“A AMENDOEIRA na história da arte e dos jardins”
CASA da CERCA – CENTRO de ARTE CONTEMPORÂNEA – ALMADA
03/02/2016 – 4ª Feira – 18h 30’
Emília Ferreira – Sónia Francisco
Realizou-se este evento cultural, subordinado à temática referida, na pretérita quarta-feira. Como designá-lo? Palestra? Debate? Colóquio? Conferência? Bate papo?! Troca de impressões e ideias?...
Penso que foi um pouco de tudo, um encontro de ideias versando esta singular Árvore, sobre que já aqui apresentei dois posts, documentados com originais fotografias de D.A.P.L., 2015.
Havia simultaneamente dois acontecimentos culturais que me interessavam, como é comum em Almada. Além do já referido, também um colóquio sobre um Escritor Almadense, esse na Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia.
As palestrantes abordaram a origem da árvore, enquanto espécie cultivada, remontando a 3000 anos A.C., coincidindo com o início da agricultura. Silvestre, existiria desde 8000 anos A.C.
Foram encontradas amêndoas no túmulo de Tutankhamon, 1325 anos A.C. Egípcios, gregos e romanos cultivaram-na.
Foi introduzida em Portugal pelos Árabes, quando invadiram a Península, 700 D.C.
E, aqui, não podia faltar a célebre “Lenda das Amendoeiras Floridas” e da princesa Gilda. Uma promessa de florir, de renascer, “Epifania da Primavera”, que a amendoeira é a primeira árvore a florescer! E, deste modo, anuncia um novo ciclo de Vida! E produz um fruto que pode ser guardado e comido ao longo de todo o ano.
Também houve um reportar para a simbologia da planta, “Promessa de Beleza, Símbolo da Ressurreição!” “Símbolo da Virgem Maria” e “modelo da Menorah!”. Citações de versículos bíblicos, “Êxodo: 25: 33 – 34; 37: 19 – 20; Números: 17: 1 – 8; Génesis: 43:11”.
Documentaram a apresentação com imagens e fotografias, algumas de desenhos que fazem parte do acervo da “Casa da Cerca”.
Reportaram para a utilização tradicional em pintura, de que se produziam cores, tintas, a partir das raízes, das folhas, das cascas e de como a resina pode ser usada na estruturação dos pigmentos, em substituição da goma-arábica.
A polinização é cruzada, realizada predominantemente por insetos.
E, para mim, uma grande novidade, há uma correlação direta entre a cor da flor e o tipo de amêndoas. As amendoeiras de flores brancas produzem amêndoas doces, as de flores rosa presenteiam-nos com amêndoas amargas.
As amargas têm na sua composição cianeto de hidrogénio. E comidas numa certa quantidade podem ser fatais. Só que elas são amargas precisamente por isso, para afastarem qualquer comilão desprevenido.
Mas são usadas em culinária!... Porque, combinados com os açucares, os elementos nocivos perdem a sua toxicidade. Que até Rasputine, não resistindo a doces de amêndoa, conseguiu resistir aos efeitos do veneno!
Esta componente tóxica também existe nas sementes das ameixas, pêssegos, cerejas, damascos, maçãs...
(O amargor será aviso sobre essa toxicidade?, questiono eu, agora.)
E foi assim...Também um reportar para a Literatura policial, Agatha Christie e “Sperkling Cyanide”; para a mitologia grega, a lenda de Demofonte e Phyllis; para a Pintura, as estampas japonesas. (“Na pintura japonesa não há efeito de sombra, porque a pintura é uma evocação da memória, e na memória não há sombras.”)
E também Van Gogh...
E, para terminar, uma outra forma de Arte: a Culinária, e a imagem de uma tarte de amêndoa. Pena não ter sido experienciada!
Ao longo do ano de 2016 haverá outros colóquios.
Preste atenção à “AGENDA ALMADA”!
E documento o post com fotografias originais de D.A.P.L., de uma célebre Amendoeira, que até tem a sua história contada neste blogue!
Este post é também uma forma de voltar a expor as fotos da Amendoeira, agora numa “dimensão média”, contrariamente ao que fazia há um ano atrás. Que foi algo que aprendi, do que estou sempre a aprender, desde que opero neste “Mundo dos Blogues”.