“A Chaga do Lado!”
Natal no contentor!
Nascido em contentor, em noite fria
Parábola hospitalar deste País
Achado por sem abrigo, quem diria
Que eu tivesse mãe, sem ter, que não me quis!
Querer, queria, mas sem vida não podia
Ter-me, e tendo, de criar-me de raiz.
Valeu-me choro ser fala, nesse dia
Qua nascesse outra vez, ser talvez feliz!
Feliz ou não, futuro não sei. Sou petiz!
Nem visita real, per si, vaticina.
Cada qual que nasce, nasce sua sina
Neste mundo atroz tudo se desatina
Na rede social todo o mundo opina.
Mas houve já Natal, sim! Sou eu quem to diz!
No post anteriormente publicado, 7 de Novembro, escrevi sobre a “Chaga do Mundo”, reportando no final também para a “Chaga do lado”, isto é, para as desgraças que ocorrem, bem ao nosso lado, que praticamente ignoramos, ou fingimos ignorar. Quem me diria que estava já a acontecer o tão badalado assunto do abandono de criança em contentor de lixo?!
Pois é precisamente sobre esse tema que me debruço neste post, através do poema “Natal em contentor!”.
Poema escrito a nove de Novembro, (09/11/19), inspirado nessa ocorrência.
Nessa tarde, ocorreu “Momentos de Poesia”, no Hotel José Régio, em Portalegre. Aí, li pela primeira vez este poema, no decurso da tertúlia celebrativa do décimo terceiro aniversário do referido evento cultural, que tenho vindo a divulgar regularmente no blogue. Entretanto já o decorei!
Também disse o poema “O Menino / o Futuro morre na praia!”
Dois dos meus poemas de Natal!
(Habitualmente sobre Natal, os meus poemas realçam o lado trágico da Vida, do Nascimento…)
O título do post remete-nos precisa e propositadamente para José Régio.
Nem a propósito, no dia seguinte, dez de Novembro, (10/11/19), havia “Visita guiada na Casa – Museu José Régio”, integrada num evento associado à Enologia. Visita super interessante, guiada por Drª Olga. Obrigada e parabéns à Casa e à Cidade, que comemoram dignamente o cinquentenário do falecimento do Poeta. (É esta a faceta que mais admiro!)
Aí, li o poema “Cristo”. Hei - de publicá-lo no blogue e falar da Casa e da visita.
Frise-se, que a Cidade e a Casa lembram Régio sob as suas múltiplas e variadas facetas, enquanto Cidadão e Artista. Parabéns!