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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

XIII Antologia de Poesia do CNAP - 2015

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Dia de Lançamento da Antologia

biblioteca feijó in. www.cmalmada.pt.jpg

 

Episódio “Caricato”…

 

Dos exemplares das Antologias em que tenho participado, ao longo destes anos, costumo distribui-los, oferecendo-os a pessoas amigas ou familiares, que, à partida, julgo que os irão apreciar. Até ao momento, nunca tive a preocupação de “vender” um exemplar sequer. Guardo um ou dois exemplares para mim, alguns parcialmente autografados, de modo que das Antologias em que participei poucos livros ainda tenho.

Também tenho costumado oferecer às Associações de Poesia a que pertenço, bem como um exemplar em algumas Bibliotecas mais significativas para mim, isto é, aquelas que eu, de algum modo, tenha frequentado ou visitado. Assim tenho distribuído antologias por várias Bibliotecas do Alentejo, de Lisboa e Margem Sul.

Conhecedora desse facto, a Presidente do Círculo entregou-me três exemplares para eu “depositar” em Bibliotecas. O que, neste momento, está feito, em nome da Direção do Círculo Nacional D’arte e Poesia, que foi assim que registei nos livros.

bibjosesaramago feijó. in. www.cmalmada.pt. jpg

 

Entreguei um exemplar na Biblioteca José Saramago, no Feijó; outro na Biblioteca do Fórum Romeu Correia, em Almada; e o terceiro exemplar, na Biblioteca Municipal de Portalegre. Quero frisar que as pessoas que receberam, funcionários das Bibliotecas, foram simpatiquíssimas, agradecendo, como é natural. Frisei que os livros seriam para acervo das respetivas Bibliotecas, o que me foi garantido.

Biblioteca Almada. in. www.cmalmada.pt. jpg

 

E chegando a este ponto, questionar-me-ão: “Mas o que tem tudo isso de caricato?!”

 

Bem… Embora neste blog, “aquém-tejo.blogs.sapo.pt”, esteja ainda a decorrer a divulgação das poesias apresentadas na Antologia, não quero deixar de narrar o acontecimento, mais ou menos “caricato”, ocorrido no dia do lançamento, 15 de Dezembro, 3ª feira, numa Biblioteca relativamente distante do local onde a Antologia foi lançada, São Sebastião da Pedreira. Mais concretamente acontecido numa Biblioteca dum Concelho limítrofe da Capital.

Tendo na minha posse os exemplares que me foram destinados para distribuir por bibliotecas, três, como já referi, e passando perto de uma, resolvi entrar para entregar um dos mencionados livros.

Expliquei o que pretendia à funcionária, que foi igualmente muito simpática, mas, com algum constrangimento, me explicitou que ficava com o exemplar, mas não tinha a certeza se ele ficaria no acervo da Biblioteca. Que teria que encaminhar para os serviços centrais, que depois decidiriam e que não garantia que o livro pudesse vir a pertencer ao espólio da Biblioteca, que até poderia nem sequer ficar, que até poderia vir a ser dado e, em última instância, até ir para reciclagem… E, mais ou menos enquanto me elucidava sobre esta situação, procurava na escrivaninha qualquer coisa, que posteriormente pude saber o que era. Um documento para eu assinar, conforme entregava o livro, que a Biblioteca recebia, mas precisamente como a funcionária me explicara, não era garantido ficar na Biblioteca e, entre as várias hipóteses de destino, lá estava, no final, a possibilidade de ir para a reciclagem!!!

Contra argumentei que não era isso que pretendia, o objetivo era que ficasse na Biblioteca, para futura consulta e nenhuma das outras hipóteses se coadunava com o propósito de oferecer um exemplar de uma Antologia de Poesia, acabada de ser lançada, de vários Autores que, com tanta estima, divulgam o que escrevem…

A senhora mostrava-se, de facto, muito constrangida, mas frisava que essa era a norma da Biblioteca…

Referi que têm no acervo várias antologias para consulta, que já li algumas, numa das quais até participo.

Esclareceu-me serem obras de pessoas do concelho… Ao que respondi que, nesta provavelmente também haveria pessoas de algum modo ligadas ao Concelho.

E o diálogo centrava-se neste plano, sem saída airosa para o que eu pretendia. Argumentei que não deixava numa Biblioteca um exemplar de um livro a que todos os envolvidos dedicaram tanto carinho, que era oferecido precisamente nesse espírito, para ser lido, estar à disposição de quem por ele se interessasse e que ao deixá-lo, não tinha a garantia de que essa fosse a sua função e cujo destino final, poderia ser a reciclagem! Que é como quem diz, o lixo!

Dá para imaginar?!

 

Enquanto decorria este diálogo, um jovem aguardava, pois que requisitara uns filmes e precisava que a senhora fizesse o respetivo registo de empréstimo. Simultaneamente assistia à conversa, cada vez mais interessado e quase pronto a participar e, ao mesmo tempo, não tirava os olhos do livro, com uma avidez, um interesse manifesto, como se quisesse, sem exagero, “comer o exemplar” com o olhar. Por vezes, também, olhando para mim, com um ar estupefacto, como se me quisesse mostrar a sua perplexidade, e dizer: “ Já viu o disparate?! Querer você ofertar, com toda a estima e consideração, um livro, a uma biblioteca e, praticamente, não o quererem aceitar?! E até, em última instância, poder até ir para a reciclagem, um livro, novo, recentemente editado?!”

Perante a conversa da funcionária, dá para calcular que, de modo algum, eu me sentia motivado a deixar-lhe o exemplar da Antologia.    

E, observando as reações do rapaz, interpelei-o, se ele gostava do livro, se gostava de ler, se iria lê-lo, se gostava de poesia…ao que ele, imediata e espontaneamente, me respondeu que sim, verbalmente; mas também na expressão, facial, fazendo o gesto afirmativo com a cabeça, como corporalmente, através do gesto de receber essa dádiva, esse presente, explicitamente, para o próprio, de grande valor.

 

E então, caro/a leitor/a, qual acha que foi o meu procedimento?

Terei deixado o livro na Biblioteca onde era suposto ele ficar ou tê-lo-ei oferecido ao moço?

Como procederia o caro/a leitor/a?

(…   …)

Ainda, num breve diálogo subsequente, fiquei a saber que o rapaz também gosta de escrever… poesia. Ficou de deixar alguns textos seus na referida Biblioteca, para eu ler e apreciar.

Não mais conseguir voltar ao local. O que farei, logo que puder, e confirmarei com a senhora bibliotecária se ficou algum “rasto” desta conversa e desta situação “caricata”.

E tenho dito sobre esta ocorrência, mais ou menos “sui generis”, um tanto ou quanto burlesca, até com alguma graça.

Quando e se tiver mais alguma informação tentarei dar conhecimento.

 

Fórum-Muncipal-Romeu-Correia. in www.cmalmada.com jpg

Na ilustração desta “crónica” apresento fotos das três Bibliotecas onde deixei exemplares das antologias: Biblioteca José Saramago, Biblioteca do Forum Romeu Correia e Biblioteca Municipal de Portalegre.

biblioteca portalegre. facebook. jpg

 

Quando puder, visite qualquer uma destas Bibliotecas, que são interessantíssimas, sob todos os aspetos, e organizam, regularmente, eventos variados e igualmente muitíssimo interessantes! Sobre alguns já aqui tenho feito algumas referências e publicado posts.

 

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Alma Gémea”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

Dando seguimento à publicação no blogue “aquém-tejo…” de Poesia publicada na 13ª Antologia de Poesia do C.N.A.P., divulgamos, neste post nº 273, a Poesia “Alma Gémea”, de Josefina Almeida, de Colmeal (Góis).

 

“Alma Gémea”

 

“Foi minha alma gémea,

Meu foco de claridade,

A mais linda avozinha

Que me amava de verdade.

 

Foi ternura transbordante,

Que encheu minh’alma

Foi vida na minha vida,

E o beijo da face calma.

 

Foi minha Primavera

Onde só havia rosas,

Sempre frescas sem espinhos,

Alegremente viçosas.

 

As rosas frescas secaram.

Morreu o jardim com dor.

Por mim um rio de mágoa

Levou-me tão grande amor.”

 

Josefina Almeida, Colmeal (Góis)

 

Ilustramos com uma linda foto, original de D.A.P.L., de “…rosas/sempre frescas…”

 

Rosas. Foto original de DAPL 2015.jpg

 E, tb, SFF!

 E, ainda...

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Ao Cante Alentejano”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

Neste Post nº 271, voltamos à publicação de Poemas da 13ª Antologia do C.N.A.P., de 2015.

 

Desta vez, um Poema de um Alentejano, Luís Ferreira, de S. João de Negrilhos, Aljustrel, debruçando-se sobre uma Arte identitária das Terras Transtaganas, mais especificamente originária do Alentejo Sul e Central, mas que se estendeu à Grande Lisboa, mercê da Diáspora Alentejana, a partir dos anos sessenta do século XX.

Falamos do Cante, que após a atribuição pela UNESCO, do galardão de pertença ao “Património Cultural Imaterial da Humanidade”, em 2014, alcançou foros de Cidadania Global.

Pois o Poema de que falamos designa-se precisamente:

 

“Ao Cante Alentejano”

 

“Cantam em coro

E a sua voz se eleva

A uma voz,

Em grupo, ao mesmo tempo

De nós raízes são

De sofrimento, amor e solidão

E nesse momento

De vertical paixão

Dão ao silêncio luta

E a sua voz em coro

Rompe a solidão!”

 

“Ao Cante Alentejano, género musical tradicional do Alentejo, foi classificado pela UNESCO, em 2014, Património Cultural Imaterial da Humanidade.”

 

Luís Ferreira, S. João de Negrilhos (Aljustrel)

 

Na Antologia, este Poema está ilustrado por um sugestivo desenho, também da autoria de Luís Ferreira, composto por três elementos figurativos: o sol, uma espiga e uma sugestão de mar... Uma trilogia também identificadora do Alentejo!

Lamento não apresentar o desenho neste post, mas não me foi possível digitalizá-lo. E, o ideal seria publicar um original. Caso o Autor me fizesse chegar um exemplar de um desenho, ficaria muito grato.

Luís Ferreira é também o Autor da Capa da Antologia, conforme também já referi. Quando puder e se puder, tentarei digitalizá-la.

Este Autor também teve a amabilidade de me ilustrar o exemplar da Antologia que guardo para mim, com os autógrafos dos antologiados, com um bonito desenho, que valoriza ainda mais aquele exemplar único, porque contém as assinaturas de vários dos Poetas antologiados, de todos os que até ao momento pude contactar.

 

Sobre o “CANTE” já publiquei neste blogue algumas crónicas. Aliás, a primeira, e, de facto, o primeiro post foi precisamente sobre esta Arte Coral.

Também já divulguei eventos sobre o mesmo, para que reporto também.

 

E com toda esta conversa penso como ilustrar esta apresentação.

Seguindo o óbvio, uma imagem de um Grupo Coral seria ilustrativa. Mas não tenho nenhuma pessoal. Na net é o que mais há, dir-me-ão!

 

Nem sempre gosto de enquadrar os temas no que será mais explícito à primeira vista.

 

Mas após muito pesquisar… No meu “depósito” fotográfico já tenho cada vez menos fotos… e não tenho nenhuma suficiente sugestiva.

 

Pensei numa de “giestas floridas”, giestas como uma sinfonia de cor, em tons de amarelo, como o das searas… Do “meu” Alentejo, do Nordeste, que não é tanto de planícies… como a foto muito bem ilustra.

 

Giestas floridas Foto original  DAPL 2014.jpg

 

Uma da “Ponte Vinte e Cinco de Abril”, visualizando o Cante como uma ponte entre o Passado e o Presente, e entre este e o Futuro.

Uma ligação entre as duas margens do Tejo, Aquém e Além do Tejo, que o Cante irmana na Diáspora e liga e une os espaços e tempos do Alentejo profundo do Centro e Sul da planície, com este Tejo das duas margens do Rio, em que se canta esse Cante de Além ou de Aquém(?) Tejo.

Sempre o Tejo, como marca profundamente identitária dos Povos a que pertencemos, deste Sul de Portugal.

 

Ponte 25 Abril Foto original DAPL 2015.jpg

 

E são precisamente estas duas fotos, originais de D.A.P.L., que ilustram este Poema, da identidade alentejana.

Também porque “Almada é a Capital do Cante”.

E a “Ponte 25 de Abril” é também um marco identitário de Almada, da Margem Sul e do Alentejo, que é como quem diz de “Aquém Tejo”!

 

E anexo ainda um link para o Grupo Coral de Serpa, que para isso também temos a net e o youtube.

 

 

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Desamor”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

Hoje, damos a conhecer no blogue “aquem-tejo…”, o Poema “Desamor”, de Luís Jordão, de Mourão.

 

“Desamor”

 

“Como que se saracoteiam os fantasmas de

liberdade e sonhos gastos

Já não são soletráveis as palavras escritas

As estrelas que há no céu não se deixam mais

contar

 

Passa a rasoira pelo espaço-tempo do meu vazio

alcunhado de vida

Retumbam ecos de longínquas memórias

 

Tendo-se-me esfumado a utopia

Acho que perdi de vez

o sentido do caminho das Divindades”

 

Luís Jordão, Mourão

 

 

Ilustramos com mais uma linda fotografia original de D.A.P.L., de 2015.

 

Jacarandá Almada Foto original de DAPL 2015.jpg

 

Como “As estrelas que há no céu…” as estrelas azuis do jacarandá, nas nebulosas da folhagem…"ecos de longínquas memórias..."

 

Numa Cidade sem Tempo...

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Sejamos Felizes!”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

Hoje, neste Post nº 262, o primeiro após o Natal, continuo a divulgar poesias publicadas na 13ª Antologia de Poesia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, 2015.

Damos a conhecer a Poesia “Sejamos Felizes!”, de Maria Cotovia (Vila Nova da Rainha).

 

Sejamos Felizes!”

 

“Meu amigo se queres saber a verdade

sobe comigo ao alto da montanha

onde uma paz e ternura nos invade

e a felicidade em nós se entranha…

 

A resposta, meu amigo, trá-la o vento

que atravessa todos os continentes

sem amarras nem grilhetas, só um portento

a que ninguém consegue por correntes…

 

Só o vento é mais livre que tudo na terra

e leva as sementes para terreno fértil,

e depois nasce a beleza que a natura encerra

e a verdade se reflete no regato subtil!

 

E a felicidade está nos frondosos amieiros

que ladeiam o rio que corre sem parar,

a felicidade está em ver no pasto cordeiros

e as mães paradas e embevecidas a olhar!”

 

Maria Cotovia, Vila Nova da Rainha

 Listen!

Ovelhas pastando no Vale Foto original DAPL 2014

 

Ilustramos também com uma fotografia original de D.A.P.L., de um rebanho no "Vale", na Aldeia, 2014.

Leia, também, SFF!

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “A Jornada”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

Antologia

 

Neste Post nº 260, divulgamos o Poema “A Jornada”, de Maria Manuela de Mendonça, de Faro.

 

“A Jornada”

 

“Naquelas horas mortas da jornada

Quando o cansaço mui pouco se tolera

Pensamos que afinal a caminhada

Não é tão doce quanto se quisera…

 

Subindo a montanha enviesada

Parece-nos de altura não severa

Mas, olhando p’ra trás, rude estirada,

Acreditamos que a rota foi austera!

 

Chegados ao cume, alto e belo,

Sofremos, afinal como fazer

A descida tem sempre mui anelo

 

Um solo derrapante vem trazer

Ingente e mui difícil duelo:

É mais fácil subir…do que descer?!!”

 

Maria Manuela de Mendonça (Faro)

 

 

Cacela Velha Foto  original de D.A.P.L. 2014 .jpg

 

Ilustramos também com uma fotografia lindíssima de D.A.P.L., 2014, também de Cacela Velha, Algarve, de que uma idêntica  também ilustra o meu Poema “Caminhadas”.

Consulte também, SFF, C. N. A. P.

 

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