Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Tinha-me proposto iniciar o Ano de 2017, com um post sobre Poesia.
Mas, afinal, comecei com um post, o nº 481, sobre uma série. Por acaso, ou não(?), sobre uma marcante: Hospital Real.
Terminei o ano de 2016, post nº 480, escrevendo também sobre a série em curso na RTP2, “A Fraude / Bedrag”, que julgo irá terminar hoje a 2ª temporada. Desconheço se haverá continuidade, o final nos dirá qualquer coisa…
Agora, finalmente, posso voltar às publicações sobre Poesia, que é um dos meus propósitos para o blogue, neste Novo Ano.
Continuando, neste post nº 482, na divulgação de Poesias da XX Antologia da APP.
Agora, o 5º grupo de Antologiados que divulgo no blogue. A Poesiamerece!
Seguem-se Poemas de: Damásia Pestana, Daniel Costa, Dilma França e Euclides Cavaco.
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DAMÁSIA PESTANA
“CLAMOR”
“Quando me for embora não chores
Peço-te em nome do nosso amor
Arranja outra não demores
Não é um pedido é um clamor
A felicidade que me deste outrora
É hoje um outono bem frio
Onde a criatividade já não mora
Como o mendigo junto do rio
Não existe o brilho dum sorriso
Terminou a nossa primavera
Em nós já nada faz sentido
Ficando apenas uma quimera”
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DANIEL COSTA
“MONTEMOR -o-VELHO”
“Da cultura é espelho,
Que se reflectiu no Munda,
Montemor-o-Velho
Rio Mondego de corrente fecunda,
Oh!... Munda de outrora, banhas o concelho,
Espraiando cultura profunda
Sentida, até nos arrozais com brilho
Que nos teus poetas é explicanda,
Afonso Duarte, poeta de moldura e caixilho,
Na casa que o seu espírito comanda,
Ereira que dos arrozais é, toalha
Biblioteca, veneranda
Tendo o poeta como evangelho
Poderá dizer-se, alma profunda!
O velho castelo, relíquia, estribilho
Cultura museológica é de leccionanda
A recordar árabes e moçárabes, trilho!
Abade João, voz ecoando, intervinda
Montemor-o-Velho,
Vila linda!”
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DILMA FRANÇA
“SONHOS DE NATAL”
“Eu gostaria de ver
Nem que fosse um minuto
Uma luz brilhar no céu
Anunciando a vinda
De Jesus, o Salvador!
Eu gostaria de ouvir
Nem que fosse um segundo
A voz do meu Redentor
Chamando os filhos seus
Para uma vida de amor!
Eu gostaria, não minto
De um mundo sem maldade
Sem ódio sem desigualdade
Onde a gente pudesse
Viver com serenidade!
Vendo os pássaros em revoada
Entoando cantos de amor!
Eu gostaria, é verdade
De uma vida promissora
De união entre irmãos
De paz para a humanidade
De respeito aos cidadãos!
E assim, quem sabe, um dia
Seríamos uma só família
Muito grande por sinal.
Seríamos um só rebanho
Teríamos um só pastor
E viveríamos, aqui mesmo
Glorificando o Senhor!”
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EUCLIDES CAVACO
“CANTO A PORTUGAL”
“PÁTRIA MÃE”
“Eu sou de Portugal onde a alvorada
Rompe primeiro os céus no Oriente
Onde chega mais cedo a madrugada
E ilumina as manhãs da minha Gente.
Eu sou de Portugal aonde as flores
Exalam mais perfume e são mais belas
Pátria de mil heróis descobridores
Que cruzaram os mares nas caravelas.
Eu sou de Portugal que ao mundo deu
Novos mundos com a sua majestade
Eu sou de Portugal onde nasceu
O fado e essa palavra saudade.
Eu sou de Portugal cheio de história
De gentes destemidas sem igual
Eu sinto no meu peito nobre glória
E brio de ter nascido em Portugal!...”
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Nota Final: Ilustra-se o post com uma Foto original de DAPL: o Sol a nascer no Tejo, "...onde a alvorada / rompe primeiro..."
Adquirido ou “integrado” (?), o Absalon Bank, no Nova Bank, revela-se a verdadeira face de KCC e a estratégia do banco glutão /canibal.
Aplica as intervenções que a maioria de nós desconhece, não cometendo propriamente ilegalidades, mas agindo de forma e de modo a destruir vidas, empresas, instituições, em benefício de poucos, arrastando milhares para a falência, criando falsas crises, de que todos nós conhecemos os efeitos, sem termos sido vistos e achados para a respetiva eclosão. E de que ainda, através da manipulação dos media, nos querem fazer sentir “culpados”, porque “vivemos acima das nossas posses”!
Os clientes do Absalon foram sendo transferidos para o gabinete de crise do Nova Bank.
Isto é, deixam de lhes conceder novos créditos, “renegoceiam” as dívidas, impõem-lhes juros altos, amortizações frequentes e, em escassos meses, levam-nos à falência.
Estes clientes, pessoas e vidas a crédito, são obrigados a vender os seus bens e propriedades a baixo preço, que empresas de fachada, mas pertencentes a KCC, irão adquirir, para posteriormente venderem a outros interessados. Ganham sempre os mesmos, com dinheiros “sem nome, nem dono, nem origem”, que correm para os paraísos fiscais, algures, numas ilhas virgens (!) quaisquer.
(Esquemas que, infelizmente, tão bem conhecemos aplicados não só às empresas, mas aos próprios países!)
Lançam boatos sobre a situação do Absalon e do banco francês, Crédit Vert, que aquele adquiriu, especulam financeiramente sobre as ações desse banco e tentam levar o Absalon à falência. Reúnem secretamente, incluem criminosos procurados pela Interpol, estruturam as suas acções maléficas. (…)
Simon acordou tarde para a catástrofe que ameaça o seu próprio Banco, embalou-se nos cantos de sereia de KCC, de que continuaria gestor autónomo do seu próprio banco, não quis dar ouvidos à irmã nem a Cláudia e, agora, chora o seu infortúnio. Que é apenas uma peça de uma máquina maior, à qual pertence, lhe disse o tubarão com placidez / cinismo, indiferente.
Será que Amanda, Cláudia e Simon ainda conseguirão salvar o seu próprio banco da falência iminente, perpetrada por KCC e o Nova Bank?!
Cláudia faz-se passar por aliada de KCC, mas a forma como este age, apenas a incrimina a ela na criação das empresas de fachada.
Isto lhe esclareceram Mads e Alf, com quem ela se aliou, para tentar apanhar o tubarão. Mas vai ser difícil, que ele não se compromete assinando papéis e praticamente já sabe de que ela não trabalha só para ele. Já mandou segui-la, por Nicky, que, agora, trabalha diretamente para si, que o Sueco reformou-se, embora continuando a fazer estragos…
Mads e Alf continuam a descobrir cada vez mais sobre todo o esquema fraudulento, as teias tecidas por KCC, mas é difícil incriminá-lo.
Aparentemente, tudo segue na lei e ele não toca nem assina papéis sujos.
Através das informações de Cláudia conseguem saber de Sander, do nome falso que usou para fugir da Dinamarca e de como foi parar ao Brasil, juntamente com o Sueco, Bo Petersson, que, aí, o assassinou à queima-roupa, como vimos em anterior episódio, não sei bem qual.
Este Sueco também foi quem atropelou Mia, a jornalista, em episódio que não vi.
Mads e Alf, com os seus métodos nem sempre muito ortodoxos, conseguem saber-lhe a morada, onde vão interrogá-lo. Ele, raposa matreira, faz-se de doente e, a pretexto de ir buscar comprimidos à wc, quase mata Alf.
Valeu-lhe Mads, que, para ajudar o colega, deixou fugir o Sueco.
Salvar-se-á Alf?!
Nicky foi promovido, veste fato e gravata, como se executivo fora, praticamente já não trabalha de mecânico, continua a matar, a agredir, a ameaçar, quase esquece a família e que fará ele quando invadir a casa de Kristina, mulher de Mads, à beira de ser mãe e em risco com a maternidade?!
Mads, assoberbado com o trabalho e as permanentes buscas e peripécias em que a sua missão o envolve, deixa a mulher muito sozinha.
Enquanto ele segue na ambulância com Alf, para o hospital, Nicky prepara-se para lhe invadir a casa e buscar uma pasta que Cláudia aí foi deixar.
O que acontecerá?!
Irão os agentes, Mads e Alf; Cláudia e os irmãos, Amanda e Simon, conseguir travar e engavetar os criminosos?!
A RTP2 tem-se especializado e esmerado nas séries dos países europeus e faz muito bem. Dizem-nos mais. Pelas suas temáticas, mesmo quando provindas dos Países Nórdicos, caso da Dinamarca, de que nos apresentaram, até agora, a inultrapassável “Borgen”, das que abordam temas atuais, e também a muito interessante “A Herança”.
A que atualmente projetam, “BEDRAG”, no original, certamente da palavra dinamarquesa “bedrageri”, fraude, e é esse o título em português: “A Fraude”.
Só peguei na série já na 2ª temporada.
Ocorreu ontem, 28/12/16, o 6º episódio da temporada em curso. Provavelmente estará quase a terminar.
Mundo atual, com todas as suas idiossincrasias. Alta finança, corrupção, canibalismo bancário, políticas e polícias anti fraude, os cordelinhos da lei, que permitem apanhar o peixe miúdo, mas o graúdo, passa pelas respetivas malhas. Aspetos da vida pessoal dos personagens mais marcantes…
Um banco poderoso, “Nova Bank”! (Onde já ouvi este nome tão original (?), e onde já se viu atribuir nome de novo ao que é tão velho?!)
Neste banco, um diretor /presidente / chefe / dono / acionista maioritário, que ainda não fui informado das respetivas funções no organigrama bancário, de nome Knud Carl Christensen - KCC, está fartinho de fazer das suas, (dele!), no banco e na sua relação com clientes e outras instituições, inclusive tendo levado à morte de inocentes, mas que continua cá fora, numa boa, a comandar ações, de actos e ações, de finanças, usando outros como fautores do que é ilegal e/ou criminoso.
“Atualmente”, através do seu Nova Bank, prepara-se para engolir outro banco, com reputação de honestidade e valores diferentes (?!), o Absalon Bank, gerido até aqui, por dois irmãos gémeos, não verdadeiros, Amanda, o cérebro criativo e Simon, mais executivo.
A trabalhar com os dois irmãos, “mano & mana”, está Cláudia Moreno, advogada talentosa que fora tramada por KCC na primeira temporada, no contexto de fraudes ligadas a uma empresa de energia “Energreen”, trama que a levara à prisão com todas as sequelas subsequentes.
Agora, liberta, ainda sob liberdade condicional, procura retomar a sua vida profissional e também pessoal, em que se destaca a tentativa de conquista do afeto do filho, de quem se viu separada e, porque não?, também de um novo amor!
Convém frisar que a sigla KCC também define uma firma de uma holding, sediada nas Antilhas Holandesas. O esquema de que estamos pelos cabelos, de tanto o constatar nas nossas tristes realidades!
Cláudia está a fazer tudo por tudo, para que o dito cujo KCC seja apanhado, como merece. A sua associação aos manos vem nesse contexto e objetivo.
No combate à fraude, uma Unidade Anti Fraude, nela pontificando dois polícias Alf e Mads, que tudo fazem, com profissionalismo e algum sentido de missão e ideal, para conseguirem apanhar os criminosos, que estão muito bem blindados, com todos os suportes habituais nestes esquemas, infelizmente demasiado verdadeiros.
As investigações e perspetivas dos vários intervenientes, focalizadas em KCC, (uma espécie de DDT?) hão-de cruzar-se e, certamente, engavetar o manda chuva.
Assim esperamos a não ser que os guionistas queiram prolongar a temporada ou, para nossa desgraça e frustração, imitar a realidade.
Voltando a KCC, que manipula a narrativa da estória, ele dispõe de personagens que executam ou mandam executar as tarefas violentas e ilegais.
Um, marcante, intermediário primordial, é designado como Sueco, certamente devido à sua naturalidade: “Svenskeren”. Significa sueco em dinamarquês?
Este é o mandante das ações violentas, agindo às ordens de KCC.
Por sua vez, delega estes atos, pois tem às suas ordens um mecânico de automóveis, seu homem de mão nos atos de violência ou fora da lei: roubos, colocação de escutas, vigilância e entrada abusiva em domicílios, … E, por vezes, mortes. Que me parecem ter acontecido mais por acidente, descuido e inépcia do autor, rapaz meio destrambelhado, de nome Nicky, marcado por uma infância violenta, passivo de agressões paternas.
Este executa tudo quanto é ilegal, já tem à sua conta algumas mortes, ocorridas nem sempre de forma direta e intencional, e agressões, inclusive ao agente Mads.
Já se cruzaram várias vezes, esteve quase a ser descoberto, neste 16º episódio, na casa onde sequestrara a jovem que viria a morrer.
A narrativa encaminha-se para esse cruzamento acontecer, e quando tal ocorrer e simultaneamente a investigação dos agentes anti fraude se encontrar com os conhecimentos da advogada talentosa, Cláudia Moreno, e concernentes investigações, teremos o clímax do enredo.
Teremos?!
Depende do guião ou guiões previstos e do eventual, hipotético e sempre possível prosseguimento da narrativa em futuras temporadas.
Que os guionistas, quando tal lhes convém, esticam o conteúdo narrativo até ao limite, por vezes, enredando, por demais, o enredo!
Por agora, aguardemos o resultado da OPA do Nova Bank sobre o Absalon Bank.
E, como sempre, fica muito por contar. E personagens de que falar!