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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (XI)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

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Introdução:

 

Neste Post nº 513, concluo a divulgação de Poesia da XX Antologiada da APP - 2016!

Neste 11º Grupo, e último, figuram: Natália Fernandes, Paula Laranjo, Rosa Redondo, São Reis, Teresa Duarte Reis, Teresa Ruas e Virgínia Branco.

De cada um dos antologiados, selecionei uma Poesia, como habitualmente.

(Rosa Redondo e Virgínia Branco já figuram no blogue, no âmbito da XIII Antologia do C.N.A.P. – Círculo Nacional D’Arte e Poesia.)

 

Aprecie, caro/a Leitor/a, se faz favor!

 

Assim, comemoramos também este Mês, Março, dedicado à Poesia!

 

 

Foto original DAPL 20160604.jpg

 

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NATÁLIA FERNANDES

 

“HORIZONTES DE SONHO”

 

“Em teares de nostalgia

pinto horizontes de sonho

e remansos de magia…

 

Ao sulcarem minhas veias

os rios da emoção

meu pensamento é a tela

onde surgem devaneios…

 

A outonal madrugada

de lírios é perfumada

e aflora meu coração

fugidia ilusão.

 

Flutuo e bebo sonhos

e em leveza, os sentidos

pincelam as noites brancas

de mil anseios retidos.

 

Sorvo no degrau vencido

gasto pelo tempo ido

fragrâncias d’amor em mim

rejeitando ainda o fim…

 

Pintada que foi a tela

eivada de sentimentos

a bordar ternos momentos,

dispo-me desta ilusão

desfazendo a “veste” aos ventos…!”

 

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PAULA LARANJO

 

“MAR”

 

“Trazes um sopro

de magia

enrolada

numa onda.

 

Trazes o encanto

de um olhar

que embeleza

o teu mar.

 

Trazes a luz

enfeitiçada

que enlouquece

a madrugada.

 

Trazes o brilho

incandescente

que permanece

eternamente. ”

 

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ROSA REDONDO

 

“SONHO DESFEITO”

 

“Ando hoje ao sabor das memórias

Balançando entre sonho e fantasia

Cantando momentos de glórias

Dum tempo passado… alguma alegria.

 

Enquanto em teus braços me acariciavas

Falavas de amor com tanta magia

Ganhava mais alento quando tu chegavas

Horas eram dias… quando não te via.

 

Indiferente seguia sem ver o abismo

Já na Primavera me pareceu Inverno

Levantei-me um dia e foi como sismo

Meu olhar turvou-se o Céu fez-se Inferno.

 

Naquela manhã perdi toda graça

Os olhos choraram tristes, minhas penas

Pintei outro quadro e sem carapaça!

Quantas amarguras deixei em poemas.

 

Rasguei essas cartas, que encantada li

Senti raiva e dor, até quis morrer!

Traição engendrada foi isso que vi

Um amor assim, não sei descrever.

 

Vieste… cruzaste este meu caminho

Xadrez foi o jogo… comigo jogaste

Zombaste e perdeste amor e carinho.”


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SÃO REIS

 

“BOA SAMARITANA”

 

À querida Doutora Madalena Perestrelo

Centro de Saúde de Marvila”

 

“Eu amo pra sempre a Doutora Madalena

Ela prós seus doentes é atenciosa

E possui aura tão maravilhosa

Exala luz e perfume… verbena!

 

É linda!... E como eu tão pequena

Sempre vi a Doutora mui graciosa

Para os seus doentes é muito bondosa

Pra mim teve sempre conversa amena!

 

A Doutora é muito profissional

Abraçou a Medicina… nobre Ideal!

Nesses conhecimentos é soberana!

 

Sua acção médica é cheia de luz

Será talvez inspirada por Jesus

Pra nós é bem Boa Samaritana.”

 

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TERESA DUARTE REIS

 

“POESIA ALADA”

 

“A sombra das flores perfumam os prados

Ensejo de paz nos campos em flor

É o despertar da vida no silêncio campestre

Em doce melodia, num grito de amor.

 

É poesia alada, brincando com o vento

Poisando sobre o trigo, cheirando o jasmim

É o macio das papoilas bordando as searas

Em ternura de abraços que envias para mim.

 

Ai, doce ternura sinto também no luar

Como a embalar os meus sonhos na lonjura

Quando o dia fechou os olhos de mansinho

 

Sinto que me olhas em meu sonho, na saudade

Qual ave debicando das flores a ternura

Na esperança do encontro em doce ninho. ”

 

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TERESA RUAS

 

“PORQUE FAÇO POESIA?”

 

“ Já na Primária eu pedia

Para redigir em verso.

A professora sorria,

Incentivando-me o jeito,

E essa redacção surgia

Com a maior alegria

Sobre qualquer tema eleito.

 

Era como água a brotar

Meu olhar de verde esperança…

Minha forma de cantar

Os meus sonhos de criança.

 

Ter um poema no sangue

É isto, de não saber

Que, sem termos quem nos mande,

Já o estamos a fazer.

 

É ferida que fica aberta.

Seiva de vida que corre

Pela tua vida incerta…

Ainda que sejas nada

Não podes ficar parada,

Porque esta seiva Não morre!”

 

 

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VIRGÍNIA BRANCO

 

“A LENDA O POETA E A VIDA!”

 

“(A um Poeta)”

“Parnaso sugeriu a forma da tua poesia.”

 

“Ainda em embrião visitaste o templo de Atenas

e foste testemunho, do amor e da paixão

de Posidon (“Rei dos mares e dos cavalos”)

por Medusa, sua amada!

Pégaso nasceu desta paixão firmada.

Um cavalo branco, alado,

que em seu voo te levou

até ao Monte Helicon,

onde residiam as musas.

Pégaso no seu cavalgar

Imprimiu uma patada, que se firmou

Nas terras do Monte.

E qual poço artesiano; eis que

muita água dela brotou!

Hipocrene foi o nome dessa fonte.

Tu Poeta saciaste nela as tuas sedes;

Verdadeiro amante da clássica Poesia.

Apolo partilhou contigo, a magia

da ambrósia que te alimentou

e te ofereceu a imortalidade!

Ao fim de 9 meses impunha-se a natalidade;

Pégaso voo por terras e mares chegando contigo ao Tejo,

onde as ninfas te beijaram.

E uns braços maternos te acolheram e amaram!

O mesmo mar e rio que viu partir as Caravelas,

te ofereceram muita inspiração,

de que és fonte perene…

Porque bebeste a água de Hipocrene!”

 

 

*******

Notas Finais:

- Este é o último grupo de antologiados de que apresento um texto poético, de entre os que foram dados a conhecer na XX Antologia da APP.

- É natural e possível que tenha cometido algum erro, involuntário, frise-se.

- Se por acaso observar alguma incorreção, agradeço que me dê conhecimento, se faz favor!

- Se quiser ter acesso a cada Grupo de Antologiados, basta clicar, em cada palavra assinalada neste período!

 

(A Fotografia é um original D.A.P.L. 2016.)

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (X)

A Nossa Antologia

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

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Introdução:

 

Continuo na divulgação de Poesia da XX Antologia da APP - 2016!

 

Neste 10º Grupo, Mabel Cavalcanti, Maria Alcina Magro, Maria José Reis, Maria Graça Melo, Maria Vitória Afonso, Mário Bragança e Mário Vitorino Gaspar.

 

De cada um, selecionei uma Poesia, como habitualmente.

 

Cabe a si, caro/a Leitor/a, apreciar!

 

Foto original DAPL 20160725..jpg

 

 

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MABEL CAVALCANTI

 

“ ESQUEÇAM, PARA LEMBRAR”

 

“ Esqueçam tudo que eu já sofri

Pois hoje renasci

Sou toda primavera

Renasci de amor em outra terra

Num inverno onde quase morri.

 

Foi aquele ali

Que me devolveu

Todas as estações

E hoje sou flor

Sou chuva e sabor

Num outono de amor

Desse verão

 

Apaguem minhas notas tristes

Aquela lá já não existe

Hoje sou bem melhor

Sou amor e sou amada

E ando acompanhada

Numa linda estrada

De girassol.

 

Esqueçam meu ontem chuvoso

E vejam que sol maravilhoso

É o meu andar

E deixem que eu cante a minha esperança

Nessa noite sempre criança

Esqueçam

Para se lembrar

Que só o amor, eterna semente

É meu futuro e presente

É o que me faz cantar.”

 

*******

 

MARIA ALCINA MAGRO

 

“A TUA AUSÊNCIA”

 

“Em silêncio, ou por palavras desconhecidas dos poetas,

gostava de te dizer o que sinto com a tua ausência,

o que sofro com a tua partida,

o que penso, com o teu silêncio.

 

O Sol enche de luz a minha casa,

as pombas espreitam às janelas

e sentam-se, descaradamente, na varanda.

 

As abelhas vêm beber a água dos vasos

e beijar as pétalas macias e coloridas das flores.

Viajo com as águas do Tejo que vejo correr

para o mar, lá longe, em Cascais.

 

Tenho saúde, agradeço este dia

em que contemplo a beleza do mundo,

e sinto bem fundo o amor que alimento.

 

Vivo com esta desmedida nostalgia,

com esta profunda saudade

humedecida nas paredes do meu peito

no momento em que me deito,

no momento em que me levanto.”

 

 

*******

 

MARIA JOSÉ REIS

 

“ALVORADA”

 

“Vejo nascer doirada a madrugada

Alegria renasce a cada instante,

Já vejo o claro dia alvoraçada

Essa dispersa luz tão madrugante!

 

Infinita alegria misteriosa

A aurora desperta com sua graça,

Inundando a paisagem radiosa

Cobrindo de harmonia a quem passa.

 

E no imenso altivo horizonte

Ouço chilrear aves matinais

E água a sair na clara fonte.

 

É o conhecimento p´lo amor

Duma vida florindo sempre mais

Em uma madrugada sempre em flor!... ”


*******
MARIA GRAÇA MELO

 

“AMOR ETERNO”

 

“No espanto dos teus olhos me espanto

Sempre e quando me perguntas inocente

Se o mundo vai girando e a gente

Continuará a se amar tanto, tanto

 

Não sei que responder mas de repente

Sinto em nossos corações o mesmo pranto

A dizer-nos que este amor é sacrossanto

E em nós, irá durar eternamente…

 

Este laço que nos une é permanente

Seiva e sangue a correr pelas artérias

Que a sábia natureza não desmente

 

E pr’além de todo o amor, o nosso alento

Haverá dentro de nós marcas etéreas

A servir às nossas almas de alimento…”

 

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MARIA VITÓRIA AFONSO

 

“AGOSTO”

 

“Avança o tempo, surge o mês de Agosto

Em casa permaneço assim calada

Deixa Deus que esse tempo, que não gosto

Se eclipse e doutro mês surja a madrugada.

 

Aqui encontro-me eu a contragosto

Desse meu Alentejo já exilada

Grita a saudade; a alma com desgosto

Perde a serenidade costumada.

 

Está-me assim, doendo a solidão

E sinto forte a falta de convívio

E nas horas de plena evocação,

 

Eis meu ser mergulhado no declívio

Deus me dê o alento e reflexão

Me traga, à soledade, pleno alívio.”

 

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MÁRIO BRAGANÇA

 

“MULHER BONITA”

 

“Se mais bonita é a mulher

Mais bonita ela quer ser

Faz tudo que pode e quer

Para bem melhor parecer

 

A mulher é uma beleza

Para o homem tentação

Mas nunca tem a certeza

De um dia a ter a mão

 

A mulher é importante

No mundo em que vivemos

Perdem tudo num instante

Se as não compreendemos

 

Os dons que a mulher tem

Fazem sempre companhia

Deles se orgulha e bem

Para lhe dar força e alegria

 

Atributos da mulher

Por vezes exagerados

Ela aumenta o que poder

E nunca são censurados

 

A mulher comanda a vida

Se nasceu para comandar

É uma vida bem vivida

Quando os dois se estão amar”

 

*******

 

MÁRIO VITORINO GASPAR

 

“A NUDEZ”

 

“A Princesa de nome Rosa,

na parede Jesus!

Brota uma só gota lacrimosa

nos esbeltos seios nus!

- Nua, sem vestido?

A Princesa a Deus implora

- … Não faz sentido!

Outra lágrima e chora.

 

- Nua… Sem vestidos,

só joia de brilhantes?

Nos seios recém-nascidos

baú de ouro e diamantes?

Joias! São peças únicas,

verdade! E de certeza,

nem sequer umas túnicas

cobrem a linda princesa?

 

Dançam nos seus olhitos…

Lágrimas! São folhas caídas,

gotículas aos saltitos,

nas curvas proibidas!

Cristais crescem sem nexo,

ninho que o choro nobre,

na virgindade do sexo,

 a nudez não encobre!

 

A criança é nua ao nascer –

e disso não há engano

- Veste-se até morrer,

nem que seja com um pano.

Sai uma lágrima cristalina

e a nudez é de nascença,

sendo ela tão divina…

Qual a diferença?”

 

*******

Notas Finais:

- Este é o penúltimo grupo de antologiados de que apresento um texto poético, de entre os que cada um deu a conhecer na XX Antologia.

- É natural e possível que tenha cometido alguma gaffe.

- Se, por acaso, verificar algum erro “tipográfico”, ou de outro tipo, involuntário, frise-se, agradeço que me dê conhecimento, se faz favor!

- Clicando, em espaços especificamente assinalados, poderá ficar com uma ideia significativa sobre a Antologia.

 

(A Fotografia é um original D.A.P.L. 2016.)

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (IX)

A Nossa Antologia

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

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Foto original DAPL 2517.jpg

 

Introdução:

 

Continuo na divulgação de Poesia da XX Antologiada APP - 2016!

 

Neste 9º Grupo, quatro Poetisas e um Poeta:

- Landa Machado, Liliana Guerreiro, Liliana Josué, Lu Lourenço e Luís Branco.

 

De cada um, selecionei uma Poesia, como habitualmente.

 

Aprecie, caro/a Leitor/a.

 

 

Foto original DAPL 2016

 

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LANDA MACHADO

 

“SE QUERES SABER”

 

“Se queres saber de mim

Numa tarde de sol-pôr

Pede às rosas no jardim

Que te mostrem sua cor

 

Se quiseres entretanto

Saber de mim com certeza

Estarei em qualquer canto

Onde houver amor, beleza

 

E se de mim tens saudade

Longe não precisas ir

Estou onde há amizade

E alguém saiba sorrir

 

Se me queres encontrar

Pergunta à noite estrelada

À luz branca do luar

Vou subindo a minha estrada”

 

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LILIANA GUERREIRO

 

“LISBOA”

 

“Acabaram as férias e eu regresso do Sul

Com a alma cheia daquele mar manso e quente

Vejo um belo céu tão brilhante tão azul

Tornando a luz de Lisboa resplandecente

 

Entro na ponte atravessando o rio Tejo

As saudades, que eu já tinha, vão embora

Minha cidade, não sabes quanto te desejo

Quero passear nas tuas ruas, a toda a hora

 

As tuas cores, os teus cheiros, os teus sons

Envolvem-me com tanto carinho e tanto amor

Enchendo-me de tanta força e tanta energia

Fazendo desaparecer toda a amargura e dor

 

Depois de chegar a casa, abro todas as janelas

Para ver teu lindo sorriso dourado pelo entardecer

Antes que o sol se vá embora com as estrelas

E as sombras da noite brinquem até amanhecer”

 

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LILIANA JOSUÉ

 

“POEMA DEDICADO A ELES”

 

“ Vivo a solidão do tempo

no verde de cada folha

deste espaço que era vosso

 

a ti mãe eu dava a mão

numa indefinida e disfarçada ternura

não queria que te afoitasses

na erva mal aparada

ou no degrau do portão

 

a ti pai oferecia um sorriso

discreto e meio embaraçado

por me pareceres sempre mais longe

mesmo que tão unido ao meu peito.

Junto ao poço pejado de rachas e musgos

permanecíamos em cúmplice silêncio

em jeito desajeitado

que para nós era perfeito

 

voltem para mim

fazem-me falta

mesmo no meu sono fatigado”

 

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LU LOURENÇO

 

“MEU CANTO NA CIDADE”

 

“Estes blocos de cimento

que vejo da minha janela

são desalento, cansaços,

Infância sem mimo e regaços,

jardins com sebes e vento.

 

São o céu enegrecido

com densas nuvens cinzentas,

trovoada, enchente e lama,

nestas gentes da cidade

que tem pão e agasalho

mas vivem sem irmandade.

 

Ah, se umas gotas de orvalho

viessem humedecer

o horizonte na janela!

Eu seria barco à vela,

Borboleta em voo alado,

Primavera a acontecer,

E a alegria de viver

num jardim à beira-mar

sem blocos de cimento armado

P’rós meus sentidos turvar.

 

Baloiço no meu quintal,

entre azedas e papoulas,

sem medos, freios, algemas.

E o sol, a pino, a brilhar

Sem blocos de cimento armado

P’rós meus sentidos matar.”

 

*******

 

LUÍS BRANCO

 

“QUEM ÉS TU”

 

“Quem és tu que interrompestes-me em meio à multidão?

Quem és tu cujo olhar penetrou-me a alma e descobriu o

menino que abriga-se em mim?

Quem és tu que com tuas lágrimas regastes a minha esperança?

Quem és tu que do nada criastes-me um novo mundo?

Quem és tu que atraiu-me para mais perto?

Quem és tu que fizestes com que as minhas mais sólidas

estruturas balançassem  com o soprar das palavras que saiam da

tua boca?

Quem és tu cujos lábios despertaram-me a fome?

Quem és tu que abristes a gaiola onde jazia minh’alma?

Quem és tu que como as filhas de Aqueloo fizestes-me

adormecer para a razão?

Quem és tu que tornastes-me o adeus uma tortura cruel?

Quem és tu que fizestes com que meu coração acelerasse seus

batimentos?

Quem és tu que fizestes com que a minha respiração fosse

alongada?

Quem és tu que fizestes-me agir como menino?

Quem és tu que com tuas lágrimas fizestes-me chorar por

dentro?

Quem és tu que com teu sorriso levastes-me ao devaneio?

Quem és tu que fizestes-me sonhar com o impossível, desejar o

inalcançavel, querer o proibido, amar profundamente o

efêmero e tocar o intangível?

Minha agonia é saber que talvez nunca te conheças.

Minha agonia é conhecer todas as distâncias que nos separam.

Minha agonia é sentar-me aqui e escrever meus versos, versos

invólucros, versos que talvez nunca leias e que a ninguém

importa.

Minha agonia é ser assim, sentimento.”

 

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Notas Finais:

- Se alguém de entre os Antologiados, neste grupo ou em qualquer dos anteriores, não concordar com a divulgação, agradeço que me comunique, Se Faz Favor.

- Se, por acaso, verificar algum erro “tipográfico”, ou de outro tipo, involuntário, frise-se, também agradeço que me dê conhecimento.

 

(Fotografias originais D.A.P.L. – 2015 - 2016.)

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (VI)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

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nuvens. Foto original DAPL 2016jpg

 

Introdução:

 

Finalmente consigo organizar-me para dar continuidade à divulgação de Poesia da XX Antologia da APP – 2016. Agora um sexto grupo, neste post nº 490.

Este será o grupo dos eFes, em que também me incluo.

Seguem-se os Poemas de: Feliciana Garcia, Felismina Mealha, Fernando Corte Real, Fernando Sousa, Filipe Papança, Filomena Fonseca e Francisco Carita Mata.

 

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Flor. Foto original DAPLjpg

 

FELICIANA GARCIA

(Maria do Tempo)

 

“POEMA DEDICADO À MINHA FILHA (MÃE)”

 

“Aquele pedacinho lindo

Que um dia de mim nasceu,

É hoje, mulher e mãe.

E tem tal e qual como eu,

Dois pedacinhos também.

 

Abençoai-nos Senhor,

São pedacinhos de mim

Gerados pela linda flor,

Que nasceu no meu jardim.”

 

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papoilas. Foto original DAPL 2016 jpg

 

FELISMINA MEALHA

 

“PEQUENA ODE AO BERÇO”

 

“Abres-te a Sul como quem diz:

“Sejam Bem-vindos!”

E, desde o Moinho do Nica

Desces pressurosa até à quinta!

Aí, espraias-te, como um mar chão…

E abres a nossos olhos, as belas terras do Pão!

Ferragial da Volta

Cerca Grande

Cerca do Sr. Loução…e,

Ao fundo… a Corte com a charneca…

Os Barrancões, a Crimeia…

E caminhas abrasada, até ao Garvão!

Por esses caminhos, quantas estórias

Meu irmão?

A Funcheira, em cujo cais, tantas lágrimas,

Foram ali derramadas

Em cada separação!

A escola! A algazarra!

A brancura das batas

As canções de roda

As Amoreiras, o muro

As letras… o futuro!

O tempo escuro, muito escuro…

Mas, ao fundo, a luz da esperança!

A casa! Oh, a casa!

Lugar onde sempre encontrei

A força, a coragem, a preocupação, a luta!

A abordagem dos temas, os lemas…

O carinho, a alegria, a segurança!

A vida, ofereceu-me sem reservas

Uns olhos de ver contente,

A minha terra, a minha gente!

O meu chão seco, ou florido,

E as aves voando em bando

Acordando este meu grito!

Ia atrás delas, voando

Com minhas asas de sonhos

Cheia de sonhos…cantando!

Havia naquela casa

Dois pares de olhos tão belos

e dois corações tão perfeitos,

que me fizeram pensar

Que o mundo se multiplicava

em corações e olhares

Daquele jeito… perfeito!

Oh! Como eu guardo dessa casa

E desses corações, as asas

Com que voei tanta vez,

até cair e acordar desse sonho tão bonito…

Tão perfeito, que o bendigo,

por dele me recordar!

Terra! terra de cheiros agrestes

da esteva, do rosmaninho,

do alecrim, da arruda…

Terra muda, mas gritando

a fome desses teus filhos,

Que desde muito novinhos,

Saudosos… te iam deixando!...

Terra, que tanta luz me ofereces-te

Tanta beleza me deste

Tanto verde salpicado de amarelo,

Aonde esse Sol tão belo, se revia namorado!

Oh terra onde nasci!

Nunca me esqueço de ti,

O meu presente…é passado!

Cantar-te-ei minha terra

Ao Sol nascente de Julho

Ao Sol poente de Agosto

Ao Sol rubro de Setembro, prometendo…

Um amadurecer dos frutos

E de homens resolutos

Que vão nascendo e morrendo

Tanto vermelho papoila

Gritando na Planície,

E desenhando nos trigais

Verdes-rubros, por de mais…

Uma Bandeira de esperança!

Uma Bandeira, Saudade,

dos meus dias de criança!”

 

 

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concha. Foto original DAPL 2016 jpg

 

FERNANDO CORTE REAL

 

“CASCA DE NOZ”

 

“Eu…

 

Que me sinto às vezes uma casca de noz

E como um barco desço o rio das madrugadas

Que tenho no teu corpo a mais bonita foz

Sou um tonto à deriva nestas águas inspiradas.

Eu…

Que por vezes não entendo os teus sinais

Nem tenho na distância o sabor da felicidade

Que desejava ver no silêncio dos meus ais…

Só me afundo no perfume de uma saudade.

Eu…

Que nesta vida não sou mais nem menos

Nem quero a distinção de quem passa por mim

Que a diferença só traz sonhos obscenos

E todos vamos caminhando para o mesmo fim.

Eu…

Que ando nesta selva de gritos prepotentes

Em que as árvores morrem sem saber porquê

E não é o vento que nos mata as sementes

Mas o poder com o machado que ninguém vê.

Eu…

Que já estou cansado de não ter o sossego…

A Paz que desejava quando quero aqui escrever

Não as palavras a que o mundo tem apego

Mas tudo o que me impede de ser livre e o dizer.

Eu…

Que levantei o rosto para ver a desgraça

Daqueles a quem são negados direitos universais

Navego por este rio e digo a quem passa…

Eu sou poeta, às vezes casca de noz, e nada mais.”

 

 

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Rio. Foto original DAPL jpg

 

 

FERNANDO SOUSA

 

“DESPRENDIMENTO”

 

“Deixo nas águas deste rio,

Em que me apraz navegar.

Ansiedades que viveram comigo,

Que jamais poderei guardar!

 

Sigam livres nestas águas,

Tristezas que não posso conter.

Recordações de sofridas mágoas.

Ressentimentos do meu viver!

 

Acompanhem estes barcos rabelos,

Para destinos de outros marinheiros.

São passados, que não quero contê-los,

Mesmo sendo meus velhos companheiros!

 

Ide! Naufragai nas águas deste rio,

Encontramo-nos no fundo do mar.

Companheiros de tempo perdido!

Recordações que não quero guardar!...”

 

 

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raio de luz. Foto original DAPLjpg

 

FILIPE PAPANÇA

 

“DIVINA MISERICÓRDIA”

 

“ Na penumbra da escuridão acende-se

uma pequena Luz…

 

Ó bondade infinita…

 

Beatífica visão…

Absoluto perdão!

 

Eterna saudade!

Sonho de eternidade…”

 

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casa. Foto original DAPL jpg

 

FILOMENA FONSECA

 

“RECORDAÇÕES”

 

“De regresso à velha casa

as trepadeiras decoram o telhado

e as velhas figueiras

lembram vazios nunca preenchidos.

 

Com um olhar firme

varre toda a sala

tantas vezes limpa

com suor e lágrimas da mãe.

 

Foi há muito tempo…

 

Mas não há tempo

no coração

duma criança. ”

 

 

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FRANCISCO CARITA MATA

 

EI-LOS QUE VÃO…”

 

(Como este poema já figura no blogue, fará o favor de clicar no respetivo título, para aceder à correspondente leitura. Obrigado!)

 

 E, como hoje é um Dia especial:

 Uma Flor!

 "Tempo de Poesia"

A Poesia de Jorge de Sena

Poesia em Régio 

 

 

As Fotografias são todas originais de D.A.P.L. - 2016, tiradas em vários locais do País: Alentejo, Algarve, Grande Lisboa. Fazem parte de um acervo de que disponho e com que, habitualmente, ilustro os posts. De uma forma bastante livre, é certo. O que se verificará também neste, no respeitante aos vários Poemas. Me desculpem os Poetas e Poetisas! Mas lembremo-nos do conceito: "Liberdade Poética"!

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (II)

“A Nossa ANTOLOGIA

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

Solar Zagallos Foto original DAPL 2015.jpg

 

Introdução:

Conforme prometido, divulgo, no blogue, um segundo conjunto de poesias.

Autoria de:

- António José da Silva, António Pais da Rosa, António Teles, Aurélio Tavares.

 

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ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA

 

“POEMA DUM DIA AUSENTE”

 

“Hoje não te vi, nem li, nem ouvi…

Vi o teu corpo como se fosses pedra,

esculpida no colo do meu poema.

 

Ontem, falámos muito… Deixaste-me letras que só nós

sabíamos,

Decifrámos palavras que só nós entendíamos!

e quando apaguei a luz, desliguei a própria lua, e disse-te:

Até amanhã, anjo!...

 

Depois dormi como tempo, e sabia que ao acordar tinha uma

palavra tua… e tive!

Mas sabia que hoje não estavas, não me decifravas, nem me

lias, nem ouvias.

 

A tua imagem soprou nos meus cortinados, trazendo os teus

lindos olhos de veludo.

Esperarei por ti!... Porque me disseste que vinhas.

Hoje!...”

 

*******

 

ANTÓNIO PAIS DA ROSA

 

“CANAS DE SENHORIM”

 

“Tua beleza talhada,

Com cores do meu pensamento,

Em ouro foste gravada,

Como era meu intento.

 

És a luz do meu olhar,

A beleza do meu ser,

Não te posso olvidar

És fulcro do meu viver.

 

Quando lá longe… bem longe,

Em terras ricas, pomposas,

Seguia-te, como monge,

Meu rico jardim de rosas.

 

Quero avivar meu passado,

Ser refém do meu presente

Ou de um futuro sonhado,

Mas tão frágil como ausente…

 

E, assim, CANAS te vejo,

Dar brilho ao meu ser,

E, como último desejo,

Vou cantar-te até morrer.”

 

*******

 

ANTÓNIO TELES

 

“TUDO TEM UM TEMPO”

 

“Neste momento eu queria estar

Olhando todas as mulheres que amei

Talvez até pra me decepcionar

Se se confirmasse que me enganei

 

Cada coisa no seu tempo é essência

Quando se elabora com convicção

O coração sempre manda na ciência

Mesmo quando ela nos vence na acção

 

É consabido não ser racional

A força que emana de um grande amor

A intensidade não tem igual

Nesse mais que desejado sabor

 

O amor só acaba quando nos damos

Conta, da queda das folhas da flor

Então, e mesmo que o chão, varremos

Jamais brilhará a antiga cor”

 

 

*******

 

AURÉLIO TAVARES

 

“UM LINDO FILHO”

 

“Eu tenho longe um lindo filho

Para além do mar há muitos dias

Triste espero que por muito sorrindo

Esteja vivendo sãs alegrias

 

É longa e vai sendo maior ainda

Esta primeira longa separação

Mas não é por estar longe que finda

A nossa já bem longa comunhão

 

Meu coração triste vai batendo

Bem mais fraco e quase sem vigor

Mas tenho eu mesmo de ir vivendo

Porque é bem vivo o nosso amor

 

Se assim não fora eu não vivia

Desde que há muito a medo vivo

Perdi muita coragem e alegria

Por ti tão só à vida estou cativo

 

Já velho e triste resta-me o sonho

Dum filho lindo longe mas risonho.”

 

 

Nota Final:

Ilustro o post com uma foto original de D.A.P.L., 2015, igualmente com a imagem de uma hortense rosa, no bonito “Solar dos Zagallos”, em Almada.

Sugestionado a partir da capa da XX Antologia.

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (I)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

Introdução:

Conforme prometido, irei divulgando, no blogue, poesias dos vários antologiados, à medida que for tendo oportunidade, conforme fiz com a XIII Antologia do Círculo Nacional D'Arte e Poesia - CNAP, 2015.

Alguns poetas e poetisas, que figuram na Antologia da APP, já constam do blogue, no contexto da Antologia do CNAP, a saber:

João Francisco da Silva

José Branquinho

Rosa Redondo

Virgínia Branco.

 

Ainda na Introdução à XX Antologia da APP, mencionar que o Prefácio é da Autoria de João Coelho dos Santos. Como o próprio refere, uma forma “original” de elaboração.

 

Frutos de Outono I 2015. Foto original DAPL jpg

 

Neste 1º conjunto de Poesias, divulgarei de:

Aires Plácido, Aline Rocha, Ana Matias e Ana Silvestre.

 

*******

AIRES PLÁCIDO

 

“VELHOS”

 

“Vão ao baile, vão dançar

Quem em novo dança bem...

Aperaltados lá vão

Dos sessenta e tal aos cem.

 

E depois na leitaria

Dá gosto vê-los!,

Riem muito e namoram

Falam pelos cotovelos.

 

Ainda bem é viver

A vida quer-se risonha,

A vida sem um sorriso

Tropeça, tomba tristonha.

 

Vão ao baile, vão dançar

Dançar é como se fosse...

Caísse do céu madura

Na boquinha pera doce.

 

Fazem bem, a vida

Que triste é ver alguém,

Esperar que a morte venha

Em casa e sem ninguém.

 

Vão ao baile, sejam felizes

E namorem..., pois então!

Esta vida são dois dias

E às vezes nem dois são.

 

Velhos?- Palerma!

Quem dia a dia dança,

(Que bela atitude!)

Ri e muito namora...

Tem eterna juventude.”

 

*******

ALINE ROCHA

 

“VALSA DA VIDA”

 

“Dançámos a longa valsa da vida

ao som e ao ritmo da nossa idade

deslizando em passos ou corrida

numa sala chamada de saudade

 

A música, por nós dois era sentida

com o fervor da nossa mocidade

em meus braços uma rosa florida

fruto dessa dança da liberdade

 

Resta-nos viver da recordação

que convida ao beijo e ao abraço

choram nossos olhos de emoção

lágrimas vagarosas de cansaço

 

Fiz este poema para recordar

o que o nosso coração não esqueceu

por certo, não conseguimos valsar

mas o meu amor será sempre teu”

 

*******

 

ANA MATIAS

 

“TU E EU”

 

“Nas densas florestas

De ti

Quero entender...

O semblante,

Do teu ser...

 

Nessas escuras veredas

Por árvores frondosas

Sentir-te...

Ser parte de ti.

 

Na estrada parcamente

Iluminada

Ver a luz da tua vida

Em mim...

 

Cercada dessa aura

Nos abraços

Que não te dou

Dos momentos...

 

No olhar por fixar

Em ti...

No teu eu,

E no meu...

 

Olho-te sem te ver

Sinto-te sem te ver

Vivo-te sem viver

 

Em toda a complexa

Panaceia,

De nós...”

 

*******

 

ANABELA SILVESTRE

 

“POETA”

 

“Tatua letras, palavras,

Emoções...

Em toda a sua pele.

Não consegue agrilhoá-las

Em si,

Fogem para o infinito.

Já não são suas,

Saíram de si

São de quem as ler.

Poeta,

Viajante de sensações,

Grava desenhos na alma,

Que eterniza diariamente

Poeta, simplesmente poeta,

Bebendo em si!”

 

*******

Epílogo:

Pois, caro/a leitor/a, espero que tenha gostado destes belos poemas!

A Foto, original de D.A.P.L., 2015, intitula-se “Frutos de Outono”.

 

 *******

 Epifania  Primavera Original DAPL 2015.jpg

 ("Epifania da Primavera: Flores da Amendoeira - Original DAPL - 2015?)

*******

XX ANTOLOGIA APP

Clique, para aceder a um poema de cada um do antologiados, S. F. F.

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