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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata (II)

TRABALHOS DO INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA

«DR. MENDES CORRÊA»

FACULDADE DE CIÊNCIAS DO PORTO

Director – Prof. Doutor A. Rozeira

Nº 10 

Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata 

Por

Agostinho F. Isidoro

PORTO

1971

*******

«Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata»

        (…) 

«O pregão do casamento é feito na igreja ou no registo civil, três meses antes do dia marcado para a voda.

Neste dia o noivo procura os rapazes da sua idade, casados ou solteiros e faz-lhes o convite nestes termos: «Vou-me casar (e diz o dia). Queres vir ao meu casamento?». A noiva procede de igual modo para com as raparigas da sua idade, mas solteiras, ou de idade inferior à sua, e também solteiras.

Pode também convidar uma rapariga casada da sua idade, mas isto é pouco frequente.

No dia do pregão os pais dos noivos convidam também as suas famílias para o casamento. Qualquer convite feito fora deste dia pode ser considerado como ofensivo pelos convidados.

Uns 15 dias antes do casamento os pais dos noivos mandam aos convidados um presente de bolos caseiros, designado por frete, constituído por 1 pão de ló, 1 bolo de orelha ou fatia, 1 dúzia de biscoitos e argolas.

Os convidados são obrigados a fazerem as seguintes ofertas:

Os do noivo oferecem-lhe 50$00 cada um, importância a ser entregue no dia do enlace à noite, após o acompanhamento dos noivos, já em casa deles.

Os da noiva oferecem-lhe uma prenda, no valor de 20$00 a 30$00 e dão aos pais da noiva a importância de 20$00, um quilo de arroz, um quilo de massa, um quilo de açúcar e uma quarta de café de cevada (250g).

Os convidados dos pais dos noivos pagam 100$00 por casal ou 50$00 cada um.

Os padrinhos dos noivos são obrigados a dar uma conta de pão (20 pães de quilo), uma cabeça de gado (ovelha ou cabra), no valor de uns 400$00 a 500$00, 10 litros de vinho, um quilo de arroz, um quilo de massa, um quilo de açúcar, um quilo de chouriço vermelho, um pacote de café e um lacão (perna de porco).

As madrinhas são também obrigadas a dar uma conta de pão, uma dúzia de pratos de louça ou de esmalte, um lençol de linho ou de outro tecido, um quilo de arroz e um quilo de lacão.

Antigamente os padrinhos davam ainda uma quarta de grão (cerca de 4 litros) e um bucho (estômago de porco cheio de sangue e de gordura de porco com condimentos e depois cozido), que tem um sabor agradabilíssimo.»

*

*       *

 

 

Leituras de Setembro 2024

“A Revolução antes da Revolução” – Luís de Freitas Branco – Zigurate – Lisboa - MMXXIV

“Des(a)fiando contos” – José da Xã – DG edições – Abril / 2024

***

O 1º livro está concluído. Li de uma assentada. Há algum tempo que não lia assim de forma tão entusiasmada. É um livro excepcionalmente interessante! Ademais, quando vivenciámos muitos dos acontecimentos, factos, ocorrências, situações aí narradas, descritas, referenciadas. Excelente!

“A Revolução antes da Revolução”, refere-se ao ano de 1971 e à colheita, produção, preparação, edição musical, da designada “música popular portuguesa”. Um ano extremamente rico, no que concerne a este aspeto. Revolucionário, preparatório, premonitório da Revolução a ocorrer três anos depois.

Se tiver oportunidade, voltarei a escrever sobre o conteúdo do livro. E penso reler.

(Comprei no Fórum, na Almedina, pouco mais de 18 euros.)

***

“Des(a)fiando contos” foi-me oferecido por José da Xã. A quem desde já agradeço. Chegou na semana passada, através do correio.

Só ainda li o 1º conto: “O cego”. Impactante! Final completamente inesperado, que nos provoca um baque, um aceleramento cardíaco. Motivador para continuar a ler, com muito interesse.

Dizem os entendidos, que um livro nos deve prender, logo nas primeiras leituras. Então, o mote está dado para este livro de José da Xã.

Renovados agradecimentos e parabéns. E Saúde!

(Não esqueci o livro “De altemira fiz um ramo”, que enviarei ao José, logo que tenha oportunidade.)

***

Obrigado, Caro/a Leitor/a, pela sua atenção.

Votos de boas leituras. Com Saúde e Paz, que tanta falta faz!

 

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