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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“El Príncipe” - Temporada 2 – Episódio 18

Série Espanhola – RTP2

 

(05/10/ 2016 – 4ª Feira)

(Final da 2ª Temporada – 31º Episódio Global)

 

“Guerreiro Suicida”

 

Terminou, ontem, a segunda temporada desta série espanhola, designada “El Príncipe”, nome de bairro da cidade “espanhola” de Ceuta, situada no Norte de África, num enclave em Marrocos. As cenas, na sua maior parte, decorreram aí.

Nesta série foi uma verdadeira mortandade. Uma carnificina!

Ocorreu o episódio final, designado sugestivamente “Guerreiro Suicida”. Não ainda o derradeiro, que haverá terceira temporada, não sei se na RTP2. No fim do episódio, apresentam sempre uma sinopse do que virá a seguir e pudemos visualizar excertos do que continuará.

Mas disso só falarei mais tarde.

 

Outro título que poderia ter sido dado a este capítulo seria “A guerra em direto”!

Guerra, porque é disso que se trata, que o próprio Khaled, o explicitou para a mulher.

Em direto, porque os próprios terroristas usam os meios de comunicação para mostrarem as suas ações e em tudo quanto é local, via TV, internet ou telemóvel, espetadores assistem às reportagens.

 

A ação decorreu nos espaços habituais.

 

Na esquadra, onde o comando dos jovens terroristas entrou de rompante, disparou e matou, sequestrando agentes e população aí presente.

Obedeceram, sem pestanejar, a uma ordem, propalada via telemóvel, por Khaled: “Inghimasi”.

Palavra passa palavra, telemóvel para telemóvel, e estava formado o esquadrão de assalto.

Aí libertaram o terrorista preso, fizeram Mati de refém, com faca afiada ao pescoço, frente a uma câmara, filmando para o exterior, com passagem em canais televisivos.

Ameaçavam matar e mataram, chantageavam, exigindo ao governo um helicóptero e a libertação de Khaled para a Argélia.

 

Mati e Fran in. teleprograma.fotograma.es.jpg

 

Paralelamente, a ação também decorria na mansão do xeque, Khaled, onde este estava retido, cercado pela polícia, chantageando também matar os reféns, que basicamente seriam Paco, Nur e a própria esposa, Fátima.

 

Mas, como sempre, estou a saltar muitos nós da narrativa, entretanto desatados no decurso da ação.

 

Por ex. dizer que, Khaled, raposa matreira, que a todos tem vindo a enganar, continuou a ludibriar, inclusive os polícias, Fran e Morey.

Enganou-os na fuga de Granada, trocando de carro a meio da autoestrada, sem pejo de mandar matar um homem inocente, na frente da esposa deste e da sua, e chantageando esta com a ameaça de morte da viúva, de filho ao colo.

Ludibriou-os igualmente na travessia do Estreito, trocando de telemóvel e não utilizando o ferry, mas uma lancha pessoal, para chegar a Ceuta.

Passar-lhes-ia, ainda, a perna, mais tarde, na sua suposta libertação, não usando o carro, mas saindo a pé, para esse porto particular onde tinha a lancha que o trouxera da Península para o enclave.

 

E será aí, junto a esse porto, nos campos circundantes e praia próxima, que se desenrolarão as cenas finais do episódio e temporada.

 

E esta cena da perseguição de Javier Morey a Khaled, levando a “sua” (?) Fátima foi antológica. Dispara um, dispara outro, tornam a disparar; um terceiro sujeito, apaniguado do terrorista, também intervirá; Fran virá mais tarde, também dá os seus tiros, aparentemente morre, mas repentinamente “ressuscita” e terá dado o tirázio final sobre Khaled, livrando assim o seu amigo Javier de morrer, que os heróis não podem soçobrar, nem mesmo às balas.

Na contenda, e ainda no início dela, Fátima passou de mãos, do marido para o amante e, nesta fase não terá sido ferida.

Mas tê-lo-á sido quando, Khaled, ainda antes de Fran lhe ter dado o tiro final (?), enraivecido de a perder e quando ela com Javier se atiraram à água, ele, de metralhadora em punho, que não sei onde a foi buscar, disparou toda a cartucheira da mesma, que nunca mais tinha fim, para o local do Estreito onde os amantes haviam mergulhado nas águas.

Só após essa descarga emocional e esvaziamento das balas do terrorista é que Fran, que parecera ficar morto, como que “ressuscitou” e pôs ponto final no bandido.

Será que pôs?!

 

O que sabemos é que Javier e Fátima, após algum tempo, emergiram das águas do Estreito, quais borboletas brotando das crisálidas e vinham, combalidos, mas vivinhos da silva!

Sim, porque a moça ainda disse que ele, Javier, fora o melhor que lhe acontecera, só por tê-lo beijado, que valera a pena tudo o que vivera com ele. E também: “Te quiero!”

 

Javier Fati In. thefunnymovies.com

 

Mas apareceu-lhe sangue a brotar do pescoço, ter-se-á rompido alguma veia primordial, e ficámos sem ter a certeza se a heroína terá ou não morrido.

Sabemos que o herói chorava e gritava, naquela sua pose quando está enraivecido e frustrado.

 

O narrador acaba com aquela sentença primordial referente ao Príncipe de que “… tudo acaba em água salgada: em lágrimas ou no fundo do mar!”

 

E assim poderia findar a minha narração.

 

Mas ainda quero voltar ao início.

Sobre o morticínio.

Sobre tantas mortes, e de forma tão gratuita, dir-me-á que o seriado espelha a realidade. O que, infelizmente, é bem verdade.

E chocante, mais ainda, é essa entrega de jovens imberbes, quase crianças, a uma causa, se tal lhe pudermos chamar, mas de morte.

Matam, matando-se. Aparentemente desprovidos de sentido, que os motivos invocados revelam-se pouco consistentes, só defensáveis, por quem esteja cego de loucura.

Caso do sequestro na esquadra, em que os apelos do Imã, à racionalidade, à compaixão, ao respeito dos preceitos do Islão, foram pérolas esbanjadas e ainda lhe valeram o assassinato traiçoeiro.

 

E projetar também à possível 3ª temporada.

Na sinopse do “próximo” episódio, pudemos ver Faruq, que soubemos viver com a família em parte incerta, supostamente em Paris e que irá ser pai.

Vimo-lo a visitar a irmã Nayat, no hospital.

Observámos, com satisfação, a chegada da polícia ao departamento de Robledo, para o prender. Em fundo, via-se também Carmen Salinas.

Também confirmámos a morte de Fran, que vimos a mulher e a filha, no cemitério, a depositarem flores numa campa.

Numa varanda com vista para o mar, provavelmente ainda em Ceuta, Javier Morey, pensativo e triste, recordava a sua amada Fátima!

Estas são algumas dicas do que poderá desenvolver-se em próximo capítulo, de nova temporada.

 

E por aqui fico, no respeitante a “El Príncipe”.

Foi uma série que vi com muito agrado, especialmente na primeira temporada.

Já a escrita, a narração sobre a mesma, não me foi tão agradável, como quando escrevi sobre outras séries anteriores.

 

Até uma próxima série que me “prenda”!

 

Continue a acompanhar este blogue noutros temas que irei apresentando.

 

Obrigado por ir lendo o que escrevo!

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