Não há Natal para ninguém!
«Natal 2»
«Se o Natal que agora temos
Não é aquilo que queremos
E mesmo sem ser Natal
A ganância galga muros
E deixa tudo em apuros
Ficam muros e barreiras
Ficam arames farpados
Ficam os refugiados
E mais pobres a pedir
Ficam crianças com fome
E só quem for indiferente
Poderá ficar contente
Com presépios a fingir
E luzinhas a brilhar
Mas esse brilho aparente
Vem despertar nosso olhar
Para um olhar mais atento
Vem dar-nos um outro alento
Na esperança já tardia
De alcançarmos outro dia
De justiça e alegria
Mas enquanto não fizermos
O que temos para fazer
E não o fizermos bem
Não há Natal para ninguém!»
Poema de Luís Ferreira, 2015.
Este Poema foi oferecido pelo Autor, aos presentes na Tertúlia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, no Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira, no dia 11 de Dezembro de 2018 (3ª feira).
A convite e sugestão do Autor tive o grato prazer de dizer este Poema perante o grupo de presentes.
(Não éramos muitos, bem sei! Mas a Poesia anda tão abandonada! E sete é um número muito bonito. Obrigado pelo lindo poema e pela sugestão para o dizer.)
Este poema que o Autor nos ofereceu vem enquadrado num postal ilustrado alusivo ao Natal, com um trabalho artístico estilizado, com alguns aspetos iconográficos do natal atual: a árvore e a estrela, enclausuradas em arame farpado! Um desenho minimalista, identificativo do estilo muito pessoal do Autor, tanto na forma como no conteúdo. De forma muito simples, consegue reportar-nos para os conceitos, ideias e ideais que nos quer transmitir. Apelando-nos para a nossa consciência interventiva! Forma simplificada, versus conteúdo elaborado e profundo!
As cores também são muito sugestivas!
(Se eu conseguir digitalizar, hei-de apresentar a imagem, para que o/a caro/a Leitor/a possa apreciar e ajuizar devidamente.)