Serangoon Road (TV Serie) 10º Episódio (Final)
Série Australiana – Singapuriana
(Epílogo)
Prólogo:
Terminou ontem a série “Serangoon Road” no décimo episódio. Não se prevê continuação. Não posso dizer que tenha sido desinteressante, que não foi, via-se com bastante agrado, mas era uma narrativa algo previsível, sem grandes rasgos de novidade, estruturando-se em esquemas narrativos habituais, neste modelo de seriado. Mas era de um conteúdo fresco e claro, não desnecessariamente rebuscado e de fácil leitura e entendimento.
Não foi, todavia, ou por isso mesmo, que não sei, uma série que tenha caído no goto dos espetadores. Na habitual estatística dos blogues do SAPO, nos dados dos últimos trinta dias, aparece apenas em 13º lugar, atrás de outros temas e de outras séries que já passaram há mais tempo na RTP2: "Código do Crime", "Hospital Real", "El Princípe", "A Mafiosa", "A Fraude". (Interessante: parece que as séries giram todas à volta de crimes!!!)
(Nas estatísticas destes últimos 30 dias, verifica-se uma relevância nos posts de Poesia dedicados à "Mãe". O que é óptimo, com p! E também “Follow Friday”.)
Desenvolvimento:
Mas vamos então ao conteúdo do episódio e da série.
Neste, talvez por ser o derradeiro, a estruturação dos casos, em caso particular / específico e caso geral, coincidiu.
O objetivo foi dar-nos a conhecer sobre o assassinato de Mrº Winston Cheng, de que já sabíamos algo.
O homem de mão foi efectivamente Lee Kim Fong.
Mas quem foi o mandante? Às ordens de quem trabalhava este jovem assassino? E o serviço que Mrº Cheng estava a realizar era encomendado por quem? (…)
Foi um descascar de cebola. A tríade de detetives, Sam, Dona Patrícia, Sue Ling, ajudada por Kang, que já reatou a amizade com Sam e pela jovem namorada de Winston, última pessoa conhecida que o vira vivo, esta trindade, transformada em quinteto, foi descobrindo, pouco a pouco, como as coisas se passaram.
Por detrás do assassino de mão, estava o célebre empresário dos amores frustrados, James Lim e coadjuvante ou acima deste, o jovem chefe da sociedade secreta “Dragões Vermelhos”, Kay Song, sendo que ambos eram sócios. Paralelamente ou mexendo os cordelinhos também, ainda que não diretamente relacionado com o assassinato, estavam os serviços secretos da nova potência em ascensão, aproveitando o vazio a surgir, pela abalada dos britânicos, isto é, a CIA, na pessoa do respetivo chefe, Wild Bill.
Desconhecedor de toda esta tramoia estava “O Tigre”, o velho chefão da sociedade secreta dos “Dragões”, “O Avô”.
A este foram apelar, reverenciosamente, Sam e Patrícia, na ânsia de descobrirem a verdade, de ser feita “justiça”, ainda que à moda de Chinatown e face às ameaças simbólicas e factuais a que Dona Patrícia fora sujeita.
Foi uma macabra oportunidade para presenciarem, observarem e aprenderem, sobre o funcionamento, as regras, as leis, o modus operandi daquela sociedade secreta e sobre quem efetivamente manda e irá continuar a mandar, naquele submundo e concomitantemente na própria superfície da Cidade.
Kay Song, o neto obediente e extremoso, face à oposição do Avô, relativamente ao seu comportamento e atitudes, e à sentença que este lhe ditara, não esteve com meias medidas e, na frente de todos, não teve pejo em sufocar, lentamente, o progenitor com uma almofada, assassinando-o, conquistando-lhe o poder e mostrando, aos presentes e testemunhas, do que é e será capaz futuramente.
Para todos os efeitos declarou solenemente que o Avô sofreu um ataque cardíaco e que os presentes são disso testemunhas! Pediu-lhes para saírem, que queria fazer o luto, enquanto queimava os documentos comprometedores que os detetives levavam e o incriminavam.
Sabemos quem matou, direta ou indiretamente, o dono da “Agência de Detetives Cheng”. Herança para Dona Patrícia e seus colaboradores que, a darem-lhe continuidade, também saberão que regra de ouro será não aceitarem casos que envolvam sociedades secretas.
E, no final, ficámos a ver Dona Patrícia e Sam a contemplarem o fogo-de-artifício comemorativo do “Festival da Lua”. Antes houvera a “Festa de Celebração da Família” e todos se divertiram também, evocando Winston, que era assim que ele gostaria. Sue e Conrad também se alegraram, como jovens que são, e futura família a constituir. E Kang e a mulher também deram azo à sua expansão comemorativa.
Sam lembrava a sua amada Claire, que se preparava para partir.
Por ordem de Dona Patrícia, foi despedir-se dela, na esperança de a trazer para o seu quartinho de Chinatown.
Ilusão a dele, que a moça, apesar das juras de amor eterno de ambos, face às expectáveis mordomias do marido, Frank, não teve dificuldade em escolher, apesar de algumas hesitações dos guionistas, para nos deixarem nalgum suspense.
Já o carrão do marido a seguir viagem e ela planta-se na sua frente. Parado este, seguem ambos a caminho do barco que os levará para a Europa.
Boa viagem!
Quem também estará de viagem será Mrº Miller, do M16, que com a ajuda preciosa, mas traiçoeira, de Harrison Conrad, que lhe terá fornecido dados sobre o Vietname, conseguiu ser transferido para Washington. Certamente também promovido, pelo menos para melhor posto!
Em contrapartida, que isto são os alcatruzes da nora, uns sobem, outros descem e o chefe da CIA, Wild Bill, também foi chamado para os EUA, mas não me pareceu que pelas melhores razões. Que ele apercebeu-se da “traição” de Conrad, provavelmente não a podendo provar, mas deixou-lhe profecia: “Quem semeia ventos, colhe tempestades…” e interpelação: “O que vê quando se olha ao espelho, Harrison?”
Mas deixemo-nos desta considerações proféticas e interpelativas, que ainda nos falta dizer que quem contratou Mrº Winston Cheng no trabalho de investigação foi o irmão do empresário de amores frustrados, o professor, ligado aos sindicatos e que está preso por esse motivo, mas que foi uma ajuda preciosa para os investigadores da Agência. Indicou que só o irmão saberia exatamente quem matara e porque mandara matar Mrº Winston.
E Sam e Kang souberam e também assistiram à morte macabra do empresário, que foi decapitado, na frente de ambos, pelo assassino cruel e sanguinário, Lee Kim Fong.
(...)
E por aqui me fico. Que fica muito por contar.
Porque a narrativa era muito mais complexa do que aparentava.
Porque reescrever, sobre o que outros contaram, não é assim tão fácil.
Porque eu não estou nem pretendo fazer, ou refazer, o romance.
Porque, apesar de aparentemente leve, o conteúdo, por vezes, era pesado.
E porque isto é apenas um post, num blogue…
E porque quero publicar e tratar de outros assuntos que preciso.
(…) – (…)
Mais uma vez, que nunca é demais, o meu Muito Obrigado, se me acompanhou até aqui!