Arte, Poesia, Poesia e Arte!
APP – Associação Portuguesa de Poetas – Vá Vá
Círculo Nacional D’Arte e Poesia – CNAP – Casa do Alentejo
Perante tantas problemáticas e situações complexas, traumáticas e de sofrimento, em que nos encontramos, tanto no plano individual, como no coletivo, questiono-me, se faz algum sentido falar de assuntos aparentemente triviais, como sejam saraus, tertúlias, exposições…
Será que a Poesia pode ser libertadora e ter algum papel no alívio do sofrimento humano? Poderá ela apaziguar as almas e os corações dos que sofrem dores físicas ou psicológicas, suas e/ou alheias?
Não sei. Talvez e pelo menos, ou somente e apenas, possa libertar e fazer mais felizes os seus autores, os que a cultivam, que a compartilham, quer ouvindo, quer dizendo… lendo, declamando… Quiçá!
Vêm estas considerações a propósito de alguns acontecimentos poéticos, ocorridos neste final de semana.
A APP – Associação Portuguesa de Poetas promoveu ontem, 08/07, a sua habitual Tertúlia no Vá – Vá, aos segundos domingos de cada mês.
Aconteceu Poesia!
E como sempre houve momentos mágicos! Poesia, canções, arte de dizer, ensinamentos e aprendizagens, pedagogia, maestria de verdadeiros artistas presentes. Cada um com a sua riqueza poética, compartilhando-a com os Outros.
Parabéns a todos os intervenientes: Vitor Camarate e esposa, Esmeralda, Fernando Afonso, Graça Melo, Fernanda Beatriz, Júlia Pereira, Feliciana Maria (Maria do Tempo).
A sessão, nessa tarde, aconteceu num espaço diferente, dado que a sala habitual estava reservada. Num recanto, igualmente aconchegante, mas o barulho é impossível de erradicar.
Li, algures que o “VÁ – VÁ” é uma das lojas a integrar ou a concorrer ao conceito de “Lojas com História”, da Cidade de Lisboa!
Talvez as Tertúlias da APP, que já são tradicionais no estabelecimento, sejam uma mais-valia. Talvez!
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Um espaço inegavelmente com história, em Lisboa, é a Casa do Alentejo, às Portas de Santo Antão.
Uma verdadeira obra de arte ímpar, bem no centro da cidade e que só entrando… Do exterior passa até bastante despercebida, tal a profusão de restaurantes e esplanadas e turistas e mais turistas, na rua.
Mas franqueando a entrada e subindo ao pátio árabe… e continuando… Só mesmo vendo!
Pois então o Círculo Nacional D’Arte e Poesia não haveria de promover uma Exposição de Artes Plásticas neste verdadeiro ex-líbris artístico?! Nem mais nem por menos!
Uma autêntica Galeria de Artistas Plásticos, na Sala de Olivença. Alguns também Poetas… e Poetisas.
Catarina Semedo, Cecília Augusto e Méli, cada uma nos apresenta um trabalho individual, segundo o normativo “Sem Título”.
Elmanu apresenta-nos “Rota da Esfinge”, “A Esfinge e a Pirâmide”, “A Cascata”, “Apocalipse”.
Fernanda Carvalho: “Quando o Meu pensamento Voa” e “Fado”.
Maria Lourdes Guedes: “Flores Campestres” e “Vida nos Oceanos”.
Maria Rita Parada dos Reis: “Mistério e Vida”.
Vitor Hugo: “Marvão”.
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Bem eu, não sendo artista, muito menos artista plástico, tive a ousadia, se calhar inconsciência, de me apresentar no meio destes verdadeiros Artistas. Não com uma pintura, que não sou pintor, como sugestiona o cartaz evocativo da Exposição, mas com um trabalho que integro no conceito de “Poesia Visual”. Porque foi nesse contexto e procurando seguir essa metodologia de experimentação poética, que o elaborei na segunda metade da década de oitenta. E que, agora, após o concurso “Nau dos Sonhos – Prémio Maria Ivone Vairinho”, promovido pela APP – Associação Portuguesa de Poetas, a que o submeti e que venceu, na modalidade de “Poesia Ilustrada”, achei por bem expor.
Intitula-se “Poema Psicadélico”, título apresentado para efeitos do concurso 2018, e que foi elaborado com base num poema de 1979, intitulado “Fuga… à Solidão”!
Exposto na Casa do Alentejo!
Todo o Alentejano tem orgulho em apresentar os seus trabalhos, ademais pela primeira vez, na Casa que, em Lisboa - matriz da Diáspora, nos reporta para as nossas raízes primordiais.
É com muito orgulho que ele está exposto nessa Casa Mãe dos Alentejanos na Grande Lisboa. Cumulativamente, entre tão nobres e valiosos Mestres, como são os Artistas que expõem os seus trabalhos na Sala. Sala que, per si, é uma verdadeira joia artística, entre todo o templo de Arte que é aquela Casa!
(Perdoem-me a minha ousadia, talvez a minha insensatez…)
A Exposição inaugurada a sete, irá até dezanove do corrente mês.
Pena, que nesse dia da inauguração, não tenha havido o “Dizer Poesia”. Houve a montagem, de modo que o tempo talvez tenha escasseado…
Mas não houve Poesia nesse dia na Casa?!
Pois claro, que houve.
O “Grupo de Cante Os Rouxinóis”, da Escola Secundária Santiago Maior e o “Grupo Coral Cantadores do Desassossego", ambos de Beja, trouxeram-nos essa Poesia dos confins e imensidão da planura alentejana…
Todavia será de todo importante que o Círculo Nacional D’Arte e Poesia – CNAP -, promova uma sessão de Poesia, no âmbito e contexto da Exposição, como, aliás, é seu apanágio.
Aguardemos!
(Uma nota final: tenho constatado que nas últimas sessões poéticas em que tenho participado, nas diversas tertúlias das diferentes instituições a que me honro de pertencer, que há menos pessoas que o habitual. Questão de férias?!)
E ainda outra nota: Quando é que as TVs, que pagamos todos, todos os meses, nos brindam, mimoseiam, com tantos e tão bons Dizedores de Poesia que há por esse País fora.
E quando divulgam os Artistas como os que expõem nestes encontros de Arte?!
Quando?!...