Selfie – Selfish
(Auto - Retrato Egoísta)
Me pediu pessoa amada
Que escrevesse um poema
Versejando sobre um tema
De cariz social.
Mas que maçada!
Não encontro mesmo nada
Que não seja banal.
Lembrei-me de selfie!
Mas que raio de palavra
Que ela não se destrava
Nem uma rima se lavra
Em tal roseira brava.
Associei com selfish
Palavra bem mais fixe.
Que rima com egoísmo
Quadra com narcisismo
Talvez egocentrismo
Quiçá cabotinismo!
E cismo!
Que achada a rima
Mais abaixo, mais acima
Uma selfie vou tirar
Com qualquer uma qu’encontrar.
Basta só me (em)quadrar.
E tirei. Comigo!
Tirei contigo!
Com amigo. Com inimigo
Com a vizinha do lado
Com peixeira no mercado.
E na minha lista
Tenho até futebolista
E bem afamado artista.
Até canário com alpista!
Não há quem me resista!
Ao meu apelo, ao meu pedido
Nada me é indeferido.
E é tal a premência
Que só com Sua Excelência
O Senhor Presidente
E por mais que eu tente
Ainda não consegui
Tirar uma selfie!
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(Notas Finais:
Este texto poético, uma narrativa em verso, modelo de escrita que ultimamente tenho cultivado, foi escrito em 25/06, a partir de sugestão que me foi feita a vinte e quatro.
As fotografias, sempre de telemóvel, são de Autoria de D.A.P.L. - 2014 e 2018, a impulsionadora da sugestão.
Inicialmente documentei o post com uma foto, belíssima, de uma cerejeira / gingeira, à data existente no quintal. Reporta-nos, metaforicamente, para uma estrutura em rede. Quando pude dispor do acervo de fotos de narcisos, inseri a de um narciso, altaneiro, sobre um fundo de cinzentismo, do muro de cimento.
Espero que goste do texto poético e também das fotos.
Ah! Este é o post nº 600. Seiscentos!)