Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Hoje, volto a escrever sobre árvores. Sobre uma Oliveira, dou-lhe categoria de nome próprio, dado que é um verdadeiro monumento vivo, cujo idade desconheço com exatidão, mas atrevo-me a atribuir-lhe uma longevidade à escala milenar. Não menos de dois mil anos!
Há um método de datação, patenteado por uma Universidade que calcula a idade a partir do perímetro da árvore. Fica um pouco caro. Desta também ainda não tive oportunidade de medir o perímetro da base. Tal como ainda não o fiz à outra que apresentei no postal sobre os Durrells.
Terão as Árvores História?! Já formulei esta pergunta anteriormente. E, neste concurso de Árvores do Ano, é algo que pesa na respetiva avaliação. A pergunta poderá surpreender. Terão as Árvores também História ou terão pelo menos a sua história?
Já apresentei imagens de árvores impregnadas de História ou uma oliveira várias vezes centenária, quiçá milenar, é ou não um ser vivo carregado de História?! Um verdadeiro monumento vivo!
Estas oliveiras que tenho apresentado têm uma verdadeira história marcada nos respetivos troncos, histórias biológicas, climatéricas…
Mas também têm uma História Humana subjacente, que poderemos supor, subentender, congeminar, formular hipóteses.
Quem a plantou? Enxertada a partir de uma oliveira brava / zambujeiro? Semeada? Plantada a partir de um bacelo?
Quantas pessoas terão colhido a sua azeitona? Quantas gerações? Que pessoas se acolheram à sua sombra? Quantas cantigas ao desafio terão sido cantadas a partir dos seus ramos, enquanto homens colhiam e mulheres apanhavam a azeitona? Que juras, promessas de amor terão sido proferidas à sua beira? Alguém terá caído dos seus ramos enquanto colhia o seu fruto?
Aonde ia a azeitona ser desfeita em azeite? A que lagar, a que povoação?
Não muito longe também existiu um “povoado” romano. Terão sido esses habitantes – agricultores que plantaram esta oliveira?
O povoado mais próximo atualmente é Aldeia da Mata, mas cuja fundação será bem mais recente. Existem documentos do século XVII, na própria localidade, os cruzeiros. Existem casas de habitação que possivelmente remontarão ao século XIV. A Oliveira é muitíssimo mais antiga, e existindo, é prova de que a região é habitada há vários séculos.
Também existe uma anta ou dólmen nas proximidades. Que terá cerca de cinco mil anos. O cultivo da oliveira parece ser posterior a essa data. Não terão sido esses habitantes mais antigos que a terão plantado, uma vez que será mais recente.
Não será fácil conjeturar que povo a terá plantado. Aliás na região existem várias oliveiras milenares, muitas, várias vezes centenárias, prova do respetivo povoamento por populações que se dedicavam à agricultura.
Sobre esta também só posso conjeturar e apresentar fotos de vários ângulos.
E houve quem não resistisse à foto: uma ovelha chocalheira.
E ficam ainda vários elementos patrimoniais dignos de visitas campestres: as Azenhas ou Moinhos: o do Ti Luís Belo, (foto supra, autoria de Marco Rego), o das Caldeiras, o do Salgueirinho, o da Ribeira da Midre.
E o(s) Lagar(es)?
E Caro/a Leitor/a, já reparou na variedade de nomes que já referi, respeitantes sempre à mesma Ribeira?!
De Cujancas, é o nome oficial.
Mas localmente, só tem essa designação, a montante da Aldeia, quando si inicia, junto à ponte da estrada, Crato - Monte da Pedra e, a jusante, junto à ponte da Linha de Leste. No intervalo entre estes dois locais, para além dos nomes que já designei, ainda o de Ribeira das Vargens e o de Ribeira da Lameira. (…)
Se souber mais algum, comunique-o neste postal, SFF.
E só estes itens para visitar?
E a Anta do Tapadão?! Esse monumento grandioso, com mais de cinco mil anos?!
E a Igreja e o Adro à volta? E as vistas da Torre?! E a Araucária?
E as Oliveiras milenares?
E a Casa Museu? E as Ermidas, as da localidade, São Pedro e Santo António e a da Senhora dos Remédios?!
Aproveito para lembrar e para algo que me impressionou imenso. Envolveu centenas de pessoas de diferentes países, de vários continentes. Calcorrearam vários dos locais que mencionei nestes postais.
Pois, digo-lhe. NÃO deixaram lixo nos campos.
É também esse pedido que lhe faço. Quando visitar os nossos monumentos e / ou percorrer os nossos campos, NÃO deixe lixo: sacos, garrafas de plástico ou latas, restos de roupas ou calçado, maços de cigarros, eu sei lá!
Por favor!
Para além do mais... Passeie... E proteja-se, a si e os outros! SFF!
Este postal já anda para ser publicado há algum tempo… Este passeio virtual, hoje, vai ser dedicado à minha Aldeia: ALDEIA da MATA!
Começo por dizer que as fotos ilustrativas dos caminhos vicinais para asFontes das Pulhas e do Salto foram extraídas do site da Junta de Freguesia, a quem agradeço. Duplo agradecimento, pelo trabalho efetuado na limpeza e arranjo dos caminhos para estas fontes, a que habitualmente nos dirigimos.
Parabéns, também!
Ainda em Outubro, fomos buscar água a ambas e o trajeto estava excelente, nomeadamente nos locais onde mais se faz sentir a erosão. No caso das Pulhas, na rampa descendente junto à “Tapada do Rescão” e na do Salto, entre a Horta do Primo Valério e a “Tapada das Freiras”.
Entretanto, vieram as desejadas chuvas, por vezes fortes, de modo que não sei como estará o terreno, pois em Novembro não chegámos a ir buscar água.
Desejamos que continue transitável.
Este introdutório insere-se na sugestão dimanada do subtítulo.
Já referi aqui, em anterior postal, como seria interessante que fossem organizados percursos pedestres, estruturando eventos periódicos, enquadrados neste conceito de “palmilhar territórios a pé”.
Desfrutar das paisagens naturais que temos, no apreciar dos monumentos singelos ou mesmo grandiosos de que dispomos.
A ideia fica lançada para quem, de direito e com recursos, a possa organizar.
(Quando vivermos tempos melhores...)
Todavia, nada impede que, individualmente ou em pequenos grupos de núcleos familiares, as pessoas usufruam desses passeios.
Neste postal, sugestiono alguns dos aspetos a enquadrar nesse contexto de visitas, documentando fotograficamente com o que disponho.
A si, Caro/a Leitor/a, sugiro a recolha documental de outros elementos não expressos neste espaço comunicacional.
As Fontes referidas são das que têm água que considero mais apetecível.
Fonte do Salto, Fonte da Bica, Fonte das Pulhas são as que mais frequentamos.
Mas também há quem goste de ir à Fonte da Baganha, à Fonte de Alter, à Fonte do Boneco.
Independentemente da preferência pela respetiva água, uma visita é sempre merecida. Acrescento ainda a Fonte da Ordem, nesta, a água está há muito interdita, mas, como singelo monumento, é muito peculiar.
Existem ainda outras fontes, ainda mais modestas, rústicas, mas que talvez mereçam visitas.
Digo: A do Sabugueiro, a do Salgueirinho… a da Fonte Silveira, coberta com tampa, perdeu parte da peculiaridade.
Haverá outras fontes, e mesmo as duas primeiras não sei como estarão.
E, enquadrando o tema sugerido, as Pontes: a da Ribeira do Salto
(Também há a da Ribeira das Pedras. Mas não tenho foto.)
E as Passadeiras?!
A foto supra é das Passadeiras da Ribeira da Lavandeira.
(Também existem as da Ribeira do Porcozunho e as da Ribeira das Pedras.)
Por aqui, o mundo gira igual, louco, caótico e indiferente.
O sol volta a pôr-se magnífico em fogo, lá no horizonte
Há vidas que hoje se te vão juntar e amanhã
Sempre a vida brotará de outros seres e haverá novo sol.
Perdeste o respirar, o olhar, a magia desta Primavera
Saberás de nós nesse outro lado? Como tudo é insondável!
E assim nos deixaste sem queixas, sem remorsos, como um guerreiro.
Onde estarás agora?
As tuas coisas, os teus objectos estão iguais no seu canto
Mas não são mais os mesmos sem ti
E esperam, esperam, sem jeito.
No bosque dos meus afectos sinto-te mais perto
O rio escorre seus murmúrios e continua
Com as libélulas, os peixes, os minúsculos insectos
Tudo no seu ritmo natural de sempre.
Flores selvagens, os pequenos algodões e os fulgores.
É primavera, as aves cantam e tudo mexe,
Há sinais ao redor, há perfumes, há rastolhadas,
Seres da terra de que não sei o nome
E por vezes o vento, nas ramagens,
Que tudo agita e tudo harmoniza.
Olha, meu irmão
Oiço o Réquiem de Mozart e deixo-me sucumbir
É tão belo, é tão triste, tão fora deste mundo
Como tu estás, agora!
Se por alguma razão que não sei
Se por algum profundo mistério
Se também tu estiveres a ouvir…
Será, será que também te comoves?”
ROLANDO AMADO RAIMUNDO
24 DE MAIO DE 2020
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Voltamos à Poesia.
Como algumas vezes neste blogue, um lindíssimoPoema de Despedida. Também tenho alguns meus escritos e aqui divulgados, acenando Adeus a Pessoas que nos são queridas. Também de outras pessoas.
Muito bonito, este Poema.
De Rolando A. Raimundo, também sócio do CNAP – um dos organizadores e participantes nas Tertúlias do Círculo. Também um dos colaboradores do Boletim Cultural, tal como D. Olívia, Alma Mater do Círculo, ativa divulgadora e promotora da Cultura ligada à Poesia e Artes; António Diniz Sampaio e Luís Filipe Soares, sócio nº 1 e fundador da APP, organizador e dinamizador das Antologias de Poesia, das Maratonas e outras atividades culturais, nos anos oitenta do séc. XX.
A divulgação deste Poema insere-se num dos propósitos deste blogue que é a divulgação de Poesia de “Outros Poetas e Poetisas”! Desiderato bastante bem documentado, com Poesia. De elementos da APP, do CNAP, de “Momentos de Poesia”, da SCALA; de Pessoas de Aldeia da Mata.
Poucos blogues, ou nenhuns (?), neste universo (digital), realizam ação igual ou semelhante.
Eu também agradeço a amabilidade de todos os participantes, que desse modo também engrandeçam este universo particular e específico de Aquém Tejo.
A publicação desta “Cantiga” é uma Homenagem a esta Srª Professora de Aldeia da Mata, que exerceu o Magistério Primário em Vila Viçosa, terra natal de Florbela Espanca.
Antes de mais o “minha”. Minha é uma força de expressão. É apenas uma apropriação afetiva, pelo muito, muitíssimo, que nos liga a ela. Que a “minha” Aldeia, é também “sua”, é também “tua”, é também “vossa” é também “dele” é também “dela”, é primordialmente “nossa”! Todos os que de algum modo estamos ligados a Aldeia, a consideramos “nossa”. A nossa Aldeia!
Neste blogue, que conta 757 postais, há uma boa percentagem deles diretamente dedicados a Aldeia da Mata. Muitos indiretamente, quase todos. Imensas fotos! A primeira etiqueta (tag) é precisamente aldeia da mata.
O pseudónimo que uso, há vários anos, ainda muito antes de entrar neste universo dos blogues, antes de saber que existiam ou mesmo antes da respetiva existência, desta parte não tenho a certeza, tem referência a Mata, precisamente uma homenagem à nossa Aldeia.
Divulgar a Poesia é um dos propósitos destas apresentações. Divulgar a Poesia Tradicional. Divulgar a nossa Aldeia. Divulgar o nosso Alentejo! Divulgar o trabalho direto de Pessoas que participaram neste Projeto… (Sim! Porque de um Projeto se trata, a produção deste modesto livro: “De Altemira…”, nas suas diversas vertentes, ainda que não tivesse sido elaborado um plano formal, escrito. Que mentalmente ele existiu!)
Sublinhar a importância das Pessoas que nele participaram diretamente e das que nele estão incluídas indiretamente… Que estas “Cantigas” vieram de geração em geração, pelo menos desde o século dezanove, deduzo eu…
Nesta apresentação, de algum modo semelhante às anteriores, houve relevância muito especial dada às “Cantigas de Dona Maria Águeda”. Na apresentação na SCALA, as “Cantigas da Prima Teresa” despertaram especial atenção. Tem dependido da apreciação e do gosto que os “Dizedores de Poesia” presentes nas sessões revelam. “Alentejo, …”, “Balada da Aldeia”, “Festa da Aldeia”, “Namoro”…
Mas também outras “Cantigas”, “Cantigas de Oito Pontos”: “O sol é que domina…”; “As Maias”. “Uma cantiga brejeira” desperta sempre atenção…
De um modo geral foram abordadas quadras das várias Pessoas participantes.
Também foi estabelecida a inferência direta das cantigas para alguns dos seus elementos representativos, nomeadamente as plantas: a altemira, a alfazema, os lírios: roxo e branco… como forma de explicar a interligação direta dos versos e sua mensagem com a vida campestre.
E também houve o jogo da escolha aleatória de versos, a serem ditos, associada a uns bombons…
E quem “Disse…” e também disse “Presente!”
Drº Santos Silva, que na qualidade de Presidente da Associação, dirigiu a apresentação. E “Disse Poesia”, várias cantigas do livro. E não se coibiu de “Dizer Poesia” de Sophia de Mello Breyner, neste mesmo contexto. Obrigado!
D.Olívia Diniz Sampaio, Presidente do CNAP, também na direção da mesa. Luís Ferreira; Carlos Pinto Ribeiro, D. Fernanda de Carvalho. A todos, muito obrigado, por engrandecerem os versos “De Altemira…” com a vossa dicção!
João Carrajola, Rolando Raimundo, D. Ana Alves, compareceram, mas acho que não disseram ou leram Poesia. Mas Obrigado também!
Um Obrigado muito especial aos que adquiriram um livro. Sete euros é um preço acessível. E o “livrinho” merece. Tem uma qualidade muito boa. Desde logo, tecnicamente, está muito bem produzido. Muito mesmo! Tem um excelente conteúdo. Estas cantigas, quadras, rimas, versos, composições poéticas, compõem um Património Imaterial que já não faz parte do nosso quotidiano digital, mas seria uma pena que não fossem registadas, grafadas em livro. Já estão! Aprecie-as!
Sobre a parte do trabalho que é da minha lavra não formulo juízos de valor.
A capa e a contracapa também estão muitíssimo bem conseguidas. A cor é por demais sugestiva. Reporta-nos para o Sol, para a Terra, para as Plantas, nomeadamente as Flores… As fotos são bem elucidativas.
O título “De Altemira…”, remete-nos para um regionalismo da minha Aldeia, “Altemira”, uma variedade de artemísia. Propositadamente!
E fico-me por aqui. E o meu renovado Obrigado a todos os participantes e colaborantes neste Projeto.
Sim! Qualquer projeto para ser concretizado precisa de financiamento.
E como eu gostaria de ter uma Entidade que me financiasse outros projetos neste âmbito, que tenho em mente…
Gostaria de adquirir um livro?
Poderá adquirir na Sede da Junta de Freguesia de Aldeia da Mata.
Na Livraria / Papelaria do Mosteiro de Flor da Rosa (Pousada).
Na SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada – (Almada Velha – Rua Conde Ferreira, Antiga Delegação Escolar).
Apresentação do livro “De altemira fiz um ramo – Versos e prosas da Aldeia”
SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada – 09/02/2019
Nesta apresentação não estiveram muitas Pessoas. Éramos catorze! Mas valemos por cento e quarenta, por catorze mil. Por milhões! (Não valemos milhões, nem nos transferimos milionariamente, que não somos dos futebóis…) O nosso futebol é outro e chama-se Poesia!
E houve Poesia! Houve “Dizedores de Poesia! (E como é importante que digamos Poesia!)
A representação dos presentes era significativa do que falei no post anterior. Almada tem na sua matriz estrutural, na sua vertente humana, para além dos naturais, nascidos e criados no Concelho, proveniências de variadas zonas do País.
Quase todos disseram Poesia, a partir de conjuntos de quadras do livro, previamente organizadas ou mediante uma escolha aleatória de papelinhos com umas cantigas, acompanhados de uns chocolates e rebuçados.
Da Aldeia, a presença de amigos e familiares: António José, cuja carreira profissional se processou na Marinha; Manuel Fonseca, principalmente no Arsenal do Alfeite. Não quiseram dizer Poesia, que estavam roucos, já previam a goleada do Benfica…
A Prima Maria Constança aventurou-se novamente nestas andanças, já o fizera na Aldeia e deve continuar. Estas atividades ajudam-nos sob múltiplos aspetos de natureza cultural e social. O meu Obrigado muito especial pois representavam a nossa Aldeia.
Da SCALA: Clara Mestre, decana das Poetisas! Gertrudes Novais, Presidenta, que também se pode dizer assim. Amélia Cortes, Arminda, Maria Manuela, Palmira, disseram como habitualmente, e como só elas sabem! (Arminda desta vez não disse Poesia, mas teve a amabilidade de contribuir para o projeto do livro). Céu Tinoco disse pela primeira vez Poesia, a partir do papelinho aleatório. (Repito o que escrevi para Prima Constança: faça favor de continuar!)
Parabéns e Muito Obrigado a todas. A vossa presença e participação engrandeceu-nos!
Gabriel Sanches foi criando ambiente musical e surpreendeu-nos muito positivamente, musicando algumas quadras do “Livro da Prima Teresa”, referentes ao Sol. Muito bem escolhidas e muito bem cantadas e tocadas.
E Aldeia da Mata teve, que eu saiba e pela primeira vez, umas cantigas, “As Saias de Aldeia da Mata”, musicadas e cantadas neste século XXI. (Pois que no século XX estas quadras foram obviamente cantadas e tocadas.)
Parabéns e Muito Obrigado ao Gabriel. Continue a cantar o Sol, que nos ilumina a Todos!
Clara Mestre teve a amabilidade de criar um Poema especialmente para o efeito. (Faça favor de me dar um exemplar para eu divulgar no blogue.) Muito Obrigado!
Gertrudes Novais também nos dedicou especialmente um Poema a todos os Alentejanos. O nosso Obrigado também!
E Obrigados muitíssimo especiais a minha Mulher, Alice e minha Filha, Daniela, que nessa tarde também puderam estar presentes. Que, sem elas, quem sou eu?! (Um dia também ainda dirão Poesia!)
E eu não disse Poesia?! Disse, sim senhor! Umas quadras, enquanto fui explicando os quês e porquês do livro.
E Você, Caro/a Amigo/a que não pôde estar presente, por qualquer razão… Venha para a próxima! Não falte às atividades da SCALA: Poesia, Artes, Palestras, (…) a todos nos estimulam, iluminam e nos fazem sentir mais Humanos, mais Solidários, mais Cidadãos, mais Almadenses, ainda que sejamos Alentejanos, Algarvios… Transmontanos!
Não se esqueça! Compareça! Participe! Não se deixe vencer pelas contrariedades da Vida!
Apresentação do livro “De altemira fiz um ramo – Versos e prosas da Aldeia”
SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada – Almada - 9 de Fevereiro – Sábado
Ocorreu no passado sábado, dia nove, a apresentação do mencionado livro.
Antes de tudo o mais, uma pergunta:
- Que sentido terá feito apresentar um livro sobre uma Aldeia recôndita do Alto Alentejo, na Cidade de Almada?!
Para tentar responder à questão anterior, uma outra pergunta:
- E qual o contributo que os Alentejanos e seus descendentes deram para a definição da Identidade da Cidade de Almada?!
Principalmente a partir da década de sessenta, Almada, a Margem Sul, a Grande Lisboa, foram o porto de chegada de milhares de Alentejanos à procura de uma vida com mais futuro. Tal como muitos jovens de outras regiões do País, deslocando-se do interior para o litoral, do campo para a cidade, integrantes do fenómeno migratório designado como êxodo rural.
Aldeia da Mata, em 1950, tinha mais de 1700 habitantes. Atualmente, censos de 2011, pouco mais de 300! Este é um fenómeno comum a todo o Interior Nacional. Uma verdadeira sangria populacional.
No caso de Almada, os principais alvos de atração, oferecendo trabalho, emprego, garantias de melhor vida, foram a Marinha, onde muitos jovens se inscreviam como voluntários e subsequentemente prosseguiam uma carreira; o Arsenal do Alfeite, a Lisnave. Outras indústrias de menor dimensão, mas interdependentes destes polos de atração; os serviços, o funcionalismo público, comuns a toda a Grande Lisboa.
Vindos de comboio, que à data, anos cinquentas / sessentas, ainda nos setentas, os carros eram uma miragem (!), chegavam ao Barreiro, os do Sul e os do Centro Alentejanos; nós, os do Alto Alentejo, descendo em Santa Apolónia. Os barcos fazendo sempre as ligações e travessias: sul – norte, norte – sul.
Assim, milhares de jovens se fixaram na Margem Sul – Almada, constituíram família, trazendo as esposas da Terra Natal, nasceram os filhos e atualmente, muitos já vão na 3ª geração de Almadenses!
E qual o contributo cultural do Alentejo em Almada?!
O Cante é indubitavelmente a matriz identitária do Alentejo mais marcante em Almada.
Já aqui frisei muitas vezes esse aspeto, em diversos posts.
Não, de todo! O livro trata, aborda, inclui, fundamentalmente, “Cantigas”!
“Cantigas” tradicionais, quadras, cantadas nos bailes e arraiais, em lazer; mas também nos trabalhos nos campos, no caso concreto, em Aldeia da Mata, como frisei no início, uma Aldeia recôndita no Alto Alentejo! Segundo a moda e o estilo das “Saias”, reportadas aos anos cinquenta e quarenta do século XX, época da juventude das protagonistas do livro, as pessoas que foram as fontes das recolhas efetuadas. Mas com uma ancestralidade anterior, através do testemunho passado de geração em geração, pelo menos desde finais do século dezanove.
(E um post idêntico poderia ter sido publicado antes da apresentação do livro. Mas não foi. Razões diversas impossibilitaram a respetiva publicação. Mais vale tarde…)