Guardei a minha Tristeza!
Quadras e Décima inspiradas em mote alheio…
Mote: “Sepultei minha tristeza / Na raiz do alecrim / …”
Glosas:
Guardei a minha tristeza
Em caixinha d’alecrim
Confiante na certeza
Ficasse longe de mim!
Alecrim é flor de cheiro
Branco azul, arroxeado
Ilumina ano inteiro
Cheiro - cor em todo lado!
A tristeza terá cor?!
Ou será só sugestão?!
Será de roxo a dor
De quem não tem coração?!
Não sei, nem quero saber
Tristeza vou sepultar
No alecrim, na raiz.
Vou na terra escavar
Na cova funda que fiz
Dor e tristeza guardar.
E quando alecrim florir
Na Primavera por vir
Luz e sol quero eu ver.
Do mais, não quero saber!
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- O mote faz parte de uma “Cantiga de Oito Pontos” que me foi dita por Dona Catarina Matono, em 1982, na minha casa. Publicada em “De altemira fiz um ramo”.
Agora, repesquei os dois primeiros versos, que foram a base inspiradora para este poema. Propositadamente, não os transcrevi, exatamente – ipsis verbis - nas glosas, como estão no original. Transcrevi as ideias base, mas alterando a composição. A estrutura das rimas também não segue necessariamente os modelos canónicos.
Com estas glosas completo o Poema, previsto em postal de “Apeadeiro…”.
Ainda falta glosar um dos motes aí propostos. Quando a Inspiração chegar, que ainda espera no apeadeiro!
Novembro 2024
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P.S. - Chegaram, ontem, os exemplares das Antologias da APP - Associação Portuguesa de Poetas - a de 2023 e a de 2024. Escreverei sobre o assunto.