“Hospital Real” – 12º Episódio (Television de Galicia)
Série da RTP2
3ª Feira 15/09/15
Prólogo
E hoje inicio o post com uma imagem dos Artistas que compõem o elenco de personagens da Série. Para realçar o seu desempenho! Que é notável e muito equilibrado no seu conjunto.
São artistas que nós não conhecemos, alguns são galegos, outros de outras regiões de Espanha, Estado de várias nações. Porque as séries europeias passam pouco nas televisões portuguesas, honrosa exceção a da RTP2, que, de espanholas, passara “El Princípe”, de que esperamos venha outra temporada. E, agora, a também excelente “Hospital Real”.
Que julgo terminar na próxima 6ª feira, em que ocorrerá o décimo quinto episódio. Pelas pesquisas que fiz, mas eu julgara-a com uma duração bem menor. Esperemos que, agora, não me engane.
Desenvolvimento
Sobre o episódio de ontem, décimo segundo…
O Alcaide regressou em força, impante de poder! Eu que supusera que ele voltaria para repor o desfalque, não! Soberbo, inchado, ufano, cruel, vingativo, egoísta, em suma, execrável.
E eu desejoso de ver o final da série, pois espero que esta personagem tenha o fim que merece. De preferência às mãos do serial-killer.
Este, Duarte, tece e constrói o enredo sempre na sombra, sorrateiramente, resguardado na sua falsa mudez. Personagem inteligente, simultaneamente amado e odiado, suscetível de rejeição e simpatia. Capaz de ser crudelíssimo, bem como amável e carinhoso.
Cose uma jaqueta, não percebi de quem nem para quê, troca propositadamente as agulhas da operação da irmã Úrsula, criatura “obediente”… ir-se-á voltar novamente contra o criador?!
Abre a carta desta enfermeira mor, dirigida aos dominicanos, com a navalha com que degola as suas vítimas, conhece o respetivo conteúdo, pois sabe ler e escrever, competência igualmente ignorada pelos outros, que o julgam analfabeto.
Voltando ao Alcaide, agora episodicamente aliado de Dona Elvira, não sócio, como frisou. Chantageando-a pelo dinheiro que lhe cedeu e por eventuais e futuras represálias, obriga-a a executar tarefas tão abomináveis, quanto ele é execrável! Obriga-a?! Ou esta mulher, arrogando-se pertença de uma classe superior, faz tudo pelo dinheiro, falsa posição e estatuto social?! Vendendo-se, vendendo os próprios filhos, até a quem chama cinicamente de filha. Aliando-se novamente à monja, como se visualizou na sinopse do episódio que decorrerá hoje. “Meta Clara na cama de Mendonza!”
Espero que estas personagens tenham um castigo à medida dos seus crimes. Fora eu o guionista!
Dona Úrsula, irmã (?), monja, enfermeira mor “dragão”, foi operada a uma catarata. Duarte tentou sabotar a operação, é certo que não conseguiu, pois o ferreiro ainda providenciou agulhas em condições. Doutor Devesa, não fora o seu brio profissional, a sua honestidade, honradez e competência, e vontade não lhe faltaria de a deixar ir desta para melhor… Valeu ao “Dragão” que nem todos afinam pelo seu diapasão. Se todos fossem do mesmo calibre…
Mas Sebastian, Doutor Devesa, fez questão de lhe frisar que não a perdoou, nem perdoará. Só aguarda o momento adequado.
Curioso que na época já fizessem este tipo de operações às cataratas!
Época em que se iniciam grandes transformações sociais, como já mencionei.
Até já discutem o papel da Mulher na Sociedade em mudança, através de uma palestra de um letrado proveniente da capital, palestra organizada por Dona Irene, feminista antes de tempo, empresária de sucesso, conhecedora dos meandros da política internacional, afrancesada, epíteto muito atribuído nesses tempos antecipatórios das invasões francesas.
Sociedade que não reconhecia direitos iguais para todos. Que vedava o acesso das mulheres a uma profissão nobre, como Medicina.
Atualmente, a maioria dos estudantes das Faculdades de Medicina são raparigas!
Mas a 1ª médica cirurgiã, em Portugal, Carolina Beatriz Ângelo, também só se formou no início do século XX, 1902, tendo também sido a 1ª mulher a exercer o direito de voto, em 1911. E as primeiras médicas em Portugal formaram-se na última década do séc. XIX.
Lembremos que o tempo em que ocorre a série é última década de século XVIII, 1793.
Clara, mulher frágil, vítima do Destino e das circunstâncias da Vida, quer também tomar nas suas próprias mãos o seu próprio destino. Mas o ser filha de quem é, principalmente pelo cargo que o Pai ocupa e das funções que desempenha, tão invejadas e cobiçadas, faz com que seja joguete e vítima nas mãos destes três criminosos, até agora impunes: Úrsula, Elvira e Mendonza.
Daniel, médico jovem, casado por conveniência do pai e da mãe, para salvar a família falida; homem apaixonado por jovem camponesa, candidata a enfermeira, acha-se perdido enquanto profissional e enquanto homem… esperemos que encontre o seu próprio rumo ou que o guionista encontre uma saída para que ele encontre o seu próprio Caminho! Talvez lhe valha Santiago!
Dom Andrés, homem solitário e só, com o peso do Hospital nos ombros; mas afirmando para o letrado palestrante, proveniente e recambiado para a capital, que relativamente a Dona Irene, “Nem o caminho nem Dona Irene estão livres”… Sinal de que não quer ficar só eternamente? Mas a esposa não está ainda viva?!
Esperemos que ele também encontre o seu próprio Caminho neste campo de que falamos agora, o Amor. Que para Santiago, como para o Amor, há muitos e diversos Caminhos.
Continua a ser chantageado, pelo seu segredo. Pena não haver Judiciária, nesse tempo. Apenas Inquisição. Cujo Inquisidor o que quer é proibir as palestras… de temas insidiosos! E prender inocentes!
E o baile de Ulloa e Olalla! Um par de encantar, rodopiando no claustro! A música! E imagens da Cidade Compostelana, em fundo!
A sorte grande a pegar ao colo na terminação!
E com esta deixa, termino, que não sei, se continuando, aonde me leva a narração.