Cantigas de oito pontos – “Amor p’ra toda a Vida”!
Quadras Tradicionais VII
(I)
«O sol é que domina
Toda a planta que há na terra
O meu coração se encerra
No teu peito, menina.
Inda eras bem pequenina
Já me caías em graça
Que queres, amor, que eu faça
Esta é que é a minha sina.»
(Cantiga (I) “dita” por Srº Domingos Carita Lopes, em 1982, em Aldeia da Mata.)
(II)
«Eu de cá e tu de lá
Forma-se um arco no meio
Eu de cá sempre estou firme
Tu de lá tens arreceio.
Os teus olhos são dois sóis
Que alumiam todo o mundo
As sobrancelhas, anzóis
Que pescam no mar sem fundo.»
(III)
«Sepultei minha tristeza
Na raiz do alecrim
Já não achas com certeza
Outro amor igual a mim.
Na palma da tua mão
Tá outra palma nascida
Se me souberes amar
Tens amor p’ra toda a vida.»
(Cantigas II e III “ditas” por Srª Catarina Matono, em 1982, em Aldeia da Mata.)
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Com estas “Cantigas”, voltamos às Quadras Tradicionais. Este já é o Grupo VII.
Resultam estas “cantigas” de uma recolha efetuada em 1982! Tenho-as manuscritas, com as palavras na forma como me foram ditas oralmente. Nesta transcrição escrevo-as respeitando a ortografia atual.
Continuamos deste modo a homenagear a Poesia, a Poesia Tradicional e os seus Autores, cuja origem se perde na memória dos tempos. Fica o registo dos seus transmissores, desconhecendo eu completamente se seriam originais, mas julgo que não.
(A Srª Catarina Matono também me relatou vários contos tradicionais, que tenho manuscritos.)
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(As Fotografias são originais D.A.P.L. - 2016)