Tomada de Posse do Presidente da República - “Celebração ecuménica / Celebração inter-religiosa”
Mesquita de Lisboa
9 de Março
Segundo informações veiculadas pela Comunicação Social, a partir de notícia do Jornal “Público”, de 23/02/2016, o futuro Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, no dia da tomada de posse, 9 de Março, entre outras ações, irá a um ofício religioso, de caráter ecuménico, “celebração ecuménica/celebração inter-religiosa”, que se realizará na Mesquita de Lisboa.
A este evento comparecerão representantes de diversas confissões religiosas. Além de muçulmanos e católicos, também representantes de outras confissões cristãs (adventistas, evangelistas, ...). E de outras confissões religiosas: judeus, budistas... Num total de cerca de duas dezenas de Igrejas.
Desconheço a totalidade e especificidade de todas as Igrejas representadas, mas, por acaso, tenho curiosidade em saber.
Bem como gostaria de conhecer exatamente em que vai consistir essa “celebração inter-religiosa”.
Esta iniciativa tem como objetivo alertar para a necessidade de “entendimento entre religiões e culturas”... para a “busca de uma solução para o drama dos refugiados do Médio Oriente...” Significando também “...uma manifestação contra os ataques terroristas...”
O que dizer desta iniciativa inédita, no contexto em que se insere?!
Pois, direi que é de louvar!
Portugal, atualmente, é um País e um Estado em que existe Liberdade, Liberdade de Expressão e especificamente de Expressão Religiosa. Como disse: actualmente!
Contrariamente ao que se passa em muitos, demasiados, Países, por esse Mundo fora. Em que não existe Liberdade. Nomeada e especialmente Liberdade Religiosa. E, noutros países, aparentemente onde existe Liberdade, nomeadamente Religiosa, coexiste também e simultaneamente muita, mas muita intolerância. Religiosa e não só! Que onde prolifera a intolerância religiosa ela propaga-se a todos os setores e modos de vida da sociedade.
E, esta situação é muito mais corrente do que seria desejável.
E é causa de muitos conflitos. Alguns arrastando-se há dezenas de anos.
Embora, muitas vezes, conflitos que superficialmente aparentam ser de caráter religioso, têm na sua génese e base também outros motivos e razões.
Por isso, uma realização deste tipo, promovida por um Presidente da República, ainda que de um País relativamente pouco importante no contexto internacional, é de louvar.
Fundamental será que iniciativas deste tipo, busca do Diálogo inter - cultural e religioso, sejam promovidas e operacionalizadas num contexto de Política Internacional, no sentido de que conflitos que se eternizam, em que o fator religioso é um dos sustentáculos, busquem no acordo, no consenso, na negociação, a solução para os problemas conflituosos.
Infelizmente, o que nós assistimos é que ações idênticas foram promovidas por agentes decisores, até de maior relevância que o Presidente da República de Portugal, mas, depois, os resultados tardaram a visualizar-se ou sequer vislumbrar-se.
Formulemos votos que o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto Presidente da República Portuguesa, continue a promover, na sua atuação futura, este desiderato: a construção de um Diálogo Inter Cultural. A promoção do Diálogo, da Cooperação, do Consenso, do Acordo, e a começar por Portugal, onde, aliás, poderá ter maior capacidade de intervenção.
(Como apontamento final e no âmbito desta notícia, mas focalizando a forma como é veiculada e algumas expressões utilizadas, anexo este link, para frisar como, por vezes, alguns orgãos de comunicação social informam mal...)