Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
CNAP – Círculo Nacional D’Arte e Poesia - Boletim de Natal 2018
Continuamos na divulgação de Livros, Poesia, Artes Plásticas… E mais uma crónica que sai atrasada. Mas esta crónica também é prospetiva. Informa sobre próximas realizações – lançamento de livro.
O Círculo Nacional D’Arte e Poesia realizou no passado dia 15, uma das suas habituais tertúlias no Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira – Lisboa, tendo também sido distribuído a quem não o tivesse, o Boletim de Natal.
Este Boletim, na sua simplicidade gráfica, contém em si mesmo uma grande riqueza de conteúdo.
Estruturando-se a temática do Natal numa narrativa e iconografia recorrentes e sendo uma festividade transversal na nossa cultura ocidental, é sempre possível não apenas uma abordagem ao tema, mas múltiplas, diversas e diversificadas, encarando o assunto sob diferentes ângulos e pontos de vista.
É isso que se verifica neste Boletim subordinado ao tema Natal!
Diferentes Poetas e Poetisas, consagrados ou não, expõem as suas perspetivas sobre este tema central do Cristianismo, assente no Nascimento de Cristo, mas reportando-se a mitologias mais antigas e impregnado das diferentes vivências culturais de povos muito diversos no tempo e no espaço. Simultaneamente imbuindo de ancestralidade e de modernidade a celebração atual do Natal.
São essas diferentes visões, observações segundo a perspetiva de cada Autor que o Boletim nos traz. Parabéns a todos os Participantes!
Nesta Tertúlia aproveitei para dizer algumas quadras do livro “De altemira fiz um ramo”, fazendo a promoção e divulgação do mesmo, que não tenho nenhum suporte editorial, nem nenhuma agência publicitária ou canal televisivo a divulgar. Muito menos a entrevistar!
(Aproveito para referir que a próxima apresentação será a 9 de Fevereiro na SCALA, em Almada.)
Também D. Josefina Almeida nos informou, deu a conhecer, o lançamento do seu livro “MARCAS DA VIDA”, que irá ocorrer no próximo dia 2 de Fevereiro, sábado, na “Livraria e Papelaria Fonsecas” – Rua Maria Andrade nº 64 – B, em Lisboa.
(Aproveitei para comprar, 10 euros, um preço justo. Basicamente, trocámos que também vendi o meu, 7 euros, entregando o diferencial.)
Livro de muita qualidade, tanto técnica como principalmente de conteúdo.
Edições Colibri, prefácio e apresentação de Lisete Matos.
Sendo que D. Josefina para além do talento poético, também exprime a sua sensibilidade artística através da pintura, assunto que já aqui abordámos e documentámos no blogue, o livro inclui imagens de diversos quadros da Autora, o que o enriquece sobremaneira.
Para que o Caro(a) Leitor(a) tenha uma ideia da sensibilidade poética, anexo um dos poemas.
«DESENGANOS»
«Na mente só um pensamento
Te atormenta e invade,
Ilusão de entendimento,
Rebentos de fragilidade.
Fazes da ternura ausência,
Da vida fazes canções,
Ignoras até a consciência,
Nesse transbordar de ilusões.
Foram muitos e longos anos
Que pela tua vida passaram,
Tantos e cruéis desenganos
Que feridas no peito deixaram.
Foram os muros da vontade
Que fizeram da noite madrugada,
E da vida fizeram a verdade
Dentro do peito enraizada.»
*******
Pena tenho não poder reproduzir imagem de um dos quadros integrantes do livro.
Mas essa lacuna pode colmatá-la, comparecendo na apresentação e adquirindo-o.
(O quadro, de D. Josefina, figurou na Expo do CNAP, realizada em Maio, no Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira, Lisboa.)
Não esqueça:
- 2 de Fevereiro, próximo sábado - Lisboa – Livraria e Papelaria Fonsecas – Rua Maria Andrade nº 64 – B, aos Anjos – Almirante Reis.
O livro «Na sombra das Palavras» vai ser apresentado amanhã, 19 de Janeiro, pelas 16 h., na Sede da SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, situada na antiga Delegação Escolar, R. Conde Ferreira 3 – Almada.
A anteceder a apresentação do livro de Poesia haverá a inauguração de uma Exposição do mesmo Autor, que conjuga poeticamente as duas vertentes: Artes e Letras!
A Poesia como tela e imagem de Si mesmo e dos Outros e a Pintura como expressão visual da Poesia, do Verbo, da Palavra, através da Cor e da Forma!
Visite! Participe! Será uma sessão artística e poética de mérito. Mas só com a sua presença poderá avaliar o que afirmo!
Este Poema foi oferecido pelo Autor, aos presentes na Tertúlia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, no Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira, no dia 11 de Dezembro de 2018 (3ª feira).
A convite e sugestão do Autor tive o grato prazer de dizer este Poema perante o grupo de presentes.
(Não éramos muitos, bem sei! Mas a Poesia anda tão abandonada! E sete é um número muito bonito. Obrigado pelo lindo poema e pela sugestão para o dizer.)
Este poema que o Autor nos ofereceu vem enquadrado num postal ilustrado alusivo ao Natal, com um trabalho artístico estilizado, com alguns aspetos iconográficos do natal atual: a árvore e a estrela, enclausuradas em arame farpado! Um desenho minimalista, identificativo do estilo muito pessoal do Autor, tanto na forma como no conteúdo. De forma muito simples, consegue reportar-nos para os conceitos, ideias e ideais que nos quer transmitir. Apelando-nos para a nossa consciência interventiva! Forma simplificada, versus conteúdo elaborado e profundo!
As cores também são muito sugestivas!
(Se eu conseguir digitalizar, hei-de apresentar a imagem, para que o/a caro/a Leitor/a possa apreciar e ajuizar devidamente.)
Esta poesia é de autoria de uma Srª da Aldeia e faz parte de um conjunto de poemas que me foram confiados, como sucedeu com textos de outras Pessoas.
Neste, conforme já aconteceu noutra situação no blogue, não identificamos a autoria, a pedido da Pessoa, que me fez essa cedência e, em ambos os casos, por razões semelhantes, que supostamente deveriam estar erradicadas nestes nossos tempos em que houve tantas alterações, em tantos e tão variados aspetos, nomeadamente sócio – culturais. Mas, de facto, não estão! Persistência de tempos antigos.
As situações descritas fizeram parte da vivência quotidiana ainda dos nossos pais e da nossa infância também. A candeia já não, mas enquanto estudante, o candeeiro a petróleo foi o meu guia iluminante!
Parabéns à Autora do texto poético, muito elucidativo e bonito. Obrigado à Srª que fez chegar o poema às minhas mãos.
Ilustro com uma foto de um recanto da Aldeia, o mais antigo e, para mim, também o mais belo! De certo modo, é premonitório. A foto é dos anos oitenta (84?) e o despovoamento visível, infelizmente, já se concretizou. Como é imperioso e urgente repovoar o nosso Interior!
Como recordação e homenagem relembro Pessoas que viveram neste recanto e que ainda conheci:
O Ti Tonho Rei, inspirador de um dos meus poemas, que figura na 1ª Antologia em que participei, organizada por Luís Filipe Soares e a Srª Catarina; a Prima Antónia Caldeira e Primo Joaquim Mendes, a Srª Rosária Trindade, a Srª Maria Rosa Velez e Ti Zé Levita, a Srª Rosinda e Ti Brites; a Srª Catarina Matono, de quem tenho cantigas e contos gravados e transcritos e de que penso publicar alguns e o Ti Aníbal; a Avó Rosa, que tantas estórias e contos tradicionais me contou e o Padrinho Joaquim; a Srª Augusta, a Srª Dolores, que figura na foto e o Ti Manel Albano; a Srª Joaquina Calado e o Ti Olímpio, a Prima Rosa dos Remédios e o Primo Felizardo, a Srª Maria dos Remédios e a Srª Maria do Rosário, que ultrapassou a centena de anos! E ainda, o Ti Manel Henrique, que morava na Cunheira e vinha, em carro de mula, à Aldeia tratar dos terrenos.
(Algumas destas pessoas figuram na foto das "Maias").
E, por hoje, e do Alentejo da minha infância, me quedo por aqui.
E continua calor, apesar de algumas trovoadas molhadas!
No passado domingo, um grupo de resistentes, ainda, se aventurou na projeção da Poesia, no VÁ – VÁ. Resistentes e aventurosos, sim, porque as condições técnicas são, de facto, muito adversas. O barulho é, realmente, muito incomodativo. E inicio esta crónica exatamente por este lado negativo, contrariamente ao que é meu apanágio, que gosto de valorizar o lado bom da realidade, mas não posso deixar de mencionar esta situação. A Poesia merece melhor tratamento! O VÁ – VÁ também, ademais sendo uma “Loja com História”. Como seria agradável dizermos Poesia sem aquele ruído tão incomodativo.
Mas adiante, que a Poesia está acima, até do ruído, do comunicacional, inclusive, que só transmitem notícias de “barulho(s)” e ignoram totalmente a beleza poética!
Pois, no Domingo passado, a Poesia, no seu lado mais belo e sob diversas vertentes, perspetivas e temáticas, mais uma vez, disse “Presente!”, no VÁ – VÁ!
Ademais acompanhada pelo Fado, pela Canção Tradicional (alentejana)…
Parabéns a todos os presentes: Alzira Vairinho Borrêcho, Maria do Céu Borrêcho, que apresentaram o livro “PARA ALÉM DO PENSAMENTO”; Rogélio Mena Gomes, Carlos Cardoso Luís, Fernando Afonso, também organizadores, enquanto membros da Direção da APP e a todos os Poetas e Poetisas, além dos mencionados, que cantaram, disseram e nos encantaram com a sua Poesia ou de Autores clássicos e consagrados (Antero de Quental, há que realçar). A saber: Daniel Costa, Fernanda Beatriz, Suzete Viegas, Sofia Romano, Júlia Pereira, Bento Durão, Rosângela Marrafa, João de Deus Rodrigues.
E voltamos a “PARA ALÉM DO PENSAMENTO”, cuja apresentação iniciou a Tertúlia.
Cada um dos presentes disse, leu, declamou, a seu jeito e modo, um poema do livro.
Havendo vários poemas dedicados ou inspirados no Alentejo, onde a autora viveu algumas dezenas de anos, aproveitei para dizer, precisamente, um inspirado nessa temática e que transcrevo.
«Alentejo das casas caiadas
Que não me sais da memória.
As saudades redobradas
Na mente me fazem história.
As saudades redobradas
Que aparecem na lembrança
Deste coração sofrido.
Que a memória não descansa
Vai lembrando o tempo ido.»
Alzira Vairinho Borrêcho
E poderia continuar a cronicar que haveria muito a noticiar e referir. Nunca é demais realçar que estes encontros poéticos são sempre mágicos e preciosos. Renovados votos de continuação destas tertúlias, redobradas felicitações a todos os participantes e organizadores. A todos os “resistentes”, que continuem na divulgação da Poesia. Obrigado a todos por nos proporcionarem estas “vivências poéticas”.
OBRIGADO muito especial à gerência do VÁ – VÁ!
(Cada um dos presentes apresentou um poema seu, ou dois, para quem ficou para a 2ª parte. Lamento não referir o título de cada um dos apresentados, mas não consegui registá-los todos.
Pela minha parte, disse “Selfie” e outro ainda não divulgado no blogue.)
As imagens do emblema e frontaria do Clube, in. facebook.com e chafariz.weebly.com.
A do convite, cortesia do Autor.)
*******
Está também prevista a divulgação do livro na habitual Tertúlia do CNAP - Círculo Nacional D'Arte e Poesia, no Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, no dia 9 de Outubro 2018.
E também na Tertúlia de final do mês, em 28 de Outubro 2018, na sede da APP - Associação Portuguesa de Poetas, na Rua Américo de Jesus Fernandes, aos Olivais, Lisboa.
“Entre o Céu e a Natureza”, título e poema de abertura de livro recentemente lançado por Maria Gertrudes Novais, em Almada, na Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia, a dois de Junho, deste ano de dois mil e dezoito. Edição SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, com apoio da respetiva Câmara Municipal. Com prefácio de Eng.º António Matos e capa com reprodução de pintura a óleo, de Maria Manuel Pires.
Apresentação a que tive o grato prazer de assistir, numa sala muitíssimo bem composta, como se costuma dizer. Perto de uma centena de pessoas. Se tivesse que perspetivar o evento num contexto de Valores, destacaria dois: Amizade e Solidariedade. Valores e Mérito de Gertrudes Novais, Mimi, como gosta que a tratem. E, no decurso das intervenções, por vezes se ouvia uma criança correndo pela sala, chamando “Mimi! Mimi!”.
E ainda sobre Solidariedade, no final houve a participação de Francisco Naia, um cantor de quem já falámos aqui neste blogue, a propósito de outras ocorrências em Almada. E lembro-me de ter ouvido do Professor Alexandre Castanheira, num sarau sobre Ary dos Santos, no CIRL – Laranjeiro, em dois mil e quinze, precisamente referir-se a Francisco Naia, como uma pessoa sempre muito solidária.
Não pude assistir, com muita pena minha, mas nesse dia ainda tive que “migrar” para o Alentejo!
(Mas com tudo isto estou-me a desviar do móbil da crónica.)
Maria Gertrudes Novais, algarvia de nascimento, Aljezur, almadense de coração, residente desde 1973.
Publica desde 1987: “Poemas do Meu Sentir”, seu primeiro livro. Seguiram-se outros, individuais e coletivos e múltiplas, diversas e variadas atividades ligadas à Poesia e Cultura, conforme consta na contracapa do supracitado livro em apresentação.
Na mesa, além da Autora, o Prefaciador, já referido; a Professora Maria Adelaide Silva, que analisou a obra e os Amigos, Poeta e Poetisa: Luís Alves e Clara Mestre.
Todos, a seu modo e ver, falaram sobre a Autora e o seu trabalho desenvolvido, enaltecendo e reconhecendo-lhes o valor merecido. A Pessoa, a Poetisa, a Mulher de Causas! A Poesia, a SCALA, Almada!
Mimi, como gosta que a tratem e afinal a apresentação era também uma celebração da Amizade, agradeceu a todos os presentes, a todas as Entidades envolvidas: SCALA, Juntas, Vereadores, Câmara Municipal, Família, Amigos, às várias Pessoas que tornaram possível o evento. À Autora da capa, Maria Manuel Pires, que foi apresentada à assistência, chamando-a à mesa.
E, de pé, que a Poesia diz-se de pé, alguém frisou da assistência, disse: “Ninfa do Tejo”!
E este foi o mote estrutural para se abrir um cenário dedicado à Poesia, dita pelos vários Poetas, Poetisas, Dizedores presentes. De, e a partir de “Entre o Céu e a Natureza”!
E num entrecruzar de sensibilidades poéticas, ouvimos os Dizedores, Luís Alves e a Esposa; Clara Mestre, a própria Gertrudes e mais duas Senhoras, que também costumam frequentar as sessões de Poesia da SCALA e, que me perdoem, ainda não consegui fixar o nome.
De Utopia a Novo Amanhecer, Grito de Alma, Espelho, O Teu Sorriso, Saber Ouvir, A Cidade, Princesa e ainda homenagens a Fernando Pessoa e Alexandre Castanheira, de quem já aqui falámos também, foi gratificante, como sempre, ouvir, escutar Outros a dizerem Poesia!
Obrigado!
E António Matos finalizou esta parte do evento, iniciando com “Era branca a pomba, …” primeiro verso do Poema que transcrevo e que encerra o livro.
«Mensagem de Paz»
«Era branca a pomba,
Que vinha do espaço,
Voava baixinho
Pousou no terraço.
Fiquei a olhá-la
E então reparei
Que pomba igual
Eu nunca encontrei!
Veio lembrar ao mundo
Que há falta de paz
E que o homem de hoje
Não sabe o que faz.
Parem de matar!
Juntem vossas mãos
E num abraço fraterno
Sintam-se todos irmãos.
Lutem pela paz,
Sejam bem unidos,
Pousem vossas armas
Como bons amigos.
A pomba sorriu,
Seu recado deixou
E batendo as asas
Para o espaço voou.»
E “Entre o Céu e a Natureza”, num diálogo de sentimentos nobres e bons, finalizámos com uma “Mensagem de Paz”!
E ouvir Francisco Naia, as suas belas músicas e a sua poderosa voz de tenor, ficará para próxima oportunidade…
*******
Notas Finais:
E, em paz, também fico eu que, finalmente, consegui ter oportunidade para publicar mais um post. Que isto da Vida, nem sempre é como a gente quer!
O Círculo Nacional D’Arte e Poesia continua na sua meritória caminhada, há quase trinta anos, desde 1989, na divulgação da Arte e da Poesia.
No passado dia oito de Maio, como tem ocorrido nos últimos anos, graças à amabilidade da Direção do Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira, aí decorreu mais uma Tertúlia dedicada à Poesia, irmanada com uma bonita Exposição de Pintura.
De entre os vários artistas, com obras expostas na improvisada galeria, estiveram presentes na inauguração (que piada eu acho à palavra “vernissage”!), digo, deram-nos a honra da sua comparência, D. Josefina Almeida, D. Fernanda de Carvalho, D. Maria Ivone Azevedo e D. Teresa Filipe. Autodidatas da arte de pintar, com alguns cursos de tempos livres, não académicos, mas nem por isso menos primorosas no seu labor!
D.Josefina apresenta-nos trabalhos paisagísticos, da sua região natal: Ponte Manuelina, na vila de Góis; Rio Ceira, na aldeia do Colmeal e “Cai neve”, em Viseu.
Pintura figurativa, em tons escuros, a que não são alheios os estados de alma e a tristeza vivida nas tragédias, ainda bem presentes, dos recentes incêndios que devastaram as áreas da “Zona do Pinhal” e das Beiras!
Mas o verde também sempre poeticamente presente, de esperança!
Essa nostálgica tristeza também se reflete em “Rio Turvo” “…meus desenganos…”, título e excerto de poema de sua autoria que nos deu a conhecer.
Já em “Mulher vais ser Mãe!”, “poema que escreveu há quase sessenta anos”, impregnado de realismo vivenciado, a que Mãe se referirá o sujeito poético?!
D. Fernanda de Carvalho opta por uma estética surrealista. Expõe duas peças artísticas. Uma “Sem Título”, que ela própria não consegue muito bem decifrar o que pretende mostrar-nos, segue o que o seu estro ordena, embora na obra vislumbre parte de mulher, uma pata de touro… Deixa-nos a nós, a capacidade e primazia de lermos o desenho e a pintura, segundo a nossa perspetiva de observadores.
Cores alegres, bem presentes também no sugestivo Rosinha dos Limões”. Lembrou-se deste título, pois veio-lhe à memória essa célebre canção, que eu desconhecia. (Mas vale-nos a net!) Na cara da “Rosinha” um lagarto pintado. (Lagarto pintado, quem te pintou?! A D. Fernanda que por aqui passou…)
Leu-nos poesia de índole pessoal. “…caminho passo a passo…”, ”Retalhos de uma Vida” e o sempre divertido, irónico, alegre: “Os meus namorados”.
D. Maria Ivone Azevedo, algarvia, traz-nos além de uma versão de “Girassóis” de Van Gogh, uma peculiar e icónica pintura do seu Algarve, com alguns elementos parcelares e temáticos desta província do sul de Portugal. Como se estivessem a ser visualizados a partir da estrutura de uma casa, envidraçada ou aberta à paisagem figurativa. A luz, a cor, as imagens… Os elementos marcantes do Sul: amendoeira, alfarroba, chaminé, moinho, o sol e a lua. E assim constrói a sua poesia!
D.Teresa Filipe apresenta-nos também uma pintura sobre uma paisagem, um ribeiro imaginário, correndo entre margens verdejantes. Não faz um plano prévio sobre o que pretende, vai inventando e dando largas à sua imaginação, à medida que vai construindo o quadro… também a sua forma de se expressar poeticamente!
(Desta pintora, não temos, por agora, imagem elucidativa. Lapsos do senhor fotógrafo! As novas tenologias permitir-nos-ão corrigir o problema, logo que possamos.)
Em termos picturais, está também exposto um quadro de Vitor Hugo: uma paisagem realista de Marvão, perspetivada a partir de uma das portas góticas.
De Elmanu: pintura no domínio do imaginário, atrevo-me a integrá-la também num conceito de surrealismo, bebido igualmente em Miró(?)
Tente o caro/a leitor/a expressar-se opinativamente!
Estão ainda expostos os seguintes sugestivos e festivos quadros.
O primeiro mais abstrato e algo impressionista.
E o segundo, um verdadeiro Hino à Primavera!
(Autoria: Méli - Amélia Figueiredo.)
E refiro, aqui, como seria sempre importante a presença dos Artistas, que nos dessem um vislumbre pessoal da sua Arte!
E como no C.N.A.P. a Poesia é uma das vertentes primordiais, também esta Arte teve o seu papel.
D. Olívia Diniz Sampaio, a Alma-Mater do Círculo, trouxe-nos “Noctívago”, de Fernando Pinto Ribeiro e “Cântico e Súplica de Louvor a Deus”, de Amélia Figueiredo. Ambos figurando no recente Boletim Cultural (Nº 131 – Ano XXIX – Março 2018.)
Também de Pinto Ribeiro, o seu irmão, Carlos, presença habitual nestas tertúlias, assumindo quase a missão de divulgar a obra do irmão falecido, Fernando, nos leu o poema “Bendito Amor”, de canção gravada por José Mourão, com música de Jorge Fontes.
Igualmente do mesmo poeta, Drº Santos Silva também leu poemas do livro “O Cisne Submerso”: “… foi Deus quem de mim te raptou…”
E de Alberto de Serpa: “Há instantes tão longos…”, que também figura no citado Boletim nº 131 do CNAP.
E na sequência de Drº Santos Silva nos ter reportado para o JL e para um comentário de José Carlos Vasconcelos sobre o Facebook, acabei por dizer “Meu Amor do Facebook!”. Que encerrou a Tertúlia!
Rolando Amado, que, de novo, colabora com as fotografias, a quem desde já agradeço, por esta vez não cantou! Reportou-nos, via telemóvel, para a audição do clássico: “Ninguém é de ninguém.” (Vantagens das novas tecnologias!)
Em contrapartida, tendo-nos enviado o seu último poema, é este que encerra esta crónica.
(Dir-me-á, caro/a leitor/a que estes são eventos culturais que passam quase despercebidos. E, infelizmente, é verdade!
Mas o que é que os nossos meios de comunicação divulgam?!
E a quem dão direito à palavra as nossas TVs?!
Há por aí uns quantos, que nem o bê-á-bá sabem soletrar, em que não há dia nem canal que não tenham direito de antena exclusivo!!!
É só estar atento, caro/a leitor/a.
E acha isso bem, estarmos a ouvir tantas calinadas diárias?!)
Bem, mas nem tudo é mau!
Esta crónica veio sendo escrita no contexto do espetáculo único que foi a realização do Festival da Eurovisão em Portugal!
E, na minha opinião, passe algumas futriquices de somenos importância, a realização portuguesa não ficou nada a dever às anteriores! Parabéns Portugal!
AH! A classificação da canção portuguesa… E o que posso eu dizer?! (…) (…)