Os Cardos são Nardos! (1ª Versão)
Os cardos são nardos!
Os cardos são nardos!
Os cardos são nardos,
Nesta Primavera.
As urzes floridas,
As urzes floridas
São as mais queridas,
Desta nossa terra.
Searas, tão lindas!
Searas, tão loiras.
No suor do rosto
dessas lindas moiras.
Pão que regaste
Pão que ceifaste
E outros comeram…
Campos floridos,
Amados, queridos,
Sois tão lindos,
Na Primavera…
Lá vem o Estio.
Lá vem o Verão.
E, seja por destino,
Seja por condão,
Os campos floridos
Não sei onde estão.
Só vejo a terra madrasta
Que nos dá o pão,
Os campos sequinhos,
De água e de grão.
Seja por destino,
Seja por condão,
Os campos floridos
Não sei onde estão.
Não sei… Não sei
Onde estão!
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Escrito em 1973? Na minha Aldeia – Alentejo
Provavelmente escrito nesta fase de início de Verão, transição da Primavera, em que os campos alentejanos de sequeiro, a maioria na época, deixavam a garridice primaveril e ganhavam as tonalidades amarelas e acastanhadas, resultantes dos pastos e ervas secos.
“Sequinhos” será um regionalismo, significando que estavam muito secos, sequíssimos.