“Entre o Céu e a Natureza” – uma “Mensagem de Paz”!
«Entre o Céu e a Natureza»
«As ondas no seu marulhar
Num vai e vem constante,
Num trabalho incessante
Os rochedos vão beijar.
Gaivotas dançam ao largo
E num intenso piar
Esvoaçam querendo abraçar
A natureza, o céu e o mar.
O sol brilha e aquece-nos,
A alma fica mais forte,
Se não perdermos o norte
A caminhada é diferente.
As dunas de branca areia
Escondem mágoas e medos,
Guardam também os segredos
De vidas em desalinho.
Os rochedos cobertos
Por ondas de branca espuma,
O vento também se esfuma
E a paz interior regressa.
A simbiose perfeita
Entre o sol, o céu e o mar,
Fazem-nos também sonhar
Que o paraíso existe.»
“Entre o Céu e a Natureza”, título e poema de abertura de livro recentemente lançado por Maria Gertrudes Novais, em Almada, na Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia, a dois de Junho, deste ano de dois mil e dezoito. Edição SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, com apoio da respetiva Câmara Municipal. Com prefácio de Eng.º António Matos e capa com reprodução de pintura a óleo, de Maria Manuel Pires.
Apresentação a que tive o grato prazer de assistir, numa sala muitíssimo bem composta, como se costuma dizer. Perto de uma centena de pessoas. Se tivesse que perspetivar o evento num contexto de Valores, destacaria dois: Amizade e Solidariedade. Valores e Mérito de Gertrudes Novais, Mimi, como gosta que a tratem. E, no decurso das intervenções, por vezes se ouvia uma criança correndo pela sala, chamando “Mimi! Mimi!”.
E ainda sobre Solidariedade, no final houve a participação de Francisco Naia, um cantor de quem já falámos aqui neste blogue, a propósito de outras ocorrências em Almada. E lembro-me de ter ouvido do Professor Alexandre Castanheira, num sarau sobre Ary dos Santos, no CIRL – Laranjeiro, em dois mil e quinze, precisamente referir-se a Francisco Naia, como uma pessoa sempre muito solidária.
Não pude assistir, com muita pena minha, mas nesse dia ainda tive que “migrar” para o Alentejo!
(Mas com tudo isto estou-me a desviar do móbil da crónica.)
Maria Gertrudes Novais, algarvia de nascimento, Aljezur, almadense de coração, residente desde 1973.
Publica desde 1987: “Poemas do Meu Sentir”, seu primeiro livro. Seguiram-se outros, individuais e coletivos e múltiplas, diversas e variadas atividades ligadas à Poesia e Cultura, conforme consta na contracapa do supracitado livro em apresentação.
Na mesa, além da Autora, o Prefaciador, já referido; a Professora Maria Adelaide Silva, que analisou a obra e os Amigos, Poeta e Poetisa: Luís Alves e Clara Mestre.
Todos, a seu modo e ver, falaram sobre a Autora e o seu trabalho desenvolvido, enaltecendo e reconhecendo-lhes o valor merecido. A Pessoa, a Poetisa, a Mulher de Causas! A Poesia, a SCALA, Almada!
Mimi, como gosta que a tratem e afinal a apresentação era também uma celebração da Amizade, agradeceu a todos os presentes, a todas as Entidades envolvidas: SCALA, Juntas, Vereadores, Câmara Municipal, Família, Amigos, às várias Pessoas que tornaram possível o evento. À Autora da capa, Maria Manuel Pires, que foi apresentada à assistência, chamando-a à mesa.
E, de pé, que a Poesia diz-se de pé, alguém frisou da assistência, disse: “Ninfa do Tejo”!
E este foi o mote estrutural para se abrir um cenário dedicado à Poesia, dita pelos vários Poetas, Poetisas, Dizedores presentes. De, e a partir de “Entre o Céu e a Natureza”!
E num entrecruzar de sensibilidades poéticas, ouvimos os Dizedores, Luís Alves e a Esposa; Clara Mestre, a própria Gertrudes e mais duas Senhoras, que também costumam frequentar as sessões de Poesia da SCALA e, que me perdoem, ainda não consegui fixar o nome.
De Utopia a Novo Amanhecer, Grito de Alma, Espelho, O Teu Sorriso, Saber Ouvir, A Cidade, Princesa e ainda homenagens a Fernando Pessoa e Alexandre Castanheira, de quem já aqui falámos também, foi gratificante, como sempre, ouvir, escutar Outros a dizerem Poesia!
Obrigado!
E António Matos finalizou esta parte do evento, iniciando com “Era branca a pomba, …” primeiro verso do Poema que transcrevo e que encerra o livro.
«Mensagem de Paz»
«Era branca a pomba,
Que vinha do espaço,
Voava baixinho
Pousou no terraço.
Fiquei a olhá-la
E então reparei
Que pomba igual
Eu nunca encontrei!
Veio lembrar ao mundo
Que há falta de paz
E que o homem de hoje
Não sabe o que faz.
Parem de matar!
Juntem vossas mãos
E num abraço fraterno
Sintam-se todos irmãos.
Lutem pela paz,
Sejam bem unidos,
Pousem vossas armas
Como bons amigos.
A pomba sorriu,
Seu recado deixou
E batendo as asas
Para o espaço voou.»
E “Entre o Céu e a Natureza”, num diálogo de sentimentos nobres e bons, finalizámos com uma “Mensagem de Paz”!
E ouvir Francisco Naia, as suas belas músicas e a sua poderosa voz de tenor, ficará para próxima oportunidade…
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Notas Finais:
E, em paz, também fico eu que, finalmente, consegui ter oportunidade para publicar mais um post. Que isto da Vida, nem sempre é como a gente quer!
Que não é por falta de ideias…
Ainda gostaria de escrever…
Sobre doutorices…
Sobre o Paciente que mordeu o Dentista…
E os cães que morderam a mão do dono!
E sobre as limpezas dos campos…
Sobre o cântico do rouxinol…
Sobre politiquices…
E a essência da natureza deste governo…
…
Eu sei lá! Tanta ideia que vai ficando perdida…
(Fotografias originais DAPL.)