CHEIROS que o Tempo guarda
CHEIROS que o Tempo guarda
Olor dum corpo a sair do banho
O aroma altivo dum poema
De linho, nas arcas de antanho
Os bragais exalando alfazema.
Cheiro terra pela charrua rasgada
Bebendo ansiosa as chuvas outonais
Qual amante procurando amada
Em Maio, nos perfumados giestais.
Do alecrim ao poejo e rosmaninho
Das mil flores bordejando no caminho
O odor vivo da folha do loureiro.
Os vapores da chanfana de carneiro
Um bom almoço e, após, a sesta
Qual Primavera, esta terra é uma festa!
Escrito em 1988.
Publicado no Jornal “Notícias de Arronches”, Nº 19 –Fev. 1990, pp. 14.