Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Já sabemos como são os nomes comuns das plantas. Têm as mais diversas nomenclaturas, conforme as regiões.
A esta, cuja foto apresento, e que nasce espontânea nos quintais, chamam-lhe Verças. Também Alabacinhas, Alabaças, Espinafres Azedos e Catacuzes. Estes os nomes que conheço. Haverá mais, certamente!
Destas ervas, faz-se uma sopa excelente! Também fazem esparregado.
Já o escrevi e repito. Não concordo com eleições antecipadas. Bem podiam ter sido evitadas, tanto estas, quanto as anteriores. Bastava tão simplesmente que, quem mais pode e manda nestes assuntos, tivesse agido de outro modo. Mas elas aí estão e há que votar. Esse foi um dos desideratos do “25 de Abril” e há que concretizá-lo. A Liberdade, nomeadamente a de expressão, foi uma das conquistas alcançadas. Muito boa e santa gente que por aí perora, por tudo e por nada, não imagina sequer as dificuldades em publicar, opinar. Ademais antes do advento das novas tecnologias de informação. Hoje, queixamo-nos de tudo e nada, mas vivemos num Portugal substancialmente melhor do que há cinquenta anos! Obviamente, muitos fatores, múltiplos e diversos, para isso contribuíram.
Quando olhamos para o panorama partidário, não falta por onde escolher. Mas quem não tem quaisquer interesses partidários nem pensa auferir qualquer benefício por partido X ou Y vir a governar, a decisão não é fácil. Vai-se pelo mal menor!
Olhando para os atuais dirigentes partidários, o panorama é o que é. Cada qual formule a opinião que muito bem entender, sobre a respetiva qualidade. Sem fanatismos partidários ou clubísticos, o panorama é realmente desolador. Lembrando-nos dos históricos da Democracia, nos finais de setenta - Freitas do Amaral, Sá Carneiro, Gonçalo Ribeiro Teles, Mário Soares, Álvaro Cunhal, o General Ramalho Eanes como Presidente da República e comparando com o panorama atual….
Mas… não falta por onde escolher. Quase uma vintena de candidaturas!
Mas votar num distrito em que se elegem apenas dois deputados tem os seus constrangimentos. São de menos?! São de mais?! Depende. Nomeadamente do trabalho que façam e do que pugnem pelo distrito.
Naquele em que me insiro – Portalegre – faltam obras estruturantes, que tardam há mais de trinta anos: o IP2, que está estrangulado em vários locais. Que conheça, desde logo a ligação à A23. Tanto se fala em pontes no Tejo, lá para as Lisboas… Os “cruzamentos” entre Alagoa e Flor da Rosa, o de S. Lourenço de Mamporcão; a travessia dos Fortios, a entrada em Portalegre – desnecessária; o viaduto sobre a Linha do Leste, na estação de Portalegre. E a travessia de Estremoz, em que o traçado deveria estar desviado da cidade, desde que este itinerário principal foi iniciado.
Estes alguns constrangimentos que conheço.
A Linha do Leste, devidamente estruturada, eletrificada, constituí-la como estruturante para o transporte de mercadorias de Espanha para Portugal e vice-versa. Tanto se fala em TGVs!
Obras que faltam e que estes dois deputados que têm andado pela Assembleia se têm esquecido! Deputados a menos?! Não sei! Sei que Lisboa e Porto têm demais!
Votar? Não votar?! Votar. Sim! E tanto assim que até já votámos antecipadamente!
Refletidamente!
Pois… Caro/a Leitor/a, faça favor de votar, segundo as suas convicções. Candidatos não faltam!
Propus-me escrever pouco sobre política. Principalmente porque a temática vem descarrilando, predominantemente, para politiquices.
Mas a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas aí está. Em força!
Não concordo com eleições antecipadas! As legislaturas são para serem cumpridas.
Mas, entre ações, não sei se de campanha, se de pré-campanha, se de “restos de campanha”, Sua Excelência, o Sr. Primeiro-Ministro demissionário, tem-se desdobrado em múltiplas intervenções - ações, pelo nosso querido Portugal. A promover, a prometer sobre projetos a concretizar, a realizar.
Alguns já têm dezenas de anos. Já passaram por múltiplos e diversos governos. Ainda do tempo da “Velha Senhora”. No caso vertente, do “Velho”!
Refiro-me ao projeto da “Barragem do Pisão”, que vem dos idos de cinquenta! Do século XX!
No sábado passado, Sua Excelência esteve no Crato, a reforçar o assunto. Era para ter ido ao Pisão, in loco, mas devido “às condições atmosféricas”, optou pela sede do Município! Adiante…
Por mim e quanto ao Pisão, não sei se sim, se não!
(E que dizer, quanto a Sua Excelência ter comparado a futura Barragem do Pisão com a do Alqueva?!)
Fotos?!
Já da Barragem do Pisão?! Não!
São da Barragem do Maranhão!
E que tem a ver a atual Barragem do Maranhão com a futura do Pisão?!
Em ambas as barragens, o mote é a Ribeira de Seda, que nasce perto do Assumar. A do Pisão ficará a montante da do Maranhão. Com uma bacia hidrográfica bastante menor.
As fotos que apresento foram tiradas no dia 10/01/24, junto à Ermida da Senhora de Entre Águas, onde a Ribeira de Serrazola se junta à Ribeira de Seda.
Esta barragem tem uma grande capacidade de armazenamento, conforme as fotos documentam. Mas também tem imenso consumo. Em anos de seca agrava-se a falta de água.
Pode comprovar, SFF, aqui, aqui, aqui. Fotos e textos que publiquei.
O que dizer de tudo isto?!
Que nos valha a Senhora de Entre Águas, cuja foto da Ermida apresento:
Local de ocupação – sacralização(?), de séculos…
O que dirá esta placa romana?!
Se puder e quiser, um dia, visite esta barragem e, especificamente, este local.
E uma (?) Oliveira se não milenar, pelo menos centenária!
Para contrapor aos milhares, não sei se milhões, de oliveiras “intensivas”, plantadas em redor destaBarragem do Maranhão!
O Sol já se põe às 20 Horas! (Constatei isso, hoje, 30 de Agosto, em que fui tirar fotos ao poente. Fotos que ainda não trabalhei. Estas são de 27 de Agosto - Domingo.
Continua muito calor, embora não tanto como na semana passada.)
Não sei! Mas a Natureza consegue maravilhar-nos, apesar da forma desleixada como a tratamos.
Estas imagens do Pôr-do-Sol - ontem, sábado, 05-08-23, em Aldeia da Mata - ocorrido cerca das 20h. 40', resultaram dos fumos de incêndios, que lavravam nos concelhos de Castelo Branco e Proença-a-Nova, na Beira Baixa, a norte do Alto Alentejo.
(As ovelhas pastando tranquilamente!)
(As fotos das quatro imagens anteriores foram tiradas no Vale de Baixo, enquadradas no arvoredo: Oliveiras centenárias, Eucalipto, Catalpas, Choupo, Freixos, Azinheiras, Canavial.)
Como seria bom que o Mercado Municipal tivesse vida assim, todos os dias. Não apenas nos sábados de manhã.
Como seria isso possível?!
Verdadeiramente não sei, com certeza. Mas a existência de uma” loja / mercado moderno”, devidamente enquadrada no espaço do mercado municipal antigo, que funcionasse como “âncora”, não permitiria o funcionamento mais regular do próprio mercado tradicional?!
Digo eu… sei lá!
Como seria isso possível?!
E se lançassem um concurso de ideias sobre o assunto?! Arquitetos, urbanistas, engenheiros, Cidadãos em geral poderão ter opiniões válidas… Ou não?!
Volto a frisar algo que já mencionei noutros postais.
A concentração de todas as grandes superfícies comerciais na “Zona Industrial”, umas “em cima das outras” foi um erro de estratégia urbanística. Futuramente, a haver outras superfícies comerciais a quererem instalar-se na Cidade, porque não alocá-las mais próximo da Cidade tradicional?!
Digo eu… sei lá!
E o Fotógrafo tradicional… no Mercado tradicional!
(As fotos anteriores são de hoje, 29 de Julho de 2023!)
Plantada pelo Tio João Carita, segundo me disse o Pai, logo terá cerca de um século!
O nome foi-me dito pela Mãe. Estes figos são pretos por fora e branco – pérola, por dentro.
Este ano tem havido muitos figos nesta época de finais de Junho, quando abundam os designados de São João. (A figueira que temos desse tipo ainda não está em ação de dar. É criança.)
Em volta desta figueira, no Chão da Atafona, organizei uma espécie de jardim, onde semeei e plantei alguns arbustos.
Na imagem seguinte, destaca-se outro tipo de figueira: a Figueira da Índia.
E consegue identificar os arbustos seguintes, por entre as folhas secas de oliveira?
Espargos e Loureiro, semeados por mim
e um trevo nascido espontaneamente e outra erva que desconheço.
No Chamiço, embora despovoado, a partir de meados do séc. XIX sem vida permanente, os terrenos continuaram a ser cultivados pelos herdeiros dos antigos habitantes, que migraram para as povoações mais próximas: Aldeia da Mata, Monte da Pedra, Vale do Peso…
Esse despovoamento resultou de um processo, que se foi acentuando ao longo dos séculos, a que os “roubos”, no século XIX, determinaram na extinção do povoado. Não foi algo que tivesse ocorrido repentinamente, “de um momento para o outro”.
A narrativa, dos anos 30 do séc. XX, transcrita em Aquém-Tejo, de autoria do Professor Manuel Subtil, (1875 – 1960), de Vale do Peso, é por demais elucidativa desse “mecanismo processual” e temporal. (Os roubos foram a causa próxima, outros diversos fatores, causas remotas.)
Nas Memórias Paroquiais de 1758, a paróquia do Chamiço já era das menos povoadas, entre as localidades atualmente integradas no Concelho do Crato. (Consulte S.F.F.)
No respeitante à narrativa transcrita a partir de “Etnografia Portuguesa” – Vol. IV – Ed. Imprensa Nacional – 1958 – de Professor Doutor Leite de Vasconcellos – pp 654, 655, convém referir que também se baseia na “tradição oral”. “Assim reza a tradição oral.”
Também tem algumas incorreções, nomeadamente:
Referir que “Quem primeiro abalou, foi uma lavradora, de apelido Carita…” (Porque não foi.)
“… um terreno, de irregular superfície, com uma área de uns 400 metros quadrados…”
(Ora, 400 metros quadrados correspondem a um quadrado de 20 metros de lado! Dimensão bastante inferior ao que o antigo povoado ocuparia. Esse espaço será mais ou menos a dimensão em redor da igreja. E da igreja até às últimas casas a sul? E da igreja até ao moinho, forno comunitário e ponte?! A dimensão do povoado é bem maior.)
Também é relevante frisar que, em “Etnografia Portuguesa”, na parte referente ao Chamiço, não são mencionados a ponte, o forno…! Será que o Professor lhes terá feito referência noutras obras?! Não terá visitado?!
Também há um incorreção referente a “orago Martle Santo”, referindo que “não conste da Corografia de P.e Carvalho”, (pag. 654, linhas 24 / 25 - Etnografia Portuguesa).
No referente ao Presente:
A Romaria e a Ermida são elementos estruturantes do Património do Chamiço.
Mas o Património Material do Chamiço engloba várias componentes: as casas, embora em ruínas; o moinho, ainda com muitos dos elementos básicos. O forno comunitário e a ponte!
Todos precisam ser valorizados e salvaguardados. Já no presente. Acautelando o futuro. Para que não se transformem todos em ruínas.
Há ainda o Património Vegetal, constituído por espécies autóctones. Cada vez mais é imprescindível valorizarmos o coberto arbóreo. Pensando também no futuro!
Os elementos naturais associados ao granito. Os rochedos monumentais! As rochas transformadas, aparelhadas. A ribeira. A barragem, que precisa ser reconstruída.
(As caminhadas são também importantes para darem a conhecer e valorizar os espaços. Criar trilhos pedestres incorporados nas paisagens, partindo e ligando os povoados mais próximos, com passagem pelo Chamiço. No Couto do Chamiço, a “Pedreira das Mós” é também um elemento patrimonial relevante.)
E na preparação do Futuro?!
Integrando as diversas variáveis, reportando-se ao passado e ao presente, o “Chamiço” precisa ser classificado como “Sítio Monumental”! Englobando Património Material e Imaterial.
Esta ação tem de ser integrada e integradora de várias instâncias e entidades, agregando Freguesias, Município, Departamentos Culturais. Entidades públicas, mas também privadas.
Deixo à consideração de quem pode e deve equacionar e operacionalizar tal desiderato.
O Programa “Gentes da Gente”, da Rádio Portalegre, de 20/05/23, debruçou-se sobre o Chamiço, coincidindo com a tradicional Romaria, também realizada nesse dia.
Ouvi o programa com atenção, entre as sete e as nove horas da manhã. Gostei. Aprendi sobre aspetos que pouco ou nada sabia.
Os meus parabéns à Rádio Portalegre, ao programa “Gentes da Gente”, ao Sr. César Azeitona, pela operacionalização desta iniciativa. Ficámos todos a ganhar. A Região, o nosso Alentejo, as várias comunidades envolvidas. As Pessoas, que é esse o grande mérito do Programa. Valorização das “Gentes”!
(O Sr. César levantou as questões pertinentes.)
Os meus parabéns e agradecimento especial a todos os participantes, nas diversas vertentes do evento. No que é audível / visível e no que se infere dos bastidores.
Realço o testemunho das Senhoras entrevistadas, sem menosprezo das intervenções de todos os outros participantes. Porquê?! Porque permitiram-nos percecionar como se processou o reativar de alguma vida no antigo povoado. Através da romaria e da restauração da igreja, elas foram e são intervenientes ativas dessa ação.
O papel fulcral do Casal Pestana: Sr. António da Rosa Pestana e a esposa Dona Lúcia Maria, ambos já falecidos, foram os grandes dinamizadores / criadores das ações inerentes a esta Romaria - desde a sua génese.
Inferimos, a partir do que nos dizem as entrevistadas, que estas romagens ter-se-ão iniciado em finais de cinquenta / inícios dos anos sessenta, do século XX.
(Nas entrevistas, elas explicam-nos como tudo se iniciou e processou.)
Também, de algum modo, conseguimos deduzir como do orago “Martle Santo” / São Sebastião, da ancestral povoação habitada até meados do séc. XIX, se passou a venerar Santo Isidro, a partir de meados do séc. XX. (Entre as duas situações medeiam cerca de cem anos. Na década de trinta, do séc. XX, a igreja ainda estava em ruínas, conforme se observa em “Etnografia Portuguesa” Vol. IV, - Ed. 1958 - pp. 648, 649, 652, 653.)
Este santo é patrono dos agricultores e é venerado no mês de Maio. A romaria é na altura da Ascensão, tendo sido inicialmente na 5ª feira respetiva – 40 dias após a Páscoa – quando era feriado, passando depois para domingo seguinte. Atualmente, no sábado, que é mais adequado à vida atual, pois, sendo romaria, vem muita gente de Monte da Pedra, que vive fora.
(O painel do santo, em azulejo, na atual igreja restaurada, é de autoria de Quim Bragança.)
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Por agora, e em Aquém-Tejo, fico por aqui
Foto de Chamiço, tirada na visita efetuada em 02/02/23.
Simbolicamente, a Ponte. Verdadeiro Monumento ancestral, arquitetonicamente de grande harmonia, mas que está em processo de degradação. Deve ser classificada, como todo o conjunto envolvente - material e imaterial – a romaria e também as tradições do séc. XX inerentes.