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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Escolha de um Aio para “O Príncipe Com Orelhas de Burro”

A preocupação de um "Pai" na hora de escolher...

Ou uma Metáfora sobre os dias de Hoje!

 

Principe Inquerito Julio In. wiki.ued.ipleiria.pt.

 

“ ( ...) – andava o triste pai perguntando-se quem apresentaria o composto de virtudes necessário a um bom aio do príncipe...

Percorria, em espírito, os nomes de todas as individualidades mais em destaque na corte. Mas nenhum nome o contentava: Este era um ambicioso, esse um intriguista, aquele um hipócrita, estoutro um amoral, essoutro um fútil, aqueloutro um avaro... Não sem razão concluía o rei que nem sempre o valor moral acompanha um certo brilhantismo intelectual ou mundano; (...)

(...)

E a verdade é que nunca, desperto, vira tão claro como via agora, sonhando, serem a ambição e a vaidade os principais móveis de seus ministros, conselheiros, governantes, delegados, secretários; posto encobrissem todos a ambição, o egoísmo e a vaidade sob esplêndidas capas de ideais eternos. Como entregar a tais homens o filho amado? Como confiar deles a desgraça do principezinho perfeito?... Qual deles não especularia com ela?”

 pp. 42, 43, op. cit.

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P.S. - Hoje, ainda, resolvi elaborar um Post a partir do célebre Livro do escritor José Régio. Um Escritor genial, Poeta emérito, um pouco esquecido talvez, que a partir de um “Conto Tradicional”, nos legou este Romance “O Príncipe Com Orelhas de Burro, História Para Crianças Grandes”. Edição da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa, 2001. Introdução de Eugénio Lisboa. Com Desenhos de “Júlio”, pseudónimo do irmão do Poeta. A 1ª edição foi da Editorial Inquérito, Lisboa, 1942.

Este Romance é pleno de metáforas. Leio, nele, metáforas pessoais, relativas ao próprio Autor; sociais, concernentes à Sociedade, da época, das várias épocas, porque ainda plenamente atuais; e Políticas! Sim, está cheio delas. Não esqueçamos que o Romance foi editado em 1942! E Religiosas também!

Um Romance imperdível!

 

E, perdoe-me José Régio,  é também como uma metáfora que divulgo estes excertos do seu Romance!

 

 

 

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Homenagem aos Idosos"

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

Depois de um interregno na divulgação de Poemas da Antologia, regressamos, no cumprimento do objetivo que nos propusemos. Divulgar um Poema de cada um dos Antologiados.

Neste Post Nº 291, damos a conhecer no blogue, “Homenagem aos Idosos”, de Joaquina da Conceição Martins Semedo, de Urra, Portalegre.

 

“Homenagem aos Idosos”

 

"Ser idoso é ter coragem

Para a realidade enfrentar

Eu lhe mando minha mensagem

Não se esquecem de rezar.

 

Não esqueçam a oração

Que nos ajuda a viver

Para na mesa haver pão

Temos que a Deus agradecer.

 

Ninguém esqueça o valor

Da arma de São José

A dor é o grande amor

A oração e a fé.

 

Que o amor seja igual

Eu peço na minha oração

Não seja só no Natal

Mas sim em toda a junção.

 

Que haja uma luz divinal

Que haja mais compreensão

Que em todo o mundo em geral

Que nunca faltasse o pão.

 

Em letras venho mandar

Numa linda florinha

Para todos saudar

Seja idoso ou idosinha.

 

Para todo o idosinho

Que se fartou com trabalhar

Mando-lhe um beijo em pergaminho

Para todos homenagear."

 

 

Joaquina da Conceição Martins Semedo, Urra (Portalegre)

 

E ilustra-se o Poema, com uma imagem com que também já ilustrei uma Quadra sobre o Natal!

 

estrelas-brilhantes (www.MuitasImagens.com).jpg

 

“Que haja uma luz divinal”

 

 

“A Família Krupp” (Reposição) - Teil III - Parte I

Série Alemã na RTP 2

 

Teil III 

Parte I

Uma narrativa parcial!

 

 A narrativa sobre o 2º Episódio terminava com os seguintes parágrafos:

 

(...)  “A importância de se chamar Alfried!”

 

“Será que Alfried vai dar lições de voo a Anneliese?!

Aguardemos o 3º, não sei se último, episódio!”

 

Bertha e Alfried in fernsehen.ch.jpg

 

Quanto a este episódio ter sido o 3º, disso não há qualquer dúvida. Se terá sido o último, de facto, não sei de todo.

 

No referente às lições de voo, no vertente episódio, não me apercebi que Alfried tivesse dado lições desse tipo a Anneliese. De natação, talvez. Ou ela a ele. Que os vimos a nadar num lago dos Alpes, tal qual Deus os mandou ao Mundo!

Fosse qual fosse o tipo de lições que terão dado um ao outro, o certo é que houve casamento. Ocorrido em 1937, em Potsdam. Um casamento muito simples, com três ou quatro convidados, que mais não foram precisos, e da Família do noivo, não concordando com o enlace, ninguém compareceu. Bem que, para a realização de um matrimónio, bastam os noivos, as testemunhas e o celebrante!

 

E neste ponto vamos à importância do Nome. Que por isso mesmo, porque a matriarca da Família, Bertha, verdadeira Krupp, não concordando com o casamento, porque o filho, Alfredo de nome, e também veramente Krupp, não se podia casar com qualquer uma, só porque era esse o seu desejo, sem o consentimento da Mãe. Não se podia sequer casar, porque tinha que se dedicar à Firma.

E casando-se, Alfredo acabou por se descasar, porque levando a noiva, já mulher, e já em vias de ser mãe, para a Villa Huguell, a sua Mãe, Bertha, fez de tudo o que é possível e imaginário para fazer a vida negra à nora, Anneliese, inclusive oferendo-lhe milhões para ela se ir embora.

E tanto a maltratou e destratou psicológica e socialmente, e tanto pressionou o filho para que ele se descasasse, que este assim acabou por fazer, divorciando-se, abalando Anneliese, mas levando o filho de ambos, Arndt, nome do primeiro Krupp. Que nem o nascimento da criança, e neto, e contra todas as expetativas do recém casal, nem o menino adoçou o coração da avó, que o desprezava também, ignorando-o, que é uma das maiores formas de desprezo!

 

Estes factos ocorriam nos finais de trinta, princípios de quarenta, já Hitler consolidado e incrustado na cadeira do Poder!

 

E, neste episódio assiste-se a essa consolidação até à paranoia final. Embora centrando-se a narrativa na Família, (uma Família Real?) muitos dos aspetos da tragédia são remetidos para segundo plano. Que o primeiro plano são as próprias tragédias familiares. A morte trágica de dois filhos, um dos preferidos, Carl e Eckbert. O AVC? do pai, o impasse sucessório na Firma, pela indecisão continuada de Alfried. Que finalmente, assumiu essa decisão em 1943. E houve loas e braços estendidos no Conselho de Administração, inclusive de Bertha, exceto do próprio Alfried, que não percebo porquê, dado ele ter pertencido e desempenhado cargos importantes no âmbito do partido nazi!

 

E este aspeto é um dos que no filme não são abordados pelo realizador ou pelo argumentista (?). A omissão, (propositada?) dos papéis e funções desempenhadas por Alfried, no contexto da hierarquia nazi. (Razão, aliás, porque no post anterior, de 18/01, “Personagens Reais” remeti para links em que estes aspetos são mencionados.)

Apenas se subentende a importância e projeção que ele possa ter tido, quando, em 1943, na sequência da prisão dos tios, Tilo e Bárbara, os irmãos, e mais especificamente Harald, lhe pedem ou sugerem para ele intervir junto de Hitler. Mas, mesmo aqui somos mais levados a interpretar esse pedido, pela importância da Firma, armeira de Hitler. Até porque a resposta de Alfried vai nesse sentido, frisando a ineficácia do armamento dos Krupp no contexto da Guerra, tendo revelado falhas, de que o ditador tinha conhecimento.

 

Ditador e louco lhe chamo eu, porque, na altura, os protagonistas e narradores desta História, não o afirmavam, nem ousariam expressar verbalmente, embora disso já tivessem plena consciência e, aliás, medo atávico. Lembremos que, à data, além da prisão dos familiares, também já o grande industrial Tyssen havia sido preso e enviado para um campo de concentração, tempos antes. E com este dado também podemos, de algum modo, ajuizar sobre as atitudes destas grandes personagens, que inicialmente apoiaram o fuhrer, mas que se foram apercebendo da espiral de loucura em que este os foi enredando e levando à destruição.

 

Nesta conversa, Alfried dá conhecimento ao irmão de que o pai, em 1938, também ajudou a resistência, aqueles que conspiraram, sem sucesso, contra Hitler. Surpresa de Harald, pelas atitudes públicas do pai, Gustav, quando alguém ousava dizer mal de Hitler na sua frente, em que ele se retirava ostensivamente.

 

Nesta narrativa, aquela que o realizador desenvolve, observa-se que ele pretende mostrar a ambivalência da Família com o Poder Político, que no caso específico de Hitler, era também sustentada pelo medo. Medo das represálias associadas à loucura do Ditador e de toda a estrutura repressiva em que assentava o aparelho de Estado!

 

Mas não posso considerar que ele, realizador, seja isento. Penso que, de algum modo, pretende (?) branquear o papel desta Família neste contexto, da relação com o nazismo. Porque se é verdade que a relação que tiveram, bem como a da Alemanha em geral, com Hitler, e nesta série podemos considerar que a Família, de certa maneira, é uma metáfora da Nação Alemã, digo, que a forma como os alemães e os kruppianos especialmente se relacionaram com Hitler, no final, foi de medo, mas primeiramente foi de admiração e adulação.

E foi a Nação Alemã, no seu todo, que levou Hitler ao Poder. Não podendo esquecer que as Potências Ocidentais e Orientais também para isso contribuíram, com o seu fechar de olhos às diatribes de Adolfo!

 

Voltando ainda à narração sob a perspetiva da realização, tenho que frisar que não observei, talvez me tivesse escapado, qualquer referência ao papel de Alfried no contexto político do nazismo, ainda que ele nisso tivesse tido participação ativa.

Contudo, já no final do episódio, quando Alfried se passeia e contempla a destruição das suas fábricas, obra sua também, porque que “quem com ferros mata, com ferros morre”, nessa cena, quase final, surgem dos escombros duas jovens judias aterrorizadas, que depressa se escondem novamente entre as ruínas.

Sabemos que são judias, porque a estrela na farda assim as identifica. Aqui, o realizador dá-nos uma evidente “piscadela de olho” para o facto comprovado de Alfried ter usado, nas suas fábricas de Essen, trabalho escravo de judeus dos campos de concentração, nomeadamente de jovens mulheres.

 

Mas esta cena eu só a compreendi nesta reposição e após ter lido, na wikipédia, vários artigos, nomeadamente o que referi no post anterior, que focam este aspeto.

Sim, porque para percebermos bem o enredo da série temos que pesquisar sobre a história dos personagens. E nisso a net fornece-nos alguma informação disponível, supomos que também credível.

 

Porque com base na narrativa dos personagens principais, Alfried e a Mãe, pouco sabemos sobre estes subterrâneos familiares, porque eles pairam, especialmente Bertha, acima dessas coisas.

 

E, segundo o narrador – realizador/argumentista, também há omissões!

 

E, por agora, a minha narração também fica por aqui. Para ficar também incompleta e, porque não?, também tendenciosa.

 

Voltarei à narrativa! Que muito fica ainda por contar!

A Família Krupp - Personagens Reais!

Série ficcionada e História real!

 

Tendo ocorrido ontem a visualização do 3º episódio da Série "A Família Krupp", tinha-me proposto redigir um post narrativo, como tenho feito sobre as Séries que aprecio.

Contudo, hoje foi de todo impossível realizar tal tarefa.

Resolvi deixar dois links, em inglês, porque não consegui em português, sobre as duas personagens reais, que são os principais protagonistas da Série e, no contexto do enredo, os narradores da trama.

E as respetivas fotos, que até no tamanho, que assumem aqui no post, retratam e espelham a importância relativa de cada Personagem na vida real! E na série. O domínio da Mãe sobre o filho!

 

 

-Nicola_Perscheid - Bertha_Krupp. in wikipedia.jpg

 

Bertha Krupp

 

Alfried krupp in wikipedia.jpg

 Alfried Krupp

 

Para os leitores e leitoras que se interessam por esta série, as informações nestes sites ajudam e enquadram, contextualizam e explicam aspetos que na ficção narrativa estão mal explicados ou são apenas sugeridos.

Lendo os textos da wikipédia fica-se a perceber muito melhor!

Porque a Série é excelente, mas...

Ainda escreverei e publicarei um post sobre o III Episódio.

Me aguarde, S. F. F.

E, Obrigado por ler!

Questões Pertinentes - Pergunta Impertinente!

Pergunta Ingénua, ou Impertinente?!

 

Depois de, no post anterior, me ter debruçado sobre algumas Questões que julgo Pertinentes, hoje, neste post, lança-se uma Pergunta Impertinente. Impertinente, ou ingénua?!

 

Dona Maria da Fonte continua nos seus passeios pela Cidade…

 

avenida-liberdade in www.cm-lisboa.pt.jpg

 

No último efetuado, desceu a Avenida, com os seus três sobrinhos, qual Dona Pata Donalda.

 

Dos sobrinhos lembramo-nos do nome: o Vinte e Cinco de Abril, o Cinco de Outubro e o tal mal-amado, (e indesejado, diga-se), que chamámos Estado Novo. Esclareça-se que essa designação é apelido. O nome próprio é Vinte e Oito de Maio.

 

Cirandando por um dos passeios centrais, foram encontrando alguns sem-abrigo, sentados ou deitados nos bancos. Bancos de sentar, frise-se.

 

Ao passarem perto de um banco, daqueles… dos outros que “a gente sabe…”, sob cujas arcadas também deambulava um “Sem-Abrigo”, comentou Dona Maria da Fonte: Lá está mais um dos bancos que abriu falência…

 

Perante o comentário da Tia, o sobrinho Vinte e Cinco de Abril, sai-se com esta:

- Oh, Titi, Oh Titi, quando um Banco vai à falência, os Donos viram “Sem-Abrigo”?, perguntou, ingénuo… Ou impertinente (?)

 

Achas, Totó?! Então os Donos dos Bancos alguma vez ficam “sem-abrigo”?, interveio o Vinte e Oito de Maio.

 

O Cinco de Outubro não disse nada!

 

Mais abaixo, Dona Maria da Fonte ainda desabafou:

Que linda Avenida, hem?! Está mais elegante que o “Passeio Público”, em dia de visita real.

Agora, só mesmo para fino “trottoir”! Tal a profusão de tantas lojas tão caras!

Leia, também, se faz favor!

Política – Eleições – e Algumas Questões Pertinentes

Educação... E não só!

 

Escola pública in. pt.wikipedia.org.jpg

 

Pontos Prévios:

 

0 – Volto a interromper a divulgação dos Poemas da XIII Antologia do C.N.A.P., para expor alguns aspetos sobre outras temáticas.

Também penso ainda voltar às Séries. Que até me informaram que se iniciou “Guerra e Paz”!

 

1 - Já que me debrucei em dois posts sobre questões de política, numa perspetiva “tout court”, isto é, no sentido imediato do termo, não vou deixar de continuar a debruçar-me sobre alguns temas que me despertem mais a atenção, quando achar conveniente. A não ser que me desiluda completamente…

Friso e repito, que essa é uma forma de expressão da Liberdade, que a Democracia nos deu e que a Internet permite exercer num contexto alargado.

 

2 - Esta nova Governação, bem como a nova Legislatura, dada a sua novidade formal, trouxera-me algumas esperanças, quiçá ilusões, que alguma coisa mudasse em termos de conteúdo.

Mas o que tenho observado, nomeadamente na Educação, deixa-me algumas perplexidades.

 

3 - Será que algum dos candidatos a próximo Presidente da República conseguirá pôr cobro a esta situação que é a de nos mais diversos campos e muito especificamente na Educação a legislação estar sempre a mudar?! Será?!

 

4 - Mudou o Governo, mudou bastante o enquadramento político partidário que sustenta esta governação, criou-se até um suporte governativo inédito em Portugal, algo que se suponha ser impensável, todavia, as metodologias, as estratégias governativas não mudaram nada.

 

5 - Mal tomou posse, este Governo logo tratou de alterar as Políticas legislativas onde mal tinham começado, especialmente na Educação. Onde era preciso haver alguma estabilidade, dado que o ano letivo já havia arrancado, em Setembro, quando o Governo tomou posse bem mais tarde, assim como a entrada em funcionamento da nova Assembleia da República.

Além de que o Ano Letivo começa a ser preparado pelos principais Agentes Educativos, bem antes de começar. Em muitos aspetos, de um ano letivo para o outro.

E as eleições para a Assembleia da República foram só a 4 De Outubro!

Mas não, mal se iniciou esta Legislatura e este Governo tomou posse trataram logo de alterar questões fundamentais como seja a da Avaliação.

 

Questão principal:

 

- Não teria sido possível manter o que estava em funcionamento, deixar correr o ano letivo normalmente, ir fazendo análises e auscultações periódicas sobre o que eventualmente se pensasse mudar, no final fazer uma avaliação global e parcelar sobre os aspetos considerados críticos, e decidir então se haveria mudanças ou não e, caso fosse necessário mudar global ou parcialmente, implementar essas mudanças apenas no próximo ano letivo (2016/2017)?!

 

 

Algumas Inferências:

- Se há algo que tem sido pernicioso ao longo destes quarenta anos de Democracia e concretamente na Educação, têm sido as constantes mudanças que têm havido. Muda o governo, muda a legislação, mudam completamente os procedimentos, mesmo já tendo o ano letivo começado.

 

- Não há uma coerência estruturante na Educação. Não há um Projeto Educativo consistente, não há um pensar global sobre a Educação, se se pretende uma Escola Pública de qualidade, se o Ensino Privado deve ou não continuar a ser financiado pelo Estado, qual o modelo de Avaliação a implementar… (…)

 

Escola primária in pt.wikipedia.org.jpg

 

E, já agora, gostaria de levantar outras Questões.

 

- Será que os Exames fazem assim tanto “mal” aos alunos? Provas escritas, provas orais são assim tão traumatizantes?! Não serão também formas de aprender, de aprender a agir, de agir num contexto específico, sem dúvida alguma mais rigoroso do que é habitual numa sala de aula… Mas não será também essa uma outra forma de aprender, nomeadamente a saber estar nesse contexto específico de maior rigor e exigência?!

 

- A exigência e o rigor serão prejudiciais ao desenvolvimento, ao crescimento harmónico, dos jovens alunos?! Ao longo da Vida nunca irão vivenciar situações de stresse semelhantes ou muito mais desafiantes até, do que aquelas que se vivem numa sala de exames?

 

- Rigor e exigência promovem a desigualdade?

 

- O trabalho mata os Cidadãos?

 

Futuramente, voltarei ainda, talvez noutro dia, novamente a mais algumas proposições ou questões sobre Educação. Talvez…

 

Mas agora quero deixar mais algumas questões de âmbito mais alargado:

 

1 – Continua a fazer sentido persistir em “dividir”, este País tão pequeno, em “Esquerdas” e “Direitas”, como se não fossemos todos Cidadãos Nacionais de pleno Direito?!

2 – E insistir em criar e executar políticas sempre sob este prisma reducionista, de divisão, de malquerenças e equívocos?!

 

3 – Não haverão questões, situações, de tal ordem importantes que justifiquem uma abordagem nacional, independentemente de divisões e questiúnculas político-partidárias, que justifiquem “um sentar à mesa” de Pessoas capazes e avalizadas para a resolução de problemas globais e nacionais?!

 

Se os nossos políticos não reparam, nem quando andam de feira em feira, de mercado em mercado, sugiro que observem o estado calamitoso em que estão os cascos antigos de muitas das nossas Cidades, Vilas e Aldeias.

Chalet Cova Piedade Foto original de DAPL 2014.jpg

 

É só passearem-se, com olhos de ver, e repararem como se encontram muitos dos bairros antigos e zonas emblemáticas das nossas povoações.

A começar pela Capital!

 

Praça da Figueira Lisboa Photo original FMCL 2015 .jpg

 

Este é um campo que deveria ser um desígnio nacional!

Recuperar e investir nas zonas antigas das nossas povoações!

E este seria um trabalho sem fim que envolveria Todos, a todos os níveis.

Lisboa Avenidas Novas Foto original de FMCL 2015 .jpg

 

Voltarei a este assunto?!

 

 

“A Família Krupp” (Reposição) - Teil II

Série Alemã na RTP 2

Episódio II

 

familia krupp in zdf entreprises.de.jpg

 

“A Educação de Alfried” / “O Peso de um Nome – O Poder de um Símbolo”

 

 

Na RTP 2, passaram ontem, domingo, dia 10 de Janeiro, após o excelente documentário, “Maravilha das Maravilhas” o 2º episódio da mini - série “A Família Krupp”, numa reposição do que haviam apresentado em Outubro e sobre a qual já escrevi neste blogue.

 

Volto a rever a série, até porque não tive oportunidade de ver um episódio na primeira transmissão. Por outro lado, esta é uma daquelas séries que me “enchem as medidas”, e que se revê sempre com muito agrado, há sempre aspetos que nos escapam numa primeira visualização, tanto mais quando se quer escrever sobre a mesma. Volto, igualmente, a escrever sobre a temática, reportando também para o que já escrevi anteriormente.

 

Uma série excelente sob todos os aspetos, antes de tudo o mais pela temática abordada, a vida de uma “Família”, num sentido muitíssimo alargado, não esqueçamos o conceito de “Kruppianos”, que para o bem e para o mal, muito mais para este lado, infelizmente, se entrosou indelevelmente com a História da Alemanha, da Europa e do Mundo! 

 

Por onde começar a escrever?

 

Realço um dos aspetos sobre o qual, na primeira visualização, não me debrucei, nem prestei a atenção merecida. A Música! Esta enleva-nos e leva-nos na narrativa, guiando-nos de forma mais ou menos subtil, de modo mais ou menos declarado e acentuado, pelo enredo, de acordo com a ação e as personagens, até ao genérico final. Pena tenho que, sendo muito apreciador de música, pouco dela conheça, a ponto de identificar a sua origem, a sua autoria, e no genérico pouco se pode “apanhar” sobre estes dados, a não ser continuar a ouvir, como se as imagens não tivessem deixado de fluir. Nos filmes, também gosto sempre de ler os genéricos, quanto mais não seja para continuar “saboreando” o “enredo” musical. Quando a música agrada e o conteúdo da narrativa também, fica-se naquele torpor existencial, de quem esteve a “viver” uma ficção, uma irrealidade, de que se tem consciência, mas da qual não nos apetece ausentar.

 

Para além da realização, Carlo Rola, destaco as personagens e os seus intérpretes. Para além da temática por demais elucidativa e atraente.

Os atores são excepcionais! (E como esta palavra exprime muito melhor o seu significado quando escrita com p.) Mas quem os conhece?! É esse o nosso problema com as séries do Continente Europeu, sejam elas as espanholas, as francesas, as italianas, as dinamarquesas, as alemãs. Nos últimos quarenta anos, fomos sendo gradualmente arredados da filmografia europeia continental. De modo que, pouco conhecemos de atores e realizadores.

Iris Berben/Bertha, Barbara Auer/Margareth, Benjamin Sadler/Alfried, … Alguém conhece?

 

Bem, para continuar na temática deste 2º episódio, talvez abordar o assunto segundo o subtítulo que atribuí a este episódio. “A Educação de Alfried” / “O Peso de um Nome – O Poder de um Símbolo”.

 

Alfried Bertha harald in tv.orf.at.jpg

 

A narradora principal é Bertha Krupp (1886 – 1957), a mãe de Alfried (1907 – 1967), que ela prepara, desde criança, para dirigir os destinos da firma. Este é um segundo narrador, que, de algum modo, contrapõe ou propõe, também a sua versão dos factos, à medida que vai crescendo e ganhando maior peso na estrutura narrativa, bem como na vida da própria Família.

 

Em todos os episódios, o presente da narrativa ocorre sempre em 1957. Neste, Bertha já à beira da morte, que sofreu um AVC, na sequência precisamente de discussão azeda que teve com o filho, esperando que ele chegue para se reconciliar (?); para que ele lhe peça desculpa, como lhe ordenou, ou dar-lhe as últimas instruções sucessórias, dado que foi para isso que ela o educou e se imiscuiu sempre na sua vida?

Simultaneamente são-nos apresentadas cenas marcantes da vida pessoal da Família, contrapondo à vida no exterior, nas fábricas e na Alemanha. E estes são tempos conturbados.

 

Em 1915, Gustav von Bohlen (1870 – 1950) e o Kaiser Guilherme II (1859 – 1941), num campo de treinos, testam o novo canhão, elucidativamente batizado de “Bertha”, com um alcance de vários quilómetros e uma precisão milimétrica. Com ele, haveriam de bombardear à distância, nas frentes de batalha e a cidade de Paris.

 

Em 1916, imagens de Verdun, corpos destroçados e agonizantes, os horrores da Guerra, um cavalo branco vagueia na paisagem juncada de cadáveres e homens mutilados. Ouve-se o grasnar de corvos, necrófagos.

 

Seguidamente, e ao som de música que não pode ser mais serena, ouvem-se acordes de piano, e, na Vila Huguell, anuncia-se e prepara-se a vinda do Kaiser, na sua décima visita aos Krupp. Alfried ainda criança, vestido de marujo, mas já a aprender, para as suas funções sociais.

Mais tarde, em conversa na caserna, o Kaiser desabafa com os seus generais sobre o que pensa dos Krupp, “que enriquecem com cada granada, que vendem armas a todos os contendores, uns mesquinhos…”

Paralelamente, Bertha e o marido Gustav, na alcova, em refrega de amor, numa guerra bem mais proveitosa, tiveram sete filhos, também comentam essa visita do Imperador. Gozando e antegozando o momento triunfal do orgasmo.

 

Que a Guerra, essa, foi perdida pela Alemanha, pelo Kaiser, não pelos Krupp, como a mãe Bertha ensina ao filho. Que também supervisiona nas suas lições, dadas em casa, por uma preceptora. Grego, Latim, Matemática… “Não podes cometer erros… Tu és o nº 1! E sempre serás! A perfeição é um Dever. Tens que ser forte. Mais forte que os outros. (...)”

 

Que a Guerra, para os Krupp era um negócio, como o próprio Imperador frisou para o seu Estado-Maior, já desalentado, por não ver avanços na mesma e constatar a “falta de patriotismo” dos mesmos.

E foi, desse negócio, que Gustav, marido de Bertha e pai de Alfried, gestor da firma, quis ver as contas saldadas, exigindo à firma inglesa “Vickers Limited” o pagamento de 250.000 libras pelo fornecimento de armamento.

Os “Senhores da Guerra” são assim mesmo!

 

Berlin,_Novemberrevolution in wikipedia.jpg

E surgem os tempos críticos da Revolução Alemã (1918 – 1919), e a fuga para a Áustria, para a Villa Bluhnbach, nos Alpes. Antes houve que queimar toda a papelada eventualmente comprometedora…

E passar por uma rusga do Exército Revolucionário do Ruhr, serem aprendidos os valores, relógio, carteira, anel, mas perante o símbolo, tudo lhes foi devolvido e passaram livremente. O poder de um Nome e de um Símbolo!

Em 1920, nos Alpes, no palácio, no campo, na cidade tranquila, Alfried, continuava a sua aprendizagem para a vida.

Em família, o nascimento de mais uma irmã; no campo, à caça de um veado, com o pai; igualmente com este, assistindo a negociações com russos, que Lenine precisava de instalar vias férreas, milhares de quilómetros de aço, que a Alemanha, em crise do pós guerra e sujeita às restrições que lhe foram impostas pelos vencedores, não podia expandir-se. E Lenine pagava, não com promessas, mas com ouro. E na Alemanha, milhares de Kruppianos não tinham trabalho, que é como quem diz, pão para a boca. Relutante, perante este negócio do marido, face ao comprador e à origem do dinheiro, que Bertha era a verdadeira dona da firma, mas convencida pela necessidade de salvar a firma, não apenas com o seu património pessoal, a mulher lá se convenceu, o negócio ter-se-á realizado e as fábricas terão sido salvas e milhares de bocas terão saciado a fome, com o dinheiro dos russos.

 

E, novamente em 1957, no leito, aguardando a vinda do filho querido, em conversa com a criada de quarto, Bertha lembra a educação que incutiu aos filhos, primordialmente a Alfried, com aquelas regras todas, segundo a criada, motivo talvez de pena, mas segundo a narradora, perfeitamente naturais, que ninguém nunca recebeu tanto dos pais como Alfried e nenhum filho saiu da linha. “Como pode ele acusar-me de que lhe destruí o casamento?!”

 

E vai novamente “arrumando as memórias”, ainda em 1920, mas já em Essen, na Villa Huguell  e relembrando as revisões das lições de Latim, que fazia com o filho, enquanto bebia chá e, ele, desastrado, derrubava a chávena: nominativo, genitivo, acusativo, ablativo. 

E na série, alternando-se as memórias e o confronto de ideias, entre a mãe e o filho. A visão dicotómica de cada um deles.

E Alfried, 13 anos, quis ir para uma Escola Pública, ele que tinha um preceptor particular em casa, podendo estudar ao seu ritmo muito mais avançado que o de outros eventuais colegas de Escola Pública, em que os mais lentos é que determinam o ritmo. Mas foi. Correu e brincou com os outros miúdos, que futuramente seriam seus subordinados na fábrica, jogou, estatelou-se no chão lamacento, rasgou as calças, foi com um colega, filho de operário, acolhido na respetiva casa, aí a patroa coseu-lhe o rasgão, regressou à Villa de cara enlameada e aí ouviu a avó: “Mas que tempos estes!... Queres continuar a ir à cidade? À escola?!... Nós somos os teus pares…Só nós!

Não sabemos se foi, porque não nos mostraram, mas acham que terá ido? Estávamos em 1920, República de Weimar, mas aproximavam-se, vertiginosamente, outros tempos.

 

E a narrativa, sob a perspetiva de Alfried, salta para 1932.

Em Munique, na Escola de Aviação e na Universidade, que frequentava. Teria 25 anos. Não queria ser chamado de Krupp, que era von Bohlen, nome do pai, que a mãe é que era Krupp.

Que o nome tinha poderes, abria-lhe todas as portas, mal fosse pronunciado. Conforme constatou no baile de máscaras, com Vera, que, primeiro, não lhe ligou, mas, após saber o nome mágico, escancarou-lhe as portas do paraíso… ao alcance das mãos. Tivesse ele querido…

 

E agora no Clube dos Industriais, com Tyssen, outro grande industrial alemão, este já rendido aos encantos de Hitler, tentando convencer Gustav Von Bohlen, pai de Alfried, marido de Bertha krupp, a deixar-se enfeitiçar também pelos encantos de Adolfo! “Temos que apoiar Hitler.” “Na Villa Huguell não se discute política.” “Hitler fascina as pessoas. Deixe que lhe apresente Hitler. Ficará convencido.” “Fazemos a nossa política externa.” Estes alguns dos excertos travados entre os dois industriais, de duas firmas distintas à época e que, atualmente, fazem parte do mesmo conglomerado de empresas.

Paralelamente, e agora através dos olhos narrativos de Alfried, assistimos à propaganda agressiva dos apoiantes de Hitler, nas escadarias da Universidade.

Quem não votar em Hitler, estará a apoiar os comunistas!” Quantas vezes este slogan não tem já sido repetido, explícita ou implicitamente, em outros variados e diversos contextos?!

“Hitler é a nossa última esperança!” “Rumamos a uma nova Alemanha!”

 

Paralelamente, Gustav Von Bohlen, que era o administrador da firma Krupp, cujo apelido usava por deferência do Kaiser Guilherme II, quando se casara com Bertha e com a prerrogativa de o poder transmitir aos seus herdeiros, via-se cada vez com mais dificuldades de gerir a empresa, por falta de encomendas, vendo-se na contingência de ter que transferir novamente fundos do património pessoal de Bertha, para as empresas de Kiel, certamente para os estaleiros navais.  

Precisava de começar a receber encomendas de Hitler.

“Há que convidar Hitler, para vir a nossa casa. É o Reich da Alemanha.”, dizia Gustav para Bertha.

Bertha muito relutante em aceitar tal situação: “Hitler é um campónio… gente dessa nunca entrará em nossa casa.”

Esta situação ocorreria a meados dos anos trinta.

 

Em 1936, vemos novamente Alfried, cada vez mais protagonista, no campo de aviação, no avião, a ser abordado por uma loura, frágil, qual Marlene, de nome Anneliese Bahr, que procurava o instrutor de voo, julgando que seria Alfried. Não tendo ele esta função, mas sabendo pilotar, prontamente se ofereceu, para tal tarefa, que aparentemente terá sido aceite.

E apresentou-se.

Alfried… só Alfried!

 

Poderíamos parafrasear : “A importância de se chamar Alfried!”

 

alfried anneliese in programm.orf.at.jpg

 

Será que Alfried vai dar lições de voo a Anneliese?!

Aguardemos o 3º, não sei se último, episódio!

 

 

 

RTP 2 - “Maravilha das Maravilhas”

"A História da Pena"

ou

"Quando as Galinhas tinham dentes!"

 

Torno a debruçar-me sobre Programas da RTP2.

 

Conforme referi em RTP 2 - "Maravilha das Maravilhas" ..., vi o episódio do Documentário (ou série documental?), supracitado.

Julgo ser uma série sul coreana, da EBS.

 

Obrigatório de ver! Para quem aprecia estas temáticas e gosta de aprender, claro.

O episódio de ontem, domingo, após a campanha eleitoral, pouco depois das 22h, tratou da “História da Pena”.

Não do Palácio da Pena, que também é uma jóia imperdível.

 

Archaeopteryx (Feather) In wikipedia.jpg

 

Não viu? Foi pena!

 

Poderia designar-se este episódio como “A História Maravilhosa das Aves”. Ou então “No tempo em que as Galinhas tinham dentes!

Porque faz jus ao sentido deste provérbio.

A propósito, qual será a origem deste provérbio? Chinesa?

 

Archaeopteryx lithographica (Berlin) In wikipedia.

 

Questiona muitos aspetos sobre o que julgamos saber sobre os dinossauros. Uma das questões que levanta, é a de que os dinossauros tenham sido completamente extintos há 65 milhões de anos, quando ocorreu o acontecimento impactante na Terra, que levou à extinção dos dinossauros e de outras muitas espécies de vida no nosso Planeta.

Que não, os dinossauros não se extinguiram todos, eles voam por aí, que as aves são o resultado de milhões de anos de gerações evolutivas, a partir de dinossauros voadores, que já existiam milhões de anos antes desse acontecimento catastrófico.

E que sobreviveram, precisamente, porque tinham penas, asas, e podiam voar!

 

Archaeopteryx lithographica  In wikipedia.jpg

 

Impactante, não?

 

Antes de tudo o mais, sendo verídica esta teoria (?), como tudo indica que sim, desde logo o nome atribuído aos “dinossauros”, pelo menos aos “voadores”, estará posto em causa, ou não?!

 

"A história da pena"

 

P.S. - Ainda penso escrever sobre "A Família Krupp"!

Eleições Presidenciais - 2016 - I

Bandeira República Portuguesa In wikipedia.png

Realizar-se-ão eleições para a escolha do futuro Presidente da República, no próximo dia 24 de Janeiro.

Os candidatos já andam todos numa efervescência de pré-campanha, que a campanha propriamente dita só se iniciará no dia 10 de Janeiro, e decorrerá até 22.

Ao todo são dez os candidatos! Para além dos que já ficaram pelo caminho…

Não será manifestamente um exagero haver logo 10 candidatos?!

Estão todos nesta campanha por direito próprio, sem dúvida, pois sendo cidadãos de pleno direito e no uso de todas as condições para tal fim, é um direito que assiste a qualquer cidadão candidatar-se a este cargo, desde que reúna também o número mínimo de assinaturas proponentes. E estando todos legalmente na "corrida para Belém” é sinal que todos conseguiram esse pré requisito. No mínimo, 7500 assinaturas.

Enquanto cidadãos todos podem concorrer, é certo. Mas será que todos devem?! Será que todos têm a noção do que andam para ali a fazer?

Também me surpreende que alguns candidatos tenham reunido os milhares de assinaturas necessárias. Certamente pessoas conscientes que, enquanto cidadãos, também têm esse direito, serem proponentes de uma candidatura. Mas ouso questionar: será que todos os que assinaram para certos candidatos o fizeram num sentido construtivo?! Ou plenamente conscientes da sua decisão?

Levanto outra questão: Será que todos os candidatos, que entraram nesta corrida, têm uma noção cabal das funções e das condições para o exercício de tal cargo? Será que acham que a sua candidatura engrandece e dignifica, de algum modo, esse cargo e função?! Ou pretendem simplesmente promover-se e engrandecer a sua própria vaidade pessoal?

(Que a Presidência da República corresponde ao mais alto Cargo do Estado, da Nação e do País!)

E tantos debates, com tantos candidatos! Suscita esclarecimento, ou provoca confusão?! Essa situação credibiliza ou debilita a Democracia?

Nesta campanha também há outro aspeto que quero destacar. O facto de duas Mulheres, com peso político significativo, serem candidatas ao cargo de Presidente. Algo que aconteceu parcas vezes, apesar de vivermos em Democracia. (Há trinta anos aconteceu a candidatura da saudosa Maria de Lurdes Pintassilgo!) Durante o designado Estado Novo não houve candidatas e na 1ª República também não. (É claro que tivemos duas Rainhas, Marias, a Primeira e a Segunda! Mas Monarquia não é o mesmo que República.) Este facto, quer queiramos ou não, é um sinal de mudança cultural, de mentalidades, neste País. (Como também, e paralelamente, a composição do atual Governo também apresenta sinais de mudança de mentalidades. Assim também promovam mudanças nas políticas…)

Friso que este artigo apenas pretende ser um mero artigo de opinião, de um cidadão exprimindo o que pensa sobre o assunto, sem qualquer pretensão de se sobrepor a quaisquer outras opiniões muito mais fundamentadas e avalizadas que a sua. É, reforço, uma simples opinião!

Dos dez candidatos, praticamente só tenho prestado um pouco mais de atenção a cinco: Edgar Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Maria de Belém, Marisa Matias e Sampaio da Nóvoa. Os cinco que acho poderão ter alguma influência, em termos dos hipotéticos votos, de que, eventualmente, poderão dispor. Mera suposição e simples opinião, como já referi.

Nesta análise, designo os candidatos apenas pelo nome, sem qualquer indicação académica e/ou funcional. Penso que é o mais adequado.

Edgar_Silva In wikipedia.jpeg            Marisa_Matias in wikipedia.jpg

Edgar Silva e Marisa Matias provêm e afirmam-se de matriz partidária. Julgo que terão plena consciência desse facto, que, se por um lado é garantia de, pelo menos disporem de apoio do eleitorado que lhes é afeto, pelo menos em parte, também terão consciência que essa mesma situação os limitará. Dificilmente obterão apoio de outros campos eleitorais e mesmo do eleitorado que supostamente lhes seria afeto, não o terão na totalidade. Que este se dispersará por outros candidatos. Alguns até, para outros candidatos aparentemente improváveis.

Afirmam ir até ao final e sujeitarem-se à votação. Hipoteticamente para, numa hipotética 2ª volta, jogarem com os seus votos. Mas eu não tenho plena certeza disso. Até julgo que, se ponderarem muito bem, desistirão no final da campanha da 1ª volta, indicando um sentido de voto aos seus eleitores. Aliás, essa é a atitude que acho que os próprios e os partidos que os apoiam diretamente deverão fazer. Usarem a campanha para desempenharem o papel que realmente lhes cabe, mas irem preparando o eleitorado para uma eventual desistência tático-estratégica. Que não seria desistir. Seria agir estrategicamente. De outro modo, arriscam-se a uma dispersão de votos e não haver sequer 2ª volta. O ideal, será centralizar os votos num candidato de uma área afim!

Que não é, obviamente, Marcelo.

Marcelo in wikipedia.jpg

Marcelo Rebelo de Sousa, quer queira, quer não queira, é também de uma matriz partidária, ainda que, agora, para concorrer, se tenha desvinculado do partido a que pertence desde a respetiva fundação e, no qual, e pelo qual, desempenhou vários cargos. Ideologicamente também se enquadra numa área muito determinada e específica, aquela que nos “governou” nos últimos quatro anos. Se analisarmos no tempo, ainda mais remotamente, então ainda o vemos a beijar a mão ao padrinho! Desdiga-se ele ou não e pretenda afirmar-se como suprapartidário, como independente, como acima ou para além dos partidos, não é, nem está! E “pode alguém ser quem não é”?! Ufanamente, vangloria-se que vai ganhar, se não à primeira, logo à segunda. Qual jogador de poker, faz bluff. A comunicação social faz coro e continua a usar a informação, tanto na forma como no conteúdo e as sondagens, para manipular.
E, no plano social e económico, a que tipo de Poderes tem ele estado sempre umbilicalmente ligado?!

Pois, eu acho que não vai ganhar! Assim os outros quatro candidatos que mencionei e os respetivos suportes políticos, partidários, ideológicos, saibam jogar tática e estrategicamente.

Maria_de_Belém In wikipedia.jpg

Maria de Belém, quer queira ou não, também está muito enquadrada numa estrutura partidária. E dela não se liberta. Também se desvinculou de militante para poder concorrer… Mas, seja qual for a sua vontade manifesta, não se desvincula, nem se liberta do aparelho partidário a que pertenceu e no qual desenvolveu a sua ação cívica. Ainda que não deixasse de ser interessante que uma Mulher desempenhasse a mais alta magistratura da Nação. Mas, neste caso, seria apenas interessante!

Novoa In wikipedia.jpg

E será que não seria preferível termos um Presidente que estivesse realmente desvinculado dessa “canga” partidária?!

Alguém que nos representasse enquanto Cidadãos, todos os Cidadãos, sem preconceitos de posicionamentos políticos e ideológicos, independentemente de pertenças ou não a estruturas mais ou menos partidárias? E o que nos convinha mais, não seria termos um Presidente da República que realmente estivesse além dos partidos, ainda que equidistante deles, por não pertencer a nenhum? Nem ter estado vinculado a nenhum deles?

E quem é esse Candidato? Pois, na minha modesta e parcelar opinião, esse candidato é Sampaio da Nóvoa!

Assim os outros Candidatos, globalmente enquadráveis no espaço político e ideológico deste, inclusive os que não mencionei, percebam esse facto e saibam e consigam ceder estrategicamente!

 

 

 Se ainda tiver paciência, pode ler estas estórias, SFF:

Estória inverosímil

Uma fábula...

XIII Antologia de Poesia do CNAP - 2015

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Dia de Lançamento da Antologia

biblioteca feijó in. www.cmalmada.pt.jpg

 

Episódio “Caricato”…

 

Dos exemplares das Antologias em que tenho participado, ao longo destes anos, costumo distribui-los, oferecendo-os a pessoas amigas ou familiares, que, à partida, julgo que os irão apreciar. Até ao momento, nunca tive a preocupação de “vender” um exemplar sequer. Guardo um ou dois exemplares para mim, alguns parcialmente autografados, de modo que das Antologias em que participei poucos livros ainda tenho.

Também tenho costumado oferecer às Associações de Poesia a que pertenço, bem como um exemplar em algumas Bibliotecas mais significativas para mim, isto é, aquelas que eu, de algum modo, tenha frequentado ou visitado. Assim tenho distribuído antologias por várias Bibliotecas do Alentejo, de Lisboa e Margem Sul.

Conhecedora desse facto, a Presidente do Círculo entregou-me três exemplares para eu “depositar” em Bibliotecas. O que, neste momento, está feito, em nome da Direção do Círculo Nacional D’arte e Poesia, que foi assim que registei nos livros.

bibjosesaramago feijó. in. www.cmalmada.pt. jpg

 

Entreguei um exemplar na Biblioteca José Saramago, no Feijó; outro na Biblioteca do Fórum Romeu Correia, em Almada; e o terceiro exemplar, na Biblioteca Municipal de Portalegre. Quero frisar que as pessoas que receberam, funcionários das Bibliotecas, foram simpatiquíssimas, agradecendo, como é natural. Frisei que os livros seriam para acervo das respetivas Bibliotecas, o que me foi garantido.

Biblioteca Almada. in. www.cmalmada.pt. jpg

 

E chegando a este ponto, questionar-me-ão: “Mas o que tem tudo isso de caricato?!”

 

Bem… Embora neste blog, “aquém-tejo.blogs.sapo.pt”, esteja ainda a decorrer a divulgação das poesias apresentadas na Antologia, não quero deixar de narrar o acontecimento, mais ou menos “caricato”, ocorrido no dia do lançamento, 15 de Dezembro, 3ª feira, numa Biblioteca relativamente distante do local onde a Antologia foi lançada, São Sebastião da Pedreira. Mais concretamente acontecido numa Biblioteca dum Concelho limítrofe da Capital.

Tendo na minha posse os exemplares que me foram destinados para distribuir por bibliotecas, três, como já referi, e passando perto de uma, resolvi entrar para entregar um dos mencionados livros.

Expliquei o que pretendia à funcionária, que foi igualmente muito simpática, mas, com algum constrangimento, me explicitou que ficava com o exemplar, mas não tinha a certeza se ele ficaria no acervo da Biblioteca. Que teria que encaminhar para os serviços centrais, que depois decidiriam e que não garantia que o livro pudesse vir a pertencer ao espólio da Biblioteca, que até poderia nem sequer ficar, que até poderia vir a ser dado e, em última instância, até ir para reciclagem… E, mais ou menos enquanto me elucidava sobre esta situação, procurava na escrivaninha qualquer coisa, que posteriormente pude saber o que era. Um documento para eu assinar, conforme entregava o livro, que a Biblioteca recebia, mas precisamente como a funcionária me explicara, não era garantido ficar na Biblioteca e, entre as várias hipóteses de destino, lá estava, no final, a possibilidade de ir para a reciclagem!!!

Contra argumentei que não era isso que pretendia, o objetivo era que ficasse na Biblioteca, para futura consulta e nenhuma das outras hipóteses se coadunava com o propósito de oferecer um exemplar de uma Antologia de Poesia, acabada de ser lançada, de vários Autores que, com tanta estima, divulgam o que escrevem…

A senhora mostrava-se, de facto, muito constrangida, mas frisava que essa era a norma da Biblioteca…

Referi que têm no acervo várias antologias para consulta, que já li algumas, numa das quais até participo.

Esclareceu-me serem obras de pessoas do concelho… Ao que respondi que, nesta provavelmente também haveria pessoas de algum modo ligadas ao Concelho.

E o diálogo centrava-se neste plano, sem saída airosa para o que eu pretendia. Argumentei que não deixava numa Biblioteca um exemplar de um livro a que todos os envolvidos dedicaram tanto carinho, que era oferecido precisamente nesse espírito, para ser lido, estar à disposição de quem por ele se interessasse e que ao deixá-lo, não tinha a garantia de que essa fosse a sua função e cujo destino final, poderia ser a reciclagem! Que é como quem diz, o lixo!

Dá para imaginar?!

 

Enquanto decorria este diálogo, um jovem aguardava, pois que requisitara uns filmes e precisava que a senhora fizesse o respetivo registo de empréstimo. Simultaneamente assistia à conversa, cada vez mais interessado e quase pronto a participar e, ao mesmo tempo, não tirava os olhos do livro, com uma avidez, um interesse manifesto, como se quisesse, sem exagero, “comer o exemplar” com o olhar. Por vezes, também, olhando para mim, com um ar estupefacto, como se me quisesse mostrar a sua perplexidade, e dizer: “ Já viu o disparate?! Querer você ofertar, com toda a estima e consideração, um livro, a uma biblioteca e, praticamente, não o quererem aceitar?! E até, em última instância, poder até ir para a reciclagem, um livro, novo, recentemente editado?!”

Perante a conversa da funcionária, dá para calcular que, de modo algum, eu me sentia motivado a deixar-lhe o exemplar da Antologia.    

E, observando as reações do rapaz, interpelei-o, se ele gostava do livro, se gostava de ler, se iria lê-lo, se gostava de poesia…ao que ele, imediata e espontaneamente, me respondeu que sim, verbalmente; mas também na expressão, facial, fazendo o gesto afirmativo com a cabeça, como corporalmente, através do gesto de receber essa dádiva, esse presente, explicitamente, para o próprio, de grande valor.

 

E então, caro/a leitor/a, qual acha que foi o meu procedimento?

Terei deixado o livro na Biblioteca onde era suposto ele ficar ou tê-lo-ei oferecido ao moço?

Como procederia o caro/a leitor/a?

(…   …)

Ainda, num breve diálogo subsequente, fiquei a saber que o rapaz também gosta de escrever… poesia. Ficou de deixar alguns textos seus na referida Biblioteca, para eu ler e apreciar.

Não mais conseguir voltar ao local. O que farei, logo que puder, e confirmarei com a senhora bibliotecária se ficou algum “rasto” desta conversa e desta situação “caricata”.

E tenho dito sobre esta ocorrência, mais ou menos “sui generis”, um tanto ou quanto burlesca, até com alguma graça.

Quando e se tiver mais alguma informação tentarei dar conhecimento.

 

Fórum-Muncipal-Romeu-Correia. in www.cmalmada.com jpg

Na ilustração desta “crónica” apresento fotos das três Bibliotecas onde deixei exemplares das antologias: Biblioteca José Saramago, Biblioteca do Forum Romeu Correia e Biblioteca Municipal de Portalegre.

biblioteca portalegre. facebook. jpg

 

Quando puder, visite qualquer uma destas Bibliotecas, que são interessantíssimas, sob todos os aspetos, e organizam, regularmente, eventos variados e igualmente muitíssimo interessantes! Sobre alguns já aqui tenho feito algumas referências e publicado posts.

 

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