Confinamento… Pássaro Preto… Natal… Prendas
Mais um fim de semana de confinamento.
Oportunidade para não sair de casa. E observar. E escrever!
Na rua abaixo, nos estendais, as roupas esticadas ensaiam bailados com o vento.
O peculiar pássaro preto, agora com identidade, Rabirruivo Preto, saltita da olaia para a parede do quintal, daí para o chão, dos carros para os marcos anti estacionamento. Debica alguns grãos, ou insetos, ou outros bichitos, que desconheço os seus hábitos alimentares. Debuta tremeliques nervosos com a cauda, elegantes, frise-se. Parece querer interagir connosco. Rivaliza em rapidez com o melro, mas ganha-lhe em graciosidade. Perde nos cânticos, que nunca consegui ainda ouvi-los.
Aproxima-se o Natal.
As inevitáveis prendas.
Para as Velhotas foram sugeridos livros.
Livros, sim! Gostam de ler. Um deles deveria ser alguma biografia ou autobiografia, de alguma personalidade, mulher famosa. À partida excluída a da “Dita Cuja - Acima de Não Sei o Quê”. Certo!
Anteontem dirigi-me à Cova da Piedade, aonde não ia há meses, antes destas cenas de Covid.
(Ainda andava em obras, toda a envolvente do Chalet, ali ao pé, o jardim. Agora tudo arranjado. A rua em frente já não tem estacionamentos, mais espaçosa, aparentemente. O Chalet renovado. Já estava. Agora falta o edifício da SFUAP. Não menos merecedor. Esperemos que um dia seja melhorado. As casas, a leste, de inspiração pombalina, também renovadas. O Largo fica bonito, parece mais espaçoso… Não gostei do chão e parece pouco durável.)
Mas eu ia comprar uns livros… À Livraria Escriba, uma pequena livraria, num pequeno centro comercial, dos de antigamente, mas com um portfólio de obras por demais interessantes. Arranjam-se sempre bons livros. Iremos lá, talvez há vinte anos. Ultimamente menos.
Referi o que pretendia, como habitualmente faço em qualquer compra. Quero isto, assim, deste modo, com estas características. Excluo aquilo, aqueloutro…
A proprietária apresentou-me o que estava mais a jeito… um livro de “… Castel Branco”, que rejeitei à partida.
A Srª observou mais alguns escaparates, pegou no escadote, retirou uns livros do alto das estantes.
O primeiro que me mostrou era sobre a Simone.
Não é preciso mais, também gosto da Simone, calha mesmo bem o livro e antes de oferecer, primeiro vou eu lê-lo.
“SIMONE, Força de Viver” – Simone de Oliveira com Patrícia Reis – 3ª Edição: Novembro de 2013, Matéria-Prima Edições. (14 E.)