“Uma Aldeia Francesa” - Temporada 6 – Episódio 10
(Episódio Global nº 58)
(17 de Junho de 2016)
RTP 2
Episódio 10 – “La Loi du Désir” – “A Lei do Desejo”
Setembro de 1944
“Dez milicianos são executados, no fim de um processo falseado. Bériot propõe a Antoine, que encetou uma relação com a irmã de um miliciano, de se tornar chefe da polícia.” (…)
O Rescaldo da Festa
A festa foi de arromba. Deu para beber, dançar, namorar, curtir, não sei se este termo já seria utilizado na época. Muito menos o outro, atualmente muito usado entre as camadas jovens, para significar o que também deu para fazer.
Antoine, já informámos, chegou, finalmente, aos finalmentes! Com Geneviéve, que é assim que se chama a moça, Genoveva, em português, ou Veva ou Vevinha, para ser mais querida!
Pelo caminho, pôde observar no jipe americano, um militar numa “à americana”, com uma francesa. Talvez tivesse ficado mais motivado e o bom vinho também terá ajudado, para além, ou primordialmente, de “a lei do desejo”.
O berbicacho foi quando Veva o informou que era irmã de Alban.
“Após o Conselho de Guerra, se te vir por estas paragens, mandar-te-ei prender”, ameaçou Antoine.
E decorreu o falso julgamento.
Previamente discutiram quem haveriam de condenar ou não à Morte!
Daniel Larcher conhecedor de que Bériot já havia encomendado catorze caixões, através de Jeannine, denunciou o facto na própria sessão e abandonou a defesa.
Anselme, prático, mas também idealista e sonhador e face ao tipo de França que estavam a construir, oposta a todos os seus ideais, também abandonou o “tribunal” improvisado.
Foi prontamente substituído por Antoine, que ficou a presidir. Outro funcionário, nomeado por Bériot substituiu aquele como Juiz.
Numa interrupção realizada, foram definidos os que iriam ser condenados à Morte e os que iriam ser remetidos para futuro julgamento a realizar em Dijon.
Nalguns não havia dúvidas. Haviam entrado há pouquíssimo tempo na milícia.
Relativamente a Alban havia hesitações. Matara as duas crianças, mas salvara Antoine e Suzanne de morte certa. Fora amigo de Antoine.
Também se confessara e obtivera o perdão.
E era irmão de Genoveva. (Mas que tem esse facto de relevante, dir-me-ão...)
Havendo dúvidas entre os juízes, sobre este último caso, ficou decidido que o veredicto final seria de Antoine, o presidente do conselho de guerra!
E caríssima leitora, caríssimo leitor, que acha que Antoine decidiu?!
(...)
Pois, precisamente, Alban foi um dos milicianos que foi remetido para futuro julgamento.
Voltamos atrás.
Na primeira reunião preparatória do conselho de guerra, realizada em casa de Bériot, quando definiam quem constituiria o pelotão de fuzilamento, ouviu-se um grito lancinante proveniente do andar de cima.
“É a minha mulher, Lucienne!”, informou Bériot.
E dirigiu-se ao quarto onde ela se encontrava, aquele em que convalescia Kurt, que ela, inesperadamente, acabara de encontrar morto!
Lucienne estava destroçada! (...)
“Quer que a deixe sozinha para que possa velá-lo tranquilamente?” “Os meus pensamentos estão consigo.”
Nem mais nem menos, que este Bériot saiu melhor que a encomenda.
Mais tarde, velariam o defunto.
E definiriam o nome a atribuir-lhe, que não podiam designá-lo com o nome próprio, que era alemão: Kurt Wagner.
Analisando significados e semelhanças linguísticas e afinidades familiares, consensualmente, batizaram-no com um nome francês: Étienne Charron.
Drº Daniel Larcher preencherá, (?) a certidão de óbito, na expetativa de aliviar a pena da sua amada (?) Hortense.
Anteriormente, já Bériot o tentara aliciar para trabalharem juntos na recuperação de Villeneuve!
“É um dos poucos com atitudes humanistas!”
“Sou colaboracionista!”
E os milicianos condenados à morte são colocados nos postes de fuzilamento.
E Antoine, nomeado chefe da polícia, dirige o pelotão. Mas concede, como é de lei, a concretização de um último desejo aos condenados.
E o chefe, Blanchon, provocatoriamente, começou a cantar o hino dos milicianos (Chant des Cohortes?), sendo seguido por todos os outros.
E, não sei como nem porquê, não conheço assim tanto da História de França, aquela cantilena teve um efeito aniquilador em Antoine e em todo o pelotão, que se tolheram em disparar.
E foi preciso Suzanne agir, que é uma mulher de armas, assumir o comando do pelotão, ordenar que disparassem, ela própria ser a primeira a fazê-lo, sendo seguida pelos restantes.
Finalmente os corpos ficaram murchos na base dos postes!
E já que pegámos em Suzanne...
Lembrar-nos-emos que, no episódio anterior, ela fora visitar a filha, obrigações de mãe, abandonando o baile e Antoine, que aproveitou a liberdade concedida e conquistou a sua própria liberdade e autonomia.
Ao regressar, perguntou por ele.
E, no conselho de guerra, vendo novamente a tal moça, que agora sabemos chamar-se Geneviéve, ou Genoveva, se preferir, irmã de Alban, a encarar Antoine e o constrangimento deste, questionou-o: “Conhece-la?”.
“Vou ter que lhe dizer que já tens dono!”
(Mal sabia Suzanne, que a dona já era outra.)
Foi visitar a sepultura do seu amado defunto, Marcel, com ele falando sobre o novo mundo em que ele vaguearia. Moças? Reuniões de célula?!
Surgiu uma linda raposa vermelha. Só faltou um Príncipe Encantado, que o supostamente dela arranjara nova dona.
E foi esta dona, Geneviéve, que foi visitar o novo chefe da polícia, Antoine, para lhe agradecer de Alban.
Antoine mandou-a voltar um ou dois anos mais tarde.
Mas a moça estava cheia de pressa e houve uma conversa privada no gabinete do chefe.
E beijos, também. Que ela é decidida!
E Antoine aconselhou-a a esconder-se durante algumas semanas que “atualmente ser miúda de boche e irmã de miliciano não é boa coisa”.
Mas, pelos vistos, a rapariga não foi precavida, nem seguiu a sugestão do amado, ou estava por demais confiante de que o agarrara pela gravata... e voltará a surgir na delegacia da polícia, quase arrastada pelos novos polícias, ex-refratários e ex-resistentes, que também a reconheceram como a rapariga do célebre banho do lago e, molestando-a, traziam-na para a esquadra.
E, perante Loriot e Suzanne, que interpelava Antoine: “Afinal quem é esta moça?”
Este respondeu: "Deixem-na! Ela está comigo!”
E assim se deu mote ao: “Adeus Suzanne!”
E faltou-nos falar sobre Rita e Ezechiel que foram viver juntos na casa deste.
Sobre David que adoeceu e sem remédios nem médico, que Larcher estava ainda no tribunal, por sugestão de Sophie, oraram convictamente.
E Daniel melhorou.
E Ezechiel fala em ir para a Palestina e incita, convida, Rita a acompanhá-los, que poderiam formar uma família.
E vai ao mercado negro obter comida, umas fatias de presunto, obtidas a troco do seu relógio antigo.
Mas, antes dele chegar, quem chegou foi o indesejado (?) Marchetti.
E perante a chegada de Ezechiel, Rita recambiou-o para o sótão.
Vamos a ver no que vai dar tudo isto!