Abril (25) – Maio (1) – Covid (19)
Que as pressas não deem em vagares!
O 25 de abril e o 1º de Maio são datas importantíssimas. Deveria ser algo consensualmente aceite, embora na verdade não o seja. Não escamoteemos o assunto.
Podem e devem ser devidamente celebradas, lembradas e vivenciadas coletivamente.
Com manifestações, arruadas, grandes concentrações de gente, por tudo quanto é sítio e lugar deste País e ainda mais nas grandes cidades?!
NÃO! De todo, absolutamente NÃO!
Dadas as circunstâncias que vivemos, NÃO!
Portugal, dentro do contexto da pandemia, tem sido dos países menos fustigados. (Contudo os valores absolutos apresentados devem ter em conta os valores relativos. Rácio das mortes ou infetados / versus população total.)
Apesar de tudo e comparativamente com os países mais próximos, Espanha França ou Itália, Portugal, felizmente, está relativamente distante. Pelo menos, até agora. Não sabemos o que poderá ainda acontecer.
Para esses resultados têm contribuído as medidas adotadas e, não esquecer, o contributo da população que acedeu ao confinamento, sem grandes constrangimentos.
Agora, com a previsão de um certo desbloqueamento das medidas constrangedoras da liberdade individual, parece que já está tudo num afã de “andar tudo ao molhe e fé em Deus”! E andar de comboio ou metro lotados, sabem o que é?!
Penso que deve haver algum cuidado nessa pressa de começar tudo, nos mais diversos contextos e enquadramentos, como se já estivéssemos livres do perigo do “bicho”.
É necessário criar uma certa abertura, sim, mas com cuidados sérios.
Face ao que ainda vivemos, não vejo qualquer sentido em quererem que haja manifestações no 1º de Maio.
Porque, ideologicamente, sou contra o que tal data representa?!
De modo algum.
Se há recordação grata e bonita que tenho de manifestações, foi a do Primeiro 1º de Maio, em Liberdade. Em 1974!
Enormíssima a manifestação, não inferior em Sentimento: de Unidade, Liberdade, Fraternidade, Solidariedade, Esperança. Um mar de gente irmanada em Ideais, dos melhores que a Humanidade pode ter!
Não sou a favor de manifestações nestes tempos, nem é preciso explicar porquê.
Inventem uma forma de comemorarmos estas datas de outro modo.
Quanto ao Vinte e Cinco de Abril já escrevi como deveria ser a celebração na Assembleia da República. (“Prestem atenção que eu não posso durar sempre!” Como diria o meu saudoso Pai.)
E, já agora. “Vinte e Cinco de Abril, Sempre!” E “Viva o Primeiro de Maio”!
(Fotos: As giestas floridas em terrenos na minha Aldeia – Tapada do “Rescão” – “Maio, maduro Maio” e as “Maias”!)