O Futuro morre na praia!
O Menino morre na praia!
Fugindo à fome… Tanta que passei.
E, à roda, tanta fartura qu’havia!
Mundo de pátrias ausentes de lei
De terras sem paz nem democracia.
Barcos prenhes d’ulisses à deriva
Buscando ítacas imaginadas
Rómulo sem remo nem onde viva
Romas avaras de portas fechadas.
Porto a porto ouvindo recusas
Meu corpo deixo na praia, inerte.
Não me chames irmão, se me escusas
Não te digas cristão, se me renegas.
Que eu vou andar nestas refregas
P’ra que o Mundo acorde e desperte!
(Set. 2018)