Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
No postal “Crónica Pós – Pascal: Passeio Cabeço das Antenas”, de 12 de Abril, referente a um passeio pedestre, realizado na 2ª Feira de Páscoa, dia cinco, na Cidade de Régio, comprometera-me a divulgar as fotos que tirara, à data.
Ontem, com a ajuda preciosíssima da minha impecável “Ajudante e Mentora”, transpus as fotos para computador, organizei as referentes ao passeio, selecionei algumas mais significativas e, hoje, vou publicar algumas, de modo a dar uma ideia da boniteza da passeata.
O Alentejo é sempre bonito! Todos ou quase diremos o mesmo no referente aos nossos territórios ou àqueles de que gostamos. Digo eu, sei lá!
Mas nestes meses de Primavera é especialmente apelativa a paisagem alentejana.
Vamos ao percurso?!
Ainda na Cidade, a 1ª imagem reporta-se às olaias floridas.
A 2ª foto é de estevinhas brancas, singelas, mas apelativas. Tendo ao lado um “malmequer”. Já na beira da estrada alcatroada, antes de infletir para a Serra, perto dos “depósitos de água”(?).
A 3ª foto é de rebentos de carvalho negral, já na encosta da Serra, mas ainda antes do Miradouro. Prestes a começar a subida íngreme para o mesmo, através de “caminho de cabras”. Já fora do roteiro assinalado para percurso.
A 4ª foto é marcante. No mesmo local da foto anterior, reporta-se a uma tapada, murada e aramada. A vegetação dominante são os sobreiros, árvores autóctones. Se reparar com atenção, pode verificar que não aparece mato nos espaços entre as plantas arbóreas. Se conseguir visualizar ainda com mais atenção, observará mais ao fundo uma cabra amamentando um/a chibinho/a. Pois… nesse terreno pasta habitualmente um rebanho de cabras, que desbastam o mato. São as célebres “cabras sapadoras”! Um dos melhores métodos de prevenção de incêndios.
Continuando e agora praticamente no Miradouro, contemplamos a Cidade.
Intrigantes os fios?! De algum teleférico?! Até seria interessante! Tivesse a Cidade dinheiro para tal, meios para executar tal obra e ela se justificasse com retorno financeiro, até seria uma ideia original…
A 6ª foto é de um sobreiro limpo, junto ao miradouro, de que vemos um excerto.
A 7ª é de um sobreiro cortado. Acho peculiar a marca identitária do cortador!
Já após o Miradouro, observamos restos de troncos de mimosas. Neste ano e finais do ano passado, têm limpado muitas encostas serranas destas infestantes. Cortaram milhares, que queimaram. Elas já estão de novo a rebentar por todo o lado. Fizeram bem em cortar, mas são uma praga… Já escrevi sobre o assunto.
A 9ª foto, já a caminho do Centro Vicentino.
Vista da Serra da Penha e do vale que a separa da restante Serra. Uns “restos” de Cidade! A vegetação autóctone: carvalhais, sobreirais... desbastados das mimosas.
Imagem de uma glicínia florida, debruada dos muros de uma das muitas e belas quintas da região.
E a 11ª foto indica-nos que estamos novamente no percurso assinalado para passeio pedestre e que vamos no caminho certo. Mas, hoje, não vamos prosseguir.
Cidade de Régio: Estrada da Serra – Encosta Norte do Colégio
Um passeio, caminhando “Passadiço” acima, é sempre algo relaxante, por demais, quando em confinamento.
Em Janeiro, realizámos uma dessas caminhadas pelo “Passadiço”.
E pudemos constatar algo de muito positivo. Terrenos marginando a Estrada da Serra, limpos de matos, como forma de prevenção dos fogos. Foi tema que já abordáramos algumas vezes no blogue, em relatos de anteriores passeatas.
Pois, agora podemos constatar que houve limpezas em vários dos locais em que eram necessárias. Por ex., na Fonte dos Amores as encostas a montante, lado Leste, foram desbastadas das matas. Também os sobreirais a jusante, lado Oeste da estrada, se encontram limpos.
Parabéns às entidades competentes que providenciaram essas limpezas, aos trabalhadores que as executaram. As fotos documentam esses factos.
E aproveitamos também para divulgar alguns excertos dos espaços que nos interpelam a atenção.
Deixamos à sua consideração apreciar as vistas e, quem sabe, realizar também alguma vez esse passeio - caminhada. Não se arrependerá.
E por falar em limpezas, de matos.
Constatamos igualmente, agora, em Fevereiro, que um território que vinha pedindo limpeza há anos se encontra em processo de desmatação. Refiro-me à encosta da Serra, a norte do Hospital e do Colégio, que vê modificada a sua fisionomia, e bem, para melhor. Andam cortando e queimando os matos.
Difícil, difícil é erradicar as célebres acácias mimosas, agora floridas de amarelo, mas que sendo exóticas e infestantes, enxameiam os terrenos e são um obstáculo a uma limpeza eficaz.
No respeitante a estas árvores, o ideal é nunca plantá-las, mas uma vez efetuada essa plantação é uma trabalheira para nos vermos livres delas. Nem sei se conseguimos. É observar os terrenos a montante do Colégio, novamente cheios de ainda mais mimosas!
Sugestões:
Cortá-las verdes, é certo que passados meses estão em processo de rebentação. Queimá-las, ainda pior.
Experimentem, descascar-lhes o tronco, cerca de um metro a partir da base e deixar que elas se sequem, o que em princípio acontecerá. Depois de secas, então podem cortá-las. Não sei se será sempre eficaz. Todavia nalguns locais procedem desse modo.
E relembro as matas a Noroeste do Boi D’Água: pinheirais e matagais a pedirem limpezas.
A Primavera anuncia-se, manifesta-se muito antes ainda da data oficial do seu começo, 20 de Março, este ano.
A Natureza tem ciclos de vida regulares, cadenciados, que ocorrem gradualmente, por vezes de forma brusca é certo, mas que geralmente se vão manifestando por sinais ainda pouco percetíveis, mas que nos vão descodificando o seu significado.
Nas nossas latitudes, a estação do ano referida, a Primavera, que, ciclicamente, nos traz imagens de renovação e esperança, vai-nos aparecendo de forma gradual, nomeadamente com a floração de diversas plantas, árvores e arbustos que nos indiciam, de forma ligeira e singela, o estontear da estação, que ocorrerá em Abril e Maio, que, no Alentejo é uma festa!
No domínio das árvores, em Janeiro e Fevereiro, ainda no Inverno, inicia-se a floração, primeiro das amendoeiras, algumas mais temporãs florescem ainda em Dezembro. Diz o povo, que a flor da amendoeira é a primeira do ano.
Foto de D.A.P.L.
Fevereiro é a apoteose das acácias amarelas, conhecidas por mimosas, planta nativa da Austrália, mas que se apropria de qualquer território em que seja plantada, tornando-se invasora e de difícil erradicação, uma vez instalada.
Foto de D.A.P.L.
No campo das plantas mais modestas, ervas como mais vulgarmente são conhecidas, uma das mais temporãs na floração é a erva-canária ou azedas, também amarelas, com umas lindas flores em campainha e que também não são autóctones, são originárias da Africa do Sul, mas de tal modo se disseminaram que enchem vales e bordejam caminhos como se naturais fossem. (Note-se que existem “azedas” plantas autóctones que inclusive são comestíveis em saladas e sopas, nalgumas regiões do País. Mas são diferentes da referida “erva – canária”.)
Neste domínio das plantas ou ervas rasteiras destacam-se as camomilas ou margaridas que pintam de branco os valados e planícies e encostas soalheiras. Este ano um pouco atrasadas, mas agora em Março já são bem visíveis.
As amendoeiras, como referi, têm diferentes datas de floração, conforme a variedade, a região em que estão plantadas e as condições meteorológicas de cada ano.
As fotos que apresento são datadas de onze de Fevereiro, estando esta amendoeira, em plena floração. Nalguns anos chega a iniciar a floração ainda em Dezembro!
Outra árvore da mesma espécie, mas de diferente variedade, à data, apenas tinha ligeiros botões ainda totalmente fechados. Apenas em Março floresce. Contudo estão no mesmo quintal, a escassos cinco ou seis metros…
Este “post” tem precisamente o objetivo de “anunciar” a Primavera, valorizando a Amendoeira e, muito especialmente, as Fotos das sua Flores…