Em Tempos de Máscaras…
Álvaro de Campos – Heterónimo de Fernando Pessoa
“Depus a máscara e vi-me ao espelho. –
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada…
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre criança.
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.”
In. "Obras Completas de Fernando Pessoa – POESIAS de Álvaro de Campos "– pag. 61
Colecção Poesia - Edições Ática – Julho 1978.
“… Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 (às 1,30 da tarde…”) Isto escreveu, entre muitas outras coisas, numa carta, o seu “criador”, Fernando Pessoa. Carta “dirigida a Adolfo Casais Monteiro, sobre a origem dos seus heterónimos. Publicada na revista «Presença», nº 49, Junho, 1937.”
Faria, ontem 130 anos. O poema não saiu ontem. Sai hoje! Ainda se vai a tempo de parabenizar! A POESIA, sempre!
(Fotografia?! De uma Amendoeira. Sendo Álvaro de Campos algarvio, terá visto amendoeiras, digo eu. Esta não viu, de certeza. Nem eu já vejo, que morreu em 2017. Ano terrível: seca e incêndios. Está muito documentada no blogue.)