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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

What happened to Amber?!

O que aconteceu a Amber?!

 

Pois, caro/a Leitor/a, julgo que ficamos sem saber.

Dado que a mini série, de apenas quatro episódios, terá terminado ontem, só nos resta mesmo esta dúvida não resolvida.

Nada. Nada de nada, praticamente. Estaremos quase como no início, não digo que tal e qual, pois não vi o primeiro episódio.

Desconhecemos o que aconteceu à adolescente.

 

Amber in. nordicnoir.tv.jpg

 

A narrativa sugere-nos hipóteses, por vezes julgamos estar no caminho da descoberta da verdade, mas surgem-nos outras descobertas, outras verdades e pouco mais de nada, além de que a rapariga saiu do comboio ou metro de superfície, dirigindo-se para o campo, escassos carros, sugestionando-nos hipotético entrosamento com a miúda, mas nada.

 

Tão próxima da realidade é esta narrativa, que facilmente nos identificamos com a angústia daquele pai, à beira da loucura, na incessante busca da filha desaparecida.

Não é fácil lidar com tal realidade, sabemo-lo pelos casos reais ocorridos, sem qualquer resolução.

 

Penosa é a morte de um filho/a jovem. Fazer o luto não é fácil. Mas quando ocorre um desaparecimento, sem qualquer solução, mais dolorosa é a ausência, sem possibilidade de fazer sequer o luto.

Persiste sempre alguma esperança, angustiada, como naquele pai, resiliente.

Há, ou surge periodicamente, alguma luz, ainda que em momentos fugazes, esvaindo-se como névoas. Uma centelha de esperança.

E, novamente, a escuridão: da incerteza, da falta, da falha, da dúvida, um vazio maior que o mundo, um buraco negro!

 

Sinceramente, sempre tive alguma crença que o guionista nos apresentasse alguma saída, alguma conclusão. Bem sei que é série, é ficção, mas talvez e precisamente por isso, uma solução mais positiva, dar-nos-ia uma perspetiva mais luminosa do enredo. Menos angustiante! Talvez menos verdadeira, é certo. Certamente mais falsa. Mas igualmente mais esperançosa.

Mas não sou eu o guionista!

 

Dúvidas que também me “assaltaram”:

- Como é que o presidiário soube do quarto da rapariga e dos desenhos na parede?!

- Para que conta transferiu ele o dinheiro?! Para os pais da rapariga morta?

 

Situações angustiantes:

- O modo de atuar oficial. Tão próximo, tão semelhante à realidade, que mói, que faz mossa.

- As descobertas realizadas fundamentalmente através de pesquisas e esforços particulares. Paralelamente e em contraciclo às oficiais, por sua conta e risco e, cumulativamente, sujeitos a prisão e a “pagarem” pela sua iniciativa. O que, aliás, aconteceu ao rapaz chinês, que acabou por ser deportado.

- E aquele telemóvel! E aquela voluntária!

- E a amiga da Amber...

- E aquele rapaz do cabelo ruivo...

- (...)

É de uma enorme desolação o desenrolar da narrativa, tão desolador e frustrante, que chega a doer, que mói, que machuca, de tão idêntico ao real, a situações acontecidas. 

 

Muito sinceramente gostaria que dessem continuidade ao desenrolar da mini série, especialmente com um fecho mais conclusivo e mais luminoso.

Perdoem-me, mas acho que o tema merecia.

 

Não! Não me aventuro a fazer como em “Hospital Real”, porque esta temática machuca, como já frisei.É demasiado entrosada na realidade. Em "Hospital Real" havia a distanciação temporal.

 

Até já, ou até breve!

 

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