“El Príncipe” – Episódio 12
(5ª feira – 08/09/16)
“Líneas Paralelas / Linhas Paralelas”
Porque terão designado o episódio de “Linhas Paralelas”?!
Paralelas ou cruzadas?!
Paralelas, porque aparentemente há um conjunto de caminhos que estruturam a narrativa, que, à priori, não se encontrariam? Mas como tal designação, se, de facto, se estão sempre a cruzar?
Talvez porque, neste episódio, duas investigações decorreram paralelamente, ainda que os respetivos personagens se estivessem sempre a entrecruzar.
Na esquadra, Fran, Morey e Quílez, este conquistando a sua “reabilitação” perante Fran, vão descobrindo que a toupeira infiltrada pelo AKRAB é Akim.
Este, sabendo-se descoberto, recolhe os seus pertences, rouba um cartão memória com os nomes dos financiadores da organização terrorista, dá uma desculpa esfarrapada e ausenta-se, tentando fugir para Marrocos.
Surpresa, perplexidade dos agentes da esquadra que se recusam a acreditar em tal hipótese.
Mas factos são factos e não há como ignorar.
Reconstituindo alguns momentos marcantes: o corpo encontrado de cara irreconhecível, que atiraram ao mar como se fora Abdu; a pistola na posse de Farek; o x-ato com que um presidiário quase matou Harim na cela…
Em todas estas situações estava a mão de Akim.
E, inegável, a foto da reunião da célula terrorista, em que o agente, mouro, que bebia cerveja e comia carne de porco, era por demais reconhecível.
Mati, como referíramos anteriormente, fora a primeira a visualizar esse documento e, por esse motivo, o respetivo vídeo desaparecera.
Se a alguém custava acreditar era à jovem Mati, que, com ele dormira, que o amava, que iriam festejar o aniversário, receberia umas cuequinhas novas e muito sexies e pernoitariam num hotel Osíris! Nem mais.
Recusava-se a crer, que o amor é cego!
Paralelamente a esta investigação, decorria outra, incidindo sobre Faruq, narcotraficante do bairro, respeitante à morte de um dos seus capangas, “ o Polaco”, que o tentara assassinar, mas que fora morto pelo mais velho dos Ben Barek, na presença da irmã Fátima.
Que, na família, ninguém ignorava os serviços prestados pelo filho mais velho e de onde provinha o respetivo sustento e suporte financeiro!
E são estes mundos e submundos, aparentemente paralelos, que estão sistematicamente a cruzar-se: no bairro e na esquadra.
O próprio terrorismo jhiadista se financiava no mundo da droga. E ambos os submundos que, hipoteticamente paralelos, nunca se encontrariam, se cruzavam e interligavam.
E, na esquadra, que supostamente os combateria, ambos se acotovelavam nas secretárias, nos gabinetes, nos telemóveis e computadores. E nos personagens!
Também os caminhos romanescos de Fátima e Javier seguiriam, à partida, linhas paralelas que nunca se encontrariam, mas, contrariamente a todas as possibilidades, estão permanentemente a encontrar-se e se encaminham para um prosseguimento comum.
E foi também graças a esse romance que Faruq foi libertado, pese embora este não o reconheça nem o possa admitir no seu orgulho de macho, que o polícia “betinho”, Nabil, vindo da Península, tentou ferir e humilhar.
Mas sem a intervenção de Fátima, a providência de Morey, a falcatrua do CNI, a decisão e esperteza de Fran, ele, Faruq, iria ao Juiz e provavelmente faria umas férias à sombra, na cadeia.
Mas são estes os esquemas de “El Príncipe”!
Segundo Morey, e para não suscetibilizar o príncipe da droga, a sua libertação devia-se a que a respetiva colaboração era indispensável para capturar Akim!
Mas que nem necessária foi.
Que os polícias da esquadra, juntamente com Morey e o CNI, num esquema em que contaram com a colaboração involuntária de Mati, conseguiriam localizá-lo, sem, todavia, terem conseguido evitar um desfecho trágico.
O jovem, soldado de Alá, apesar de todos os esforços de Fran, que simultaneamente o procurou chamar à razão e ao sentimento, não vendo melhor saída para si mesmo e sem coragem para atirar nos colegas, acabou por se auto desferir um tiro na cabeça!
Cena marcante e arrebatadora, convulsão de Mati, que Fran conseguiu controlar e acalmar, como colega mais velho, chefe e pai, que são todos estes os papéis que ele desempenha um pouco na esquadra, com os seus subordinados.
Paralelamente a todos estes imbróglios, decorrem os preparativos da boda de Fátima com Khaled.
Realizar-se-á?!
Lembremos que ela o prometeu ao pai, Assan, na cama do hospital…
Mas também não esqueçamos que ela, igualmente, se comprometeu com Javier.
Então, em que ficamos?!
Aguardemos o episódio final, ou nem sei, a próxima temporada.
Que, na primeira, ficará tudo em aberto!
Então, o que acha, as narrativas dos personagens e ações são paralelas ou cruzadas?!
E o que me faltou percecionar sobre o assunto?
Lembrar, ainda, a cena final, no hospital onde convalescia o pai de Fátima, Assan, e em que Khaled aguardava, sentado junto à enfermaria.
Chegou o empregado do bar onde decorreu o encontro derradeiro de Akim com Mati. Que, muito disfarçadamente, comunicou que Akim fora morto.
“- Vão pagá-lo com sangue!” pronunciou entre dentes, rosnando, Khaled.