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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“Mad Men”, Computadores, IBM e Memórias de há quarenta anos!

“Mad Men” - Homens Loucos

Computadores, Informática, IBM

E Memórias de há quarenta anos!

IBM_logo.svg in wikipedia.png

 

Noutro post sobre esta série, que vi de forma errática nesta sétima temporada, referi que haveria de abordar dois acontecimentos verídicos ocorridos na segunda metade da década de setenta, relacionados com computadores e informática.

 

Num dos primeiros episódios desta 7ª temporada, na firma “Sterling Cooper” procederam à instalação de computadores da IBM, nos respetivos escritórios.

Decorria a ação em 1969.

Eram, os computadores da época, uns caixotões enormes, ocupando bastante espaço nos escritórios. Esses aparelhos, bem como os técnicos que com eles trabalhavam e o conhecimento a eles inerente, a informática, eram detentores de uma áurea especial, simultaneamente associada à sua inevitável necessidade e ao desconhecimento da sua funcionalidade, pela maioria dos empregados, leigos no assunto. Funcionários que os viam como imprescindíveis, num contexto de progresso e de futuro, mas simultaneamente lhes suscitavam algum receio e incompreensão, pelo desconhecimento que deles tinham e medo inconsciente de anulação/substituição de postos de trabalho. E também a perplexidade inerente a algo desconhecido e de contornos funcionais apenas acessíveis a iniciáticos dessa sabedoria e especialistas nesse modus operandi.

Não havia nada do que hoje dispomos, nem sei se o modo de agir, de fazer, de pensar, de lidar com os computadores e a informática, como se processa atualmente, seria na época, 1969, imaginável! E ainda não se passaram cinquenta anos!

Mas as alterações e mudanças foram imensas! Nalguns campos, nomeadamente os tecnológicos. Porque, no plano das mentalidades, a evolução parece ser mais lenta…

 

Os acontecimentos que quero abordar ocorreram em Portugal um pouco mais tarde, já na década de setenta, especificamente em 1975 e 1976/77.

 

Em 1974 e 1975, enquanto estudante, trabalhei em várias atividades temporárias para duas firmas que não sei se ainda existem: a “NORMA” e o “IPOPE”.

Consistiram essas atividades na realização de inquéritos à opinião pública sobre os mais variados temas e assuntos, desde hábitos alimentares, consumo de bebidas, lançamento de novos produtos ou aparelhos, até sobre opiniões políticas, muito frequentes e recorrentes, após Abril de 74, em sondagens sobre partidos, líderes partidários e medidas a implementar.

Nesses trabalhos que eram remunerados, um valor X por cada inquérito, e cujo pecúlio dava imenso jeito, percorri Lisboa nos mais variados bairros, desde Alfama a Alvalade, de São Bento ao Poço do Bispo, Campolide e Campo de Ourique... Até fiz inquéritos no Casal Ventoso, bairro de casas degradadíssimas, mas de pessoas muito humildes e simpáticas e, na altura, 1974, cheias de esperanças e expectativas face a um futuro melhor, como aliás nesse Portugal recentemente saído da Ditadura de quase meio século.

Mal saberiam no que se tornaria o Bairro nos anos oitenta e noventa, e que levaria à sua demolição mais tarde.

Também fiz inquéritos em localidades da Grande Lisboa: Cascais, Porto Salvo (Carcavelos), Pragal (Almada), Amora… Que me lembre, de momento.

 

Em 1975 continuei na feitura desses inquéritos para a NORMA.

Já depois do célebre “Golpe de 11 de Março”, em Maio ou Junho, não sei precisar, calhou-me ir fazer um conjunto de inquéritos sobre questões políticas, para o Bairro de Alcântara, mais concretamente para a Rua Feliciano de Sousa.

 

A Empresa atribuía-nos um conjunto de inquéritos para realizarmos em determinada zona, com início em determinada Rua e num específico número de porta.

A orgânica estrutural de sequência dos inquéritos a realizar, onde os realizar, em que ruas, números de porta, número de andar, esquerdo ou direito e em cada casa selecionada, quem iria ser inquirido, tudo esse esquema sequencial estava previamente definido a partir do ponto de partida que era o nome da Rua e o nº do Prédio. Depois seguíamos essa estrutura sequencial, de que não me lembro agora de todos os pormenores. Mas tinha que se seguir esse esquema estrutural, de modo a que a pessoa a ser selecionada para ser inquirida o fosse da forma mais aleatória possível.

Por vezes seguir esse esquema tornava-se muito aborrecido, porque a pessoa que era selecionada no agregado familiar, não estava presente no momento. E então lá tínhamos que voltar novamente ao local, à rua, ao prédio, ao andar, numa hora em que a pessoa a inquirir pudesse estar presente e responder às perguntas.

 

Para evitar os contratempos resultantes da ausência das pessoas, procurávamos fazer os inquéritos ao final da tarde, início da noite, quando os trabalhadores já haviam regressado das suas empresas ou então nos fins-de-semana, de preferência aos sábados, em que havia mais disponibilidade.

Para aplicarmos esses inquéritos as empresas mencionadas proporcionaram-nos formação adequada ao fim em vista, ensinando-nos as regras gerais fundamentais de aplicação dos questionários e, sobre cada um deles, o conteúdo e a metodologia específica.

Para além das regras deontológicas gerais e especiais da função.

Um regra geral indispensável era levarmos o cartão identificativo que nos forneceram, colocado à vista no peito e, caso nos fosse pedido, o BI. E fazermos sempre a nossa apresentação pessoal e funcional e o objetivo da visita, agradecendo a amabilidade da pessoa em receber-nos.

 

Na aplicação desses inquéritos escolhi ir num sábado à tarde, pelas razões apontadas. Até porque durante os dias de semana havia aulas e este era um part-time, um dos que tive enquanto estudante. Deste, dos inquéritos, gostei muito especialmente, por andar de lado para lado e por contactar com muitas pessoas de todas as condições sociais e culturais, dos mais variados níveis de vida e idades, desde que adultas, e com as mais variadas opiniões. Foi um trabalho muito enriquecedor em termos humanos e possibilitou-me conhecer Lisboa, os vários bairros e localidades dos arredores.

 

Para quem se lembre, a NORMA ficava na Avenida Cinco de Outubro, num prédio de esquina com outra Avenida de que não me lembro o nome, que já não passo há algum tempo por aí, nem sei se a firma ainda existe, conforme já referi.

A nível do rés-do-chão tinha um relevante mostruário de computadores, esses “monstros enormes”, como os que vimos na série. Que estavam aí expostos, o prédio tinha grandes e rasgadas janelas que serviam de montra, pois esses computadores eram para venda. E, claro, made in U.S.A. e da I.B.M.!

 

O Bairro referido é um bairro popular, ainda hoje o será, sem certezas, que não passo por lá há anos! Quarenta anos atrás, com grande predominância, no plano sócio profissional, de operariado.

A zona que me fora destinada para realização dos inquéritos fica a norte do Bairro e num espaço relativamente confinado e, de certo modo, isolado, pela orografia e pelos acessos à Ponte Vinte e Cinco de Abril e pela Avenida de Ceuta. Espaço geográfico onde, pelas diversas tipologias e características, os habitantes praticamente se conheciam ou estavam ligados por laços, fossem familiares, de vizinhança, sócio profissionais e também ideológicos. E, quiçá, partidários!

 

Eu fora um estranho que ali entrara. Além do mais, numa tarde de sábado em que muitos dos habitantes estavam “sem fazer nada”, nas cavaqueiras e convívios de bairros populares, nas ruas, nos cafés, nas tascas…

Cumulativamente, vinha questionar, inquirir, interrogar, “vasculhar?”, opiniões, conceitos, ideias, sobre questões políticas e partidárias. Numa época quente da nossa recente Democracia! E que ainda “aqueceria” muito mais!

Na seleção aleatória que fazia, segundo a metodologia técnico-científica pré-determinada, ia calhando selecionar inquiridos que não estavam em casa, mas na rua ou em local de convívio público.

Fiz um ou dois inquéritos normalmente. A partir do terceiro ou quarto, passei a dispor de assistência, que não só ouvia o que o entrevistado dizia, mas também comentava. E também me interpelavam. E questionavam. De entrevistador também passei a entrevistado.

Quem era, quem não era, o que fazia ou não fazia, o que queria ou não queria, o que pretendia ou não pretendia…

Ao longo da rua foram-se formando grupinhos de vizinhos e vizinhas que cochichavam, comentavam, quiçá, formulariam conjeturas sobre o meu papel ali, naquele momento e naquela época.

E tudo isto, Como?! e Porquê?!

Porque apresentando-me, como era de praxe e obrigatório deontologicamente, o fazia como trabalhando na NORMA, com cartão identificador. O que era um facto intrinsecamente verdadeiro.

Algumas das pessoas que por ali estavam conheciam a NORMA, como a Empresa que “vendia” ou “tinha” aqueles Computadores todos nas montras!

E os computadores eram fabricados por que empresa?! Onde? Por quem? Pois, pela IBM – International Business Machines.

E que tipo de Empresa era essa?! Pois, uma Empresa Multinacional dos E.U.A. – Estados Unidos da América.

E o que significava, qual a meta significação da sigla EUA/USA?! Pois os Estados Unidos da América e os Americanos eram a essência e personificação do Imperialismo. O Imperialismo Americano, que para algumas mentes, nessa época, era o único existente. (Só nessa época?!)

Ali, naquele contexto, naquele local, naquela época, naquele momento quente que vivíamos, para aquelas “cabeças pensantes” o raciocínio linear e silogístico que delinearam foi o seguinte:

- Eu trabalhava para a NORMA, que vendia Computadores, que eram fabricados pela IBM, que era uma Empresa Multinacional, uma Empresa Americana dos Estados Unidos, Americanos que eram o supra sumo lapidar e único do IMPERIALISMO!

Logo, eu, ali, naquele espaço e tempo, para "aquelas cabeças pensantes" era… um Agente do Imperialismo Americano.

I want you in. brasilescola.com

 

E, logo a fazer perguntas às pessoas sobre questões de natureza política e partidária!...

Bem, dará para imaginar a cena?!

Talvez só para quem tenha vivido esses tempos…

 

Os hipotéticos inquiridos começaram a não querer responder; se procedia a outra seleção, obtinha idêntico procedimento, uma recusa de resposta; avançava na pesquisa e outro não; respostas negativas, maus modos, olhares de soslaio e algumas pessoas manifestavam alguma agressividade; grupinhos aqui e ali pela rua, sinais de mal-estar, desconforto; ameaças veladas e algumas mais explicitadas.

A situação tornou-se intolerável. Era impossível dar continuidade à feitura dos inquéritos. Porque, obtida a primeira recusa ninguém mais me quis responder. Para além dos sinais evidentes e explícitos de contrariedade e alguma agressividade.

Optei pela atitude mais sensata. Dei por terminada a minha função, saí da zona, vim-me embora sem concluir o conjunto dos inquéritos, que mal os tinha começado… e entreguei-os na Empresa. Propuseram-me ir fazê-los noutra zona da cidade com perfil semelhante, mas optei por não continuar a fazer esse tipo de inquéritos.

Ainda fiz mais inquéritos, mas de outras tipologias.

 

Passaram-se quarenta anos!

 

Lembrei-me de escrever no blogue sobre este acontecimento caricato, mas verídico, quando na série “Mad Men” passaram o episódio da instalação dos “monstros” dos computadores da IBM, na fictícia “Sterling Cooper”.

 

Terá a ficção alguma coisa a ver com a realidade?!

 

E terá esse peculiar acontecimento alguma coisa a ver com a atualidade?!

Terá? Não terá?!

Talvez ainda falemos alguma coisa sobre isso…

 

E qual foi o 2º acontecimento relacionado com computadores e referente a 1976/77?!

 

Por agora, termino, que o prosear já vai longo.

 

 

“MAD MEN” Série Americana na RTP2 - 11º Episódio

“MAD MEN"

7ª Temporada - Episódio 11

2ª Feira – 02/11/2015

 

No episódio de ontem, a trama central da narrativa situou-se na fusão/incorporação da firma “Sterling Cooper” na “MacCann – Eryckson”.

 

in g1.globo.com

 

Situação que se foi desvendando no decurso do episódio. Inicialmente a partir de um aparente não pagamento da renda do espaço ocupado pela “Sterling”, que depois se veio a saber, advir de os diretores da “MacCann” quererem transferir os serviços da “Sterling” para os escritórios da “MacCann”. Este facto começou por ser apenas do conhecimento dos cinco sócios executivos, Roger, Don, Pete, Joan e um quinto que não consegui identificar.

 

Tudo se estava a passar em relativo segredo, mas segredos destes são “o segredo da abelha”! Várias reuniões entre os sócios, entre estes e os representantes da “MacCann”; Pete que contou a Peggy; Peggy que contou a outro elemento criativo e sempre a mesma recomendação “não é para dizer, nem ao cônjuge nem ao melhor amigo… só te digo a ti, que és de confiança e sei que a tua boca é um túmulo!” Que isto dos segredos é como no “Príncipe das Orelhas de Burro”. O barbeiro que cortava o cabelo ao Príncipe não conseguindo guardar o segredo, confiou-o a um buraco que escavou e tapou com terra. Onde veio a nascer um canavial. E, crescidas as canas, o vento ao nelas passar, assobiava… “o Príncipe tem orelhas de burro… ” E fazia eco… E todo o reino veio a saber.

Assim aconteceu na empresa de publicidade.

 

Incorporar uma empresa em outra maior, já com uma estrutura formada, equivalia a dizer que iria haver dispensa de pessoal, para além da deslocação dos serviços.

Uma verdadeira bomba!

Esse receio foi primeiro dos executivos, ao saberem da situação. Alguns não queriam ir para as instalações da nova empresa. Foram equacionando alternativas, inclusive mudarem com a firma para as instalações que tinham na Califórnia! No outro lado do Continente, imagine-se, tal era o receio de, ao fundirem-se com a empresa maior, eles próprios se extinguirem nela… De serem devorados! Engolidos!

Mas também nem todos queriam ir apanhar banhos de sol na Califórnia, nem podiam, que tinham as suas vidas em NY.

 

Peggy, que não é sócia, logo que soube do segredo, tratou de contratar um angariador de trabalho, para lhe arranjar outra colocação, pois supostamente também iria perder o seu posto, por que ela tanto lutara, abdicando inclusive das funções da maternidade. Tinha imensas qualidades e experiência e vontade de trabalhar… mas tinha um handicap, não era licenciada. E os empregadores começam desde logo a recrutar nas Universidades…

 

As secretárias negras, quando souberam, que entretanto tudo se foi sabendo, que o vento foi propagando o boato, questionavam-se como iriam elas para a nova empresa, se uma delas nem sequer era primeira secretária, era apenas a segunda, que a primeira era a moça loura, como convinha ao status sócio profissional da firma. Será que Draper a iria levar com ele?! E na nova empresa iriam aceitá-la, a ela que era negra?!

A loura também veio a saber dos cochichos e interpelou diretamente o chefe, Don Draper. E este tranquilizou-a, que a levaria com ele.

Nesta altura já houvera a reunião final com o diretor da Mac Cann. E o diretor criativo e sócio da firma, Draper, sabia que podia dar esperanças à menina, sua segunda secretária!

 

Para essa reunião final os cinco executivos prepararam-se devidamente, estudando toda a sua carteira de clientes, tendo feito contactos com as empresas com que poderiam contar caso decidissem “abalar” para Los Angeles. E Draper, macho alfa e cérebro criativo, preparara uma apresentação com cartazes elucidativos, contando com a sua eloquência e sagacidade para defenderem a autonomia da Sterling.

 

Mas o diretor da MacCann surpreendeu-os completamente, dizendo que nada do que eles estavam a pensar fazia sentido, que tudo não passara de um teste à capacidade de resiliência da “Sterling”, que eles haviam ultrapassado, que eles não se anulariam na fusão e apontou-lhes as cinco empresas multinacionais de que disporiam como clientes, com um vasto mercado de publicidade para explorarem. Ou seja, só ficariam a ganhar. “Venceram! Parem de se debater!”

Eis as empresas, todas de grande potencial: Buick, marca premium de automóveis, ligada à General Motors; a Ortho Pharmaceutical, a dos contracetivos; Nabisco, National Biscuit Company, a dos biscoitos; Coca-Cola, a da célebre bebida, que se as pessoas tivessem conhecimento de que é feita, que é um verdadeiro lixo, ninguém a bebia… mas para o consumo a nível mundial dessa beberagem, muito contribuíram estes “Homens Loucos ”.

E haveria uma quinta, mas ou ele não a disse ou eu não a percebi.

Aparentemente cada um dos executivos homens ficaria com uma destas clientes. E que clientes!

 

A hipotética quinta empresa foi mesmo omissa?

Joan também se queixou que ele não lhe atribuiu nenhuma empresa… propositadamente, por ela ser mulher e por não a irem levar a sério na nova empresa, a ela que tanto tinha lutado para se afirmar dentro da Sterling, para além de ser o mulherão que é, que enche as vistas de qualquer um. Mas ela queria também afirmar-se como profissional, o que já conseguira na Sterling, sendo nomeadamente sócia, estatuto que não queria perder, que não tinha apenas um belo corpo de mulher, mas também era cabeça pensante.

 

E pensando nisso tudo, os executivos realizaram uma reunião com todo o pessoal da “Sterling Cooper” aonde oficializaram o que já toda a gente sabia, que iriam mudar-se para a MacCann – Erickson e que a transição iria ser o mais suave possível!

Coube a Roger Sterling fazer esse anúncio oficial, para isso tem o sobrenome na firma.

 

Comemorando vitória   in. telemundo.com

 

Paralelamente ocorreram cenas das vidas particulares de alguns personagens.

 

Joan, de vento-em-popa com o novo namoro, ainda vai à terra dos faraós, a recriar Cleópatra, com o seu Marco António.

 

A ex-mulher de Pete, agora divorciado, não conseguiu colocar a filha de ambos num reputado colégio onde os filhos família do ex-marido haviam estudado há gerações. Socorreu-se de Pete, para irem à escola privada a saber do sucedido. E foi um desfile de atitudes “bem”, ares e maneiras finas e requintadas, desde o trajar ao linguajar, que terminou numa cena de cow-boys, à boa maneira americana, em que Pete socou o diretor. Um ajuste de contas que já dura há três séculos, desde os primeiros colonos americanos.

Ficámos também a saber, que ela, ex-esposa, o disse, que na sua qualidade de divorciada, era assediada das mais diversas maneiras, quando tratava de qualquer assunto e essa condição era exposta.

 

Sem comentários!

Que os assuntos abordados no enredo dão pano para mangas. Permitem-nos constatar e comparar como era o Mundo em que vivíamos há meio século e as mudanças e alterações que vivenciámos nos mais diversos aspetos.

 

Sobre essa constatação ainda quero elaborar um “post” sobre duas ocorrências vividas…

 

Por agora, colocamos:

The End

 

 

“Mad Men” - 10º Episódio!

“Mad Men”

Série Americana na RTP2 

10º Episódio!

31 de Outubro – 6ª Feira

 

Será impressão minha ou esta série, nesta temporada, não "agarrou” os telespetadores na RTP2? Nas outras não faço a mínima ideia, pois ainda não seguia esta moda dos blogues…

 

mad men in eco.globo.co.jpg

 

Mesmo eu que vi episódios em outras temporadas e até procurava seguir o enredo, nesta temporada não me senti muito motivado para seguir o seriado. Bem, na verdade, por diversas razões, também não consegui ter oportunidade de ver a maioria dos episódios. Na semana passada só pude mesmo ver o de 6ª feira, dia 30 de Outubro e logo, por ironia, a TV resolveu falsear-me. Teve uma daquelas crises existenciais. Parava as imagens, desaparecia o som, esquecia-se do que pretendia transmitir, deixava os personagens de boca aberta e parados, hirtos, à espera de nova ordem de ação, desfigurava-se em tela abstrata, embora não tenha chegado ao estertor final de se extinguir. Mas quando voltava, após estes hiatos, já parte do enredo ficara para trás, sem ser visualizado e entendido.

 

Apesar de tudo, ainda vi alguns excertos do episódio e será com base no que pude ver que concretizarei alguma narração pessoal do enredo narrado.

 

Dom Draper, Dom aqui é título, ainda na cama, foi acordado pela elegante senhora da agência imobiliária que trazia clientes para lhe verem o apartamento para ser vendido. Despachou-o a sete pés, sem direito a banho nem feitura de barba, oferecendo-se para lhe fazer a cama, para o recambiar, que estava na hora de os eventuais compradores chegarem.

Não sabemos se a estes ou a outros, o que é certo é que a agente conseguiu que a casa fosse vendida, por bom preço. Estava na hora de ser ele agora a comprar outra casa, que é para isso que as agências servem. Intermediárias na venda e compra. Com estes negócios acabamos por ganhar todos, de uma forma ou de outra e ganha também a sociedade, que há sempre valor acrescentado ao produto, nas diversas transações. E há trabalho para muitas pessoas.

 

A bela e fogosa Joan Holloway, a boazona da firma, arranjou namorado. Um cota divorciado, reformado e endinheirado que nela se encantou, o que não é difícil e que estava ali para as curvas com a rapariga. Que curvas e volumes é o que sobra na moça, que deixa os pescoços torcidos aos transeuntes masculinos, quando ela se passeia nas Avenidas, bamboleando as ancas e atirando o porta seios, quase a explodir de sofreguidão e desejo, para cima de tantos olhos gulosos.

Pois o dito senhor, após sondar bem o terreno, manifestou-lhe o desejo de a levar a ver as Pirâmides do Egito, que ele estava interessado em exibir tamanho tesouro, alvo de todas as cobiças masculinas e inebriadoras do seu ego pessoal, na terra dos faraós, qual Cleópatra ou Nefertiti, que retornassem aos vergéis do Nilo! E, ele, um nababo americano e dono daquele troféu!

Mas sofreu tremenda desilusão, porque a beldade, apesar de livre de namorado ou marido, tem um menino de quatro anos para criar e não se pode ausentar assim como ele pretende, a satisfazer-lhe os caprichos de possidónio daquela estátua viva e ardente de fogo.

Foi ríspido e arisco. Que já criara os filhos próprios, não queria criar filhos de outro, agora que finalmente ficara livre da mulher que aturara por mais de vinte anos até os rebentos criados.

Joan, que também não é mulher para se ficar, despediu-se, deixando-o ficar na cama do hotel que ele alugara, para ambos selarem compromissos de viagens futuras, numa viagem presente, estendidos e rebolados na cama, que assim não conheceu os aconchegos e calores de casal tão inebriado de amor.

Amor, sim! Porque o homem reconsiderou, um tesouro assim não se acha todos os dias e, no dia seguinte, lá estava ele no emprego da bela secretária, com um lindo ramo de flores a pedir-lhe desculpa e prometer-lhe novos enlevos. Que até iria comprar um apartamento na “Grande Maçã”, aonde ela e todos os respetivos familiares mais chegados, se poderiam chegar sempre que quisessem, que seriam bem vindos.

E assim se processou a reconciliação e quem sabe (?) ainda a levará a um belo cruzeiro no Nilo!

 

Outra personagem feminina da trama é a simpática Peggy Olson, que veio subindo na hierarquia da firma, degrau a degrau, mercê da sua competência e trabalho aturado, que foi reconhecido, conforme víramos na primeira semana e registei na segunda das narrações efetuadas.

Andava muito atarefada, como sempre, mas agora com algo com que também lidámos muito, profissionalmente. E o que foi?!

Pois, precisamente, a avaliação de desempenho.

Que ela queria muito fazer. E foi com Draper que ela se expôs nessa auto avaliação.

Neste relacionamento houve algo que me intrigou. No início desta sétima temporada depreendi que o publicitário estava numa situação crítica em termos de hierarquia na firma, tendo sido relegado para uma posição mais subalterna. Mas, neste décimo episódio, observei que ele adquirira o antigo estatuto de diretor criativo e era perante ele que Peggy apresentava a respetiva auto avaliação.  

De que, num breve diálogo entre ambos, ela expôs os seus objetivos fundamentais: ser a 1ª diretora criativa da agência, conseguir um cliente importante, ser famosa e criar algo duradouro.

Nem mais, nem menos!

 

Neste episódio notou-se a ausência da 2ª mulher de Draper, a atriz, Megan Draper… O que lhe terá acontecido?! É o que dá não acompanhar o seriado… ignoro o que terá sucedido a tão promissora atriz das novelas de Hollywood.

 

Em contrapartida, Betty Draper, em segundo casamento com um político mais velho, apresentou-se em todo o seu esplendor de esposa boneca, dona de casa quase perfeita, sempre impecavelmente vestida e penteada, mesmo na frente de tachos e panelas; mãe de dois gaiatos a brincarem a heróis do Vietname e de uma adolescente, Sally Draper, a preparar a ida para uma viagem de finalistas, de autocarro pelos Estados norte americanos.

Esta e os amigos e amigas tiveram aqui o papel revelador da problemática dos jovens na época, finais de sessenta, inícios de setenta. A guerra no Vietname, o amigo de dezoito anos que se alistou e aproveitou a visita para se lançar à mãe; a rapariga que queria saber se Sally arranjara “erva”, que iam a uma festa a um lugar da moda; mas não tendo, Sally a tranquilizou, que aí comprariam, assim a mãe lhe desse dinheiro; a discordância da jovem face ao alistamento do amigo, o seu súbito amuo e recusa em ir na festa, fruto dessa discordância ou dos ciúmes não assumidos pela atenção que a mãe deu ao rapaz?!  

 

Don, pai de Sally, ir-se-ia despedir da mesma, na estação de autocarros, jantando previamente com ela e as amigas mais chegadas. Conversas triviais entre um pai e adolescentes, sobre sonhos e projetos, oportunidade para uma das raparigas se atirar ao quarentão macho alfa, pedindo-lhe lume e esvoaçando a fumaça na sua direção, que fumar era na época um sinal de independência e afirmação femininas. E de sedução!

Cena que não agradou a Sally, que isso fez notar ao pai, que ele e a mãe ficam todos derretidos, quando alguém lhes dá um pouco mais de atenção!

Fica o registo dos ciúmes da miúda, relativamente aos progenitores.

 

Houve mais registos que seriam de assinalar, tivesse eu visto todo o episódio, nomeadamente referentes a Roger Sterling, um dos sócios da firma e Pete Campbell, gerente de contas, que continua a embirrar, ou amar doentiamente (?) Peggy Olson!

 

 

 

“MAD MEN” – Série Americana na RTP2

“MAD MEN” 

Série Americana na RTP2

Texto II

(Outubro 2015 – 19 a 23)

 

Alguns tópicos extraídos do enredo do seriado

 

Esta semana decorreram cinco episódios desta 7ª Temporada da série, de um total previsto de catorze. Várias fontes referem ser esta a derradeira temporada.

 

Nesta fase, a ação decorreu, temporalmente, até agora, em 1969.

No contexto de espaço, ocorre maioritariamente na Costa Leste, em Nova Iorque, onde está sediada a empresa fictícia de publicidade “Sterling Cooper”, nos respetivos escritórios, na Madison Avenue. Também na Costa Oeste, Los Angeles ou Hollywood, não sei com precisão, onde trabalha como atriz, a segunda mulher de Don Draper, Megan Draper. Noutros locais dos States não facilmente identificáveis por mim. Decorre fundamentalmente em espaços interiores, cenários fictícios, portanto.

 

Alguns aspetos que se realçam nesta série.

 

Em primeiro lugar, pensando especificamente em 1969, e, genericamente, na década de sessenta, o que nos ocorre?!

 

Para quem tenha nascido nos anos quarenta ou cinquenta do século passado, muitas das vivências retratadas ou sugeridas ou mencionadas ou visualizadas nesta série, lembram-nos situações por nós vividas direta ou indiretamente ou que delas tivemos conhecimento, através dos meios de comunicação, na altura quase exclusivamente em suporte de papel, jornais, algumas revistas; através da rádio, que era um veículo comunicacional de certo alcance, e embora de muito menos projeção, mas em constante crescimento, a televisão. E do cinema, que foi um dos meios marcantes da transmissão dos valores, atitudes, comportamentos e hábitos dos norte americanos.

Porque apesar de na década de sessenta ainda estar vivo o célebre "Senhor de Santa Comba", de estarmos em Guerra, de haver censura, exame prévio, e outras coisas mais e de pior gabarito, como a polícia política, a ameaça de prisão arbitrária... foi havendo gradualmente alguma abertura, até porque o dito senhor “caiu da cadeira” em 1968 e morreria em 1970.

 

De que nos lembramos em 1969 que de algum modo a série aborda?

 

A nível de acontecimentos, a Guerra do Vietname, a chegada à Lua, que teve direito a transmissão na RTP e sobre o que a maioria do País (Portugal) ficou relativamente incrédulo.

Sobre a Guerra já falaram, era um assunto problemático, porque já havia movimentos contrários à mesma, especialmente no seio das camadas mais jovens e que eram mal vistos nos meios mais conservadores. Mas também se referiu que Nixon, o presidente da altura, também já equacionava o fim da Guerra. Mas o que só aconteceria em 1975.

Sobre a chegada à Lua, ainda não acontecera nesta fase da narrativa, mas previa-se a sua efetivação para breve.

 

mad men  in. thorpebenefits.com

E a nível de hábitos, costumes, atitudes e comportamentos?!

 

Ressalta à vista o que de algum modo, atualmente, impressiona. O uso e abuso do tabaco e do álcool, de uma forma tão indiscriminada, no local de trabalho e no quotidiano da vida pessoal dos protagonistas. Fuma-se e bebe-se em todo o lado e local, a qualquer hora e momento, em qualquer circunstância. São atos e comportamentos rotineiros, socialmente bem aceites por todos. Ou não fossem esses homens promotores e encorajadores desses mesmos hábitos, enquanto publicitários dos respetivos consumos, através dos produtos específicos que vendem publicitariamente.

 

A generalização da mini-saia, lançada nessa década, em 1964, pela inglesa Mary Quant. As secretárias e funcionárias da agência, bem como as mulheres jovens em geral, fizeram desse trajar um modo de ser e de estar. Peggy Olson usou-a também como forma de mostrar a sua ascensão hierárquica, o seu poder e sedução feminista.

Algumas eram bem ousadas, que como se dizia na altura, “o que é bom é para se ver”.

Em 1967, no Festival da Eurovisão em Viena, a inglesa Sandie Shaw fez furor por cantar descalça e pela mini mini-saia atrevida com que se trajou. Venceu com "Puppet on a String"! Esses "fait-divers" tinham bastante repercussão naquele mundo tão fechado e atrasado que era Portugal de sessenta!

 

O movimento hippie, surgido na Costa Oeste, São Francisco, cuja canção evocativa, de 1967 e de Scott Mackenzie, também cá chegou. ‘Se fores a São Francisco, não esqueças de levar flores no teu cabelo…”

Em 1969, realizou-se o festival de Woodstock, cujos ecos ainda que repercutidos também cá chegaram.

A rádio e muito particularmente alguns programas do antigo Rádio Clube Português e da Rádio Renascença foram veículos importantes do fazer chegar ecos da boa música que se produzia nos E.U.A. e na Grã-Bretanha. Alguns desses ecos ouviram-se já nos primórdios de setenta.

Na série, os efeitos deste movimento também se observam, nomeadamente no trajar colorido e florido de alguns personagens. E também na adesão da filha de Roger Sterling a esse movimento, indo viver para uma comunidade hippie, no campo, abandonando família, marido e filho.

Paradigmática a cena de pai e filha, cada um trajado ao seu modo de estar socialmente, ele, como executivo; ela, como rapariga hippie, a discutirem afetos e desafetos, no meio de um charco de lama, numa comunidade campestre, junto a uma camioneta de caixa aberta, a cair de podre.

 

Ainda no plano dos hábitos e também relacionado com consumos e o movimento hippie, o “consumo de erva”, e outros consumos psicotrópicos, que em Portugal explodiriam mais tarde, já após 1974/75.

 

As festas particulares, com muito álcool, música, drogas e sexo. “Sex, Drugs and Rock and Roll”

 

No plano económico - empresarial

 

Para além da importância crescente da publicidade como mais-valia no processo produtivo, o destaque de algumas empresas que se tornariam ícones nos respetivos ramos empresariais.

A IBM e a instalação dos computadores nas empresas. Uns “monstros” enormes, que inclusive “assustavam e atemorizavam” alguns dos empregados mais suscetíveis e atormentados mentalmente.

A relevância da fast-food, observada na alimentação dos diversos executivos que com os hambúrgueres se deliciavam às refeições. Referência à “Burger Chef”, que contratou ou entrou em negociações com os serviços da agência publicitária.

Não posso deixar de mencionar a utilização das velhinhas e saudosas (?) máquinas de escrever mecânicas. E do seu sonar tão peculiar.

E dos telefones fixos, o único meio de comunicar à distância. E a importância e solenidade de fazer e receber uma chamada. E de ter um telefone!

 

Tudo isto faz parte da nossa História recente, pessoal e social, individual e coletiva!

 

E a nível de Valores?

 

O papel crescente da Mulher no plano das funções empresariais, materializado, por ex., na assunção dum cargo de chefia criativa por Peggy Olson, tendo às suas ordens, ainda que muito relutante e obstinadamente contrariado, o célebre criativo publicitário e um dos fundadores da firma, o reputado, Don Draper, macho alfa da empresa.

 

A rebeldia dos filhos adolescentes

 

As mudanças relativas à sexualidade para que, entre outros aspetos, contribuiu a generalização do uso da pílula.

 

As lutas pelos Direitos Cívicos são um aspeto contextual que também emerge da trama.

 

E estes são alguns dos assuntos que, de uma forma genérica e despretensiosa, consigo realçar do conteúdo temático desta série, pelo menos do que me lembro e me ressalta numa abordagem simplificada.

 

Alguns destes acontecimentos ou situações repercutiram-se em Portugal um pouco mais tarde. Uns para o Bem, outros para o Mal!

 

Se houver mais algum aspeto que me tenha faltado, agradeço que mo comunique, S.F.F..

 

 

 

Mad Men – Homens Loucos?!

Mad Men – Os Homens de Madison (Avenue)

Série Americana na RTP 2

 7ª Temporada

 

Volto à escrita no blogue, após uma semana de ausência.

 

E voltamos ao local do crime ou ao lugar em que fomos felizes, isto é, retornamos à temática das séries.

 

mad men en. wikipedia.org..jpg

 

A RTP2 também retornou à série já apresentada em temporadas anteriores. “Mad Men”, agora na sétima, anunciada e prevista como última temporada. 7ª Temporada iniciada na pretérita 2ª feira, dia 19, no horário habitual, após as 22 horas.

 

Depois de, durante cerca de um ano, ter vindo a exibir projetos europeus, de televisões e países pouco divulgados, a RTP2 volta ao filão inesgotável das séries americanas, tanto qualitativa como quantitativamente. Neste caso compreende-se perfeitamente, concluir as temporadas desta aclamada e premiada série americana sobre o mundo da publicidade, atividade económica emergente nos anos sessenta do século XX.

 

Vi algumas das temporadas anteriores, mas agora esta recente não tenho tido sempre oportunidade de ver e também não me tem motivado excecionalmente!

 

Esperemos que a televisão pública não esqueça as séries da Europa, especialmente as continentais, porque das britânicas, sempre fomos vendo várias, mercê desse domínio do áudio visual exercido pela cultura de matriz anglo-saxónica, em crescendo desde os anos sessenta, tempo em que precisamente decorre a ação do seriado referido.

 

Das apresentadas, as espanholas deixaram-nos de água na boca, fosse “El Princípe” e muito especialmente "Hospital Real”. Tivesse a “Television de Galícia” as condições das TVs americanas e como as temáticas de “Hospital Real” poderiam ser desenvolvidas, prolongando o tempo da narrativa para além de 1793. Foram tempos tão ricos e tão trágicos os que se seguiram em Espanha, bem como em Portugal e por toda a Europa…

E “El Princípe” situado no momento atual, com todas as problemáticas abordadas. E ficou tudo em aberto para outras temporadas…

 

E as séries francesas e a nossa querida capitã Laure Berthaud, de “Les Engrenages”, intitulada em português como “Crime e Castigo”! E de que ficou também tudo por concluir.

 

As condições europeias são muito diferentes das americanas, antes de tudo o mais, o mercado potencial de venda dos conteúdos. Para qualquer investimento, na ordem dos muitos milhões, é suposto prever-se um retorno financeiro com as vendas efetuadas. Que para estas séries referidas, em princípio existirá, porque conquistaram muitos mercados internacionais, mas têm sempre muito mais dificuldade, porque as multinacionais americanas têm toda uma rede estruturada com mais de meio século, envolvendo todos os setores e serviços a montante e jusante no escoamento do que produzem. Muitos produtos de muita qualidade, mas também muita coisa sem valor. E têm, à partida, todo o mercado mundial à disposição. Para isso contribuíram os “Madison Men”.

 

E voltamos a “Mad Men”, que aborda precisamente o mundo dos homens que em Madison Avenue, Nova York, se empenhavam e iniciavam na venda desse “sonho americano”, “american dream”, primeiramente nos Estados Unidos da América. E alicerçavam as bases para a exportação para o Mundo global.

 

Perante esta série, desde o início me intrigou o título.

Men, sabia o significado, Homens. Mas Mad?! Claro, fui aos dicionários, em suporte de papel. E mad, o que significa?! Qual o significado que encontrei? Pois, precisamente, louco, doido.

Mas então o título seria “Homens Loucos”?! Não fazia muito sentido, embora não pudesse ser totalmente desprovido de racionalidade.

 

Bem, mas agora temos a net e num site que cito (1) encontrei uma significação, mais ajustada à realidade.

Mad representa a abreviatura de Madison, de “Madison Avenue”, a Avenida onde a firma de publicidade “Sterling Cooper” estava sediada na cidade nova-iorquina.

E assim já fazia mais lógica: Mad MenOs Homens de Madison (Avenue).

 

E aí se poderia eventualmente basear, assentar, uma das funções didáticas e educativas do serviço público de televisão.

Neste caso, manter o título original da série, que é por demais elucidativo, sintético, global e globalizante, mas acrescentar um subtítulo em português. E até remeteriam, por analogia, para outro filme conhecido… Como fizeram na titulação de outras séries, nomeadamente nalgumas europeias.

 

E assim não teria andado tanto tempo às voltas sobre o significado do título.

 

Também me poderão questionar. Mas porque não foi logo à net?!

Bem, porque eu sou de outro tempo…

Em que se aprendia a escrever numa ardósia e se escrevia com caneta de aparo a molhar no tinteiro… e a fazer borrão!

A tecnologia atual e os meios agora disponíveis não surgiram ainda há muito tempo, bem pelo contrário, são recentíssimas, mas já tudo parece que aconteceu há uma enorme eternidade. Tal o salto evolutivo que testemunham.

Mas eu ainda não me habituei totalmente a estas modernidades!

 

E, por agora, ficamos por aqui!

 

 

(1) In: http://www.sabado.pt/cultura_gps.html

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