“El Príncipe” – Série Espanhola - RTP 2 – (Reposição)
Alguns / Algumas Personagens
Tópicos do Enredo
A RTP 2 repõe a 1ª temporada desta série policial espanhola, desde a passada 4ª feira, 24 de Agosto.
Tudo faz prever que, de seguimento, apresentarão a segunda. Só faz sentido que assim seja, senão porque estar a retransmitir a primeira, pese embora seja essa a prática habitual deste canal, repetir a visualização de seriados. E, sendo eles de qualidade, porque não fazê-lo?! Antes isso que apresentar chachadas de programas.
E “El Príncipe” merece ser visto e revisto. É um seriado espanhol, cuja ação decorre na cidade de Ceuta, enclave espanhol no Norte de África, Marrocos.
(“Herança” de Portugal, diga-se de passagem. Cidade conquistada por Portugal, em 1415, no início da 2ª Dinastia, reinava Dom João I, com a qual foi começada a expansão territorial de Portugal além da Europa.
E como se tornou espanhola?!
Se quiser saber mais… para não nos perdermos na História.)
Já basta o Bairro labiríntico em que supostamente decorrem as principais cenas, precisamente “El Príncipe”, que, na realidade, funciona mais como cenário suposto, do que real.
Para além do bairro propriamente dito, dos seus becos e ruelas, as cenas decorrem na Esquadra do bairro; na casa dos “Ben Barek” , muçulmanos, “mouros”; no Centro Cívico; em presumíveis exteriores… e noutros locais variados e diversos.
O seriado tem todos os condimentos para atrair espetadores:
- Atualidade, na forma e no conteúdo; ação, intriga, suspense, enredo romanesco.
Desde logo, sinal de Amor, aparentemente impossível, que o Destino laça e desenlaça para a sua hipotética concretização.
Fátima e Javier Morey, separados por barreiras supostamente inultrapassáveis, cruzam-se de amores desde o início do primeiro episódio.
“- Se não entende um olhar, como entenderia uma longa explicação?!” Interpelação feita a Javier, pela mulher, Fátima, comprometida e casadoira; espanhola, mas muçulmana…
E este é um dos fios condutores da narrativa: o relacionamento entre o “herói” e a “mocinha”: Morey e Fátima.
Ligados, enleados também pela tentativa desesperada dela em encontrar o irmão "Abdu", desaparecido.
Que a polícia local pouco se tem esforçado nesse sentido, mas a que Morey vai dar um novo impulso. Socialmente, é esse aspeto que mais transparece do relacionamento entre ambos.
Morey vem, supostamente, superintender na esquadra, sendo que o seu objetivo principal é descobrir uma presumível rede de jhiadistas que existiria no bairro, a que a própria esquadra não seria alheia, bem pelo contrário, que nela haveria agentes infiltrados.
A esquadra cumpre, melhor ou pior, a sua função, zelar pela segurança dos cidadãos. Mas pelo modo como é dirigida e de facto funciona ou disfunciona (?), permite que, de forma mais ou menos velada, a corrupção possa estabelecer um certo status quo com o submundo do bairro. Neste, campeiam os tráficos ilícitos, em que o da droga, em desatino, inquieta as gentes honestas, a maioria dos que lá vivem.
Esta multiplicidade de situações verifica-se nas próprias famílias.
Um dos núcleos fundamentais do elenco é representado pela família “Ben Barek”.
Um dos sujeitos basilares deste grupo é Faruq, que simplesmente é o chefe de um dos bandos organizados do narcotráfico no bairro.
Muçulmano tradicionalista, controla parte do bairro, com os seus homens de mão, sendo aparentemente um bom chefe de família, na sua visão personalizada da vida.
Coabita num contexto de família alargada, apesar de ser casado com Leila, mas ainda sem filhos.
A mãe, Aisha Ben Barek e o pai, Hassan, donos da popular cafetaria do bairro, igualmente muçulmanos, são “pessoas de bem”, alheios (?) às negociatas do filho.
Contudo esta é a “realidade” ficcionada de “El Príncipe”. Crime organizado funciona paredes meias com a vida nos parâmetros da Lei.
Contrapondo-se a Faruq, a irmã, a “mocinha” e heroína da história, Fátima, que, no papel social de Professora no Centro Cívico, procura a regeneração, a integração social dos jovens, através da Educação.
Uma das características das personagens e entidades da série é o seu lado oculto, subterrâneo. A ligação entre o lado explícito, social, que está à superfície, que é visível e o que está escondido, oculto das vistas sociais.
E relativamente ao Centro Cívico, tal como já referi sobre a Esquadra, há personagens que se dedicam a outras funções não explícitas, e ilegais. Veremos.
E tornamos à Esquadra.
O chefe policial é “Fran”, Francisco Peyón, personagem marcado pelas experiências e frustrações da sua vida, a que não é estranho o assassinato do filho adolescente por um desordeiro delinquente e menor, recentemente saído do centro de recuperação, onde nem chegou a cumprir três anos.
Paradoxalmente assassinado no bairro onde ele, chefe de esquadra, deveria impor a ordem.
Coadjuvado por outros personagens não menos envolvidos nas negociatas dos comércios ilícitos: Quilez, “espanhol” e Hakim, “mouro”.
Personagens que têm muito que contar!
Que muito se irá desvendando.
Personagens que, a seu modo, sabem impor a lei, quando a Lei permite que delinquentes se bandeiem impunemente. Refiro-me ao assassino (?) anteriormente mencionado.
Se há algo que choca na série é a utilização de menores pelos criminosos, para executarem as suas “façanhas”. Situação tristemente real!
Ainda na esquadra: Matilde, “Mati”, também “espanhola” e loura, de Barcelona, jovem cheia de ambição, a que Morey dá a mão. E que “namora” com o “mouro” Hakim.
E Federico, “Fede”, personagem muito secundário, mas que introduz algumas piadas cómicas no enredo.
E, a propósito de comicidade, não posso deixar de nomear Pilar e Rocio, amigas de Fátima, também bastante secundárias, mas correspondendo ao estereótipo das “espanholas”, “chicas” de Almodôvar!
E já que de “chicas” se fala, realçar a mais “chica” de todas, a fogosa Marina, namorada de “Fran” e dona do bar de tapas, habitual poiso de recreio dos policiais e relax do chefe.
E sobre grupos de personagens reportamos também para os que estão ligados ao CNI. (Centro Nacional de Investigação?) (Em capítulo futuro, saberei que é Centro Nacional de Inteligência! Nem mais!)
Que agrega os que coordenam e orientam a investigação de Morey, e o motivo principal da sua ida para o Bairro.
Mas como eles trabalham na sombra e/ou à distância mantemo-los, ainda, nesse estado e estatuto.
Que muito ainda falta saber e descobrir sobre eles. Que também têm as suas sombras e lado escuro.
E sobre esse lado menos claro do enredo da série, mas cada vez mais visível e explícito, à medida que prossegue a narrativa, surge-nos o tema do terrorismo jhiadista, dos radicais islamitas, o papel de um grupo terrorista, Akrab, as suas ações na cidade, os tentáculos no bairro, o envolvimento de personagens aparentemente insuspeitos.
E voltamos a um dos leitmotiv do enredo: a descoberta do paradeiro do filho mais novo dos Ben Barek, preocupação da família e persistência de Fátima.
De nome Abdessalam Ben Barek, “Abdu”.
E ainda e já na família, mas querendo reforçar os laços de pertença, menciono Khaled Ashour, primo e pretendente à mão de Fátima. Que muito também nos irá contar e ganhará maior protagonismo na segunda temporada.
E terão estes dois personagens destacados algo a ver com o terrorismo?!
Mas deixemos este tema ou mantenhamo-nos nele e na violência tão presente no Bairro, tanto no plano real, como virtual e lembremos também duas personagens jovens, sujeitas e vivendo essa constante instabilidade e expondo-se a perigos vários: Nayat, a caçula dos Ben Barek e Ruth Peyon, filha de Raquel e Fran.
E estou a esquecer vários personagens importantes, tal como a namorada de Abdu e o terrorista que a assassinou? Aos olhos de Fátima e Javier! (Sempre unidos na trama: herói e mocinha!)
E vamos continuar a ver e/ou rever os episódios. São muito chamativos!