A Morte ronda-me a porta
Continuo a divulgar poesia publicada em Antologias.
A Morte ronda-me a porta
Thánatos
Nascem-me raízes nos pés
O pensamento me gela
Do mastro até ao convés
Vou-me chegando até Ela.
Caminhando em três pernas
Vou-me arrastando a custo
Ouvindo as vozes mais ternas
Dos anjos pregando-me susto.
No coração corre-me a terra
De que nasci e a que pertenço.
Ao andar, subo uma serra.
Curvado, de espinha torta
A serra da vida venço.
Mas a Morte ronda-me a porta.
Escrito em 1983.
Publicado em II Antologia de Poesia Contemporânea, 1985.
ver também: http://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/agua-mole-21360
Imagem de "Thánatos", in wikipédia.