Cenas Raras, Raríssimas!
Umas Gambas! Uns Vestidos!
Não acredito nisto
Que quase caia um ministro
por causa de umas gambas
Que isto não é: Caramba! Isto são: Carambas!
Como se umas gambas e uns vestidos
Roubassem pão a desvalidos!
Ou acabassem no Corte Inglês
Todas as roupas e trapos.
Sem esquecer o Chinês
Cheio de calças aos farrapos.
Não, não há gratidão neste país!
Que uma excelente senhora,
Por um triz quase doutora,
Tu cá tu lá com a realeza,
Não sendo baroa ou baronesa,
Não se veste como pindérica
Nem se arma em histérica
Perante tostões e trocados.
Trocando isto por miúdos
Pra pequenos e graúdos:
É preciso paciência,
Sabedoria, ciência
Pra que filhos e maridos
Tenham tachos bem nutridos.
Que até reis tinham validos!
E por causa de umas gambas
Lembraram uns quantos galambas
Que achassem o tesoureiro
Cheirando o rasto ao dinheiro.
Será que o dinheiro se achou?!
Não Sei! Isto mal começou…
Não sei. E o que nos vale…
Tão só, e tão simplesmente
É que isto é cena rara
Mais que rara, é raríssima
Mas que nos sai cara, caríssima!
Isso é que é realmente.
E pra quê tanto alarido
Por uma gamba, um vestido
Ou um tacho pro marido?!
O que importa e isto agora mesmo a sério…
É que para além deste despautério
Não se feche a porta a quem precisar
Que hajam Casas, Instituições
Gente séria e bons corações
À frente, a comandar!
Sem nunca esquecer que “A Deus o que é de Deus, a César o que é de César”!
E que “À mulher deste, César, não basta ser séria, também há que parecê-lo”!
(imagem, in: http://news.certifee.com.br.)
http://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/cronica-de-outubro-2017-152374