Um Soneto de Camões!
«ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE»
«Erros meus, má fortuna, amor ardente,
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor sòmente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De Amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!»
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In. “… Sonetos e Canções (Camões) – para o 5º ano dos Liceus – Porto Editora – Porto
Por J. Simão Portugal e M. Francisco Catarino
Edição: Anos 60? (séc. XX)
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(No respeitante à transcrição deste Soneto de Luís Vaz de Camões poderão ser formuladas diversas críticas metodológicas. Aceito-as.)
Pretendo apenas divulgar mais um Poema do Poeta dos Poetas, lembrando-o, recordando-o, que apesar de no dia 10 ter sido comemorado, oficialmente, o seu “Dia de Camões”, certamente apenas os/as Poetas, dele se terão lembrado. Nomeadamente a APP. Honra lhe seja feita!
O/A Caro/a Leitor/a me desculpe, mas nas comemorações oficiais, nos discursos oficiais, alguém, algum personagem ilustre, lembrou o Poeta, lendo um dos seus Poemas?!
(Os “discursos” voltaram a bater na “gamba que anda na corda bamba”…
Até os Professores, em vez dum cartaz horroroso de feio, poderiam ter recitado ou transcrito alguns versos de Camões. Tantos haverá condizentes…)
Como, pelos vistos e ouvidos, ninguém se lembrou da Poesia de Camões, resolvi transcrever este Poema. (Mais vale tarde… E todos os dias são “Dias de Poesia”!)
Desejo que o Caro/a Leitor/a tenha gostado!
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(P.S. - Foto?! Gostou?! Se O/A Caro/a Leitor/a conseguir adivinhar onde existe a roseira, ofereço-lhe 1 Livro!)