semana passada, haviam sido anunciadas as medidas a tomar para este 3º período, como nunca se viveu em Portugal, nem no Mundo.
Concordo globalmente com as medidas enunciadas.
(Os meios de comunicação têm realçado bastante as desigualdades existentes entre alunos sobre a acessibilidade a essas aulas virtuais, dado que nem todos dispõem de meios técnicos adequados para a elas acederem. É um facto inegável. Essas discrepâncias, agora mais visíveis, até porque metodicamente mediatizadas, são as que existem na sociedade em geral e que se refletem em todos os contextos de cidadania. Face a esta situação anormal que vivemos, os mais fragilizados, na vida do dia-a-dia, ficam com essas fragilidades mais agudizadas e expostas.
É imperioso que estas fragilidades sejam equacionadas em todas as ações a implementar no futuro, para que não sejam ainda mais exacerbadas. Ter em conta sempre as Pessoas!
Todavia e voltando à falta de meios técnicos. Quem é que hoje em dia não tem televisão?! Quem não tem telemóvel ou smartphone ou computador ou internet, ou várias destas funcionalidades ou tudo simultaneamente?! Parece contraditório?! Adiante…)
Voltando à Escola, também se prevê a possibilidade de recomeço de aulas presenciais para 11º e 12º, eventualmente a partir de Maio, para as disciplinas em que estes alunos terão exames finais, que fazem parte das condições de acesso ao Ensino Superior. Exames que se realizarão em finais de Junho, princípios de Julho. Isto, se… se houver condições para tal.
Todas as previsões do que se poderá vir a fazer esbarram precisamente nestes Se… Se…
Ora, nestas questões de exames, a realidade é bem mais complexa, porque a realizarem-se, se se realizarem, implicam preparação prévia. Não se concretizam assim do pé para a mão.
E, em Portugal, não imagino como seja noutros países, para além da Escola Oficial, existe a Escola Paralela das Explicações. Todo o Pai, Encarregado de Educação, Aluno que pode e quem não pode faz o sacrifício, trata de arranjar explicador. A estas horas, já muito boa gente tratou do assunto.
E como vão decorrer essas “aulas presenciais” nas casas ou centros de explicações?!
E se estas previsões de realização de aulas presenciais nas Escolas e subsequentes exames, agora, tudo e ainda em previsão, se não vierem a passar disso, de previsões?!
E se as pressas que observamos em retomar as atividades em geral, nos mais diversos setores, e estamos todos ansiosos, de facto, por regressarmos à normalidade, se essas pressas se tornarem em vagares, porque ainda não sabemos se o tal famigerado “pico” da pandemia já aconteceu ou não e a qualquer momento pode surgir?!
E como gostaríamos de ir colher limões e sair desta reclusão e abraçar quem gostaríamos e não podemos…
Vou debitar algumas ideias sobre esta situação que vivemos.
No que respeita a Portugal e à Educação, há que definir medidas já, de curto prazo, que contemplem esta situação excecional.
Medidas e normativos gerais, comuns a todo o País, em função dos vários ramos de Ensino, mas também com alguma flexibilidade, deixando margem de manobra às Escolas, porque há, de certeza, múltiplas variedades e especificidades.
E mesmo em cada Escola haverá casos e casos, tanto no referente a Alunos, como no respeitante a Professores. Ter também em conta as particularidades disciplinares, porque se nalgumas disciplinas os processos definidos foram mais fáceis de aplicar, noutras não terá sido assim tão fácil.
Ouvir as Escolas, e os Agentes Educativos!
Equacionar uma Avaliação o mais justa possível. Pensar e definir sobre Exames, sobre Acesso ao Ensino Superior. (…)
Há muito que fazer e atempadamente, porque é óbvio que não haverá aulas presenciais no 3º período. (Não se iludam nessa possibilidade.)
Futuramente e de modo muito provável, o ensino à distância e as novas tecnologias em contexto de sala de aula ganharão outra dimensão e relevância, maior que a que já tinham. Digo eu, não sei!
A valorização da Escola e dos seus diversos Agentes Educativos, desejo que seja uma aprendizagem interiorizada por todos os seus principais beneficiários: Alunos, Pais, Encarregados de Educação. Digo eu, sei lá!
E, Senhor Encarregado de Educação, teve mais oportunidade de acompanhar o seu Educando?!
Bem sei que muitas Pessoas trabalham, enquanto eu debito estes bitaites. Bem sei!
Aproveito para agradecer a todos os Profissionais que trabalham, para assegurar a nossa vivência quotidiana.
A todos, sem exceção, não podendo, porém, deixar de realçar todos, mas todos os que trabalham no ramo da Saúde, direta ou indiretamente, nos mais diversos locais. Cuidem-se também, que são imprescindíveis.
(E tantos Profissionais infetados, porque as condições de trabalho têm sido terríveis e os meios e equipamentos escassos…)
E lembrar que nestes tempos, com especial realce, o Setor Privado tem as mesmas obrigações que o Público.
Porque o dito cujo “bicho” não faz quaisquer distinções.
Tanta gente, que há bem pouco tempo, achincalhava SNS, os Profissionais de Saúde e da Educação.
Mas, adiante, que se faz tarde…
O processo produtivo, no que é essencial, não pode parar. Os bens e serviços fundamentais não podem sofrer quebras desnecessárias.
Ruturas na sociedade serão prejudiciais para todos.
Há que tomar medidas para que a Economia não colapse, e que as Pessoas não percam os meios financeiros para acederem às condições básicas de Vida: Alimentação, Habitação, Saúde…
(Mas todos estes problemas se processam a uma escala global…Somos todos interdependentes.)
(Notas Finais: Foto do célebre Limoeiro. Árvore com mais de 40 anos. Foi o meu Pai que o comprou e plantou. Anos setenta!
Nestes postais sobre a situação que vivemos, resultante da proliferação infeciosa do célebre coronavírus, já aqui abordei a atitude fundamentalmente reativa com que a UE “agarrou” o problema, não tendo levado a um fecho mais lesto das fronteiras, Portugal aventura-se timidamente… (Bem sei que é precisa alguma contenção, mas…). Realcei também o facto que estas e outras ameaças são as atuais e verdadeiras guerras que a Humanidade trava e terá que travar no futuro, com inimigos comuns a todo e qualquer Ser Humano, ademais imprevisíveis e desconhecidos.
Com um tom mais ligeiro também relacionei com futebol e poesia.
Vou continuar no tema, mas quero sair deste assunto, que tanto inquieta e atormenta.
Ontem lembraram-se, através das redes sociais, de agradecer aos profissionais de saúde. A todos os que trabalham nos variadíssimos serviços prestados neste ramo, alguns mais especificamente, pelo “combate” que travam face ao vírus, que nos chaga a vida. Bateram-se palmas, às janelas e varandas! Inteiramente merecido esse reconhecimento. Ainda há bem pouco tempo se achincalhavam esses mesmos profissionais e o SNS. Já aqui escrevi sobre a importância que o setor da Saúde, bem como o da Educação tiveram na melhoria generalizada das condições de vida deste País e do mundo em geral. E do necessário reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos respetivos agentes, sem desprimor, obviamente, de qualquer profissão. Neste postal quero frisar alguns aspetos relacionais entre Covid 19 e Educação.
Mas antes também quero mencionar outros setores profissionais, que não estando propriamente na “luta direta”, muito contribuem também para fazer face à ameaça. Por ex., os profissionais dos supermercados, que diariamente se expõem sob múltiplas facetas e que nos permitem termos acesso aos bens mais essenciais. Os profissionais de distribuição e fornecimento. Os profissionais de transportes, nomeadamente de passageiros, que permitem assegurar o funcionamento de muitos outros serviços, eu sei lá… os profissionais de segurança pública, os profissionais de limpeza e higiene públicas.
Há uma interdependência permanente, constante, um elo de ligação, entre tudo e todos e que, nestas situações, para o bem e para o mal, neste caso muito especificamente, se observam constante e diariamente e nos direcionam para a indispensabilidade de cooperação.
No respeitante à Educação, vão deixar de haver, temporariamente, aulas presenciais. Irão ser substituídas por ensino à distância.
Formulo votos de que seja possível concretizar essa possibilidade a 100%.
Em variados casos, pais que não estejam a trabalhar, poderá ser uma aliciante oportunidade de acompanhamento dos filhos e dos respetivos professores, em lecionação em direto.
Senhor/a encarregado/a de educação, aproveite esta oportunidade para estar mais próximo do seu educando! E dos respetivos professores. (À distância recomendada...)
Se houve setores sócio profissionais que, principalmente após a segunda grande guerra, contribuíram globalmente para a progressiva melhoria das condições de vida de povos, nações, países, estados, foram a Educação e a Saúde.
O acesso à educação, nas suas variadas formas e contextos e o acesso às condições básicas de saúde, nomeadamente nas suas vertentes preventivas, possibilitaram uma melhoria generalizada da vida de milhões de seres humanos, todavia havendo grandes discrepâncias entre diferentes países.
Em Portugal essas alterações positivas, iniciadas ainda no Estado Novo, tanto na Saúde (por ex. saúde preventiva através de vacinações básicas…), como na Educação (escolarização obrigatória…) trouxeram benefícios diretos e indiretos às populações.
Com a Democracia, as ações nestes dois campos foram alargadas e exponenciadas nas suas valências e funcionalidades.
(Obviamente, o desenvolvimento, nomeadamente económico, e outros fatores externos, possibilitaram melhorias nestes e noutros setores sociais.)
Atualmente, em Portugal, assiste-se a algum retrocesso nestes dois campos da sociedade.
Um certo desinvestimento, mais ainda uma certa desvalorização dos enquadramentos associados a estes dois campos sócio – profissionais, marcadamente dos respetivos atores fundamentais, diga-se, agentes profissionais. Esse desinvestimento e desvalorização resultaram numa perda de qualidade dos serviços prestados a nível público. A intromissão / concorrência cada vez mais acentuada do setor privado nestes campos, com especial realce na Saúde, tem levado a uma certa degradação dos serviços públicos, nomeadamente no SNS – Serviço Nacional de Saúde.
Importa, é urgente, retomar a valorização / investimento, não somente financeiro, nestes campos: Saúde e Educação. Tendo consciência que a valorização nestes setores terá repercussões em muitos dos outros, nomeadamente na qualidade de vida das populações.
Nestes, como noutros setores, surgem periodicamente reivindicações por melhores condições de vida. Legítimas e justas, inquestionavelmente!
Uma das últimas foi protagonizada por Forças de Segurança.
Algumas questões sobre essa ação reivindicativa, que poderão ser apenas trivialidades, mas que talvez não sejam.
Um gesto manual que pode ser associado / interpretado de forma bastante negativa.
O aproveitamento da situação por parte de um deputado de extrema - direita, com a sua proverbial demagogia e populismo.
O cantar o Hino, um dos Símbolos da nossa Nacionalidade, Identidade Patriótica, de costas voltadas para a Assembleia! Não podemos, nem devemos esquecer que o Parlamento é a sede da Democracia institucionalizada!
Ultimamente, por aí, por essa Europa, mais recentemente também em Portugal, surgem sub-repticiamente, alguns sinais inquietantes: “o ovo da serpente”!
Nem sempre gosto de me pronunciar sobre temas ou notícias muito a quente, logo que elas surgem e começam a aquecer nas redes. Mas, por vezes, é necessário fazê-lo.
O Ensino em Portugal, muito especificamente no referente às condições de trabalho dos Professores, tem-se vindo a agravar, a deteriorar, ao longo de vários anos. Mas não é de agora. É uma situação que tem piorado muito e sob múltiplos e diversos aspetos da vida profissional dos docentes. De há vários anos!
(Bem sei que não são apenas as condições socioprofissionais dos Docentes que estão péssimas. As dos Profissionais de Saúde também deixam muito a desejar. E falo especificamente destas duas classes socioprofissionais, porque o público-alvo, o “objeto” de trabalho é a Pessoa Humana! Pelo que relativamente aos Profissionais envolvidos há toda uma exigência que os condiciona na prestação dos serviços respetivos às inerentes comunidades. Logo uma maior atenção do respetivo Patrão, maioritariamente o Estado!)
Não admira que muitos profissionais desejem a “reforma antecipada”, mesmo sendo “penalizados”. (Acho esta palavra tão peculiar, aplicada a quem não fez mal a ninguém, nem foi visto nem achado para as sucessivas alterações do acesso à reforma, sempre em constante prejuízo de quem trabalha! Quando um árbitro viola as regras acordadas cai-lhe o Carmo e a Trindade!!!!... Cala-te boca!)
Mas como é hábito desvio-me do tema central.
Voltando.
No respeitante às condições de trabalho dos Professores e do Ensino em geral, há muitos aspetos que convirá frisar, a nível da própria ideologia e filosofia inerente ao trabalho em si. Não vou explanar tudo o que acho. Apenas alguns conceitos básicos, teóricos e práticos.
- Professores, Alunos, Pais / Encarregados de Educação, Estado – Patrão, Comunidade Envolvente, todos contribuem, devem contribuir, para uma melhor e mais eficaz Educação. Cada um no seu papel e respeitando o dos Outros.
- A Educação é um Direito inalienável de todo o Cidadão, até um certo nível deverá ser tendencialmente gratuita. Mas esse Direito pressupõe o Dever de que quem usufrui dessa Educação, ademais quase gratuita até certos níveis escolares, quem desse direito beneficia deverá agir no sentido de aproveitar devidamente desse benefício. (Tantas crianças e jovens por esse mundo fora a desejarem, almejarem, o acesso à Educação e ao Ensino e, em Portugal, tanta gente a desperdiçar essa oportunidade!)
(…)
Sobre aspetos práticos, convém esclarecer, o que muito boa gente não entende, que uma hora de aula, pressupõe, a montante, muito mais que esse tempo e, a jusante, outro tanto ou muito mais ainda. (Mas este é um aspeto que só quem está por dentro percebe bem!)
E turmas de trinta alunos! Senhor Ex - Ministro que tem o nome de um concelho, dou-lhe um conselho: Experimente, SFF, no Básico… no Secundário…!
(…) (…) … (…)
(Fico-me por aqui. Não quero ultrapassar a pág. A4, que me propus como “medida” de texto!)
E mais alguns tópicos sobre assuntos de idêntica categorização
Preâmbulo:
1 – Antes de tudo o mais, pedir desculpa por não ter divulgado este post ainda no dia de ontem, conforme sugestionara, mas foi de todo impossível.
Por outro lado, quando escrevo sobre assuntos polémicos, julgo ser bom deixar os temas a “macerar” um pouco, ou como se costuma dizer “o travesseiro é bom conselheiro”!
2 – Mencionar igualmente que ao referir-me às “Praxes” e falar em “ódio de estimação” é traduzir a ideia subjacente ao assunto, de uma forma infeliz.
Tenho abordado, com alguma frequência, esta temática no blogue, porque periodicamente vem à baila na comunicação social, quase nunca pelas melhores razões.
E porque não concordo com as mesmas, visto que, no essencial, as respetivas práticas não respeitam as liberdades, direitos e garantias fundamentais dos indivíduos, nem obedecem ao princípio da igualdade entre cidadãos.
Desenvolvimento:
“SAPO 24”, abordou este tema polémico, propondo debate, através de três redes sociais em que não estou inscrito.
Mas como este é um tema que me “toca” e sobre o qual já me tenho debruçado neste blogue, em diferentes ocasiões, resolvi, mais uma vez, voltar a ele, apesar de quase sempre desejar que seja a última. Mas está difícil tal acontecer.
Pouco terei a dizer para além do que já afirmei e do que pessoas mais avalizadas que eu têm referenciado.
Começo por frisar que sou totalmente a favor de Atividades de Integração dos Novos Alunos nas Instituições de Ensino Superior em que vão iniciar os seus estudos.
Atividades diversas, organizadas por Alunos, Professores, Entidades e Instituições de Ensino, com a colaboração dos mais diversos Organismos Institucionais, públicos e ou privados da(s) Localidade(s) onde estão sediados os estabelecimentos de ensino, de forma e como forma de os alunos se integrarem no novo Meio em que se vão inserir e se conheçam e criem laços de cordialidade entre si.
Mas essas atividades devem obedecer a Valores elementares, basilares e fundamentais, na relação entre Pessoas: como seja a existência de Respeito e Consideração de uns pelos outros, antes de tudo o mais por Si mesmos.
Sustentadas no Princípio da Igualdade entre Pessoas, Cidadãos, Jovens, Estudantes.
Estruturando-se, assentando nestes dois Princípios basilares, nestes Valores fundamentais:
- Igualdade
- Respeito e Consideração por Si e pelos Outros.
Princípios e Valores que, globalmente e de uma forma quase generalizada, as designadas “praxes” não seguem e até há pouquíssimos anos, não seguiam de todo.
Daí, continuar a repetir o slogan, que tenho vindo a defender, em diferentes momentos, neste blogue:
O artigo supracitado enquadra o suficiente sobre essas práticas, não sendo de todo completo, mas é suficientemente esclarecedor para quem quiser lê-lo com atenção.
Há um aspeto que se acentua sobre as ditas “praxes”, que me impressiona sempre. A tão falada “Tradição”!
Acho muito peculiar que se invoque tanto este aspeto da Vida, num mundo em que houve tantas e tantas modificações, tanto no plano social, como no tecnológico, científico, etc.
Mas as que traduzem algo de construtivo, de relevante, de elevado, culturalmente falando, para o Ser Humano, para a Humanidade, para os Homens e Mulheres deste País e deste Mundo.
Que não é o caso das “praxes”, que representam um verdadeiro retrocesso social e cultural.
Que haja pessoas, para mais frequentando o dito ensino superior e que defendam estas práticas, de todo me surpreende!
*******
Impressiona-me que num País que evoluiu extraordinariamente sob múltiplos e diversificados pontos de vista, nestes últimos quarenta anos, nalguns aspetos regrida completamente.
Existem outros, como é o caso da manutenção de certas práticas de “diversão” (?!) sádica, assentes natortura “gratuita” sobre animais, e a que não há coragem de pôr termo, isto é, "pegar o touro pelos cornos”.
*******
Outro é o caso da sujidade das nossas ruas, becos e ruelas, parques e jardins, devido à porcaria de animais, mas em que é o humano o mais culpado.
Para o que reporto também para um artigo recentemente divulgado, da autoria do Professor Doutor Mário Cordeiro.
Neste aspeto, também regredimos a um estado de pré-história do saneamento básico, quando neste país, na grandessíssima maioria das habitações, não se auferia desse benefício, hoje indispensável, e havia barracas em todos os centros urbanos.
Atualmente, em que a quase totalidade da população dispõe de condições básicas de higiene, que não é de há muito tempo, e a grande maioria dos bairros de barracas foram erradicados, é vermos porcaria e lixo por tudo quanto é sítio.
E onde a conversa já vai!
E em que é que isto tudo se relaciona com as ditas e famosas “praxes”?! ?!
Nota Final:
Apresento a mesma fotografia, que retirei da net, (in. 5dias.wordpress.com), porque ela é por demais elucidativa.
No post em que abordo o Discurso de Posse do novo Presidente da República, refiro a questão dos “não – aplausos”. Mas não desenvolvi o assunto, nem fiz quaisquer comentários.
Entretanto, num outro blogue, comentei que: “Todos os Deputados deveriam ter aplaudido. Pelo menos por uma questão de Educação e Cidadania! Que o discurso até é muito consensual e está muito para além da matriz identitária do seu Autor!”
Pois são estes aspetos que quero acentuar. Deveriam ter aplaudido. E deveriam ter-se levantado. Naquele contexto e naquele enquadramento. Naquele Tempo e naquele Lugar. Pelas Pessoas que são e pelo que representam!
Por uma questão de Educação. De Cidadania. E acrescento, de Civismo.
Essas Atitudes e Comportamentos não os condicionavam em nada, em termos de futuro!
Pelo Ato em si: Investidura do Presidente da República. Pela Figura de Estado, que quer gostemos ou não, quer tenhamos ou não preferido a pessoa em causa, enquanto candidato, a partir do momento em que, tendo sido eleito e investido nas Funções de Presidente da República é a 1ª Figura do Estado, da Nação, do País. É o Presidente de Todos, ele próprio o frisou, logo no discurso de vitória.
Também pelo Local em que estão. Pelo que Significam e Representam. Por Eles Próprios.
Quem não respeita os Outros acaba por também desmerecer o Respeito que se lhe deve e dá mau Exemplo, neste caso, para todo o País.
E o Discurso, dir-me-ão que são apenas palavras, mas é um Discurso muito consensual, sem lançar farpas de modo a provocar, desde logo, atritos desnecessários.
E não podemos esquecer que se vive um momento especial em Portugal, de um Governo assente em Acordos e Consensos, nos quais estão envolvidos precisamente esses Partidos dos que não aplaudiram nem se levantaram. (Apetecia-me usar outras palavras!)
Mas cada um é livre de fazer o que quer e pode, mas tem que perceber, “Quem é”, “O que Representa”.
E as Atitudes e Comportamentos dos Senhores Deputados, naquele contexto e enquadramento espacial e temporal, são significativas e significantes para milhões de Portugueses que assistem às cerimónias!
Penso que esta atitude, infelizmente, volta-se contra os próprios, como outras igualmente infelizes que por aí ocorreram.
Questão II – Confissões Religiosas presentes no “Encontro Ecuménico”
No post em que abordei o evento considerado como “Encontro Ecuménico”, referi que:
“Desconheço a totalidade e especificidade de todas as Igrejas representadas, mas, por acaso, tenho curiosidade em saber.”
Entretanto, ontem, 5ª feira, dia 10, consultei o DN, edição papel, e, na pag. 10, sob o título “Só o Dalai Lama juntou tantas religiões na mesquita”, se explicita: «Encontro – Marcelo apelou que o “espírito ecuménico” manifestado pelos religiosos se estenda a toda a sociedade, até à política.»
E, no corpo de texto da notícia, se mencionam as confissões representadas, a saber:
«... Vale a pena elencar as confissões presentes: ‘Evangélica, Anglicana, Católica, Judaica, Ortodoxa Grega, Budista, Baha’i, Indu, Islâmica, Muçulmana Shia Ismaili, Xiita, Sikh, Adventista, Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Vetero Católica, Templo de Shiva e o Conselho Português das Igrejas Cristãs.’ »
(Nota: Coloquei a designação das igrejas todas em Maiúsculas.)
A Cerimónia, segundo li, também foi muito simbólica.
E também termino, formulando votos que esse Espírito Ecuménico, de Diálogo, de Tolerância, de Estabelecimento de Acordos e Consensos, de Compreensão e Aceitação do Outro, nas suas especificidades e particularidades, se estenda a Portugal, ao Mundo e que comece, desde logo, e como exemplo nacional, na Assembleia da República Portuguesa!
0 – Volto a interromper a divulgação dos Poemas da XIII Antologia do C.N.A.P., para expor alguns aspetos sobre outras temáticas.
Também penso ainda voltar às Séries. Que até me informaram que se iniciou “Guerra e Paz”!
1 - Já que me debrucei em dois posts sobre questões de política, numa perspetiva “tout court”, isto é, no sentido imediato do termo, não vou deixar de continuar a debruçar-me sobre alguns temas que me despertem mais a atenção, quando achar conveniente. A não ser que me desiluda completamente…
Friso e repito, que essa é uma forma de expressão da Liberdade, que a Democracia nos deu e que a Internet permite exercer num contexto alargado.
2 - Esta nova Governação, bem como a nova Legislatura, dada a sua novidade formal, trouxera-me algumas esperanças, quiçá ilusões, que alguma coisa mudasse em termos de conteúdo.
Mas o que tenho observado, nomeadamente na Educação, deixa-me algumas perplexidades.
3 - Será que algum dos candidatos a próximo Presidente da República conseguirá pôr cobro a esta situação que é a de nos mais diversos campos e muito especificamente na Educação a legislação estar sempre a mudar?! Será?!
4 - Mudou o Governo, mudou bastante o enquadramento político partidário que sustenta esta governação, criou-se até um suporte governativo inédito em Portugal, algo que se suponha ser impensável, todavia, as metodologias, as estratégias governativas não mudaram nada.
5 - Mal tomou posse, este Governo logo tratou de alterar as Políticas legislativas onde mal tinham começado, especialmente na Educação. Onde era preciso haver alguma estabilidade, dado que o ano letivo já havia arrancado, em Setembro, quando o Governo tomou posse bem mais tarde, assim como a entrada em funcionamento da nova Assembleia da República.
Além de que o Ano Letivo começa a ser preparado pelos principais Agentes Educativos, bem antes de começar. Em muitos aspetos, de um ano letivo para o outro.
E as eleições para a Assembleia da República foram só a 4 De Outubro!
Mas não, mal se iniciou esta Legislatura e este Governo tomou posse trataram logo de alterar questões fundamentais como seja a da Avaliação.
Questão principal:
- Não teria sido possível manter o que estava em funcionamento, deixar correr o ano letivo normalmente, ir fazendo análises e auscultações periódicas sobre o que eventualmente se pensasse mudar, no final fazer uma avaliação global e parcelar sobre os aspetos considerados críticos, e decidir então se haveria mudanças ou não e, caso fosse necessário mudar global ou parcialmente, implementar essas mudanças apenas no próximo ano letivo (2016/2017)?!
Algumas Inferências:
- Se há algo que tem sido pernicioso ao longo destes quarenta anos de Democracia e concretamente na Educação, têm sido as constantes mudanças que têm havido. Muda o governo, muda a legislação, mudam completamente os procedimentos, mesmo já tendo o ano letivo começado.
- Não há uma coerência estruturante na Educação. Não há um Projeto Educativo consistente, não há um pensar global sobre a Educação, se se pretende uma Escola Pública de qualidade, se o Ensino Privado deve ou não continuar a ser financiado pelo Estado, qual o modelo de Avaliação a implementar… (…)
E, já agora, gostaria de levantar outras Questões.
- Será que os Exames fazem assim tanto “mal” aos alunos? Provas escritas, provas orais são assim tão traumatizantes?! Não serão também formas de aprender, de aprender a agir, de agir num contexto específico, sem dúvida alguma mais rigoroso do que é habitual numa sala de aula… Mas não será também essa uma outra forma de aprender, nomeadamente a saber estar nesse contexto específico de maior rigor e exigência?!
- A exigência e o rigor serão prejudiciais ao desenvolvimento, ao crescimento harmónico, dos jovens alunos?! Ao longo da Vida nunca irão vivenciar situações de stresse semelhantes ou muito mais desafiantes até, do que aquelas que se vivem numa sala de exames?
- Rigor e exigência promovem a desigualdade?
- O trabalho mata os Cidadãos?
Futuramente, voltarei ainda, talvez noutro dia, novamente a mais algumas proposições ou questões sobre Educação. Talvez…
Mas agora quero deixar mais algumas questões de âmbito mais alargado:
1 – Continua a fazer sentido persistir em “dividir”, este País tão pequeno, em “Esquerdas” e “Direitas”, como se não fossemos todos Cidadãos Nacionais de pleno Direito?!
2 – E insistir em criar e executar políticas sempre sob este prisma reducionista, de divisão, de malquerenças e equívocos?!
3 – Não haverão questões, situações, de tal ordem importantes que justifiquem uma abordagem nacional, independentemente de divisões e questiúnculas político-partidárias, que justifiquem “um sentar à mesa” de Pessoas capazes e avalizadas para a resolução de problemas globais e nacionais?!
Se os nossos políticos não reparam, nem quando andam de feira em feira, de mercado em mercado, sugiro que observem o estado calamitoso em que estão os cascos antigos de muitas das nossas Cidades, Vilas e Aldeias.
É só passearem-se, com olhos de ver, e repararem como se encontram muitos dos bairros antigos e zonas emblemáticas das nossas povoações.
A começar pela Capital!
Este é um campo que deveria ser um desígnio nacional!
Recuperar e investir nas zonas antigas das nossas povoações!
E este seria um trabalho sem fim que envolveria Todos, a todos os níveis.
É preciso que as Entidades Competentes, dos vários âmbitos de Cidadania, tenham a coragem de agir, na preparação já do próximo Ano Letivo! E não esconderem a cabeça no chão para não verem, nem refletirem!
E gostaria de já não voltar a este tema, de futuro.
O Governo do Partido Socialista, chefiado por Drº António Costa, tomou posse hoje, dia 26 de Novembro. Apenas com membros afetos a este Partido, mas apoiado parlamentarmente pelo Bloco de Esquerda, pelo Partido Comunista Português e pelos Verdes.
Um Governo de um Partido que não sendo maioritário na Assembleia da República tem, contudo, o apoio maioritário no Parlamento. O que só pode acontecer assim, dado que vivemos numa Democracia Parlamentar.
Situação aliás frequente em vários países de Democracia avançada.
Apenas dois desideratos fundamentais que precisamos que este Governo nos traga:
1º - Estabilidade – Este objetivo implicará que este Governo cumpra a Legislatura.
Objetivo que deverá determinar necessariamente que os “parceiros” que o apoiam, cumpram esse compromisso. Apoiar o Governo durante os quatro anos da legislatura.
Não será fácil que isso venha a acontecer sempre. Surgirão crispações, desentendimentos mais ou menos fortes, que inclusive serão muito bem aproveitados e fomentados pelas forças políticas que estão contra estes acordos do PS, bem como pela Comunicação Social que lhes é afeta. Pelos Detentores do Poder Económico, Financeiro… Para além de todas as pressões externas que surgirão, às claras ou na sombra das tomadas de decisão e em todas as jogadas políticas que existirão nestes jogos de Poder.
Necessariamente haverá que buscar acordos e consensos entre o Governo e os Partidos apoiantes.
Este Governo não terá a vida fácil. Sofrerá ataques dos mais variados setores de Poder e Contra Poder. Tanto nacionais como internacionais. Que saiba resistir a esses “ataques” e que não soçobre internamente, nem no contexto dos grupos apoiantes.
Que saiba resistir ao que quebra muitas vezes os Ideais: a Fome de Poder, a Corrupção, o "Compadrio"…
2º - Este Governo deverá implementar medidas, dentro dos respetivos contextos ministeriais, que focalizem as “Pessoas”, como móbil fundamental das políticas governativas.
Em termos de Valores, que implementem ações subordinados ao conceito de Dignidade. Que devolvam a Dignidade às Pessoas. Àqueles que dela mais se viram espoliados: Trabalhadores, Velhos, Reformados, Jovens… “Classe Média”…
Há setores em que a ação deste Governo irá ser muito elucidativa: Educação, Saúde, Justiça, Trabalho e Segurança Social.
As medidas a tomar nestes campos vão indicar-nos, com maior ou menor clareza, qual vai ser o “norte” desta governação.
Num destes setores há questões muito mediáticas que serão a "pedra de toque" desta governação, a curto prazo. Conforme este Governo nelas "pegar" assim deduziremos se nos trará ou não a "Estabilidade" e a "Dignidade" que precisamos.
Aguardemos...
Desejamos que tudo corra pelo melhor, que o que Portugal precisa é de um “Governo que governe bem”, passe a redundância.
P.S.-
E com este post, de algum modo, quebrei mais acentuadamente um dos meus tabus.
Sim, também tenho os meus tabus!
Esclarecendo. Abordo muito diretamente questões de Política “tout court”. Isto é no sentido mais imediato do termo. Falo deste tema, “política”, de uma forma muito direta e até, temporalmente, muito em cima do acontecido. Ainda que de modo muito “suave”.